Governo agenda leilões de geração de energia para setembro
Poderão se inscrever para as licitações investidores interessados em construir projetos hidrelétricos e termelétricas movidas a biomassa, a gás ou resíduos sólidos, além de usinas eólicas e solares. O Ministério de Minas e Energia agendou para 30 de setembro a realização dos chamados leilões de energia A-5 e A-6 de 2021, voltados à contratação de novos projetos de geração, segundo publicação no Diário Oficial da União desta segunda-feira (18).
Os certames visam viabilizar a implementação de usinas com início do fornecimento a partir de janeiro de 2026 e de 2027, respectivamente, com objetivo de atender à demanda das distribuidoras de energia, que suprem os consumidores finais.
Os leilões de energia do Brasil tradicionalmente atraem grandes empresas locais e internacionais do setor elétrico, atraídas pelos contratos de longo prazo oferecidos para os projetos e as condições favoráveis para investimentos em energia no país, principalmente renováveis.
Em 2021, eles devem acontecer sob intenso apetite dos investidores em geração, depois de licitações para novas usinas agendadas para 2020 terem sido suspensas pelo governo na sequência da crise gerada pela pandemia global de coronavírus.
Poderão se inscrever para as licitações "A-5" e "A-6" de 2021 investidores em geração interessados em construir projetos hidrelétricos e termelétricas movidas a biomassa, a gás ou resíduos sólidos, além de usinas eólicas e solares.
Os leilões serão realizados de forma sequencial, com início pelo "A-5", voltado a usinas que devem operar a partir de 2026, de acordo com portaria do ministério sobre as licitações.
Empreendimentos hidrelétricos fecharão contratos para a venda da produção às distribuidoras por 25 anos, enquanto termelétricas poderão assinar contratos de 20 anos. Eólicas e solares disputarão contratos com 15 anos de duração.
Os projetos de geração deverão negociar nos certames ao menos 30% da energia habilitada, sendo que fecharão contratos de venda com as distribuidoras aqueles que oferecerem os menores preços finais para os consumidores de energia.
Investidores com projetos a gás natural deverão comprovar disponibilidade de combustível para operação contínua por período mínimo de oito anos, segundo as diretrizes do governo, com posteriores novas comprovações sobre a capacidade de atendimento ao contrato.
Empreendimentos que usarão gás de origem nacional nas usinas poderão se habilitar indicando reservatórios com volumes de gás considerados como recursos contingentes ou reservas certificadas por empresa independente. Em caso de vitória na concorrência, deverão comprovar a disponibilidade de combustível em até 18 meses após a data dos leilões.
As distribuidoras de energia, que participam dos leilões como compradoras, deverão informar ao ministério entre 26 e 30 de julho suas declarações de necessidade de compra nos certames.
Já os investidores em geração interessados em participar das concorrências deverão se cadastrar junto à estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) até 24 de março no caso de empreendimentos hidrelétricos e até 6 de maio para as demais fontes.
Na semana passada, o Ministério de Minas e Energia já havia divulgado informações sobre os leilões A-3 e A-4, que contratarão usinas com entrada em operação em 2024 e 2025. Eles foram agendados para 25 de junho.
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FMI pede a países que continuem com forte apoio fiscal e monetário
Em outubro passado, o Fundo projetou contração do Produto Interno Bruto (PIB) global de 4,4% em 2020, seguida por uma recuperação em 2021, com crescimento de 5,2%. O Fundo Monetário Internacional (FMI) está recomendando fortemente que os países continuem com grandes esforços fiscais e monetários para sustentar suas economias, dada a incerteza contínua acerca dos riscos representados pelo ressurgimento de casos de Covid-19 e de novas variantes do vírus.
"A economia global está em um momento crítico", disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice, a jornalistas em uma entrevista online. "Resta uma grande incerteza… e a perspectiva de um período ainda muito difícil pela frente, com surtos de infecção e as pessoas continuando a sofrer."
Rice disse que o FMI divulgará atualização de sua projeção econômica global em 26 de janeiro, a qual refletiria os desenvolvimentos recentes, incluindo o avanço e distribuição de vacinas contra a Covid-19 e novas medidas de estímulo nos Estados Unidos e no Japão.
Em outubro passado, o Fundo projetou contração do Produto Interno Bruto (PIB) global de 4,4% em 2020, seguida por uma recuperação em 2021, com crescimento de 5,2%.
FMI reduz previsão de queda do PIB, em 2020
Mais de 92,22 milhões de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus em todo o mundo e quase dois milhões morreram, de acordo com uma contagem da Reuters.
A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, afirmou na semana passada que medidas de estímulo econômico nos Estados Unidos e no Japão ajudariam a impulsionar uma recuperação econômicas em ambos os países no segundo semestre deste ano e sugeriu que possíveis melhores nas previsões devem ocorrer em breve.
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MP do Trabalho abre inquéritos para apurar fechamento das fábricas da Ford no Brasil
Órgão vai acompanhar cumprimento de deveres trabalhistas e risco de dano à cadeia produtiva. Ford encerrará produção de veículos no país; decisão afeta 5 mil empregos aqui e na Argentina. 5 pontos: Ford encerra produção no Brasil O Ministério Público do Trabalho abriu três inquéritos civis para apurar os possíveis impactos do encerramento das atividades da Ford no país. Na segunda (11), a montadora anunciou que encerrará a produção de veículos nas três fábricas em território brasileiro. Segundo o MPT, as investigações vão acompanhar não só o cumprimento das questões trabalhistas dos empregados, mas também os efeitos para o mercado interno. Se for comprovado dano para a cadeia produtiva do país, o órgão pode acionar a empresa na Justiça para cobrar reparação. Os inquéritos vão analisar a situação nas fábricas das empresas em Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE). A abertura da investigação foi comunicada à Ford pelo próprio MP do Trabalho durante reunião nesta quinta-feira (14). SAIBA MAIS: perguntas e respostas sobre a decisão da Ford Webstories: relembre a história da montadora no Brasil O procurador-geral do MPT, Alberto Balazeiro, afirmou que há preocupação com os reflexos sociais e com a empregabilidade dos trabalhadores da empresa, além dos efeitos para toda a cadeia produtiva do entorno das plantas industriais, que também deve ser atingida. No encontro, representantes da Ford reforçaram os argumentos que a empresa vem sustentando para justificar sua saída do Brasil. Raio-X do Ford no Brasil G1 5 mil empregos afetados Questionada pelo G1 sobre quantos funcionários serão demitidos, a Ford disse que aproximadamente 5 mil empregos serão afetados com a reestruturação no Brasil e na Argentina. O país vizinho sofrerá ajustes pelo encerramento da produção no Brasil, mas continuará produzindo veículos. HISTÓRIA: Ford foi a 1ª a produzir carros no Brasil FOTOS históricas da Ford no Brasil REPERCUSSÃO do fechamento das fábricas Ao todo, a Ford possui 6.171 funcionários no Brasil. Em Taubaté, 830 funcionários serão demitidos, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos. A fábrica de Horizonte emprega 470 pessoas. A unidade de Camaçari, que produzia Ka e EcoSport, e a de Taubaté, onde eram feitos motores e transmissões, serão fechadas imediatamente, reduzindo a produção às peças para estoques de pós-venda. No último trimestre de 2021, será fechada também a planta da Troller, em Horizonte. VÍDEOS: notícias de economia Initial plugin text
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Bolsonaro pediu ao ministro Paulo Guedes demissão do presidente do Banco do Brasil
Presidente se irritou com medidas anunciadas pelo banco, de fechamento de cerca de 200 agências e lançamento de programa de demissão voluntária para cortar 5 mil vagas. O atual presidente do BB, André Brandão, em foto de maio de 2015, quando participou de audiência da CPI do HSBC no Senado Edilson Rodrigues/Agência Senado O presidente Jair Bolsonaro pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a demissão do presidente do Banco do Brasil, André Brandão. Segundo fontes do Planalto, não há comunicado oficial da demissão porque o ministro busca reverter o pedido. O pedido de demissão foi motivado pelo anúncio de fechamento de cerca de 200 agências e do plano de reestruturação que prevê um programa de demissão voluntária com o objetivo cortar 5 mil vagas. Bolsonaro não concordou com as medidas. Ana Flor: 'Bolsonaro avalia trocar presidente do Banco do Brasil' Na manhã desta quinta-feira, o Banco do Brasil informou ao mercado por meio da divulgação de "fato relevante" à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não ter recebido nenhuma comunicação formal por parte do "acionista controlador" (o governo federal) sobre decisão a respeito da demissão da instituição. De acordo com o blog da Ana Flor, Bolsonaro se irritou com o anúncio, feito no início desta semana, do fechamento de agências e do programa de demissão voluntária. Segundo informou ao blog de Valdo Cruz um auxiliar presidencial, Bolsonaro pressiona para que o plano seja suspenso, ou pelo menos adiado, a fim de evitar influência nas eleições dos novos presidentes da Câmara e Senado — Bolsonaro apoia Arthur Lira (PP-AL) na Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado. Parlamentares estão reclamando, de acordo com o blog, do fechamento de agências em suas bases eleitorais. Nesta quinta (14), apesar do fato relevante encaminhado pelo banco ao mercado, informou o blog de Valdo Cruz, a situação de André Brandão permanecia indefinida. André Brandão tomou posse na presidência do banco em setembro do ano passado egresso do grupo HSBC, onde foi presidente. Ele tem mais de 20 anos de atuação no mercado financeiro. No HSBC, começou a atuar no final de 1999, na área de renda fixa, vendas e câmbio. Em 2001, assumiu o cargo de diretor de tesouraria, e posteriormente, foi promovido a diretor-executivo de tesouraria. Ele também atuou como diretor da área de mercado do banco para toda a América Latina, antes de chegar à presidência, em 2012. Além do HSBC, já trabalhou também no Citibank, entre São Paulo e Nova York. Valdo: Bolsonaro pede demissão de André Brandão, presidente do Banco do Brasil Reestruturação do BB O Banco do Brasil anunciou na segunda-feira (11) a abertura de dois programas de demissão voluntária com a previsão de adesão de cerca de 5 mil funcionários. O banco anunciou ainda o fechamento de 361 unidades (112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento) no primeiro semestre deste ano. As chamadas modalidades de desligamento incentivado voluntário aos funcionários são as seguintes: Programa de Adequação de Quadros (PAQ), a fim de otimizar a distribuição da força de trabalho, equacionando as situações de vagas e excessos nas unidades do banco. Além da opção de desligamento, o PAQ incentiva movimentações laterais para unidades onde existam vagas. Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), disponível a todos os funcionários do BB que atenderem aos pré-requisitos e é específico para o incentivo ao desligamento, com limite de 5 mil adesões. O Banco do Brasil anunciou que a reorganização da rede de atendimento, incluindo o fechamento de unidades, deve trazer uma economia líquida anual estimada com despesas administrativas de R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025. O objetivo do fechamento das unidades, segundo o banco, é trazer mais eficiência à rede de atendimento, propiciar recursos para abertura das unidades de atendimento especializado e melhorar a experiência do cliente. (NOTA DA REDAÇÃO: ao ser publicada, esta reportagem atribuiu a informação sobre o pedido de Bolsonaro a Guedes à Secretaria de Imprensa do Planalto. Na verdade, essa informação foi passada ao G1 por fontes do Planalto.) VÍDEOS: notícias de economia
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Powell diz que aumento de juros não ocorrerá em breve
Presidente do banco central dos EUA também rejeitou sugestões de que a autoridade monetária possa começar a reduzir compras de títulos. Com a economia ainda longe de suas metas de inflação e emprego, é muito cedo para o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) discutir uma mudança no que diz respeito às compras mensais de títulos, afirmou o presidente do Fed, Jerome Powell, nesta quinta-feira (14). "Agora não é a hora de estarmos falando sobre saída", dos US$ 120 bilhões em títulos do governo que o Fed está adquirindo a cada mês, disse Powell em um simpósio online mediado pela Universidade de Princeton. Jerome Powell, chairman do Federal Reserve, em foto de 31 de julho de 2019 Sarah Silbiger/Reuters "Uma lição da crise financeira global é ter cuidado para não sair (de estímulos) muito cedo e, a propósito, tentar não falar sobre sair o tempo todo se estiver enviando esse sinal, porque os mercados estão ouvindo." Fed vê crescimento modesto, mas diz que otimismo é contido por aumento de casos de coronavírus "A economia está longe de nossos objetivos… e estamos fortemente comprometidos… em usar nossas ferramentas de política monetária até que o trabalho esteja bem e verdadeiramente feito", disse Powell, rejeitando recentes sugestões de alguns de seus colegas de que o Fed poderia considerar reduzir suas compras de títulos ainda neste ano. A discussão do Fed sobre reduzir as compras de títulos após a crise financeira de 2007 a 2009 desencadeou, em um ponto, mudanças rápidas nos yields de títulos em todo o mundo, um "tantrum" que as autoridades do Fed desde então tem evitado ao sinalizarem quaisquer mudanças em relação à aquisição de ativos com bastante antecedência. No mercado financeiro, "tantrum" é um termo usado em referência a uma violenta reação de investidores a mudanças em condições de liquidez e de estímulos. O episódio mais famoso, que ficou conhecido como "taper tantrum", é de maio de 2013, quando os yields dos Treasuries dispararam após o Fed sinalizar redução de estímulos. Powell prometeu que o Fed avisaria com bastante antecedência eventual redução das atuais compras de títulos. Ele disse que o momento de se aumentar as taxas de juros também "não é em breve", dada a profundidade dos problemas econômicos relacionados à pandemia, que ainda persistem. Vídeos: Últimas notícias de economia
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Como as redes sociais bloquearam Trump e por que isso gerou um grande debate sobre liberdade de expressão
As redes sociais têm sido acusadas ao mesmo tempo de limitar a liberdade de expressão e de não fazer o suficiente para evitar a violência e o discurso de ódio Twitter tira conta de Trump do ar REUTERS/Joshua Roberts O bloqueio da conta do presidente americano, Donald Trump, no Twitter depois que seus apoiadores invadiram o Congresso dos EUA em 6 de janeiro foi comemorado por alguns e criticado por outros. Entre os críticos da decisão estão principalmente os apoiadores do presidente dos EUA — mas os partidários de Trump não são os únicos a reclamar. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, se referiu à medida como "problemática" por limitar "o direito fundamental à liberdade de expressão" — segundo ela, nenhuma companhia privada deveria ter um poder tão grande e é a legislação do país que deveria regular o funcionamento das redes sociais. Presidente do Twitter defende decisão de banir Trump mas afirma que abre 'precedente perigoso' O ativista russo Alexei Navalny afirmou que o bloqueio foi "um ato de censura inaceitável". A medida tem gerado preocupação entre alguns defensores da liberdade de expressão principalmente em países onde ela não é garantida. "Obviamente o Twitter é uma empresa privada, mas vimos muitos exemplos na Rússia e na China de empresas privadas que se tornaram as melhores amigas do Estado e facilitadoras da censura", explicou Navalny em sua postagem. Para outros, porém, o mais preocupante é justamente que uma empresa privada conseguiu silenciar em parte o presidente dos EUA — muitas vezes considerado o homem mais poderoso do mundo — privando-o de seu megafone favorito. Trump utilizava muito o Twitter. "O fato de um CEO poder desconectar o alto-falante do presidente dos Estados Unidos sem qualquer controle e equilíbrio é preocupante", Thierry Breton, funcionário da União Europeia, em um artigo de opinião publicado no site Politico. E até o ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, interveio no debate, alertando sobre os riscos das plataformas tecnológicas decidirem "quem deve e quem não deve ter voz". As referências a uma suposta censura e à liberdade de expressão também têm sido frequentes nas críticas dos partidários de Trump, que também foram objeto de medidas semelhantes em várias redes sociais. O Twitter anunciou nesta segunda-feira o fechamento de "mais de 70 mil contas" vinculadas ao QAnon, grupo de teoristas da conspiração que já antes da eleição também havia sido objeto de bloqueio no aplicativo e também no Facebook. A rede social de Mark Zuckerberg também suspendeu temporariamente a conta de Trump, assim como o Instagram. O Snapchat, Twitch e o YouTube fizeram o mesmo. O Facebook também disse que está removendo todo o conteúdo que menciona a frase "stop the steal" (parem o roubo, em inglês), o slogan associado às alegações – sem provas – de Trump de que a eleição presidencial de novembro passado foi fraudada. A Amazon parou de fornecer serviços de hospedagem para carregar o aplicativo da rede social Parler, plataforma parecida com o Twitter que se tornou popular entre militantes de extrema direita e seguidores do presidente. O futuro da Parler também está ameaçado pela decisão do Google e da Apple de parar de oferecer o aplicativo em suas lojas virtuais, bem como pela recusa de muitos outros provedores online em fornecer-lhes espaço de hospedagem. "A liberdade de expressão morreu e está sob o controle dos grandes senhores da esquerda", disse Donald Trump Jr, filho de Trump, acusando os donos bilionários das redes de serem "de esquerda". Mas, como lembra David Díaz-Jogeix, diretor de programas para a liberdade de expressão da ONG Artigo 19, mesmo nas sociedades democráticas mais avançadas a liberdade de expressão está sujeita a certos limites que Trump (e vários de seus seguidores) parecem ter ultrapassado. Twitter suspende conta de Trump permanentemente Risco de violência "Inicialmente, as mensagens foram eliminadas devido ao risco iminente e real de violência. Esse é o fator determinante", disse Díaz-Jogeix, que acrescentou ser preciso levar em conta o imenso número de apoiadores de Trump e sua posição de influência. "Nesse contexto, a eliminação desses tuítes faz sentido. E a suspensão da conta é grave, mas legítima, embora possa ser desproporcional. E digo 'possa ser' porque não sabemos se é uma suspensão permanente", disse ele à BBC Mundo. A potencial ameaça de violência também foi a justificativa usada pela Amazon Web Services (AWS) para explicar sua decisão de interromper o fornecimento de seus serviços à Parler. "Está claro que há uma quantidade significativa de conteúdo na Parler que incentiva e incita a violência contra outras pessoas, e que a Parler não pode ou não deseja identificar e remover rapidamente esse conteúdo, o que é uma violação de nossos termos de serviço." Amazon argumentou. Parler, que anunciou um processo contra a Amazon, sustenta, por sua vez, que os verdadeiros motivos seriam "animosidade política" e "reduzir a concorrência no mercado de serviços de microblog em benefício do Twitter". Mas, como explica a pesquisadora de ética e tecnologia Stephanie Hare, esta não é a primeira vez que uma grande empresa de tecnologia norte-americana toma medidas semelhantes. "A Cloudflare parou de fornecer entrega de conteúdo, proteção e serviços de suporte para o site da supremacia branca The Daily Stormer em 2017 e ao fórum 8Chan, cheio de conteúdo extremista, em 2019, depois que o 8Chan foi usado pelo autor de um massacre em El Paso, Texas", diz Hare. Díaz-Jogeix lembrou que o Twitter se reserva o direito de restringir o acesso à sua plataforma de acordo com os regulamentos da comunidade e os termos de serviço, que, no entanto, podem ser legalmente questionados. "Na Europa, houve vários casos em que algumas redes removeram pessoas de suas plataformas e as pessoas os levaram a tribunais em seus países. Os juízes então forçaram as plataformas a devolverem seu espaço", disse o especialista do Artigo 19. "Mas há uma falta de jurisprudência do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, e também nos Estados Unidos, sobre se há uma obrigação de dar espaço nessas plataformas para indivíduos", diz. Espaço público? Para Santiago Pardo Rodríguez, professor da Universidade dos Andes, no caso do encerramento da conta de Trump há outros elementos a serem considerados que tornam o caso mais complexo. Como o constitucionalista colombiano explicou em uma postagem no Twitter, em 2017 a Universidade de Columbia processou Trump por bloquear sete pessoas de sua conta no Twitter. Um ano depois, um juiz concordou com o pedido da universidade e em 2019 outro Tribunal confirmou que Trump não poderia bloquear ninguém de sua conta no Twitter porque constituía um "espaço público": um espaço onde a liberdade de expressão goza de ampla proteção contra as ações do governo que a violem. "E a questão agora é: essas proteções constitucionais são estendidas às empresas privadas? Ou seja, uma empresa privada retirar alguém desse espaço é uma violação à liberdade de expressão da mesma forma que uma ação do governo seria? Acho que é um debate muito interessante e algo que precisa ser discutido", diz Pardo à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC. O jurista gostaria que essa discussão ocorresse na Suprema Corte dos Estados Unidos. Mas, por enquanto, ele afirma que não considera necessariamente a atitude do Twitter inadequada. "É aí que entra também o caso Brandenbrurg, um julgamento que levou à criação de uma nova regra. Essa norma diz que o governo pode limitar o conteúdo em condições muito específicas: quando houver uma iminência de que esse discurso violento possa produzir uma ação ilegal", afirma. Isso, no entanto, também levanta a questão de por que o Twitter não agiu antes. E também a questão de se esse tipo de decisão pode ser deixada exclusivamente nas mãos das redes sociais, que têm sido acusadas ao mesmo tempo de limitar a liberdade de expressão e de não fazer o suficiente. Mais rigorosas Até agora uma das principais regras de plataformas como Facebook e Twitter era não interferir no conteúdo publicado por políticos, pois eles os consideravam muito importantes para o debate público. Isso significava que usuários como o presidente dos EUA desfrutavam de mais liberdade do que outros usuários. Mas desde o início da pandemia do coronavírus, as coisas começaram a mudar significativamente e as empresas começaram a tomar mais medidas contra líderes mundiais que espalharam desinformação. Em março, o Facebook e o Twitter removeram postagens do presidente brasileiro Jair Bolsonaro e do presidente venezuelano Nicolás Maduro por espalhar inverdades sobre a covid-19. Mas foi só em maio, no contexto dos protestos do movimento Black Lives Matter (vidas negras importam, em inglês), que o Twitter tomou uma atitude contra uma mensagem postada por Trump. O Twitter colocou um alerta sobre uma mensagem dizendo que ela glorificava a violência: "Quando começa o saque, começa o tiroteio", escreveu Trump. E ações desse tipo, que se multiplicaram durante a campanha eleitoral nos Estados Unidos, aumentaram ainda mais desde os eventos de 6 de janeiro, em todo o mundo. Por exemplo, o Facebook anunciou na segunda-feira a remoção de contas vinculadas ao governo de Uganda que supostamente estavam sendo usadas para fraudar as próximas eleições. E para o advogado especialista em privacidade Whitney Merrill, isso aponta para uma mudança na postura dos gigantes da tecnologia. "As regras e diretrizes das redes sociais estão evoluindo com o tempo, o que é normal, mas não têm sido aplicadas de forma consistente em todo o mundo", diz ele à BBC News Mundo. Merill antecipa que a punição de Trump pode ser o início de um expurgo de comportamentos semelhantes em todo o mundo. O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, já disse que gostaria de mudar a chamada Seção 230 – uma lei que em grande parte exonera as redes sociais de responsabilidade pelas publicações de seus usuários. A ideia é aumentar a moderação de conteúdo e reduzir a disseminação de notícias falsas. Quem controla os controladores? Melhorar a legislação também é a proposta da União Europeia. A crítica de Angela Merkel à ação do Twitter contra Trump — feita por meio de seu porta-voz, Steffen Seibert 3 destacou que a liberdade de expressão só pode ser restringida "de acordo com a lei e dentro de uma estrutura definida pelos legisladores" e não "por decisão dos administradores das plataformas de mídia social". E, como lembra Díaz-Jogeix, embora as principais redes sociais venham de um contexto cultural de "absoluta liberdade de expressão", regras internacionais "dão algumas diretrizes para limitar a liberdade de expressão." Essas regras determinam que discursos que contenham incentivo ao genocídio, incitação à violência ou discriminação contra grupos marginalizados não só podem como devem ser limitados. "As redes sociais são guiadas por regras internas de funcionamento. O que criticamos é que essas normas não se baseiam, hoje, em padrões internacionais de direitos humanos", diz Díaz-Jogeix. Mas, para a ONG Artigo 19, também existe um risco em deixar a regulamentação dessas plataformas nas mãos dos governos. "Não queremos que o Twitter ou o Facebook decidam quem pode desfrutar da liberdade de expressão. Mas também não achamos que seja uma boa ideia os governos fazerem isso, porque a história mostra que permitir que os governos regulem a liberdade de expressão é uma má ideia ", diz Díaz-Jogeix. Como alternativa, a ONG está testando na Irlanda uma versão dos conselhos reguladores independentes de imprensa e publicidade que já existem em vários países europeus, adaptados à realidade das redes sociais. E embora o debate esteja longe de terminar, Díaz-Jogeix acredita que o contexto atual oferece uma oportunidade valiosa. "O que queremos é reorientar toda essa discussão global que está ocorrendo sobre isso, perguntando o que dizem os acordos internacionais de direitos humanos sobre liberdade de expressão, mas também sobre respeito à privacidade, por exemplo", diz ele. Veja vídeos sobre TECNOLOGIA no G1
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WhatsApp, Signal e Telegram: as diferenças entre os apps em relação à privacidade
À primeira vista, eles podem parecer muito semelhantes, mas têm algumas diferenças importantes. Os aplicativos coletam diferentes quantidades de dados de seus usuários e têm diferentes métodos de proteção de mensagens. Enquanto o Signal e o Telegram registram números recordes de novos usuários, o WhatsApp permanece no centro das críticas pela mudança em seus termos de uso e privacidade.
O aplicativo de mensagens anunciou na semana passada que compartilhará diferentes dados de seus usuários com sua empresa-mãe, o Facebook, que poderá fazer o mesmo com suas plataformas Instagram e Messenger.
Em meio às dúvidas, o WhatsApp afirma que suas novas regras, que devem ser aceitas pelos usuários até o dia 8 de fevereiro, foram mal interpretadas.
"Queremos esclarecer que a atualização da política não afeta de forma alguma a privacidade das mensagens que os usuários compartilham com seus amigos e familiares", disse a plataforma em comunicado divulgado na segunda-feira (11/01).
O app acrescenta que algumas das questões levantadas são "boatos".
Em entrevista à BBC News Brasil, a especialista em segurança de dados Mariana Rielli, líder de projeto do Data Privacy Brasil, a mudança de fato não significa uma grande atualização na política de privacidade do WhatsApp. Ela explica que, na verdade, boa parte dos usuários do WhatsApp já compartilham seus dados com as outras empresas do Facebook, mas possivelmente não estão conscientes disso.
Apesar desses argumentos, o longo debate sobre qual serviço de mensagem instantânea é mais seguro foi retomado.
E embora possam parecer semelhantes em sua natureza, os três aplicativos, que podem ser baixados gratuitamente, têm algumas diferenças importantes. Confira.
Dados coletados
Em primeiro lugar, entre as três plataformas de mensagens mais comentadas nos últimos dias, existem diferentes níveis de dados que são coletados.
Trata-se de uma questão central porque essa é a informação que o WhatsApp pode compartilhar com o Facebook e os outros aplicativos que essa empresa possui.
"O WhatsApp tem muitos metadados, que são as informações obtidas em qualquer mensagem que enviamos, como a marca do telefone, o horário da mensagem, sua localização e outros. Com isso, você pode saber muito sobre seus usuários", explica Cristian León, responsável do programa de inovação dos Assuntos da Organização Civil do Sul, com sede na Argentina, à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
O especialista em direitos digitais explica que esse aplicativo de mensagens, o mais popular do mundo, tem um código de programação fechado e, portanto, tem pouca transparência sobre o que coleta.
Na página do WhatsApp, são detalhados os dados obtidos e as informações que uma pessoa fornece ao aceitar seus termos de uso. Além do nome, número de telefone e contatos, há detalhes de uso da plataforma (horário ou desempenho, por exemplo), transações do aplicativo, marca e modelo do dispositivo ou tipo de conexão, entre outros.
Telegram e Signal, explica León, coletam muito menos dados.
O primeira exige de seus usuários o número de telefone, nome e lista de contatos.
Já o Signal limita-se a pedir o número de telefone e adicionar o nome é opcional.
Tanto Telegram e Signal possuem códigos de programação abertos, portanto, é possível examinar quais dados são obtidos e o que é feito com eles.
A grande preocupação: as mensagens
Desde o início da expansão dos aplicativos de mensagens móveis em todo o mundo, a grande questão era e é sobre a segurança das mensagens que são trocadas.
As plataformas foram evoluindo nesse sentido e por alguns anos Signal e WhatsApp estabeleceram a criptografia ponta a ponta como a função padrão para todas as conversas de seus usuários.
É uma espécie de cadeado que apenas o remetente e o destinatário da mensagem podem abrir.
Em tese, nem mesmo os aplicativos em que a troca foi feita podem acessar o conteúdo das conversas.
"Nem o WhatsApp nem o Facebook podem ler suas mensagens ou ouvir as ligações que você faz com seus amigos, familiares ou colegas no WhatsApp. Tudo o que você compartilhar ficará entre vocês", disse a plataforma em seu comunicado na segunda-feira.
O Telegram parece ter uma desvantagem a esse respeito, uma vez que a criptografia ponta a ponta só entra em ação quando se usa o modo "bate-papo secreto", mas as conversas normais não têm esse recurso.
Todos os três também oferecem uma modalidade cada vez mais usada, conhecida como "mensagens temporárias", em que textos, fotos, locais ou documentos compartilhados em uma conversa se autodestroem após um certo tempo.
A diferença é que no WhatsApp as mensagens desaparecem nos próximos sete dias, enquanto no Signal e Telegram você pode configurar o horário para que não haja rastros das interações após alguns segundos.
Outro diferencial é que o aplicativo do Facebook não tem a opção de bloquear capturas de tela para conversas, enquanto seus concorrentes permitem isso.
Os usos
Embora seja lógico que a maioria se limite a usar esses aplicativos para manter contato com seus conhecidos, diferentes polêmicas ocorreram nos últimos anos.
Por exemplo, descobriu-se que o Telegram era usado como meio de divulgação da propaganda do Estado Islâmico.
O grupo extremista recrutou combatentes por meio do aplicativo e aproveitou os chats criptografados do grupo para manter as comunicações e transmitir vídeos de suas ações.
E desde o ano passado sabe-se que o Telegram é uma das plataformas que os grupos de direita americanos utilizam para divulgar suas mensagens, embora a maioria deles utilize outros aplicativos que permitem interações anônimas para convocar suas atividades ou disseminar teorias da conspiração.
O WhatsApp também teve problemas e em 2019 decidiu deletar centenas de milhares de contas suspeitas de usar seu serviço para espalhar pornografia infantil.
A empresa mantém uma política de tolerância zero para o abuso sexual de menores.
O aplicativo, segundo diferentes análises, foi identificado como sendo, junto com o Facebook, um dos maiores canais de divulgação de notícias falsas em época eleitoral em países como Bolívia, Colômbia ou Estados Unidos.
O Signal, que tem menos usuários do que os dois anteriores, até agora não foi apontado por ser usado como um canal para recrutar extremistas ou divulgar informações falsas.
No entanto, se encontrou no meio de algumas controvérsias políticas, como quando foi denunciado como o aplicativo que o ex-presidente do governo regional da Catalunha Carles Puigdemont usava para se comunicar com um de seus aliados durante sua tentativa de declarar a independência daquela região.
Histórico
O WhatsApp foi fundado por dois ex-funcionários do Yahoo! no Estado americano da Califórnia e lançado em fevereiro de 2009. Foi vendido por quase US$ 20 bilhões ao Facebook em 2014.
Já o Telegram, de origem russa, surgiu em 2013. Ele foi criado por dois irmãos russos que haviam fundado anos antes a rede social VK, a mais popular do país.
O Signal, por sua vez, foi criado por um grupo independente de desenvolvedores de software chamado Open Whisper Systems, cujo fundador é o hacker Moxie Marlinspike.
O app ficou famoso ao ser usado pelo ex-analista da CIA Edward Snowden, que tornou públicos detalhes sobre programas de vigilância do governo dos Estados Unidos.
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Preço da vaca leiteira chega a R$ 4,7 mil em Rondônia; veja cotação
Veja a cotação nas cidades do estado. Maiores valores estão em Jaru, Alvorada, Corumbiara e Pimenteiras. Veja quanto custa a vaca leiteira em Rondônia, segundo a Emater Fabiana Assis/G1 O preço da vaca leiteira chegou a R$ 4,7 mil em Rondônia nestes primeiros dias de 2021, de acordo com a cotação feita pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO). A pesquisa de preços refere-se ao preço médio pago ao produtor. Segundo a Emater, Jaru tem o melhor valor pela cabeça da vaca leiteira no estado. No município, o valor para pagamento à vista é de R$ 4.750. Já em Alvorada do Oeste a cabeça custa R$ 4.700, mesmo valor praticado em Corumbiara e Pimenteiras do Oeste. Veja os preços da vaca leiteira em Rondônia Veja mais notícias do Rondônia Rural
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WhatsApp, Telegram e Signal: conheça as vantagens de cada um dos aplicativos de mensagens
Apps foram criados com visões distintas sobre o papel de um serviço de troca de mensagens. Conheça as características, segurança e privacidade de cada um. Pessoas utilizam celulares diante de projeção dos logos do Signal, WhatsApp e Telegram em foto ilustrativa Dado Ruvic/Reuters As mudanças na política de privacidade do WhatsApp, que preveem uma integração maior com o Facebook, deixaram muita gente se perguntando quais são as alternativas ao app de mensagens. O Telegram, um dos concorrentes mais conhecidos no Ocidente, disse ter recebido 25 milhões de novos usuários em nas 72 horas após o WhatsApp começar a exigir que os usuários concordassem as mudanças. WEBSTORIES: Entenda as novas regras do WhatsApp Outro nome que está chamando a atenção é o Signal. Promovido por especialistas em segurança e financiado por um dos cofundadores do WhatsApp desde 2018, o número de downloads do app aumentou 4.200% em relação à semana anterior ao anúncio do Facebook sobre o WhatsApp. Veja abaixo a história de cada aplicativo e o que eles oferecem como diferencial: WhatsApp Fundado em 2009 como uma startup e adquirido pelo Facebook em 2014, o WhatsApp é hoje o comunicador mais popular do mundo, com cerca de 2 bilhões de usuários ativos e 5 bilhões de downloads só na Play Store, a loja de apps do Android. O programa foi criado com o intuito de substituir os torpedos SMS, que eram limitados, e chegou a experimentar um modelo de negócios com assinatura anual. No entanto, ele podia ser usado de graça por um longo período e, desde que foi adquirido pelo Facebook, não há cobrança nem anúncios no aplicativo. O compartilhamento de dados com o Facebook e a integração do app com pagamentos, contudo, vem se tornando a aposta para tornar o serviço lucrativo. O que só ele tem: Status/Stories, videochamadas criptografadas com até 8 pessoas (50 por meio da integração com as Salas do Messenger), recursos adicionais para contas comerciais (incluindo pagamentos, já disponíveis em algumas regiões). O que limita o app: O WhatsApp adota restrições ao encaminhamento de mensagens e ao tamanho dos grupos (256 membros). Não é possível usar o app em outros dispositivos sem que o telefone esteja ligado e conectado à internet. Segurança: O WhatsApp adotou a tecnologia de criptografia do Signal em 2016, melhorando sua segurança de forma significativa, mas não vem acompanhando os aprimoramentos do concorrente. O código-fonte do WhatsApp é fechado. Privacidade: É obrigatório divulgar o número de telefone para receber e enviar mensagens de outros usuários. As mensagens do WhatsApp são criptografadas, mas o comportamento dos usuários no app (frequência de uso, contatos e grupos) podem ser levados em conta pelo Facebook para modelar o perfil que determina sugestões de contato, publicidade direcionada e outras ferramentas comerciais. Telegram O Telegram foi lançado em 2013 pelos irmãos Durov, uma dupla de empreendedores da Rússia conhecida pela rede social VKontakte (VK), o "Facebook russo". O passado do VK ainda influencia as operações do Telegram, o que repercute em sua história e funcionamento. Quando a VK se tornou popular na Rússia, os irmãos Durov foram pressionados (inclusive com assédio policial) a abandonar o controle da rede, deixando-a nas mãos de pessoas favoráveis ao governo. Os irmãos hoje vivem exilados de seu país, viajando o mundo. Da mesma forma, não se sabe exatamente onde o Telegram possui seus escritórios, embora esteja juridicamente sediado no Reino Unido. Após o Facebook anunciar mudanças na política de privacidade do WhatsApp, o Telegram passou a ganhar popularidade, chegando a 500 milhões de usuários ativos. O serviço é prestado por empresa privada e financiado por Pavel Durov, um dos seus fundadores. Mas a Durov anunciou que pretende introduzir recursos pagos em 2021, que serão voltados para empresas e usuários avançados. Ele disse que não haverá cobrança pelos recursos já existentes no app. O que só ele tem: Grupos de até 200 mil membros, uso em qualquer dispositivo sem depender da internet no celular, envio e recebimento de mensagens sem divulgar o número do telefone, opções adicionais para controlar a exposição de dados (para que só algumas pessoas possam ver quando você está on-line, por exemplo), agendamento de envio de mensagens, busca de pessoas próximas para se comunicar (este recurso exige cuidado). O que limita o app: Não há suporte para status/stories nem videochamadas em grupo (é possível realizar videochamadas individuais, mas o recurso para grupos foi prometido para 2021). A maioria das vantagens do app é viabilizada pela ausência de criptografia nas mensagens regulares e armazenamento de dados no servidor. Ainda não está claro como o Telegram pretende se sustentar financeiramente. Segurança: As conversas no Telegram não são criptografadas por padrão, sendo necessário ativá-la em conversas específicas por meio de "chats secretos". O armazenamento das mensagens no servidor exige cuidado para evitar a exposição das conversas (as autoridades da Lava Jato, por exemplo, foram expostas pelo Telegram por esse motivo). O código-fonte do aplicativo do Telegram é aberto, mas o código do servidor do serviço é fechado, deixando-o em um meio-termo entre o Signal e o WhatsApp. Privacidade: As mensagens, fotos e arquivos das conversas regulares (não secretas) do Telegram ficam armazenadas no servidor do serviço, mas o Telegram promete não compartilhar dados com terceiros e não possui vínculos com redes de publicidade que usam esses dados para a modelagem de perfis. Telegram possui opções adicionais para o envio de mensagens, inclusive agendamentos. Eles funcionam mesmo que seu telefone não esteja ligado. Reprodução Signal A marca do Signal está muito ligada ao nome de Moxie Marlinspike, que criou a empresa de segurança Whisper Systems e a vendeu para o Twitter. O nome dele, porém, é um pseudônimo. A agência de notícias Reuters já identificou Moxie pelo nome de Matthew Rosenfeld, mas ele não faz questão de divulgar seus dados pessoais. A forma que o Signal prioriza a privacidade e a segurança dos seus usuários lembra muito a personalidade do seu criador. É o app de mensagens recomendado por personalidades como Edward Snowden (o ex-agente da Agência Nacional de Segurança que revelou a existência de um programa de espionagem massiva nos Estados Unidos) e Elon Musk, o bilionário fundador da Tesla e da SpaceX. Juridicamente, o Signal tal como existe hoje foi fundado em janeiro de 2018. Brian Acton, um dos fundadores do WhatsApp, deixou a empresa em 2017 após se desentender com o Facebook sobre os rumos do serviço. Em vez de criar uma nova plataforma, ele se juntou a Moxie para reorganizar a estrutura formal do Signal, que hoje é financiado por doações repassadas por seus fundadores e usuários a uma mantenedora sem fins lucrativos. Initial plugin text A tecnologia do Signal, porém, data de 2010, quando foi lançado o app de mensagens TextSecure. Depois foi criado o RedPhone, que permitia fazer ligações seguras. Os dois aplicativos foram mesclados para criar o Signal, em 2014. O app ultrapassou a marca de 50 milhões de downloads na Play Store e estima-se que tenha cerca de 20 milhões de usuários ativos – sendo, por uma boa margem, o app menos popular entre os três. O que só ele tem: Foco total em privacidade e segurança, com grupos privados e envio de mensagens com remetente oculto (apenas um dos participantes precisa divulgar o número para iniciar a conversa), controles para limites de armazenamento de dados. O que limita o app: Não há busca integrada de GIFs animados, nem status/stories. As chamadas em grupo são limitadas a 5 participantes e grupos podem ter no máximo 1.000 contatos. O backup para recuperar mensagens é manual e exige uma senha de 30 posições, dificultando a restauração de mensagens após uma troca de aparelho. O smartphone precisa estar sempre ligado e conectado para usar o Signal em outros dispositivos. Segurança: A comunicação do Signal é criptografada sempre que possível. O código-fonte do Signal é totalmente aberto, o que maximiza a transparência e torna o serviço um dos preferidos para especialistas em segurança digital. É referência em segurança de comunicações. Privacidade: Não há recurso que mostre quando alguém está on-line, nem o último horário em que o app foi aberto. O uso generoso de criptografia minimiza a quantidade de informações legíveis que chegam aos servidores do serviço, inviabilizando a coleta da maioria das informações. Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para g1seguranca@globomail.com 5 dicas de segurança para sua vida digital Veja mais vídeos sobre Segurança Digital
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