Manchas de óleo: desastre afeta reservas, turismo e comunidades pesqueiras
Petróleo que contamina praias do Nordeste desde o final de agosto tem efeitos negativos na pesca, fauna e no turismo. Causa do vazamento ainda é desconhecida. Mancha de óleo é vista em praia vizinha à foz do Rio São Francisco Simone Santos/Projeto Praia Limpa As manchas de óleo que afetam as praias do Nordeste desde o final de agosto trouxeram problemas para o turismo e para o meio ambiente. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o óleo já atingiu 150 localidades em 68 municípios de todos os 9 estados do Nordeste. Até o último balanço, 12 unidades de conservação ambiental já haviam sido atingidas. Pelo menos 22 animais foram contaminados até quarta-feira (9), de acordo com o balanço do Ibama. Desses, 13 foram encontrados mortos ou morreram depois de capturados. Lista de praias atingidas pelas manchas de óleo no Nordeste O ecossistema costeiro no Nordeste é considerado muito frágil por conter uma grande variedade de paisagens, com manguezais, enseadas rochosas e recifes de corais. O turismo também já foi afetado. Comerciantes relatam queda de até 40% no movimento das praias desde o início da contaminação. Veja abaixo os principais impactos causados pelas manchas de óleo no Nordeste: Meio ambiente Em Praia do Forte, região turística da cidade de Mata de São João, mancha de óleo afetou recifes Arquivo pessoal O impacto da contaminação por petróleo nas localidades atingidas ainda está sendo estudado, mas pesquisadores alertam para a dimensão da crise ambiental. "Nunca vimos no Brasil um desastre de tal magnitude, que afeta uma área tão extensa. O dano pode ser irreparável e os ecossistemas levarão anos para se recuperar", diz a oceanógrafa Maria Christina Araújo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em entrevista à RFI. Araújo destaca ainda que o processo de recuperação das áreas afetadas pode ser longo e caro. "Isso exigirá um investimento não apenas financeiro, mas também em pessoal e logística. É impossível obter resultados a curto prazo." Nesta quinta-feira (10) o óleo atingiu uma área de conservação, a Reserva Extrativista (Resex) Cururupu, no Maranhão. A reserva é formada por 15 ilhas, tem 185 mil hectares e foi delimitada em 2004 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O lugar abriga espécies ameaçadas, como o peixe-boi marinho, e tem mais de 90% de seus manguezais preservados. Ao todo já foram atingidas 12 unidades de conservação do ICMBio: Área de Proteção Ambiental Barra do Rio Mamanguape (PB) Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (PE) Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba (PI) Área de Proteção Ambiental Piaçabuçu (AL) Área de Relevante Interesse Ecológico manguezais da Foz do Rio Mamanguape (PB) Parque Nacional Jericoacoara (CE) Parque Nacional Lençóis Maranhenses (MA) Reserva Biológica Santa Isabel (SE) Reserva Extrativista Acaú-goiana (PB) Reserva Extrativista Cururupu (MA) Reserva Extrativista Marinha Lagoa do Jequiá (AL) Reserva Extrativista Prainha Canto Verde (CE) Fauna Tartaruga atingida por vazamento de óleo Divulgação/Instituto Verdeluz As tartarugas marinhas são os animais mais vulneráveis às manchas de óleo. Dentre os 22 espécimes atingidos segundo o Ibama, 21 são tartarugas. Pelo menos três variedades já foram contaminadas: a tartaruga verde, a tartaruga oliva e a tartaruga cabeçuda. Na segunda-feira (7) o Projeto Tamar suspendeu a soltura de filhotes de tartarugas na praia por conta da contaminação que atingiu os municípios de Conde e Jandaíra, no Litoral Norte da Bahia. O Ibama, em conjunto com o Tamar, fez rondas noturnas na região para monitorar a desova das tartarugas. Os animais que estão oleados são limpos antes do retorno ao mar. Ali, pelo menos 79 filhotes foram remanejados e soltos pelo Projeto Tamar em praia limpa. Além da Bahia, autoridades estão atuando para proteger a desova de tartarugas também no Sergipe. Na Reserva Biológica Santa Isabel vários ninhos foram protegidos pelo ICMBio, em parceria com o Tamar. A atividade consiste na identificação dos ninhos e recolhimento dos filhotes logo após o nascimento, seguida pela transferência dos animais para tanques e, depois, a liberação das tartarugas no mar em praia limpa. Turismo Manchas de óleo surgiram no Litoral de Alagoas Reprodução/TV Gazeta Moradores que dependem do turismo já observam os efeitos das manchas de óleo no movimento de visitantes. Na praia de Guarajuba, em Camaçari, região metropolitana de Salvador, grandes quantidades da crosta do óleo tomam conta da faixa de areia e o cheiro forte incomoda banhistas e atrapalha a venda dos barraqueiros. Em Itacimirim os barraqueiros se juntaram para retirar as manchas de óleo que apareceram na costa litorâneo e assim não afastar os turistas. Em Fortaleza, o movimento caiu cerca de 40% no fim de semana, segundo a Associação dos Empresários da Praia do Futuro (AEPF). Na barraca Itaparika, um dos maiores empreendimentos da região, a queda na frequência de clientes chegou a 50%. Pesca Manchas de petróleo chegaram à praia de Arembepe, Bahia Arquivo Pessoal Comunidades de pescadores temem que a contaminação por óleo chegue aos peixes e prejudique a economia local. Na Bahia, a praia de Arembepe foi atingida pelas manchas de óleos. Trabalhadores da região já deixam de pescar por conta da poluição da água. “A gente não pode comer o peixe mais, porque a água está toda suja. Há 15 dias apareceu uma nata de óleo e agora apareceu esse betume. A gente nem arrisca entrar na água”, disse o pescador Antônio da Paz. No mesmo estado, pescadores da praia de Poças aposentaram as redes quando grandes placas de óleo passaram a se acumular nas pedras e na areia. “Não podemos pegar os peixes, eles estão contaminados e não podemos vender”, disse o pescador Maicon Nascimento. Balneabilidade A ocorrência de óleo na faixa de areia faz com que diversos trechos do litoral nordestino sejam considerados impróprios para banho. Na praia do Futuro, em Fortaleza, capital do Ceará, 10 dos 11 trechos analisados foram reprovados.
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Incêndio no Parque Nacional da Serra do Cipó consome quase quatro mil hectares
O fogo começou na última terça-feira (8), fora dos limites do parque, em uma região conhecida como Mata das Flores, em Itabira, na Região Central do estado. Incêndio atinge Parque Nacional da Serra do Cipó, em MG O fogo que atinge o Parque Nacional da Serra do Cipó, em Itabira, na Região Central de Minas Gerais, já queimou mais de 3,5 mil hectares desde esta terça-feira (8) quando o fogo começou. A área total da unidade de conservação é de 33.800 hectares. O parque protege hoje diversas espécies da flora e da fauna brasileiras ameaçadas de extinção “ Essa estimativa de área queimada pode ser muito maior porque aguardamos as informações por satélite. O incêndio se espalhou em várias frentes por causa dos fortes ventos, mas as brigadas conseguiram conter a linha de fogo , evitando que as chamas chegassem na áreas mais visitadas do parque", disse o gestor do parque, Leandro Pereira Chagas. Incêndio interrompe atividades no Parque Nacional da Serra do Cipó Reprodução/Corpo de Bombeiros Por questões de segurança, a visitação está suspensa temporariamente. O incêndio começou fora dos limites do parque, em uma região conhecida como Mata das Flores. Na tarde de quarta-feira (9), brigadistas receberam auxílio de militares do Corpo de Bombeiros que realizavam um treinamento próximo à parte alta do parque, tradicional ponto de apoio aos praticantes de travessias. Incêndio interrompe atividades no Parque Nacional da Serra do Cipó Reprodução/Corpo de Bombeiros Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo se alastrou e chegou à Serra da Bandeirinha, na parte superior da Cachoeira da Farofa, um dos principais pontos turísticos do Parque Nacional da Serra do Cipó. Nesta sexta-feira, cerca de 70 brigadistas, um helicóptero e dois aviões trabalhavam no combate às chamas. Cachoeira da Forofa no Parque Nacional da Serra do Cipó Rafael Aquino Nogueira/ICMBio
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Empire State, em Nova York, reabre observatório no 102º andar
Atração estava fechada para reformas desde janeiro deste ano. Com as obras, visitantes terão vista em 360 graus para a cidade. Vista do observatório do Empire State Divulgação O Empire State Building, um dos edifícios mais famosos de Nova York, reabriu neste sábado (12) o mirante do 102º andar. O local estava fechado para obras desde janeiro. A revitalização do local incluiu a retirada de todas as obstruções à vista dos visitantes. O valor das obras não foi divulgado. Tiroteio deixa mortos e feridos em Nova York, nos EUA “O observatório do 102º andar é a joia da coroa do Empire State. Removemos todos os obstáculos, dando aos visitantes acesso a uma visão central e incomparável de Nova York”, disse, em nota, Anthony Malkin, diretor-executivo da Empire State Realty Trust, que administra o edifício. Vista do Empire State Building, em imagem de arquivo Reuters Quem visita o observatório do 102º andar precisa pegar um acesso exclusivo, que parte do mirante mais baixo, no 86º andar. O trajeto é feito em um elevador panorâmico. Ao chegar, os visitantes podem observar a cidade através de 24 janelas de vidro de 2,5 metros de largura. Elas dão uma vista de 360 graus para a cidade. Segundo a administradora, em um dia limpo, a visibilidade chega a quase 130 km. O observatório também ganhou uma entrada exclusiva, na Rua 34. O acesso é separado daquelo usado pelos condôminos do edifício. O ingresso para o mirante do 102º andar custa US$ 58 (o equivalente a R$ 237). Para o observatório inferior, do 86º andar, a entrada sai por US$ 38 (R$ 155, na conversão simples).
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Parque Serra do Cipó é reaberto após controle de incêndio
Direção da reserva disse que a estimativa mais recente é que em torno de 4,5 mil hectares foram queimados. O dado final virá do satélite em cerca de 48 horas. Incêndio destruiu parte da vegetação do Parque Nacional da Serra do Cipó, na Grande BH Corpo de Bombeiros/Divulgação O Parque Nacional Serra do Cipó foi reaberto, na manhã desta segunda-feira (14), depois de o incêndio em Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ter sido debelado na noite de sábado (12). "Já estamos recebendo visitantes", disse o diretor do parque Leandro Pereira Chagas. O incêndio que destruiu parte da Serra do Cipó foi extinto por brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e por militares do Corpo de Bombeiros. De acordo com Chagas, a estimativa é que em torno de 4,5 mil hectares, dos 33 mil hectares totais, tenham sido queimados. O dado final virá do satélite em cerca de 48 horas. A autoria das chamas ainda é desconhecida, mas já se sabe que o fogo começou em uma área externa ao Parque, numa região conhecida como Jacuba. Possivelmente, a partir do fogo colocado para renovação de pastagem. Com relação à recuperação da área, Chagas afirmou que, se mais nada acontecer, a natureza ficará encarregada de se recuperar sozinha. O diretor do parque informou também que os impactos sobre as espécies de fauna e flora, além do custo de combate ao fogo, ainda serão apurados. Parte do Parque Nacional da Serra do Cipó, na Grande BH, foi consumida pelo fogo Corpo de Bombeiros/Divulgação
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Brasileiros que cruzam Américas de moto enfrentam ameaças para entrar no Equador
Rodolfo de Medeiros e Claudinei Batista saíram dos EUA em 10 de setembro e pretendem cruzar 14 países até chegar ao Brasil. Eles foram abordados quando tentavam cruzar fronteira entre Colômbia e Equador, e só conseguiram atravessar à noite, por atalho no meio do mato. Rodolfo de Medeiros e Claudinei Batista, durante trecho da viagem pelas Américas Rodolfo de Medeiros/Arquivo pessoal Dois brasileiros que saíram dos EUA em uma aventura de moto rumo ao Brasil, passando por 14 países, enfrentaram ameaças para conseguir entrar no Equador nesta segunda-feira (7). Ao tentar atravessar a fronteira com a Colômbia, foram abordados por um grupo que participava de protestos contra o governo e tiveram que fugir, se abrigando em um posto do exército. Eles só conseguiram chegar ao país à noite e cruzando um caminho no meio do mato, guiados por um morador da região. “Fizemos o processo de migração no Equador, mas nem conseguimos entrar. Logo em seguida apareceu uma caminhonete cheia de uns caras armados com uns ferros, tentando bater nas motos. Conseguimos escapar por pouco, entramos em uma guarita do exército e demos um tempo ali até abaixar os ânimos. Ficamos na aduana, a Colômbia fechou a fronteira e ficamos horas esperando para seguir viagem”, explica Claudinei Batista, de 42 anos, sobre a primeira tentativa. A moto de Claudinei Batista, no posto do exército na fronteira entre Colômbia e Equador, na segunda-feira (7) Rodolfo de Medeiros/Arquivo pessoal Ao lado do amigo Rodolfo de Medeiros, ele saiu de Miami, nos Estados Unidos, no dia 10 de setembro, com a previsão de chegar a Imbituba, em Santa Catarina, onde moram, cerca de 50 dias depois. Ele conta que os dois já passaram por México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá e Colômbia, e só agora, ao tentar ingressar no Equador, enfrentaram dificuldades. “Antes de chegar na fronteira já estávamos com pouca gasolina e os postos já não tinham mais combustível. A gente conseguiu porque um cara arranjou com alguém um galão, alguém que tinha estocado em casa. Pagamos caríssimo (cerca de R$ 70) e mesmo assim foram só três litros”, diz. Claudinei e Rodolfo conseguiram comprar apenas um galão de gasolina na Colômbia, antes de cruzar a fronteira com o Equador Rodolfo de Medeiros/Arquivo pessoal Voltar para a Colômbia, segundo ele, não parecia uma boa opção. “A intenção é ir para a frente, a gente não pode voltar. Não é que não pode, mas o interessante é seguir viagem”, afirma. Ele lembra ainda que a cidade colombiana mais próxima também não oferecia muita estrutura para permanecerem. Seguindo indicações dos militares, a dupla decidiu esperar anoitecer para tentar um caminho alternativo para cruzar a fronteira, mais “escondido”. Ainda assim, enfrentaram novas ameaças. Claudinei Batista, durante trecho da viagem pelas Américas Rodolfo de Medeiros/Arquivo pessoal “Derrubaram árvores para bloquear o caminho, interditaram tudo. Quando tentamos passar, ameaçaram bater nas rodas das motos com vergalhões e eu gritei ‘Brasil, Brasil’, expliquei nossa viagem, mas eles responderam ‘regressa, regressa’, não teve conversa, tivemos que voltar”, conta Batista. O problema é que, desta vez, o posto da fronteira estava fechado e, já do lado equatoriano, eles não tinham mais onde ficar. A salvação veio na forma de um morador da região que conhece todos os atalhos. A moto de Rodolfo de Medeiros, durante trecho da viagem pelas Américas Rodolfo de Medeiros/Arquivo pessoal “Um cara que mora ali perto tem uma motinho, pagamos 35 mil pesos (uns R$ 50) e ele nos guiou pelo meio do mato, foi um caminho de mais ou menos uma hora, e conseguimos finalmente chegar a uma cidade, Nueva Loja. Achamos um hotel para passar a noite e vamos ver se amanhã cedinho conseguimos achar mais gasolina e partir para chegar ao Peru”, conclui, agora mais tranquilo.
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Turistas de excursão improvisam refeições e estadia no pátio da Basílica de Aparecida
Fieis que vão em excursões ao Santuário de Aparecida acabam improvisando serviços necessários para esticar o passeio – seja por economia ou praticidade. Turistas de excursão improvisam almoço no pátio da Basílica de Aparecida Reprodução/ TV Vanguarda Da hora de comer até o momento do descanso, turistas que vão em excursões de ônibus ao Santuário de Aparecida (SP) acabam improvisando os serviços necessários para esticar o passeio – seja como uma forma de economizar ou mesmo pela praticidade por se tratar, geralmente, de grandes grupos. Só em 2018 o santuário recebeu mais de 12,6 milhões de romeiros. De olho nesses números, eles se tornam público-alvo de serviços igualmente improvisados na cidade, como o banho para o turista de um dia (leia mais abaixo). Na área de estacionamento, que tem capacidade para abrigar 2 mil ônibus e 3 mil carros, os espaços entre os veículos são ocupados por almoços coletivos com churrasco, financiado coletivamente. Os bagageiros viram um banco para a hora do almoço ou para acompanhar uma apresentação de samba, na qual os passageiros se dividem entre os músicos e a plateia. Basílica em Aparecida no último fim de semana antes do Dia da Padroeira Os bagageiros dos coletivos também se transformam em uma formação similar a de um hotel improvisado, onde as camas são substituídas por colchonetes e o calor é combatido com ventiladores portáteis. “Aqui a gente fica bem à vontade. É como se fosse o quintal da nossa casa mesmo. Todo mundo aqui é família, amigo, se reúne. Cada um faz um pouquinho e fica essa ‘bagunça’ toda”, disse o barbeiro Fábio Melo, de São Paulo. Irmãs Rosiele e Roseane Barreto são conhecidas como 'Gêmeas do Banho' e atendem turistas de um dia que vão ao Santuário de Aparecida Suellen Fernandes/ G1 'Gêmeas do Banho' Conhecidas popularmente como ‘gêmeas do banho’, as irmãs Rosiele e Roseane Barreto atendem há 32 anos os turistas de um dia que querem tomar um banho. As duas herdaram o comércio do pai, PM aposentado, que trabalhava como barbeiro. Elas contam que um dia deixou que um romeiro tomasse banho depois de um corte. Ele chamou a excursão onde estava e todos pagaram por uma ducha depois de horas de caminhada pelo Santuário. Ali começava o comércio que hoje é o sustento da família. “A gente recebe aqui pessoas que vieram um dia ainda bebês e hoje já são casadas. São anos de tradição com a gente. Eles contam aos outros na excursão e assim a gente enche a casa”, conta Rosiele. De dois chuveiros, hoje a casa de banho conta com nove boxes. "A pessoa vem a pé, cavalo ou moto e passa o dia no Santuário. No fim, quer tomar um banho e vem aqui. Alguns estão em hotéis em que você só paga a refeição e não tem acesso ao banheiro ou quarto. Então, atendemos aqui”, diz Roseane
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Com cartão-transporte, moradores de Curitiba pagam R$ 4,50 na Linha Turismo até 20 de dezembro
Tarifa da linha especial custa R$ 50. Preço diferenciado vale para terças, quartas e quintas-feiras e é pago a cada embarque. Medida quer incentivar o uso da Linha Turismo por moradores de Curitiba Luiz Costa/SMCS Com o cartão-transporte, moradores de Curitiba vão pagar R$ 4,50 na Linha Turismo até 20 de dezembro. A medida começa a ser praticada no dia 15 de outubro. A tarifa da linha especial custa R$ 50. Para turistas, o preço cheio será mantido. O preço diferenciado vai valer para terças, quartas e quintas-feiras e deve ser pago a cada embarque. A mudança ocorre a partir de um decreto assinado pelo prefeito Rafael Greca (DEM), em 30 de setembro. A iniciativa faz parte de um projeto chamado "Primavera" e, por isso, a data para que os moradores da cidade usem o benefício vai até o fim da estação. As regras para o embarque O passageiro pode desembarcar e embarcar novamente em outro veículo da Linha Turismo, respeitando o intervalo de 30 minutos. Nesse período, pode-se passear no ponto turístico e, então, voltar para pegar outro ônibus da linha. De acordo com a prefeitura, a utilização do cartão-transporte pagando a tarifa de R$ 4,50 só é válida para quem comprar os créditos depois da publicação do decreto. Para turistas, a tarifa do ônibus especial continua custando R$ 50 Luiz Costa/SMCS Nº de passageiros A estimativa da Urbanização de Curitiba (Urbs) é de que, com a medida, a linha receba 12 mil passageiros a mais por mês. Os picos de usuários no ônibus especial costumam ser nos meses de férias. Neste ano, 71,4 mil pessoas usaram a Linha Turismo em janeiro. No mês de julho, o número foi ainda maior: 81,4 mil. De janeiro a agosto, conforme a administração municipal, a Linha Turismo teve 371 mil passageiros. O roteiro O roteiro da Linha Turismo começa na Praça Tiradentes, mas é possível entrar no ônibus em qualquer um dos pontos. O ônibus especial passa por 26 pontos turísticos da cidade e circula a cada 30 minutos. O percurso de aproximadamente 45 quilômetros dura cerca de três horas. Confira os horários. Pontos de parada Praça Tiradentes Rua das Flores Rua 24 Horas Praça Rui Barbosa Museu Ferroviário Teatro Paiol Jardim Botânico Rodoferroviária / Mercado Municipal Teatro Guaíra / Universidade Federal do Paraná Paço da Liberdade Passeio Público / Memorial Árabe Centro Cívico Bosque do Papa / Memorial Polonês Museu Oscar Niemeyer Bosque Alemão Universidade Livre do Meio Ambiente (UNILIVRE) Parque São Lourenço Ópera de Arame Parque Tanguá Parque Tingui Memorial Ucraniano Portal Italiano Santa Felicidade Parque Barigui Torre Panorâmica Setor Histórico Cartão para o turista Os turistas que queiram usar o ônibus especial precisam comprar um cartão-turismo individual. A compra é feita no próprio ônibus. O cartão-turismo dá direito e embarques ilimitados na Linha Turismo por 24 horas. Linha Turismo passa por 26 pontos turísticos de Curitiba Luiz Costa/SMCS Veja mais notícias do estado no G1 Paraná.
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Lista de praias atingidas pelas manchas de óleo no Nordeste
Origem é desconhecida, mas autoridades afirmam que se trata de petróleo cru, que não é produzido no Brasil. Desde o fim de agosto e início de setembro, diversas manchas de óleo têm aparecido em praias do Nordeste. Segundo o último balanço do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), divulgado na noite desta quarta-feira (9), 139 localidades foram atingidas. No total, 63 municípios foram afetados em todos os 9 estados do Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Manchas de óleo no Nordeste: o que se sabe sobre o problema Presidente da Petrobras diz que óleo no Nordeste não dá sinais de estar retrocedendo Uma investigação do governo federal aponta que o óleo que está poluindo as praias têm a mesma origem, mas ainda não é possível afirmar de onde ele viria. Segundo a Petrobras, trata-se de óleo cru, que não é produzido no Brasil. Evolução da contaminação por petróleo nas praias do Nordeste. Dados consolidados até 8/10, segundo o Ibama Arte/G1 Confira a lista com locais atingidos, segundo o Ibama: Localidades afetadas pelas manchas de óleo avistadas no Nordeste Initial plugin text
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A ilha paradisíaca que quer seus turistas de volta
Cinco meses depois de ataques a bomba no país, Sri Lanka ainda espera pelo retorno dos turistas. Destino tradicional para europeus e asiáticos, as praias do Sri Lanka recebem um fluxo muito menor de turistas após ataques de abril deste ano BBC Os ataques suicidas que aconteceram no Sri Lanka, durante o domingo de Páscoa em abril, mataram mais de 250 pessoas — e colocaram em ameaça a indústria do turismo local. Entretanto, depois de cinco meses, há uma luz do fim do túnel, como conta Anbarasan Ethirajan, da BBC, em Colombo. Há mais de trinta anos, Mary Fernando vende roupas aos turistas na praia de Negombo, nas proximidades da capital. Carregando sacolas cheias de peças, ela vai de um grupo a outro de turistas tentando persuadi-los a comprar seus lenços, roupas leves e de praia. Ela faz parte das dezenas de mulheres locais que vendem seus produtos na praia, região repleta de resorts e hotéis. Os ganhos servem de ganha-pão para suas famílias — e os estrangeiros são seus principais clientes. Mas os turistas se afastaram do Sri Lanka desde o último domingo de Páscoa, em abril. À época, um grupo extremista islâmico atacou hotéis de luxo e igrejas em Colombo e na parte leste do país. Entre os mortos nos ataques a bomba havia 42 estrangeiros. Nas semanas seguintes ao ocorrido, o número de turistas diminuiu em até 70%. "Há menos turistas agora, e minha renda já diminuiu em dois terços. É uma luta para vender até US$ 20 em roupas hoje em dia, então espero que os turistas voltem logo", diz Mary Fernando. Garotos são vistos brincando na praia, em Colombo, no Sri Lanka Dinuka Liyanawatte/G1 O impacto foi devastador: o marido dela é pescador, e no período de quatro a cinco meses em que as condições do mar impedem seu trabalho, é a renda de Mary Fernando que sustenta a família. A recuperação econômica do Sri Lanka, desde maio de 2009, foi uma boa notícia depois de cerca de trinta anos da guerra civil entre o exército e o grupo separatista Tamil Tigers. Essa melhora ocorreu, em grande parte, graças às praias, montanhas e vida selvagem do país. Resorts e hotéis espalharam-se rapidamente pela região costeira e por outros pontos turísticos, criando dezenas de milhares de empregos. No ano passado, o Sri Lanka havia atraído um recorde de 2,2 milhões de visitantes, lucrando o equivalente a 18 bilhões de reais. O guia de viagens Lonely Planet classificou o país como o melhor destino turístico para 2019. Então, quando os ataques aconteceram, isso pegou a todos de surpresa. Conforme as imagens do massacre e do pesar diante do ocorrido eram transmitidas para o mundo todo, muitos países emitiram alertas de segurança sobre a situação no Sri Lanka. Turistas cancelaram viagens aos montes. A indústria hoteleira e seus empregados foram alguns dos que mais sofreram com essa crise. As estimativas dão conta de que milhares de funcionários foram considerados "redundantes", ou não conseguiram renovar seus contratos temporários. Jilan Rajitha, da cidade litorânea de Bentota, no sudoeste do país, estava trabalhando no mesmo hotel há três anos. De repente, sua vida mudou. "Eu perdi meu emprego logo depois dos ataques no domingo de Páscoa. Houve cancelamentos imprevistos e 50 de nós fomos dispensados pelo hotel. Eu estou tentando me sustentar com aulas de surfe, mas — como você pode ver — não há muitos turistas", diz Rajitha, apontando para a praia paradisíaca. O local está praticamente deserto, exceto por alguns visitantes correndo ou caminhando sobre a areia dourada. Mas não são apenas os hotéis e suas equipes que sofreram o impacto. Guias turísticos, funcionários de restaurantes e companhias de viagem também foram afetados pela crise inesperada. Agora, a situação parece melhorar aos poucos, cinco meses depois dos ataques. Os alertas de segurança foram retirados e o Sri Lanka saiu do estado de emergência. Percebendo o perigo à indústria de turismo, o governo local tomou algumas medidas. "Hoteleiras que tenham feito empréstimos não precisam pagar o valor obtido nem os juros por um ano. Novos empréstimos têm sido feitos com taxas menores para o capital de giro", diz Upali Ratnayake, o diretor geral da Autoridade pelo Desenvolvimento do Turismo do Sri Lanka. Ele afirma que funcionários de hotéis que pediram empréstimos também tiveram direito ao período de carência. Para atrair mais turistas, o governo ainda concedeu a isenção de taxas de visto para visitantes de mais de 40 países. Mas o maior incentivo veio da onda de descontos generosos oferecidos por redes de hotéis. Alguns deles diminuíram em até 50% seus preços originais, impulsionando as reservas durante o inverno. "Exemplos de outros países mostram que podemos demorar de nove meses a até um ano para nos recuperarmos. Mas graças a Deus, talvez nos recuperemos mais rápido", diz Hiran Cooray, do grupo Jet Wing, que comanda uma rede de resorts e hotéis no Sri Lanka. "Nossos hotéis estão com lotação de 50%-60% por enquanto, o que inclui hóspedes vindos do Sri Lanka e de fora." Os últimos dados mostram queda na chegada de turistas pelo quinto mês seguido em agosto, chegando a 28% dos valores do ano passado. Por outro lado, o número de visitantes tem aumentado desde maio. A pergunta que fica é essa: esse quadro vai se sustentar? O Sri Lanka está se preparando para as eleições presidenciais em novembro, o que pode levar a uma tentativa dos partidos políticos de polarizar os eleitores de acordo com aspectos religiosos e étnicos. Depois dos ataques, muçulmanos e seus estabelecimentos comerciais foram atacados em partes do país, e budistas conservadores foram acusados de usar discurso de ódio contra eles. Qualquer tensão do tipo pode comprometer o turismo. Também pairam dúvidas sobre a atuação das autoridades em apreender todos os envolvidos nos ataques. Mais de 70 pessoas —que estariam supostamente ligadas ao grupo extremista — foram presas, mas nem todos estão convencidos de que as redes do grupo foram erradicadas por completo. O governo reforça que a situação atual é pacífica, e que o Sri Lanka voltou a ser um local seguro para se visitar. Mas o desafio continua a ser o de convencer as pessoas ao redor do mundo de que a violência ficou no passado.
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País registra deflação em setembro: veja os preços que mais caíram e os que mais subiram no ano
IPCA recuou 0,04% em setembro, menor resultado para um mês de setembro desde 1998. Com o resultado, índice tem alta de 2,49% no ano e desacelerou para 2,89% em 12 meses. IPCA de setembro fica em -0,04% O Brasil registrou deflação em setembro, segundo divulgou nesta quarta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,04% em setembro, o menor resultado para um mês de setembro desde 1998. Com o resultado, o índice tem alta de 2,49% no ano e desacelerou para 2,89% em 12 meses. É a primeira vez desde maio de 2018 que o índice fica abaixo de 3% no acumulado em 12 meses – favorecido pela queda dos preços dos alimentos em 2019 e pela fraqueza da economia, que dificulta os reajustes em meio a uma demanda ainda fraca. Apesar da inflação mais baixa em 2019, diversos itens ficaram mais baratos neste ano, enquanto que outros subiram bem acima do índice geral. Dos 463 itens pesquisados, 174 acumulam em 9 meses alta acima do IPCA (2,49%), enquanto que 289 tiveram uma variação menor ou igual. Ao todo, 119 tiveram variação negativa, ou seja, deflação. Entre os itens cujos preços mais caíram no acumulado no ano, destaque para alimentos como tomate (-35,52%), laranja da Bahia (-31,17%) e abacate (-28,17%), além de aluguel de veículo (-33,17%) e passagem aérea (-16,85%). Já na outra ponta, os principais destaques de alta foram feijão-branco (62,24%), cebola (43,63%), batata inglesa (20,16%), feijão carioca (18,28%), gás encanado (16,23%) e energia elétrica residencial (10,92%). Educação Financeira: por que nem todos sentem a inflação? O IPCA pondera a variação média dos preços dos bens e serviços considerados mais importantes para os consumidores. O índice é calculado mensalmente pelo IBGE com base no peso destes itens no orçamento de famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos. Vale lembrar, porém, que a composição dos gastos de cada família varia muito e que nem todos sentem a inflação da mesma forma. As famílias de menor renda, por exemplo, dedicam parcelas maiores dos gastos à alimentação. As com maior renda reservam boa parte do orçamento para educação, saúde e lazer. Quem tem carro, tende a sentir mais no bolso uma alta da gasolina. Já quem come mais carne vai sentir mais se esse produto subir. Historicamente, os gastos com habitação são os que mais pesam no orçamento das famílias brasileiras. Na sequência, aparecem os gastos com transporte e alimentação, conforme a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada na semana passada pelo IBGE. Por que nem todos sentem a inflação da mesma forma? Peso do transporte no orçamento familiar ultrapassa o da alimentação pela 1ª vez Preço do tomate acumula queda de 35,52% no ano e foi item que mais caiu, segundo o IBGE Rodrigo Scapolatempore/G1 Veja os preços que mais caíram e os que mais subiram no acumulado no ano. 20 maiores quedas Tomate: -35,52% Aluguel de veículo: -33,17% Laranja da Bahia: -31,35% Abacate: -28,17% Goiaba: -19,49% Passagem aérea: -16,85% Maracujá: -14,41% Peixe-anchova: -13% Farinha de mandioca: -12,08% Televisor: -11,86% Peixe-tainha: -10,68% Peixe-vermelho: -9,10% Peixe-dourada: -8,46% Coentro: -7,48% Peixe-cação: -7,43% Laranja-pera: -7,32% Café moído: -7,25% Azeite de oliva: -7,06% Vidro: -6,45% Peixe-corvina: -6,09% 20 maiores altas Feijão-branco: 62,24% Cebola: 43,63% Banana-da-terra: 40,32% Manga: 29,62% Alho: 27,54% Feijão-mulatinho: 26,20% Pimentão: 25,72% Banana-d'água: 21,46% Mandioquinha (batata-baroa): 20,18% Batata-inglesa: 20,16 Feijão-carioca (rajado): 18,28% Feijão-macassar (fradinho): 17,88% Mamão: 16,26% Gás encanado: 16,23% Quiabo: 15,42% Peixe-curimatã: 12,14% Banana-prata: 11,62% Energia elétrica residencial: 10,92% Trem: 10,58% Frango em pedaços: 10,48% Setembro registra deflação de 0,04%, menor resultado para o mês desde 1998 Alimentos puxam deflação em setembro Na passagem de agosto para setembro, houve deflação em 3 dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE. A queda do IPCA foi puxada principalmente pela redução de 0,43% nos preços dos alimentos e bebidas, que caíram pelo segundo mês seguido. O grupo foi o maior responsável pela deflação em setembro, com impacto de -0,11 ponto percentual no índice geral. Já o grupo "artigos de residência" teve deflação de 0,76%, com destaque para a queda nos preços de eletrodomésticos e equipamentos (-2,26%) e itens de TV, som e informática (-0,90%). Do lado das altas, o destaque de alta em setembro ficou com Saúde e cuidados pessoais (0,58%), pressionado pelo aumento dos planos de saúde (0,57%). Perspectivas e meta de inflação A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que foi reduzida na semana passada de 6% para 5,5% ao ano – a menor da série histórica do BC, que começou em 1986. A deflação de setembro reforça as apostas do mercado de novos cortes na taxa básica de juros, atualmente em 5,5% ao ano, mínima histórica. Os analistas das instituições financeiras continuam projetando para o ano uma inflação abaixo do centro da meta central do governo, com uma taxa de 3,42% em 2019, segundo dados do boletim Focus do Banco Central. Para 2020, o mercado financeiro manteve a estimativa de inflação em 3,78%. No próximo ano, a meta central de inflação é de 4% e terá sido oficialmente cumprida se o IPCA oscilar entre 2,5% e 5,5%.
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