Ecoturismo, gastronomia e hospitalidade são os maiores atrativos do turismo estrangeiro no PA
Dos turistas entrevistados, 92,6% revelam intenção em retornar para a região. Os países que mais enviam visitantes são os Estados Unidos, Argentina e França. Ecoturismo na região Norte do Brasil Divulgação O ecoturismo é a programação preferida de visitantes estrangeiros na região Norte, de acordo com estudo do Ministério do Turismo divulgado nesta terça-feira (6). Os dados foram atribuídos a uma pesquisa realizada com turistas estrangeiros que visitaram o norte do Brasil em 2018. Mais de 45% dos turistas que visitaram o Pará declararam interesse em conhecer a fauna e a flora da região. Outra característica do estado aprovada pelos turistas estrangeiros foi a hospitalidade do povo e a gastronomia. Entre os entrevistados, 94,6% aprovaram a receptividade local e 98,3% elogiaram as comidas típicas paraenses. Os países que mais enviam visitantes ao norte do Brasil são os Estados Unidos, seguido da Argentina e França. E 92,6% desses turistas revelam a intenção em retornar para a região.
- Publicado em Turismo
Rota da Linguiça propõe turismo gastronômico pelo Vale Europeu em SC
Durante o roteiro, o visitante pode, por exemplo, conhecer o processo de produção da linguiça artesanal. Trajeto abrange as cidades de Gaspar, Blumenau, Pomerode, Indaial e Timbó. Linguiça Blumenau terá rota exclusiva no Médio Vale do Itajaí Cinco cidades da região conhecida como Vale Europeu integram a Rota da Linguiça, que será lançada na noite desta quarta-feira (11), a partir das 20h, no bairro Itoupava Norte, em Blumenau. O projeto busca, a partir da iguaria tradicional do Vale do Itajaí, divulgar empresas ligadas ao turismo, gastronomia e lazer. O roteiro inclui 22 fabricas de defumadores e 60 empresas, entre confeitarias, hotéis, restaurantes, museu do automóvel, cascata e atrações para crianças e passa pelas cidades de Gaspar, Blumenau, Pomerode, Indaial e Timbó. A rota é gratuita e autoguiada. Isso quer dizer que o visitante escolhe como percorrer, se de carro, bicicleta ou a pé. No primeiro ponto, o turista recebe um passaporte e vai carimbando nos estabelecimentos que for visitando. Durante a rota, os visitantes podem conhecer o processo de produção da linguiça artesanal, por exemplo. "O objetivo da rota é um passeio turístico gastronômico no Vale Europeu. Uma experiência diferenciada", disse o criador da rota Bubi Scheidt. Chocolate em forma de linguiça tipo Blumenau e cuca de linguiça com farofa estão entre as iguarias do roteiro. Rota da Linguiça propõe passeio turístico -gastronômico por cidades do Vale do Itajaí Divulgação Veja mais notícias do estado no G1 SC
- Publicado em Turismo
Reino Unido altera regra e permite que estudantes estrangeiros fiquem mais tempo no país
Agora, os estudantes estrangeiros poderão permanecer no país durante os dois anos seguintes à graduação para encontrar um emprego. Estudantes estrangeiros poderão permanecer no Reino Unido por dois anos após formados para procurarem emprego. Monika Kozub/Unsplash Os estudantes estrangeiros no Reino Unido podem se beneficiar de uma mudança na política de vistos de estudo. Agora, eles podem permanecer no país por mais dois anos depois do término da graduação para procurar emprego. A nova medida, anunciada nesta quarta-feira (11) pelo Ministério do Interior, reverte uma decisão tomada em 2012 pela então secretária da pasta, Theresa May, que depois se tornou primeira-ministra. A medida anterior obrigava os estudantes estrangeiros a deixar o Reino Unido em até quatro meses após o término dos estudos. Londres, Tóquio e Melbourne são as melhores cidades para fazer intercâmbio, diz consultoria A mudança se aplica a estudantes estrangeiros do nível universitário ou de pós-graduação que iniciarão os estudos no próximo ano. Em 2018, o Reino Unido tinha 450 mil estrangeiros nessas condições. Para se encaixar nas novas regras, os estudantes devem estudar em uma instituição com histórico de manutenção de controle de imigração. Segundo a nova regra, não há restrições sobre o tipo de trabalho em que o estrangeiro pode atuar depois de terminar os estudos. Para a indiana Shreya Swamy, a proposta é um "grande passo", mas "tardia", pois a medida não vai ajudar estudantes que já moram no Reino Unido. Swamy está fazendo um mestrado no país. Ela diz que enfrenta muitas dificuldades para conseguir emprego devido à norma atual, que só lhe dá quatro meses para conseguir um trabalho. Empregos para estudantes estrangeiros "são quase nulos", diz ela, também culpando sua falta de experiência. "Sinto-me realmente desamparada e quase arrependida de estudar, porque vou acabar voltando para casa com um diploma que custou muito caro." O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que, com a mudança, os estudantes poderão "desbloquear seu potencial" e começar suas carreiras no país. Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores, Sajid Javid, acrescentou que o governo "deveria ter revertido essa política tola anos atrás". Mas Alp Mehmet, diretor da Migration Watch UK – um grupo que defende o controle da imigração – criticou a ação do governo, chamando-a de "retrocesso". "Nossas universidades estão atraindo um número recorde de estudantes estrangeiros. Então não há necessidade de desvalorizar o visto de estudante, tornando-o um caminho para trabalhar aqui", acrescentou. Um novo projeto O anúncio do governo coincide com o lançamento de um projeto no valor de US$ 250 milhões (R$ 1 bilhão) do Biobank do Reino Unido, um recurso que contém informações e amostras de 500 mil pessoas. O Biobank do Reino Unido coletou amostras de DNA e informações de saúde de 500 mil voluntários britânicos por vários anos e agora está aberto a pesquisadores de qualquer lugar do mundo que desejem usar esses recursos para desenvolver novos tratamentos para doenças. Johnson disse que esses projetos não seriam possíveis "sem (o país) estar aberto às melhores e mais brilhantes pessoas do mundo para estudar e trabalhar" no Reino Unido. "É por isso que estamos apresentando um novo caminho para estudantes estrangeiros desbloquearem seu potencial e iniciarem suas carreiras no Reino Unido", acrescentou o primeiro-ministro.
- Publicado em Turismo
Moscou é segura? Mulheres podem viajar sozinhas? Veja as respostas para estas e outras perguntas
Saiba se você pode andar pela cidade à noite e aprenda a se livrar de trapaceiros. A Praça Vermelha, em Moscou, é vista coberta por neve com a Catedral de São Basílio ao fundo Alexander Zemlianichenko/AP Moscou é uma cidade enorme – são 12 milhões de moradores da capital, fora as muitas outras pessoas que se deslocam da ‘Grande Moscou’ para a cidade todos os dias para trabalhar. E, embora não exista um perigo particular para turistas ou moradores locais, sempre vale usar o bom sendo, como em qualquer cidade grande. Saiba, portanto, como evitar problemas e quais áreas é melhor evitar. O centro é seguro? “Fiquei chocado ao ver pessoas usando seus laptops em parques à noite”, diz Nicholas Font, da Argentina, que visitou Moscou em maio. “É claro que tomei cuidado com meus pertences, mas não tinha medo de carregar minha mochila no centro da cidade.” O centro da cidade – bem grande, por sinal – é geralmente adequado e seguro para passeios. Os pedestres desfrutam de calçadas largas e o tráfego de carros é relativamente calmo. Há policiais turísticos (que falam inglês), sem falar da polícia comum. De todo modo, é recomendável manter documentos e dinheiro mais escondidos. A Praça Vermelha e as ruas Nikolskaya e Arbat são os pontos mais turísticos, por isso vale a pena ficar com atenção redobrada para batedores de carteira. Lembre-se de que em Moscou a polícia pode pará-lo para checar sua identidade. Mas, a menos que tenha cometido algum tipo de crime, não há com o que se preocupar: apenas mostrar passaporte e visto. “Me pediram para mostrar meu passaporte e visto três vezes. Uma vez em São Petersburgo e duas em Moscou”, contou Ghazali Khan, de Dubai, ao Russia Beyond. “A polícia na Rússia é educada e profissional. A maioria deles não fala inglês, mas entende seus gestos”, completou. Mulher caminha durante nevasca em frente ao Kremlin, sede do governo russo na Praça Vermelha, em Moscou Yuri Kadobnov/AFP Dá para andar na rua à noite? Você já ouviu a expressão “Moscou nunca dorme”? É a mais pura verdade. O centro da capital tem movimento 24 horas por dia, e mesmo nos bairros mais distantes é provável que se veja pessoas saindo até tarde da noite. Numa sexta ou sábado à noite, há mais gente nas ruas à noite do que durante o dia. Obviamente, quando está 20 graus Celsius negativos no inverno, não é tão divertido quanto no verão, mas a única vez em que Moscou fica realmente deserta é na manhã de 1º de janeiro. De acordo com uma pesquisa recente realizada pelo “The Economist”, Moscou figura em 37º lugar dentre as 60 grandes cidades do mundo em seu Índice de Cidades Seguras (Tóquio, Cingapura e Osaka lideram a classificação). Em outras palavras, a capital russa está na média aceitável quando se trata de segurança. Os subúrbios são perigosos? A polícia registra mais crimes no centro do que em outros lugares da cidade. Por exemplo, 2.846 crimes – sobretudo assaltos – foram registrados em 2018 no distrito central de Presnenski, entre Arbat e a zona empresarial Moscow City. Ainda assim, segundo o Ministério Público, esses números caíram 20% desde o ano passado. As zonas periféricas da cidade, com exceção dos distritos de Marino e Perovo, são geralmente consideradas seguras. Para quem deseja ver como os moscovitas comuns vivem, não hesite em pegar o metrô e ir até Vladikino, por exemplo. Apenas verifique a rota com antecedência, pois dificilmente encontrará falantes de inglês no caminho. E o transporte público e os táxis? Quando a Rússia sediou a Copa do Mundo em 2018, houve muitas histórias de taxistas cobrando quantias astronômicas aos turistas – às vezes até mil dólares – pela viagem do aeroporto ao centro. Para evitar surpresas desagradáveis, evite os táxis do aeroporto e opte por serviços como Uber ou Yandex Taxi – além disso, pague com cartão, e não com dinheiro. Por esses aplicativos, você verá o custo da viagem no momento da reserva e isso não será alterado quando chegar ao destino. O custo do trajeto de um dos aeroportos internacionais para o centro de Moscou não deve custar mais de US$ 30 (a menos que encomende um carro de luxo). Embora também seja possível pegar táxis oficiais no aeroporto, eles serão significativamente mais caros do que utilizar os carros de aplicativo. Transportar-se pela cidade de metrô, ônibus ou trólebus é, em geral, bastante conveniente. O metrô de Moscou é um dos sistemas de transporte subterrâneo mais confiáveis e seguros (sem falar da beleza) do mundo. Os trens são novos e circulam em intervalos curtos, e há policiais em todas as estações. Gabriel Infante Carrillo, do México, lembra que, quando foi pegar o metrô de Moscou, teve que passar sua mochila em uma máquina de raio-X. “Não fiquei surpreso, sabia de antemão que isso poderia acontecer devido a razões de segurança.” O transporte terrestre utiliza faixas especialmente alocadas e, enquanto o ônibus não chega, dá para aproveitar os pontos de ônibus “inteligentes”, com rede Wi-Fi, tomadas elétricas e programação eletrônica das rotas em latim. Mulheres podem viajar sozinhas? É raro alguém em Moscou incomodar mulheres na rua ou abordá-las, especialmente se virem que se trata de uma turista estrangeira. Os homens russos costumam ser mais contidos, e, mesmo que gostem de uma garota, recusar educadamente seus avanços é geralmente mais que suficiente.
- Publicado em Turismo
Bosque vertical é respiro em meio aos prédios de Milão, na Itália
A ideia é um projeto de reflorestamento metropolitano. O arquiteto Stefano Boeri é o criador do bosque vertical e tentava unir a natureza e a arquitetura em um grande projeto. Um dos maiores arranha-céus de Milão, na Itália, abriga um bosque vertical
Nas Crônicas do JH deste sábado (7), a repórter Ilze Scamparini mostra um projeto de reflorestamento metropolitano. É um bosque vertical, criado em meio aos arranha-céus de Milão – a segunda cidade mais populosa da Itália.
Na Itália, só Milão poderia experimentar algo assim.
Ao lado de grandes edifícios com cimento armado, cobertos de vidro. Uma mata que chega a cem metros de altura, e esconde quase completamente um arranha-céu.
Nos terraços, a sensação é a de estar longe de uma grande cidade. Nem altura e nem o vento assustam, porque aqui existe uma barreira natural.
É uma verdadeira árvore dentro de casa. A ideia é um projeto de reflorestamento metropolitano e esse bosque vertical, tem mais de 700 árvores, cinco mil arbustos de grandes dimensões e 15 mil plantas.
Tudo isso numa área equivalente a dois hectares ou 20 mil metros quadrados. Uma pequena floresta vertical que atrai 40 espécies de passarinhos.
O bosque vertical é feito de um arranha-céu e de um prédio menor. A agente comercial Simona Pizzi nos recebe no seu apartamento- no edifício mais alto.
“De manhã, quando abrimos as janelas, o contato com a natureza é imediato, já começamos bem o dia. As estações são mais marcadas, com plantas que são exuberantes no período de verão. Você sente um microclima especial”, conta.
As plantas também ajudam a reduzir a poluição sonora, fazendo este edifício muito mais silencioso do que qualquer outro.
O arquiteto Stefano Boeri é o criador do bosque vertical. Há muito tempo ele tentava unir a natureza e a arquitetura em um grande projeto.
Pergunto como surgiu a intuição da floresta vertical. “Foi em Dubai. Eu estava dando aula para um grupo de estudantes de Harvard. Vendo aquela cidade que crescia no deserto, com mais de duzentas torres, todas cobertas de vidro. O vidro é um material bonito, é um material que reflete a luz solar no chão, requer um enorme consumo de energia para condicionar os interiores. Então veio a ideia de um edifício alto, mas coberto com elementos minerais, de vida, biologia e verde”, explica Boeri.
A escolha das plantas não foi por acaso. São trinta espécies de árvores, que seguem critérios de umidade, resistência ao vento e exposição ao sol.
No lado norte, mais frio, foram escolhidos os tipos que perdem as folhas no inverno, para que o sol possa entrar em casa.
A manutenção é feita por uma única empresa e os moradores não podem tocar nas plantas.
Cada cidade exige uma seleção apropriada. Pergunto se funcionaria bem em qualquer metrópole, também no Rio de Janeiro ou São Paulo.
“Com uma grande amplitude térmica como a de São Paulo, a diferença entre a temperatura mais alta, e a mais baixa, se pode trabalhar muito bem”.
- Publicado em Turismo
Conheça a cidade onde patinetes estão substituindo carros
Em Portland, nos EUA, 34% das viagens de patinetes acontecem no lugar do uso de automóveis. G1 mostra como é andar com o veículo na cidade 'hipster', que tem 620 quilômetros de malha cicloviária. E quais desafios eles enfrentam. Moradores de Portand, nos EUA, trocam carros por patinetes elétricos De apenas um brinquedo esquecido no tempo, os patinetes se tornaram uma alternativa de meio de transportes em grandes cidades. Grandes cidades como Paris, Los Angeles, Berlim, São Paulo e Rio aderiram aos veículos elétricos compartilhados. Mas muitas questões ainda estão no caminho dos patinetes, e ainda não existem estudos profundos sobre seus benefícios ou eventuais malefícios. Com um jeitão "hipster", Portland, na costa oeste dos Estados Unidos, funciona como um laboratório para dar alguma luz ao caso e mostra que os patinetes estão substituindo os carros em várias viagens. VÍDEO: 10 dicas para andar de patinete O lugar é conhecido por incentivar transportes alternativos e ser amigável ao uso de bicicletas. Portland lidera o ranking americano entre as cidades que mais utilizam esses veículos como meio de transporte, e não apenas lazer. Números de 2017 mostram que 6,3% da população usa as "bikes" para ir e vir. Para isso, a cidade tem uma malha cicloviária de 620 quilômetros, que reúne ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. São Paulo, que também ganha cada vez mais bicicletas e patinetes como alternativa de transporte, tem 498 km. Trocando carros por patinetes Portland se antecipou à chegada das operadoras de patinetes e criou um programa piloto. Com uma autorização temporária em sua primeira fase, o projeto foi de 23 de julho a 30 de novembro, liberando as empresas a colocarem nas ruas 2.043 patinetes. Em contrapartida, a cidade exige que as empresas passem informações sobre os deslocamentos para o departamento de trânsito, além de promover seu uso em pontos não centrais da cidade. Cada operadora tem que espalhar todo dia parte de sua frota em pontos mais periféricos, não apenas no centro. Relatório aponta que patinetes estão substituindo carros em Portland, nos Estados Unidos Rafael Miotto/G1 No período da primeira fase do programa foram realizadas 700 mil viagens de patinetes na cidade, com mais de 1,2 milhão de quilômetros percorridos. O levantamento apontou que 34% dos moradores da cidade que utilizaram patinetes o fizeram em substituição ao carro. No caso dos visitantes, o número é ainda maior com 48% deixando de usar um automóvel. "É um número substancial. Muitas dessas viagens poderiam ser em carros, mais tráfego e potencialmente mais poluição", explica Dylan Rivera, da autoridade de trânsito da cidade. No momento, Portland está na segunda fase de seu projeto piloto, que agora é maior e vai até 2019. "Isso mostra que os patinetes podem ser parte do futuro do transporte em Portland", afirma Rivera. Localização de Portland Arte G1 Portadores de deficiência reclamam Mesmo com uma estrutura viária mais preparadas para os patinetes, Portland também enfrenta eventuais problemas e reclamações sobre seu uso, apesar de 63% de seus cidadães verem os pequenos veículos de 2 rodas de forma positiva. Com calçadas largas e bem pavimentadas, a cidade é considerada uma das melhores para andar a pé nos Estados Unidos. Isso faz com que muitos deficientes físicos possam rodar sozinhos com cadeiras de rodas e andadores, e os patinetes estão, de certa forma, roubando este espaço. Apesar ser proibido, muitos usuários rodam de patinete nas calçadas ou simplesmente os estacionam bloqueando o percurso das pessoas. Mesmo com proibição e multas, alguns usuários ainda usam patinetes nas calçadas de Portland. Rafael Miotto/G1 "Nós acreditamos que todos devem ser capazes de se mover com segurança pelas calçadas de nosso estado, livremente, e sem medo de ser ferido", disse a associação dos direitos de deficientes do Oregon, em comunicado. A entidade também reclama do modo atual de relatar reclamações sobre os patinetes. Na primeira fase, as queixas iam direto para o departamento de trânsito, mas agora, elas vão primeiro para as empresas, que depois as repassam para o governo. Patinetes são proibidos de rodar em praças, parques e calçadas em Portland, nos Estados Unidos Rafael Miotto/G1 Dylan Rivera, do departamento de trânsito. aponta que a mudança foi feita para tornar o sistema mais eficaz, já que as empresas podem resolver diretamente o problema e em horários não comerciais. "As reclamações que recebíamos nos finais de semana só eram checadas na segunda", explica Rivera. Casos de vandalismo contra os patinetes também ocorreram em Portland. A polícia do condado da Multnomah, onde fica Portland, recolheu o total de 57 patinetes e bicicletas compartilhadas do fundo do rio Willamete, que corta a cidade. Polícia retirou 57 patinetes e bicicletas compartilhadas do rio Willamette Multnomah Co Sheriff/Divulgação Regras mais rígidas Com base nas reclamações feita na primeira fase do programa, a cidade tomou medidas mais rígidas e multas começaram a ser aplicadas nesta segunda etapa. É cobrado US$ 15 para quem estacionar de maneira errada e US$ 50 por rodar em calçadas. De acordo com o órgão de trânsito da cidade, o total de 340 multas e advertências foram registradas entre 26 de abril e 31 de julho. No Brasil, São Paulo definiu um sistema semelhantes de multas em sua regulamentação para patinetes. O G1 contatou a prefeitura local, mas os dados sobre quantas penalidades foram aplicadas ainda não foram divulgados. Patinetes são perigosos? Casos fatais de acidentes com patinetes já foram registrados pelo mundo. Em Paris, um homem de 25 anos morreu ao se chocar com um caminhão, e no Reino Unido a youtuber Emily Hartridge morreu em acidente parecido. Em Atlanta, nos EUA, 4 mortes de usuários foram registradas desde maio, o que fez a cidade proibir os veículos de rodarem pela noite. Mas os patinetes são realmente perigosos? Patinetes rodando em Portland, nos Estados Unidos Rafael Miotto/G1 Até o momento, nenhum acidente fatal aconteceu com usuários de patinetes em Portland. O departamento de saúde do condado de Multmonah registrou o total de 176 feridos relacionados ao uso de patinetes, entre 25 de julho e 20 de novembro de 2018, sem casos graves. Do total, 83% foram casos em que o usuário caiu sozinho e o restante estava relacionado a um entrevero com carros, caminhões, pedestres e outros patinetes. No período, isso representou 5% dos ferimentos de trânsito. Apesar de o número de ferimentos relacionado a patinetes ter crescido com a popularização de seu uso, nenhum caso foi severo o suficiente para necessitar de transporte de emergência. Vai dar rolê de patinete? Veja dicas: Patinete elétrico: saiba como andar Initial plugin text
- Publicado em Turismo
Expectativa X realidade: como é viver em uma cidade dominada por turistas
Amsterdã, São Francisco, Praga, Barcelona e Toronto: locais explicam como o fluxo de viajantes afeta, como as autoridades respondem e como visitantes podem ser respeitosos com quem vive por lá o ano todo 'O turismo mata a cidade', diz um adesivo colado em um poste, em Barcelona Getty Images via BBC As viagens e o turismo crescem mais rápido que o PIB global e contribuem com mais de US$ 8 trilhões (ou R$ 32 trilhões) para a economia global a cada ano. No entanto, em algumas cidades com um número alto de visitantes, governos e moradores se questionam sobre os prós e contras desse crescimento do turismo. Para entender os desafios que essas cidades podem ter nos próximos anos e como podem enfrentá-los, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, sigla em inglês para World Travel & Tourism Council) e a empresa imobiliária JLL criaram o índice Destination 2030, como uma forma de medir o preparo do setor, com base em dados do crescimento do turismo e da capacidade das cidades de gerenciar essa demanda. O índice mede 75 indicadores de turismo – incluindo a concentração de visitantes, a preparação da infraestrutura urbana e políticas locais – para determinar os desafios de 50 das principais cidades do mundo. Conversamos com alguns moradores dessas cidades para descobrir como o fluxo de viajantes nos últimos anos os afetou, como as autoridades estão respondendo e como melhorar a relação entre visitantes e locais durante o ano todo. Amsterdã Com 18 milhões de visitantes no ano passado e uma população de menos de 1 milhão, Amsterdã viu os turistas aumentarem os preços dos imóveis devido, em parte, a serviços de aluguel de curto prazo, como o AirBNB, além de contribuírem para ruas superlotadas e problemas com as leis locais sobre drogas. No índice, Amsterdã se destaca pela concentração de visitantes e a pressão que isso exerce na cidade. Residentes infelizes deram a ela o apelido de "Veneza", cidade-símbolo da invasão de turistas. Ainda assim, alguns dizem que a situação não é tão sombria quanto a mídia faz parecer. "Os museus têm orçamento suficiente e as pequenas empresas estão prosperando", disse Hanneke Vroegindeweij, nativo de Amsterdã e co-fundador da empresa de turismo privada Amsterdam Odyssey. "Em 42 anos da minha vida, nunca vi minha cidade tão bonita." Isso não significa que não haja muito a ser feito e o governo holandês está trabalhando para isso. A cidade proibiu aluguéis de curto prazo em certas áreas, e tem planos de impedir a atracação de navios de cruzeiro. Menos de 1 milhão de pessoas vivem em Amsterdã e 18 milhões de pessoas visitaram a cidade no ano passado John Kellerman/Alamy via BBC A cidade também trabalhou na canalização de turistas para outras cidades holandesas, como Zandvoort (a 40 km do centro de Amsterdã), renomeada "Amsterdam Beach" para dar às pessoas a sensação de que é um destino acessível. "A cidade está implementando vários projetos que promovem diferentes tipos de turismo, com ênfase em sustentabilidade, 'viagens lentas' ou a bairros menos conhecidos com projetos como '24H Noord' [parte do programa 24H Amsterdã, que dedica um dia a explorar distritos menos conhecidos e visitados da cidade] ", disse Vroegindeweij. "Não somos contra ter muitos turistas em Amsterdã. Nós apenas queremos que eles – e a cidade – experimentem algo acima do nível do turismo de massa." São Francisco A cidade costeira da Califórnia sempre atraiu turistas a sua icônica ponte Golden Gate, mas o boom tecnológico do Vale do Silício pressionou ainda mais os recursos da locais, ao mesmo tempo em que aumenta o número de turistas. No índice, São Francisco está também aparece como cidade pressionada pelo turismo. Um dos lugares de referência na cidade atualmente é a Lombard Street, conhecida como "a rua mais tortuosa do mundo" por suas curvas sinuosas e íngremes. "O engarrafamento para percorrer esse pequeno trecho se espalha pelas ruas vizinhas e bloqueia o trânsito", disse Kristine Dworkin, cuja família vive ali há gerações. "Os grupos param para tirar selfies, aparentemente sem nenhuma consciência dos carros vindo em sua direção. Os pedestres também parecem não perceber que as casas ao longo da Lombard são propriedade privada e frequentemente ultrapassam os limites dos jardins." Em resposta às reclamações, a cidade aprovou recentemente um sistema com base em pedágio, que entraria em vigor no próximo ano. Lombard não é a única rua em que os turistas chegam perto demais do conforto de residências particulares. O Alamo Square Park, no centro da cidade, fica perto das 'Painted Ladies', casas vitorianas de várias cores que datam da década de 1890 – ainda mais famosas por serem o pano de fundo da abertura da série de televisão "Full House". Moradores de São Francisco se queixam de turistas tirando selfies e enchendo a Lombard Street SF Sinibomb Images/Alamy via BBC "Em uma recente visita ao Alamo Park, meus filhos ficaram surpresos ao ver do parque pessoas que subiram até a porta da casa de Full House e tiraram fotos", disse Dworkin. "Minha filha me perguntou: 'Mãe, eles acham que não tem pessoas morando lá? Talvez eles pensem que é um cenário do programa". A cidade gera mais de US$ 9 bilhões (ou R$ 36 bilhões) com turistas anualmente, enquanto autoridades aceitam o engarrafamento e trabalham em iniciativas para limpar outras partes da cidade e torná-las mais atraentes para os visitantes. Em troca, é empatia e respeito que moradores como Dworkin gostariam de ver. Praga A capital da República Tcheca (uma cidade de apenas 1,3 milhão de pessoas) atraiu um recorde de 7,9 milhões de visitantes no ano passado. A maioria dos turistas nunca sai da área de Praga 1, do distrito da Cidade Velha, de Malá Strana (bairro menor) e da área do castelo, o que mantém os efeitos negativos contidos. "É uma pena que o centro tenha sido entregue aos turistas, mas mesmo lá os habitantes locais podem encontrar refúgio e cervejas baratas em lugares conhecidos principalmente por estudantes universitários", disse Charlie Neville, de Londres, que vive em Praga desde 2002 e trabalha na empresa turística JayWay Travel. "Nós desfrutamos de uma versão muito menos movimentada de Praga em bairros como Letná, com seu jardim com uma das melhores vistas da cidade, as avenidas arborizadas de Vinohrady, a moderna Karlin e a hipster Vrsovice". Para manter os efeitos do turismo sob controle, o conselho da cidade de Praga trabalhou para impor regras de barulho, proibiu patinetes e atualmente está trabalhando na proibição de "bicicletas de cerveja", populares triciclos movidos a pedal que circulam por cervejarias e bares no centro da cidade. Praga está entre as cidades mais turísticas do mundo Marc Dufresne/Getty Images via BBC Assim como em Amsterdã, o departamento de turismo tcheco está trabalhando para tirar as pessoas da capital. "Český Krumlov [uma cidade boêmia com castelo a 170 km ao sul de Praga] já está muito ocupada com passeios, mas a segunda maior cidade [do país], Brno, é uma alternativa agradável e sem turistas, assim como Olomouc", disse Neville. Barcelona Barcelona tem lutado nos últimos anos para gerenciar o número de turistas que caminham por suas ruas ensolaradas. Com mais de 30 milhões de visitantes no ano passado, os turistas podem exceder em muito a população local de 1,6 milhão, o que pressiona os recursos da cidade. "Os turistas me incomodam quando um grupo deles pega o ônibus do bairro – um pequeno microônibus que os moradores usam para subir para suas casas, especialmente útil para idosos e famílias com crianças, carrinhos ou pessoas carregando sacolas pesadas", disse Marta, natural de Barcelona. Laurent Veciana, proprietário da empresa de turismo ForeverBarcelona.com, diz que grandes grupos de turistas também costumam bloquear as máquinas de validação de bilhetes de metrô. "Deixe pelo menos uma máquina disponível para os locais para que eles não precisem esperar até que todo o grupo valide o ingresso para entrar". Como destino de praia, Barcelona às vezes pode atrair turistas mal comportados. "É realmente irritante quando você vê turistas jogando lixo nas ruas, ou gringos bêbados à noite vomitando", disse María José Castro, que se mudou para cá há um ano. Veciana também critica pessoas que acham que não há problema em andar nuas pelas ruas, algo que se tornou muito comum. "Existem duas praias de nudismo, se quiserem. Além disso, os homens não devem ficar sem camisa fora da área da praia." Barcelona aprovou leis que restringem certos passeios nas áreas mais movimentadas Orbon Alija/ Getty Images via BBC Os moradores dizem que os turistas podem tomar medidas básicas para não fazer sujeira e ficarem mais quietos durante a noite para aliviar parte da carga sobre os habitantes locais. O governo também trabalhou nos últimos anos em iniciativas para reduzir a tensão. Eles implementaram recentemente um novo ônibus da estação de metrô Alfons X (L4, linha amarela) para o Park Güell de Gaudi, gratuitamente, com a compra do ingresso para o parque, e trabalhou para reduzir o número de pedestres em ruas no entorno da basílica da Sagrada Família. Eles também aprovaram leis que restringem os passeios de patinetes e de bicicleta a determinadas áreas. Toronto Nem toda cidade vê o número crescente de visitantes como algo ruim. "Pessoalmente, adoro ver mais pessoas migrando para nossa grande cidade de Toronto", disse Kyle Collier, fundador da startup de tecnologia Phaze. "Eu moro em Xangai, China, então, do meu ponto de vista, Toronto tem muito espaço." Mas isso não significa que Toronto não enfrente desafios pela frente. Embora a indústria do turismo pareça pronta para receber o fluxo de visitantes, de acordo com os habitantes locais, os moradores estão sentindo a pressão. "Toronto já estava enfrentando uma escassez de moradias populares. Especialmente no centro da cidade, isso foi agravado pelo advento dos alugueis de férias", disse o morador Eric Wychopen, que escreve sobre a província no blog Ontario Away. O aumento do turismo em Toronto coincidiu com a falta de moradias populares Mark Blinch/AP "Agora é comum ver os condomínios proibindo os locatários de postarem suas propriedades para aluguel de férias. No entanto, também se sabe que alguns inquilinos ainda alugam ilegalmente suas propriedades." Respeito pelo meio ambiente seria bom, dizem os moradores. "Fazer sujeira é algo que me chateia", disse Collier. "Você certamente não gostaria que as pessoas jogassem lixo em sua casa, então por que fazer isso? Respeite o planeta e as pessoas, especialmente aquelas que você não conhece."
- Publicado em Turismo
Como Brasil pode ganhar dinheiro com turismo ecológico sem derrubar a Amazônia
Segundo especialistas, ecoturismo é uma atividade econômica ainda incipiente, porém promissora na região amazônica. Vista aérea da floresta amazônica AFP Para o professor Virgilio Viana, PhD pela universidade de Harvard e superintendente da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), "não há dúvida de que o Brasil está perdendo uma enorme oportunidade". Em evidência por causa do aumento das queimadas, o interesse internacional na Floresta Amazônica poderia ser usado "a nosso favor", segundo o especialista, por meio do estímulo ao ecoturismo na região. Ainda incipiente, essa atividade econômica tem forte potencial graças justamente ao fascínio que a beleza da floresta tropical exerce sobe visitantes. Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil disseram que o turismo autossustentável deu certo em países com florestas tropicais e se mostrou uma forma eficiente de proteger e conservar a floresta e trazer benefícios a populações locais. Na região amazônica, "o turismo ainda não possui escala econômica ou poder político para substituir o desmatamento em massa, que é a razão dos incêndios", lamenta o professor Ralf Buckley, da Universidade Griffith, na Austrália, autor de diversos livros sobre o ecoturismo no mundo. "Mas, uma vez estabelecido, o turismo é muito maior do que a indústria madeireira, agrícola ou de mineração em termos de escala econômica e geração de empregos." Buckley calcula que a indústria do turismo e de atividades ao ar livre movimente anualmente 1 trilhão de dólares (ou mais de R$ 4 trilhões) no mundo todo. Faltam, porém, estatísticas globais consolidadas sobe turismo sustentável. Apesar de a organização de turismo UNWTO, ligada à Organização das Nações Unidas, compilar dados em diversos países, o órgão não dispõe de informações específicas sobre o nicho do ecoturismo. "Não há um único modelo universalmente aplicável", pondera Buckley. "Cada país tem diferentes histórias, leis políticas, sociedades e economias." Amazônia peruana, em foto de arquivo; iniciativas de ecoturismo pagam dividendos a comunidades locais BBC Experiências na selva No entanto, há exemplos de negócios que deram certo nessa área e que poderiam servir de inspiração a novos projetos na Amazônia brasileira. É o caso do ecoturismo na Amazônia peruana, estudado de perto por Amanda Stronza, professora e codiretora do programa de ciência aplicada a biodiversidade da universidade A&M do Texas. Para ela, um dos segredos da viabilidade do modelo de turismo sustentável no Peru esteve em iniciativas de desenvolvimento que tiveram seu ponto de partida nos interesses da comunidade local. Na comunidade de Infierno, junto ao rio Tambopata e adjacente ao parque nacional de Bahuaja-Sonene, uma parceria entre uma empresa canadense e os índios da comunidade Ese-Eja resultou na construção de em um resort de luxo no anos 1990. O empreendimento é lucrativo há mais e 20 anos e paga dividendos às famílias locais por estar situado próximo à comunidade indígena. "É importante lembrar que a Amazônia não é terra selvagem desabitada, terra de ninguém como dizem. Há milhares de pessoas lá, comunidades locais que vivem lá. Esse é o território deles e qualquer empreendimento econômico tem que envolvê-los", defende Stronza. Mas ela ressalta que o turismo ecológico "é uma opção que deve ser empregada em conjunto a outras, como a extração vegetal e o manejo da agricultura familiar". Outro exemplo de sucesso no ecoturismo em floresta tropical é a Costa Rica, onde passeios de aventura e natureza estão entre os principais chamarizes de turistas estrangeiros. O pequeno país da América Central, ao norte do Panamá e ao sul da Nicarágua, obteve US$ 3,8 bilhões (R$ 15,44 bi) em renda com a indústria do turismo em 2018. O Brasil todo faturou US$ 5,9 bilhões no mesmo período. Costa Rica é exemplo de país que se tornou referência em ecoturismo EPA Apesar de o tamanho do território costa-riquenho não chegar a corresponder a 1% do brasileiro, o país recebeu em 2018 mais de 3 milhões de turistas, quase metade do total de 6,6 milhões de visitantes que foram ao Brasil. O turismo corresponde a mais de 6,4% do Produto Interno Bruto do país. "A Costa Rica é um excelente modelo", elogia Virgilio Viana, da FAZ. 'Pousada do Garido' A própria Fundação Amazônia Sustentável ajudou a orientar projetos que já vingaram nessa área, sempre com participação da população local. Como exemplo, cita a Pousada do Garido e o restaurante Sumimi, no Estado do Amazonas. A hospedaria envolve sete famílias e garante um faturamento médio mensal bruto por família de R$ 11.200, e o restaurante chega a alcançar faturamento bruto médio por família de R$ 18.842. "Há histórias muito legais. Na região do Tumbira teve um ex-madeireiro que virou dono de pousada. Isso foi uma revolução", conta Viana. "Recentemente, inauguramos mais uma pousada no rio Uatumã que é de uma comunidade que já tem dez pequenas pousadas ligadas à pesca esportiva. No ano passado eles tiveram um faturamento bruto de mais de RS$ 5 milhões, que para esse mundo ali são valores espetaculares", diz. Segundo a presidente da Amazonastur, Roselene Silva de Medeiros, o turismo de base comunitária faz parte da estratégia turística da região. "Queremos receber mais gente, sim, e expandir esse tipo de projeto", afirma. Restaurante Sumimi, de Neurilene Cruz, é um dos empreendimentos financiados no Amazonas Bruno Fujii / FAS "Há ações para desenvolver o turismo de base comunitária na região do Baixo Rio Negro e do turismo de pesca esportiva no Alto Rio Negro, nos município de Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro." Infraestrutura Para Ralph Buckley, um dos grandes desafios do incremento do turismo sustentável na Amazônia está num passo básico: a criação de uma estrutura adequada. "A indústria do turismo poderia ter escala, mas ainda não tem. Porque o turismo cresce lentamente e precisa de infraestrutura para transportar as pessoas", diz. Segundo Buckley, "falta conectividade confortável pública". "Se você é um barão de petróleo, madeira ou gado, poderá entrar em um helicóptero e levar uma frota de escavadeiras para abrir uma estrada. Mas se você é só um turista, não pode circular com segurança e facilidade", diz. Ele mesmo visitou a Amazônia e resume a experiência: "A parte da floresta amazônica do Equador e do Peru tem melhor infraestrutura de turismo. No Brasil, você voa até Manaus, mas e daí faz como? Há apenas rios! Há muito turismo fluvial no rio Negro. Mas, para se ir além, até as partes intocadas da floresta, onde verdadeiramente está a vida selvagem, não é fácil. Isso leva dias em barcos pequenos ou eventualmente até em canoas indígenas". Para Virgilio Vinana, uma opção para melhorar as conexões na floresta seria a construção de ferrovias. Apesar de ter um custo de construção mais elevado do que o de uma estrada, a ferrovia é mais barata no longo prazo porque têm menor manutenção, cobrindo melhor as grandes distâncias e resistindo às condições extremas do clima amazônico. A abertura de ferrovias, no entanto, traria duros impactos aos ecossistemas locais. Mas a abertura de autoestradas, segundo o especialista, levaria a um desmatamento mais amplo, porque às margens do caminho costumam se desenvolver novas ocupações. É um efeito chamado "espinha de peixe", onde a estrada principal desencadeia a abertura de ramificações laterais irregulares na selva. Pousada no Amazonas; para estudioso do tema, estrutura adequada e sustentável para turistas ainda é desafio na Amazônia Dirce Quintino / FAS De olho nos alemães Mas a Embratur, agência de promoção do turismo no Brasil, está de olho no problema da conectividade, e quer facilitar a chegada de turistas europeus à região amazônica – em particular, os alemães, tentando ajudar na viabilização de voos direto da Europa com a companhia aérea Condor. Os números indicam que os turistas alemães têm um perfil de particular interesse para o segmento sustentável, porque a maioria deles prefere florestas à praias. Dos 209 mil alemães que visitaram o país no ano passado, segundo o órgão, 32,4% o fizeram a lazer, 16,5% a trabalho e 51,1% por outros motivos. Entre as motivações da viagem, 45,1% expressaram o intuito de praticar ecoturismo e aventura, optando por sol e praia em apenas 24,9% das vezes. Trazer mais turistas aumenta as chances de estimular o apetite por parcerias no mercado do ecoturismo e tirar proveito do conhecimento europeu em tecnologia de mobilidade. Apesar de o ecoturismo ser a principal motivação dos visitantes estrangeiros que chegam à região amazônica, em números absolutos a participação de visitantes de fora é pequena: das 6,62 milhões de chegadas de estrangeiros ao país em 2018, 143 mil foram registradas em Estados do bioma amazônico – e destas, boa parte foram de venezuelanos, o que sugere que as estatísticas podem apresentar uma distorção devido à recente crise humanitária-migratória no país vizinho.
- Publicado em Turismo
Greve de pilotos obriga British Airways a cancelar quase 100% dos voos no Reino Unido
Companhia opera quase 850 voos por dia no Reino Unido, a maioria com decolagem dos aeroportos de Heathrow e Gatwick, em Londres. Imagem de arquivo mostram aeronaves da British Airways paradas no aeroporto de Heathrow, em Londres Frank Augstein/AP A companhia aérea British Airways (BA) anunciou nesta segunda-feira (9) o cancelamento de quase todos os voos no Reino Unido, no primeiro dia de uma greve de pilotos para reivindicar salários melhores. "Não temos escolha a não ser cancelar quase 100% de nossos voos", anunciou a companhia em um comunicado. A British Airways afirma que foi obrigada a tomar a decisão por causa da falta de informações fornecidas pelo sindicato Balpa sobre o número de pilotos que estão em greve. A paralisação pode afetar dezenas de milhares de passageiros: a companhia opera quase 850 voos por dia no Reino Unido, a maioria com decolagem dos aeroportos de Heathrow e Gatwick, em Londres. A British Airways já havia alertado os clientes sobre cancelamentos de voos nesta segunda-feira em consequência da greve. A empresa, que pertence ao grupo IAG, que também inclui espanhola Iberia e a irlandesa Aer Lingus, propôs aos passageiros a devolução do dinheiro ou a mudança das reservas para outras datas. Esta é a primeira greve convocada pelos pilotos da British Airways, que deve seguir na terça-feira e ter uma terceira jornada em 27 de setembro. Quase 93% dos pilotos da BA que são membros do sindicato Balpa votaram a favor da paralisação. Voos com partida do Brasil No Brasil, voos com destino para Londres também foram cancelados. No Aeroporto Internacional de Guarulhos, o sistema informa o cancelamento do voo 0246, que estava marcado para as 15h30. "A British Airways informou ao GRU Airport que suspenderá, por 48h, seu único voo diário para o Reino Unido. As demais companhias aéreas que oferecem voo para o Reino Unido mantêm suas operações regularmente", informou a concessionária que administra o aeroporto. No Aeroporto Internacional do Galeão, o voo diário com destino para Londres, marcado para 21h50, também foi cancelado. "Hoje, estão canceladas a chegada e a partida do voo. E para amanhã, está prevista apenas a partida", informou a concessionária RIOgaleão.
- Publicado em Turismo
Aigle Azur e Azul Linhas Aéreas são notificadas por cancelamentos de voos
Procon-SP quer explicações desde que os voos Paris-Campinas foram cancelados depois que a Aigle Azur entrou com pedido de recuperação judicial. Segundo órgão, turistas relatam que compra de bilhetes foi feita por meio da Azul. Aeronave é um Airbus A332 da companhia francesa Aigle Azur, mas é operado sob responsabilidade da Azul Linhas Aéreas no Brasil Reprodução/EPTV O Procon-SP notificou a companhia aérea francesa Aigle Azur, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras e a APG Brazil – agência que comercializa passagens aéreas – para que esclareçam em 72 horas sobre a suspensão de dezena de voos desde que a companhia europeia entrou com pedido de recuperação judicial. Todos os voos Paris-Campinas foram cancelados subitamente na quinta-feira (5). Os que sairiam da capital francesa rumo a Mali e Portugal também. Os trajetos à Ucrânia e Argélia, principal rota da companhia, estão bastante afetados. Todas as vendas de passagens a partir de 10 de setembro foram suspensas. Em comunicado, o Procon-SP diz que consumidores brasileiros relatam que a aquisição de passagens foi feita por meio da Azul Linhas Aéreas e que não estão conseguindo solução para o problema com a empresa brasileira. Segundo a BBC, milhares de brasileiros que haviam comprado passagem ficaram sem o bilhete – e muitos deles não receberam o reembolso do valor pago. Também de acordo com a BBC, a Aigle Azur, sem dinheiro, afirma que não conseguirá indenizar nem sequer repatriar os viajantes que já haviam utilizado a passagem de ida para algum dos destinos que eram oferecidos, a maioria na África. De acordo com o procedimento de recuperação, enquadrado pela justiça comercial francesa, a empresa tem o prazo até segunda-feira (9) para conseguir um comprador e evitar a falência. Os últimos 44 voos partiram na sexta-feira (6) do aeroporto de Orly, num clima de desolação tanto de funcionários, quanto de passageiros. O que o Procon-SP quer saber Agora notificadas, as empresas deverão esclarecer em 72 horas qual a natureza do contrato entre a francesa Aigle Azur e a Azul Linhas Aéreas e que tipo de serviços foram definidos pela parceria. Também precisam explicar quantas passagens foram comercializadas através da parceria que foram objeto de suspensão. "Deverão informar também quais medidas estão sendo adotadas para garantir o cumprimento dos serviços contratados, quantos consumidores já foram atendidos e que tipo de solução foi proposta", diz comunicado do Procon-SP. Segundo o órgão, a resposta das empresas será analisada pela diretoria de fiscalização, que poderá ou não abrir um processo administrativo. Em nota enviada ao G1, a Azul garantiu que vai prestar esclarecimentos ao Procon-SP e disse que interrompeu sua parceria com a Aigle Azur há alguns meses, não comercializando mais os voos de Viracopos para Paris. O comunicado ainda reforça que não há nenhum cliente da Azul nos voos cancelados. "A Azul também orienta os passageiros que adquiriram suas passagens diretamente com a Aigle Azur que contatem a empresa para tratativas de ressarcimento ou reacomodação, por e-mail ou telefone, já que a Aigle não mantém atendimento presencial nos aeroportos", diz a empresa. 'Resgate' das concorrentes Segundo a BBC, as companhias Air France, Vueling e Transavia se disponibilizaram a oferecer "tarifas preferenciais" para os clientes afetados pela crise da Aigle Azur. Diante dos transtornos, o governo francês interveio para negociar, junto a outras companhias, alternativas para levar para casa milhares de clientes da Aigle Azur. A prioridade é viabilizar o retorno de passageiros bloqueados na Argélia e em Portugal. Paris também se envolveu nas negociações para que um comprador da empresa concretize a aquisição, possível até segunda-feira (9), conforme o prazo estabelecido pela justiça comercial. O ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, afirmou que existe “uma oferta principal” de compra, mas não deu mais detalhes. “Quero que dê certo e não quero enfraquecer as discussões que estão em curso”, justificou. Segundo a imprensa francesa, os compradores potenciais são Gérard Houa, um acionista minoritário da Aigle Azur, a Air France ou ainda Lionel Guérin e Philippe Micouleau, ex-dirigentes da Air France.
- Publicado em Turismo