Reservas de hotéis caem pela metade em meio a protestos em Santiago
Informação é da subsecretária do Turismo do Chile. Protestos começaram desde que o governo anunciou um aumento de 30 pesos na tarifa do metrô, equivalente a 20 centavos de real. Manifestante carrega bandeira chilena em frente a barricada no centro de Santiago, no Chile, nesta segunda-feira (28) Edgard Garrido/Reuters A indústria turística do Chile está sentindo o efeito dos protestos violentos que abalam a capital Santiago desde o mês passado, e as reservas dos hotéis caíram pela metade e muitas viagens foram canceladas depois que o país desistiu de sediar duas cúpulas importantes. Tudo isso ressalta o impacto mais amplo do caos que toma conta da nação sul-americana há quase duas semanas, desde que protestos contra um aumento da tarifa do metrô saíram de controle, desencadeando tumultos, incêndios criminosos e saques que deixaram ao menos 18 mortos. "Não conseguiremos suportar muito mais disso, as perdas são enormes", disse Ivan Marambio, gerente da cadeia de hotéis Principado de Santiago. "Todos os hotéis estão praticamente vazios", afirmou, referindo-se à área central próxima da Plaza de Italia, cenário de muitas das manifestações. O impacto nos negócios relacionados ao turismo se disseminou. "O turismo é uma indústria muito sensível, e vimos as reservas caírem cerca de 50% nestas últimas duas semanas", disse Monica Zalaquett, subsecretária do Turismo do Chile. "E o que é duro para a indústria é que não haverá novas reservas até a situação do país se estabilizar." Os manifestantes dizem não ter intenção de diminuir os protestos, mas as ruas se acalmaram um pouco desde o início de um feriado prolongado na quinta-feira. O presidente chileno, Sebastián Piñera, que demitiu um terço de seu gabinete nesta semana no empenho de apaziguar os manifestantes, também descartou os planos de sediar duas reuniões globais –a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) neste mês e a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP25) em dezembro. "Acreditamos que cerca de 40 mil a 50 mil pessoas viriam para estes dois eventos", disse Zalaquett. Initial plugin text
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Ecoturismo faz renascer região abalada por um dos piores desastres ambientais do governo militar
Poluidora e ineficaz, usina é considerada uma das maiores tragédias ambientais do regime militar; 30 anos depois, a criação de uma reserva sustentável na região trouxe melhorias econômicas aos ribeirinhos. Aos poucos, o turismo ressurge na região amazônica do rio Uatumã, décadas após a construção de uma das hidrelétricas que mais prejudicaram o meio-ambiente no Brasil Dubes Sônego/BBC NEWS BRASIL Quem avista pela primeira vez as árvores semi-submersas que parecem flutuar no céu espelhado no leito do rio Uatumã, na Amazônia, dificilmente dirá que este já foi o cenário de um dos maiores desastres ambientais da história brasileira recente. Nos anos que se seguiram à crise do petróleo, na década de 1970, o governo militar e a Eletronorte decidiram construir uma hidrelétrica na cidade de Presidente Figueiredo, pouco mais de 100 quilômetros rio acima. O objetivo declarado da construção da usina de Balbina era reduzir a dependência de Manaus de usinas movidas a combustíveis fósseis. A usina, porém, inundou uma área de floresta nativa equivalente a 2,4 mil quilômetros quadrados, quase duas vezes maior que a do Lago de Itaipu (maior hidrelétrica do mundo,) para produzir menos de 2% da energia produzida pela usina binacional. Mesmo depois que a obra ficou pronta, Manaus continuou dependendo de usinas térmicas para mais da metade de sua demanda na época. Quando a cidade se conectou ao Sistema Interligado Nacional (SIN), com o linhão de Tucuruí, em 2013, Balbina não respondia por mais de 20% da eletricidade consumida na capital do Amazonas. Contaminada pelo apodrecimento das árvores e animais mortos pelo lago, a água do Uatumã nessa área se tornou imprópria para banho e consumo humano e, assim que as comportas foram abertas, em 1989, deixou um rastro de mortes de peixes e animais rio abaixo. Essa história é contada, entre outras fontes, no documentário "Balbina no País da Impunidade", também de 1989, e por matérias de importantes jornais estrangeiros. Orçada oficialmente em US$ 750 milhões, Balbina levou quase nove anos para ser construída. Tida como cara e de alto custo de manutenção, recebeu críticas desde que ainda era projeto. Para o físico e então reitor da Universidade de São Paulo, José Goldemberg, havia alternativas melhores, como a construção de térmicas abastecidas por gás natural que a Petrobras havia descoberto em Juruá, a 500 quilômetros de Manaus. Também se falava do fato de a obra ser construída em uma região de floresta com imensa biodiversidade. Em março de 1988, cerca de seis meses após o início do alagamento dessa região da Amazônia, a repórter Marlise Simons, do The New York Times, acompanhou uma das equipes de um grupo de 250 pessoas encarregado de encontrar, capturar e soltar em áreas seguras animais ilhados. O título apontava: "O Brasil quer hidrelétricas, mas a que custo?" Decomposição das árvores submersas produzem impacto 25 vezes maior no efeito estufa do que antes da hidrelétrica, segundo cálculos de ecólogo da Embrapa Dubes Sônego/BBC NEWS BRASIL "Os animais terrestres aqui ou fugiram ou morreram", contava à jornalista o zoólogo Bento Melo, enquanto seguiam pelo rio em expedição. "Estamos buscando animais de árvores, como primatas, preguiças, felinos e tamanduás." Sem o mesmo tipo de socorro, bichos menores como lagartos, escorpiões e aranhas se defendiam como podiam – ficavam amontoados na copa das árvores, o que resultava em imagens insólitas de folhagens tomadas por essas espécies. Animais que nadam bem foram deixados sozinhos. O alagamento resultou na criação de mais de 3,5 mil ilhas no lago, algumas pequenas, outras com alguns quilômetros quadrados. "Ninguém tem a mínima ideia de quantos bichos há nesta área, nem a quantidade de vida que ela pode sustentar", dizia Melo. Ao menos duas aldeias indígenas existentes na região do lago — como a dos Waimiri-Atroari — foram transferidas e, com a morte dos peixes, após o início da operação, muitos moradores da região ficaram sem ter o que comer e beber. Problemas ambientais prolongados Os efeitos ambientais são sentidos até hoje. A decomposição das árvores submersas geram dióxido de carbono na superfície e, no fundo do lago, metano, com impacto 25 vezes maior no efeito estufa do que antes da hidrelétrica, segundo cálculos do ecólogo Alexandre Kemenes, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Preso ao fundo pela pressão, o gás é liberado na passagem da água pelas turbinas da usina e contribui para a morte de peixes do fundo do rio, como os bagres. Com isso, de acordo com Kemenes, Balbina emite dez vezes mais gases do efeito estufa que uma usina termelétrica a carvão com a mesma potência — há outros estudos que apontam um número menor, mas todos trazem evidências de que a hidrelétrica emite mais gases de efeito estufa que uma termelétrica com potencial equivalente. Recentemente, a usina de Balbina foi considerada a pior hidrelétrica brasileira, em uma lista de mais de 100 nomes composta por especialistas Dubes Sônego/BBC NEWS BRASIL Por tudo isso, e pela baixa capacidade de geração em relação ao tamanho do lago, recentemente a usina foi considerada a pior hidrelétrica brasileira, em uma lista de mais de 100 nomes composta por especialistas como Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás e professor de planejamento energético da Coppe/UFRJ. Passados 30 anos, a água do Uatumã ainda não voltou a ser potável e peixes de algumas espécies, antes comuns, são hoje relativamente raros. "Quando as águas baixaram, o cheiro de peixe morto era insuportável. Tudo aqui em volta, no mato, onde a água chegou, cheirava muito mal", lembra o ribeirinho Antônio Martins Queirós, de 65 anos. A situação, hoje, é outra e o que era degradação, nos últimos anos, vem se transformando em oportunidade para quem vive em uma área rica em belezas naturais. Três décadas depois do desastre ambiental, o ecoturismo encontra espaço no rio Uatumã, com a criação de uma reserva de desenvolvimento sustentável, controle do acesso de barcos-hotéis vindos de fora e participação da população local na atividade turística. Aos poucos, o turismo vai substituindo como fonte de renda a pesca, a caça e outras formas de extrativismo nocivas ao meio ambiente. Pousadas e preservação ambiental Sentado sobre uma pilha de tijolos, descalço, de bermuda e camisa pólo, o ribeirinho Antônio Queirós discorre sobre seus planos. Até 2018, vivia da agricultura de subsistência e da venda de melancias que plantava no entorno da casa onde mora. A picada de uma surucucu (a segunda), no entanto, o levou a repensar o futuro. Animado pelos resultados de outros ribeirinhos, decidiu usar suas economias para construir uma pousada e se somou ao grupo que vem investindo no ecoturismo. Já são dez as pousadas em funcionamento na região, e outras cinco devem entrar em operação até 2020. Até cinco anos atrás, eram apenas duas pousadas. "É minha aposentadoria. Já não tenho disposição para a agricultura", diz Queirós. O bom momento atual é reflexo de ações de preservação ambiental na região. Em 2004, depois de um período de forte degradação do rio, iniciado com a abertura das comportas de Balbina, o governo do Estado do Amazonas transformou uma área quase duas vezes maior que o município de São Paulo, no entorno do rio, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (RDS Uatumã). A unidade de preservação ambiental foi o ponto de partida de um plano estratégico de desenvolvimento sustentável para a região, que prevê, entre outras coisas, a exploração do ecoturismo, do turismo de base comunitária e da pesca esportiva como alternativas de renda para as populações ribeirinhas. Hoje são dez as pousadas em funcionamento na região, e outras cinco devem entrar em operação até 2020; cinco anos atrás, eram apenas duas as opções para os turistas Dubes Sônego/ BBC NEWS BRASIL Primeiro, veio a proibição à exploração de pousadas na região por quem não fosse morador — havia duas, hoje fechadas. Depois, o ordenamento para a construção de pousadas pelos ribeirinhos. Mais recentemente, houve a restrição a barcos-hotéis, vindos de Manaus, que até 2016 podiam circular em qualquer um dos três pólos da reserva. As embarcações costumavam trazer dezenas de pessoas e deixavam para trás apenas lixo, contam os ribeirinhos. Desde então, porém, a circulação ficou restrita a um dos pólos, o menor, onde não há pousadas. "Assim, os barcos deixaram de concorrer com as comunidades locais", afirma Cristiano Gonçalves, gerente da unidade de preservação. Melhorias para a economia local De acordo com Gonçalves, dos pouco mais de 1,4 mil turistas registrados na reserva no ano passado, cerca de 40% ficaram hospedados em pousadas de ribeirinhos — os demais vieram nos barcos-hotéis remanescentes. Em anos anteriores, segundo Cristiano Gonçalves, gerente da RDS do Uatumã, o controle do acesso era falho, o que não permite comparações precisas sobre a evolução da demanda. De todo modo, antes não havia pousadas suficientes para atender à demanda por hospedagem em terra na reserva. Agora há, o que indica aumento na procura pelas pousadas de ribeirinhos. Por um preço médio de R$ 4,2 mil por pessoa por 5 dias (excluídos os custos da viagem de Manaus até o Uatumã e a compra de combustível), as estimativas são de que tenham deixado entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão com as cerca de 150 famílias envolvidas de alguma forma com o turismo, afirma o gestor. Em toda a reserva, vivem 362 famílias, que somam cerca de 1,6 mil pessoas, em 20 comunidades. Além desse dinheiro, uma taxa de turismo que varia de R$ 25 a R$ 50 é cobrada dos visitantes e usada pelas comunidades ribeirinhas e na fiscalização da pesca esportiva pela Associação Agroextrativista das Comunidades do Rio Uatumã. Os ganhos se refletem em melhorias para receber os turistas. O ribeirinho Antônio Martins Queirós usou suas economias para construir uma pousada na área da reserva do Uatumã Dubes Sônego / BBC News Brasil Desde que começou a receber visitantes, em 2014, José Firme Fonteles, de 49 anos, amplia ano a ano a estrutura de sua pousada. Na primeira vez, há cinco anos, recebeu seis turistas nos três quartos da própria casa, por falta de opção. Já em 2019 recebeu o primeiro grupo, com vinte pescadores do sul do país, em oito quartos de madeira, dispostos um ao lado do outro, com boa estrutura (banheiros privativos e ar-condicionado, raridade há alguns anos), além da área comum, coberta, com bar e vista para o rio. Para 2020, os planos são construir ao menos mais dois chalés. "O turismo é financeiramente muito melhor do que a agricultura, que tem pouco mercado", diz Fonteles. Apesar do reforço na renda, o turismo ainda não permite a dedicação exclusiva à atividade dentro da RDS do Uatumã. Tradicionalmente, a maior procura é pelo turismo de pesca esportiva, entre os meses de setembro e dezembro, quando o rio está mais vazio. Nos demais meses do ano, com o rio mais cheio, restam às famílias principalmente a agricultura familiar como alternativa de renda. A reserva e o combate à pesca predatória A consolidação da demanda na pesca esportiva — que se diferencia da tradicional pela devolução dos peixes fisgados à água — foi um dos pontos-chave para que as melhorias na infraestrutura de ecoturismo na área, com potencial de geração de renda o ano inteiro. A criação da reserva teve papel crucial nessa consolidação. A pesca predatória, por exemplo, passou a ser combatida com a criação da RDS Uatumã. Antes disso, não havia nenhum combate à prática – era comum pescadores de final de semana, vindos de Manaus e cidades próximas, voltarem para casa com isopores cheios de tucunarés, peixes que foram ficando cada vez mais raros. Com a fiscalização, os peixes maiores, justamente os que atraem os praticantes da pesca esportiva, passaram a ser protegidos. "O tucunaré, com o manejo, tem aumentado. Tínhamos relatos de pescadores esportivos que, em 2014, não encontravam mais peixes grandes. Só pequenos, e em pouca quantidade. Agora, temos relatos de peixes de oito, dez quilos", diz Gonçalves. Como parte dos esforços para a diversificação do turismo, segundo o gestor da RDS do Uatumã, algumas pousadas construíram trilhas com acesso a cachoeiras e áreas de igapós (um tipo de vegetação característico da Amazônia onde são comuns espécies como vitória-régia, orquídeas e bromélias). A reserva tem também áreas altas para a construção de mirantes. "A ideia daqui para frente é fortalecer o ecoturismo e o turismo de base comunitária, já que a pesca esportiva está consolidada", afirma Gonçalves. "Vamos apoiar a organização dos moradores e a construção de infraestrutura para atrair esse público". Na pousada de Fonteles, por exemplo, uma trilha de cerca de 3 quilômetros foi aberta e está sendo preparada para receber turistas. Ao longo do caminho recém-aberto, há um pequeno córrego canalizado com tábuas e represado para criar peixes e áreas de extração de madeira para produção de tábuas. Nas comunidades próximas à pousada, é possível ver como é produzida a farinha de mandioca na região amazônica, com mandioca brava. Enquanto anda pelo trilha, José Camilo da Silva, de 46 anos, genro do proprietário Fonteles, indica ao visitante árvores de madeira nobre, aponta pegadas de animais como pacas e onças pintadas, imita o barulho de aves e mostra as frutas da região, como o buriti, a graviola e o tucumã. É um protótipo dos passeios que pretendem oferecer. Recorde de peixes Entusiasta das mudanças em curso na reserva, Silva diz que a exploração do turismo tem como consequência, também, a conscientização da população ribeirinha em relação à preservação. "Antes, a gente matava um peixe de oito quilos e vendia na cidade, a R$ 5 o quilo, para ganhar R$ 40. Hoje, com ele vivo, temos umas 14 ou 15 pessoas empregadas, tirando R$ 3 mil por temporada", afirma o ribeirinho. "Agora, temos que fazer o mesmo com a caça para atrair os turistas e empregar o dobro de gente." Ainda há melhorias a serem feitas, avaliam organizadores de grupos de turismo de pesca esportiva que vendem pacotes na reserva. Em algumas das pousadas, não há ar condicionado, por exemplo. Encontrar bons cozinheiros também é tarefa difícil, e há resistência de alguns ribeirinhos a fazer cursos para melhorar o atendimento, diz Almir Eduardo Altram, da Pesca & Mordomia, do interior de São Paulo. Desde o ano passado, ele leva turistas à pousada do ribeirinho Ogésimo Miranda, no Uatumã. Silvio Montibeller, da Montibeller Pesca Esportiva, de Santa Catarina, concorda. Afirma que, de fato, há questões a serem resolvidas. Mas avalia que, aos poucos, melhorias vêm sendo feitas e há bom potencial de atrair visitantes. "A única forma de dar errado é se começar a acontecer disputas entre os proprietários locais", diz Montibeller, no ramo desde os anos 1990. O empresário Orlando Welter mostra o tucunaré do Uatumã, que capturou praticando pesca esportiva; antes, não havia fiscalização contra pesca predatória Dubes Sônego/ BBC NEWS BRASIL Mas a satisfação de quem já faz turismo na região pode ser um bom indicador do caminho que vem sendo seguido no Uatumã. Depois de uma semana no rio, o empresário Orlando Welter, de Florianópolis (SC) fazia a viagem de volta a Manaus. Sentado em uma das primeiras poltronas da lancha, ele mostrava as fotos dos peixes fisgados, feitas com o celular. Acostumado a viajar quatro vezes ao ano para pescar, em cinco dias, contava ter pego com o irmão, seu companheiro de viagem, 158 tucunarés. "Batemos nosso recorde", dizia o turista.
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A espetacular imagem da Via Láctea refletida em deserto de sal que ganhou homenagem da Nasa
O fotógrafo peruano Jheison Huerta levou três anos para fazer essa imagem da nossa galáxia, vista do salar de Uyuni, a Bolivia A Nasa elegeu como "foto astronômica do dia", em 22 de outubro, esta imagem da Via Láctea capturada por Jheison Huerta no Salar de Uyuni, na Bolívia Jheison Huerta/BBC "O que o maior espelho do mundo reflete nessa imagem?" A Nasa colocou essa questão em seu site quando selecionou a imagem acima como a "fotografia astronômica do dia", em 22 de outubro. A imagem da Via Láctea foi registrada pelo fotógrafo peruano Jheison Huerta, na Bolívia, no salar de Uyuni, cuja extensão plana de 130 km pode se tornar um espelho gigantesco durante temporadas úmidas. "Quando vi a foto, senti uma emoção muito grande", disse o fotógrafo. "A primeira coisa que veio à mente foi a conexão entre o homem e o universo. Somos todos filhos das estrelas." Huerta deu uma entrevista à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, e falou sobre sua foto, o boom da astrofotografia na América Latina e por que antes de capturar uma imagem "devemos pedir ajuda à natureza". Leia os principais trechos da entrevista: BBC News Mundo – Como define a foto que foi selecionada pela Nasa? Jheison Huerta – É uma astrofotografia de paisagem, também chamada de campo amplo, que é um dos ramos que compõem a astrofotografia. Muitos pensam que a astrofotografia tem a ver com telescópios, mas nosso ramo é o principal responsável por fazer registros envolvendo tanto a paisagem terrestre quanto os corpos celestes presentes no céu. Jheison Huerta: "Com o tempo, aprendi a ser muito paciente e esperar a hora certa, esperar a luz ou a chuva se dissiparem e ver as estrelas" Divulgação/Jheison Huerta BBC News Mundo – Por que levou três anos para tirar a foto no salar de Uyuni? Jheison Huerta – Estive pela primeira vez no salar de Uyuni em 2016 e tinha em mente fazer uma panorâmica em que não apenas o braço da Via Láctea pudesse ser visto, mas também seu reflexo. O salar de Uyuni fica a 3.600 metros acima do nível do mar e é um deserto de sal. Após a estação chuvosa, forma-se uma camada de água na qual é possível ver o reflexo não apenas das nuvens durante o dia, mas também das estrelas à noite. Na primeira tentativa de fazer a foto, fiquei muito frustrado, porque pensei que havia capturado uma super foto, mas quando cheguei em casa e analisei a foto, vi que meu equipamento não tinha a capacidade de obter uma imagem limpa e clara. BBC News Mundo – E aí decidiu voltar… Jheison Huerta – Voltei em 2017 já com equipamento melhor. Comprei outra câmera e outra lente com uma entrada de luz, um diafragma, muito mais aberto. Mas (na segunda vez) já foi uma questão de azar, porque na semana em que viajei para a Bolívia o céu esteve sempre nublado. E, teimoso, voltei em 2018 e tirei uma foto muito semelhante, mas me concentrei tanto na Via Láctea que, como personagem, fiquei fora de foco. Pense que estamos em um local com 30 cm de água salgada, muito frio. E você está no meio da noite, não vê absolutamente nada. Tirei a foto selecionada pela Nasa agora, em abril, depois de buscá-la por muitos anos. Panorâmica durante o crepúsculo no Salar de Uyuni, na Bolívia Jheison Huerta/BBC BBC News Mundo – Por que você viaja para o salar de Uyuni em março ou abril? Jheison Huerta – Porque de dezembro a fevereiro é a estação das chuvas lá, e muita água se acumula. E eu não viajei antes porque teríamos muitas nuvens que impediriam a visualização. Então, eu vou assim que a estação das chuvas termina. Tenho contatos em Uyuni e ligo para meus amigos para perguntar: "Ei, como vai o salar?". Eles me atualizam em tempo real. E também estudo as fases da lua, porque procuramos a lua nova, quando não há luz. A lua é um agente de iluminação muito poderoso, que pode atrapalhar a visualização das estrelas. BBC News Mundo – A Nasa destacou que, para conseguir a foto, foi necessário capturar 15 quadros verticais. Você poderia explicar isso? Jheison Huerta – À minha câmera, adiciono um braço mecânico chamado de cabeça panorâmica. Primeiro tirei a foto do céu. Tirei sete fotografias para cobrir todo o ângulo da Via Láctea, uma fileira de sete imagens verticais do céu. Então inclinei a câmera em direção ao chão para tirar mais sete fotografias do reflexo, o que deu 14 imagens. E, por último, retornei ao ângulo da câmera para o meio da Via Láctea, corri cerca de 15 metros e, com um controle remoto sem fio, apertei o botão à distância. BBC News Mundo – Você disse que a foto tem uma selfie no meio da imagem. Jheison Huerta – Muitos me perguntam: "Como você fez isso?" Primeiro, andei cerca de trinta passos para longe da câmera. E tenho que esperar cinco minutos sem me mexer, porque no momento em que você corre sobre a água gera movimentos e pequenas ondas que não permitiriam o reflexo perfeito das estrelas. Laguna Jahuacocha, na cordihleira Huayhuash, no Peru Jheison Huerta/BBC Uma vez parado, com o controle remoto ativado para que o disparador automático da câmera disparasse após 10 segundos, acendo a lanterna, me ilumino e tiro cerca de 30 fotos para ter certeza de não ficar fora de foco. Aqui, falamos de 15 fotos, mas eu fiz 200 para ter certeza de que, quando carrego todas as imagens em um programa, ele possui as uniões exatas para que você possa mesclá-las. BBC News Mundo – Como você mescla essas imagens? Jheison Huerta – Tudo é carregado em um programa e, nesse caso, você combina manualmente as correspondências entre uma foto e outra. Para a Via Láctea, composta por sete imagens, você olha manualmente os pontos em que elas coincidem e as monta como um quebra-cabeça. O programa o reconhece e, no final, fornece a imagem que você vê. BBC News Mundo – Você estudou administração e comércio. Quando nasceu sua paixão pela astrofotografia? Jheison Huerta – Viajei para a Itália com minha família aos 13 anos e, depois de 12 anos, retornei ao Peru. Foi aí que descobri a fotografia de paisagem. Eu moro em Huaraz, uma cidade nos Andes peruanos, no pé da montanha mais alta do país, Huascarán. Estamos no meio da cordilheira dos Andes e, como você pode imaginar, aqui temos muitas paisagens montanhosas. Em uma caminhada durante a noite, deixei minha barraca e vi esse show da Via Láctea a 5.000 metros acima do nível do mar, com grandes estrelas. Foi espetacular. Entre 2010 e 2014, tentei aprender todas as técnicas possíveis, pela internet, de fotógrafos da América do Norte e Nova Zelândia. Todo o processo de aprendizagem foi autodidata. Eu pensava: "deve haver uma maneira de registrar o que estou vendo". Porque aqui nos Andes você vê a Via Láctea a olho nu. Não precisamos de câmeras ou telescópios, porque são lugares tão altos, onde o céu está muito "seco" e a visibilidade aumenta. E a outra vantagem é que não há cidades por perto. As montanhas cobertas de neve de Huascarán e Huandoy, na Cordilheira Branca, no Peru. Jheison Huerta/BBC BBC News Mundo – Agora você organiza oficinas no salar de Uyuni… Jheison Huerta – Em 2014, fundei o grupo Astrofoto Andes e me dedico a ensinar. Não foi algo planejado, mas ao compartilhar minhas imagens em grupos de rede social, muitos outros fotógrafos começaram a me perguntar e dizer: "queremos ir com você e que nos ensine esse tipo de fotografia". No Peru, não havia coletivo ou escola onde esse tipo de fotografia era ensinado. No começo, as pessoas também vinham por curiosidade, porque pensavam que as imagens eram falsas. As oficinas são assistidas por fotógrafos de toda a América Latina e não apenas profissionais. Já vieram pessoas com o celular, que queriam viver a experiência de ver a Via Láctea no salar de Uyuni. BBC News Mundo – Quão popular é a astrofotografia hoje na América Latina? Jheison Huerta – O tema da astrofotografia está atualmente em expansão em toda a América Latina. Existem grupos na Argentina, no Uruguai, e uma corrente muito forte está sendo gerada. Isso acontece porque no hemisfério sul podemos aproveitar um céu espetacular que os do norte não vêem. No sul, a Via Láctea pode ser vista em toda a sua beleza, porque atravessa o céu de sudeste a oeste. Parece um arco-íris de estrelas. Somente no hemisfério sul podemos vê-la dessa maneira. Existe um céu amigável para todos nós na América do Sul e é por isso que a astrofotografia está entrando muito fortemente. BBC News Mundo – Além da parte técnica, suas fotos despertam emoções profundas. Até que ponto a astrofotografia ajuda você a ver a vida de outra maneira? Jheison Huerta – Acredito que o universo sempre foi um lugar onde se busca respostas. É um mundo desconhecido e, ao fotografá-lo, sentimos parte dele com muita proximidade. Por exemplo, as luzes das estrelas que nossas câmeras capturam fazem parte do passado, porque essas luzes estelares foram emitidas há milhões de anos e estamos vendo apenas agora. Inclusive algumas estrelas já morreram, mas a luz chega até nós agora. Algumas são até estrelas mortas, mas a luz que elas enviaram chega até nós agora. Laguna Carhuacocha, na cordilheira Huayhuash, na região de Huánuco, no Peru. Jheison Huerta/BBC BBC News Mundo – E a foto escolhida pela Nasa, em particular, o que ela transmite para você? Jheison Huerta – Quando o programa me deu a imagem completa, foi uma emoção muito grande. A primeira coisa que veio à mente foi a conexão entre o homem e o universo. Na verdade, todos nós temos material estelar por dentro, somos filhos das estrelas. Ultimamente, nas minhas fotografias, tento sempre colocar o elemento humano. Eu acho que a foto sem a pessoa no meio teria sido mais uma imagem da Via Láctea que é vista na internet. Adicionar uma pessoa com uma luz é a ideia que eu tinha desde o início, e foi justamente para que o público se identificasse ao ver a foto. Associar elementos humanos a corpos do universo na composição é o tema central do meu trabalho. BBC News Mundo – No seu site, há uma frase: "Antes de tudo, é necessário ser paciente observador". Que conselho você daria aos leitores que desejam iniciar a astrofotografia? Jheison Huerta – Com o tempo, aprendi a ser muito paciente e a esperar a hora certa, a luz, o entardecer ou a chuva se dissipar para conseguir ver as estrelas. O conselho que sempre dou a quem assiste às oficinas é, antes de tudo, ter muito respeito pela natureza. Por exemplo, quando entramos em uma floresta rochosa, em uma lagoa ou em uma montanha, fazemos isso com muito respeito e pedimos que nos ajudem a obter as melhores fotos. É um tipo de devoção à Terra. O que eu recomendo é ser paciente, porque talvez na primeira viagem você não tenha a foto, nem na segunda, mas na terceira. E o próximo passo é treinar, porque sem treinamento não se pode conseguir muito. Você deve estar atualizado com novas técnicas de revelação ou novos programas que o ajudem a continuar crescendo. Você não deve estagnar ou pensar que, com uma foto premiada pela Nasa, você obteve tudo. Você deve sempre estar em busca de melhorias.
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Airbnb proíbe ‘casas de festa’ após tiros nos EUA
Anúncio foi feito pelo presidente da empresa neste sábado. Tiroteio deixou 5 mortos na Califórnia na última quinta. Airbnb proíbe 'casas de festa', após mortes nos EUA Divulgação/Airbnb O presidente da Airbnb anunciou, neste sábado (2), que a plataforma on-line que oferece casas privadas para alugar por períodos curtos proibiu as "casas de festa", após um evento de Halloween que terminou com mortes no estado americano da Califórnia. Cinco pessoas morreram, e várias ficaram feridas em um incidente com tiros, na última quinta-feira à noite, em Orinda, em uma casa alugada por meio da Airbnb. Mais de 100 pessoas participaram do evento, anunciado nas redes sociais. "A partir de hoje, estamos proibindo as 'casas de festa' e redobramos nossos esforços para combater as festas não autorizadas e para nos livrarmos da conduta abusiva de anfitriões e convidados, incluindo a que levou aos terríveis eventos que vimos em Orinda", tuitou o cofundador e CEO da Airbnb, Brian Chesky. Initial plugin text Para isso, acrescentou, a Airbnb aumentará a "detecção manual de reservas de alto risco marcadas por nossa tecnologia de detecção de riscos", criará uma "equipe dedicada de resposta rápida" e tomará "medidas imediatas" contra aqueles que violarem as políticas de hospedagem. "Temos de melhorar e vamos melhorar", afirmou. "Isto é inaceitável", completou. Michael Wang, dono da propriedade onde foi registrada a ocorrência, declarou ao jornal "San Francisco Chronicle" que alugou sua casa para uma mulher que pretendia organizar uma reunião familiar para uma dúzia de pessoas. A Polícia informou que respondia a uma reclamação por barulho no imóvel onde acontecia a festa, quando tiros foram dados. Três pessoas morreram no local. Outras duas chegaram a ser hospitalizadas, mas não resistiram aos ferimentos, completou a polícia.
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Brasil Central promove ecoturismo para mercado europeu em Londres
Campo Grande (MS) – Nos próximos dias 04, 05 e 06 de novembro, o turismo de Mato Grosso do Sul será promovido e divulgado em Londres, no Reino Unido. A Fundação de Turismo de MS participará da World Travel Market London (WTM) no estande do Consórcio Interestadual Brasil Central. A estratégia é uma novidade e […]
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Natal Luz começa com presença do Papai Noel e show de orquestra em Gramado
Evento segue até 12 de janeiro e reúne mais de 400 apresentações. Organização espera receber mais de 2 milhões de turistas durante os 81 dias de programação. Começa nesta quinta (24) a 34º Natal Luz em Gramado Cleiton Thiele/Natal Luz A cidade de Gramado, na Serra gaúcha, começa a receber a magia natalina nesta quinta-feira (24). Com apresentação da Orquestra Sinfônica, chegada do Papai Noel e show de acendimento de luzes, o Palácio dos Festivais é o palco da cerimônia de abertura da 34ª edição do Natal Luz. A tradicional decoração também já é encontrada pelas ruas, praças, rótulas e pórticos da cidade. Shows, espetáculos musicais, desfiles, teatro e música preenchem a programação do evento que segue até 12 de janeiro de 2020. Ao longo dos 81 dias de apresentações, a organização esperar receber mais 2 milhões de turistas, superando os números de anos anteriores. O Natal Luz apresenta quatro grandes espetáculos, sendo apenas o 'Show de Acendimento' gratuito. Os ingressos para as apresentações de 'A Lenda do Bosque de Natal', 'Illumination' e 'Desfile – A Magia de Noel' podem ser comprados por valores a partir de R$ 165. Confira a programação: Quinta-feira (24) 18h30: Abertura Oficial do 34º Natal Luz com Apresentação da Orquestra Sinfônica de Gramado e presença do Papai Noel Palácio dos Festivais. 20h: Show de Acendimento. Sexta-feira (25) 16h: Parada de Natal Local: Avenida Borges de Medeiros. 17h: Trupe de Natal Local: Vila de Natal. 19h: Bocalis canta os Símbolos de Natal Local: Rua Coberta. 20h: Show de Acendimento Local: Palácio dos Festivais. 21h: A Lenda do Bosque de Natal Local: ExpoGramado Sábado (26) 16h: Parada de Natal Local: Avenida Borges de Medeiros. 17h: Trupe de Natal Local: Vila de Natal. 19h: Show Brasil – Natal do Sul Local: Rua Coberta. 20h: Show de Acendimento Local: Palácio dos Festivais. 21h: Illumination Local: Lago Joaquina Bier Domingo (27) 16h: Parada de Natal Local: Avenida Borges de Medeiros. 17h: Trupe de Natal Local: Vila de Natal. 19h: Tenor Evandro Martins Local: Rua Coberta. 20h: Show de Acendimento Local: Palácio dos Festivais. 21h: Desfile A Magia do Noel Local: ExpoGramado. Saiba mais sobre os espetáculos pagos A lenda do bosque de Natal (terças e sextas às 21h, no Expogramado): dirigida por Fabrício Ghomes, é uma peça teatral que conta a história de moradores de uma bela vila escondida no bosque de pinheiros de Natal. Eles irão passar por momentos de muita emoção após do suposto sumiço do Papai Noel. O espetáculo conta com 16 atores e 16 bailarinos e convida o público a descobrir como os simpáticos camponeses irão resolver a situação. Desfile – A magia do Noel (quintas e domingos às 21h, no Expogramado): apresentação começa com o símbolo maior do Natal, o nascimento do menino Jesus. Unindo tecnologia, música, atuação, som e luz, a avenida do Expogramado se transforma em uma Parada de Natal Circense, com mais de trinta artistas entre músicos, acrobatas, malabaristas e palhaços, que irão levantar o público. O bom velhinho também aparece e interage ao longo de todas as alas do Desfile, devidamente acompanhado de elfos, duendes, fadas, brinquedos, doces, bailarinos, atores, patinadores, artistas circenses, carros elétricos, carros aéreos, projeção mapeada, enfeites de Natal e muita interação com a plateia. Illumination (quartas e sábados às 21h e em dezembro acontece também às segundas-feiras às 21h, sempre no Lago Joaquina Rita Bier): dirigido por Sérgio Korsakoff, a atração conta com tenores e sopranos e arranjos musicais sob o comando de Walther Neto e dois maestros que irão apresentar grandes clássicos de Natal. No palco, 24 bailarinas e bailarinos, 32 coralistas, 20 percussionistas, violinistas, fogos, águas dançantes, quatro telas de projeção em água com 200 m² cada uma e um novo chafariz. O show do Lago terá uma narrativa introdutória com a voz de Cid Moreira, contando a criação do Mundo, o Nascimento de Jesus, e o verdadeiro sentido do Natal.
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BH recebe título de Cidade Criativa da Gastronomia, pela Unesco
Outras nove cidades em vários países também receberam o título pela gastronomia. BH recebe título de Cidade Criativa da Gastronomia, pela Unesco Magno Dantas/TV Globo Conhecida nacionalmente como a capital dos bares e da boa comida, Belo Horizonte ganhou, nesta quarta-feira (30), o título de Cidade Criativa da Gastronomia pela Unesco. Ao todo, 66 cidades em todo o mundo, que investem na cultura e criatividade como aceleradoras do desenvolvimento sustentável, passaram a fazer parte da Rede das Cidades Criativas. Além de gastronomia, a rede da Unesco contempla outras categoria, como literatura, música, filme e design. No Brasil, apenas Belo Horizonte e Fortaleza receberam o título em 2019. A capital cearense, no entanto, foi pela categoria design. Com as duas cidades, o país soma dez títulos da Unesco. Belém, Florianópolis, Belo Horizonte e Paraty são Cidades Criativas da Gastronomia. Brasília, Curitiba e Fortaleza são Cidades Criativas do Design. João Pessoa é Cidade Criativa do Artesanato e Arte Folclórica. Salvador é cidade criativa da música . Santos é cidade criativa do Cinema. BH recebe título de Cidade Criativa da Gastronomia O processo O edital para candidatura foi publicado em abril. Em maio, a prefeitura promoveu oficinas de trabalho, para construção colaborativa do dossiê, com participação de chefs de cozinha e especialistas. Para se preparar, Belo Horizonte recebeu assessoria especializada oferecida pela Secretaria Especial de Cultura, integrante do Ministério da Cidadania. O documento foi entregue em junho para a Unesco Brasil. Outros vencedores Dez cidades em todo o mundo receberam o título de Cidade Criativa da Gastronomia neste ano. Conheça as outras cidades: Afyonkarahisar (Turquia) Arequipa (Peru) Bendigo (Australia) Bergamo (Itália) Hyderabad (Índia) Mérida (México) Overstrand Hermanus (África do Sul) Portoviejo (Equador) Yangzhou (China) Números da gastronomia em BH Segundo o Ministério do Turismo, o setor responde por quase 40% dos empregos gerados na capital. São mais de 21 mil pessoas empregadas nessa área formalmente. O setor movimenta R$ 4,5 bilhões por ano. Ainda de acordo com o Ministério do Turismo, a gastronomia de BH tem aprovação de 98% dos turistas estrangeiros. A comida é o item mais bem avaliado na cidade. Dez delícias imperdíveis de BH
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Nova York aprova lei que proíbe venda de foie gras na cidade
Comércio da iguaria – um patê de fígado de ganso ou pato – passa a ser proibido a partir de 2022. Multa para quem desrespeitar lei chegará a US$ 2 mil. Pato em fazenda perto de Nova York que produz foie gras Bebeto Matthews/Arquivo/AP Photo O conselho da cidade de Nova York, nos Estados Unidos, aprovou nesta quarta-feira (30) a proibição do comércio de foie gras na cidade a partir de 2022. Ativistas consideram que a produção da iguaria, um patê feito com fígado de ganso ou pato, desrespeita os direitos dos animais. As aves são alimentadas de maneira forçada, com um tubo enfiado diretamente na garganta, para que fiquem gordas. Método para produção de foie gras, com tubo enfiado na garganta da ave, é considerado cruel Bebeto Matthews/Arquivo/AP Photo Quem desrespeitar a lei terá de pagar multa de US$ 2 mil – quase R$ 8 mil segundo a cotação atual. O prato é considerado da alta gastronomia e vendido em diversos restaurantes da cidade. Foie Gras Reprodução/Globonews Segundo a agência Associated Press, a norma deve atingir duas grandes fazendas produtoras de foie gras perto de Nova York e que têm os restaurantes chiques da cidade como principal mercado. Juntos, cada produtor cria 350 mil aves para a produção da iguaria por ano. As empresas disseram temer fechar as portas e demitir centenas de empregados, a maioria migrantes. VEJA TAMBÉM: Startup francesa produz protótipo de foie gras artificial
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Observação de onças é realidade no turismo ecológico do Brasil
Opção de viagem tem atraído gente do mundo todo para cá; prática exige regras para a segurança de pessoas e animais. Observação de onças-pintadas Entre os sonhos de muitos admiradores da natureza, um, com certeza, é compartilhado pela maioria: ver de perto uma onça-pintada. Essa missão, que sempre foi considerada algo difícil e perigoso, hoje é uma prática de turismo ecológico que tem movimentado milhões. No Pantanal Norte (MT), na região de Porto Jofre, é possível dizer que as onças têm endereço. A prática de observação destes animais começou por volta dos anos 2000. No começo, era difícil encontrar as onças, mas hoje elas cruzam o caminho de quem navega pelos rios do Parque Estadual Encontro das Águas. A equipe do TG, em poucas horas de navegação, consegue avistar duas, um macho e uma fêmea. A onça-pintada é o maior felino das Américas e o terceiro maior felino do mundo, ficando atrás apenas dos tigres e leões. Pode pesar até 150 quilos e medir quase dois metros de comprimento. E é dela a mordida mais forte entre todos os felinos. A onça-pintada no Brasil é uma habitante das regiões de matas alagadas Ananda Porto/TG Depois de se exibir com toda elegância e imponência, as onças seguem o seu caminho. A tranquilidade do animal, mesmo próximo dos barcos, indica que ele parece ter se acostumado com a presença do homem. “Ao longo dos anos, como a região tem muitos pescadores, elas acabaram se acostumando com a presença do homem”, conta Fernando Tortato, pesquisador da ONG Panthera Brasil. Para a observação das onças, é preciso muito organização. De acordo com a resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente, é preciso manter uma distância mínima de 10 metros da onça que estiver na margem do rio e 30 metros da que aparecer em terra firme. Não é permitido alimentar as onças e nem cevá-las. É expressamente proibido atrapalhar a travessia da onça na água ou em qualquer outro percurso. O turista não pode, de forma alguma, tentar atrair a atenção do animal e é necessário permanecer em silêncio. Além destas regras, os guias e operadores criaram uma associação para garantir a qualidade e a segurança do turismo de observação. Muitos estrangeiros têm procurado pelos pacotes que incluem a observação de onças. De acordo com uma pesquisa da ONG Panthera Brasil, este tipo de turismo já movimenta R$ 25 milhões por temporada, período entre junho e outubro.
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Observação de onças é realidade no turismo ecológico do Brasil
Opção de viagem tem atraído gente do mundo todo para cá; prática exige regras para a segurança de pessoas e animais. Observação de onças-pintadas Entre os sonhos de muitos admiradores da natureza, um, com certeza, é compartilhado pela maioria: ver de perto uma onça-pintada. Essa missão, que sempre foi considerada algo difícil e perigoso, hoje é uma prática de turismo ecológico que tem movimentado milhões. No Pantanal Norte (MT), na região de Porto Jofre, é possível dizer que as onças têm endereço. A prática de observação destes animais começou por volta dos anos 2000. No começo, era difícil encontrar as onças, mas hoje elas cruzam o caminho de quem navega pelos rios do Parque Estadual Encontro das Águas. A equipe do TG, em poucas horas de navegação, consegue avistar duas, um macho e uma fêmea. A onça-pintada é o maior felino das Américas e o terceiro maior felino do mundo, ficando atrás apenas dos tigres e leões. Pode pesar até 150 quilos e medir quase dois metros de comprimento. E é dela a mordida mais forte entre todos os felinos. A onça-pintada no Brasil é uma habitante das regiões de matas alagadas Ananda Porto/TG Depois de se exibir com toda elegância e imponência, as onças seguem o seu caminho. A tranquilidade do animal, mesmo próximo dos barcos, indica que ele parece ter se acostumado com a presença do homem. “Ao longo dos anos, como a região tem muitos pescadores, elas acabaram se acostumando com a presença do homem”, conta Fernando Tortato, pesquisador da ONG Panthera Brasil. Para a observação das onças, é preciso muito organização. De acordo com a resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente, é preciso manter uma distância mínima de 10 metros da onça que estiver na margem do rio e 30 metros da que aparecer em terra firme. Não é permitido alimentar as onças e nem cevá-las. É expressamente proibido atrapalhar a travessia da onça na água ou em qualquer outro percurso. O turista não pode, de forma alguma, tentar atrair a atenção do animal e é necessário permanecer em silêncio. Além destas regras, os guias e operadores criaram uma associação para garantir a qualidade e a segurança do turismo de observação. Muitos estrangeiros têm procurado pelos pacotes que incluem a observação de onças. De acordo com uma pesquisa da ONG Panthera Brasil, este tipo de turismo já movimenta R$ 25 milhões por temporada, período entre junho e outubro.
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