Arroba bovina supera R$ 300 e tem novo recorde, mas desempenho interno da carne preocupa
Se por um lado os frigoríficos estão tendo remuneração alta com compradores internacionais, impulsionadas pelo câmbio, no Brasil o enfraquecimento do poder de compra da população em meio à pandemia e o fim do auxílio emergencial travam o avanço das cotações da proteína. Touro animal boi bovinos Uberaba Reprodução/TV Integração O preço do boi gordo superou a marca de R$ 300 por arroba, apontou o indicador Cepea/B3 nesta segunda-feira (2), novo recorde da série histórica iniciada em 1994, motivado pela baixa oferta de animais prontos para o abate e demanda externa aquecida, mas o fraco desempenho nas cotações da carne no mercado interno preocupa, afirmam analistas. Na última sexta-feira, o índice já havia encerrado janeiro com alta de 12,24% na variação mensal, a 299,85 reais por arroba. Agora, a cotação chegou a R$ 301, avanço de 9,97% em relação ao mês anterior e um salto de 53,4% no comparativo anual. A alta no preço dos alimentos em 2020 explicada pelo campo Analistas previam, em reportagem publicada pela Reuters em novembro, que os preços do boi gordo se aproximavam dos R$ 300, o que indicaria aperto para as margens dos frigoríficos que negociam a carne no mercado doméstico. 'Alta perigosa' A diretora da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel, disse que a carne bovina está indo bem no mercado externo, mas alertou que essa alta no preço do animal é perigosa do ponto de vista do consumo interno –considerando que cerca de 70% da proteína produzida é consumida no país. "O preço da carne descolou do boi", disse a especialista. Se por um lado os frigoríficos conseguem remunerações elevadas com compradores internacionais, impulsionadas pelo câmbio, no Brasil o enfraquecimento do poder de compra da população em meio à pandemia e o fim do auxílio emergencial travam o avanço das cotações da proteína. Levantamento da Scot Consultoria divulgado em boletim nesta segunda-feira indica que, no acumulado da última semana, o preço médio de 22 cortes analisados no atacado caíram 0,3%. Desde o início do ano o valor dos cortes subiu, em média, apenas 1,8%. A cotação dos cortes de traseiro, de maior valor agregado, caiu 0,6% na semana passada, e a dos cortes dianteiros subiu somente 0,4%. "Estamos em um ciclo de alta de preços da arroba e a expectativa é de mercado firme, mesmo em que pesem as sazonalidades da safra… mas o que assombra muito é o mercado interno", disse o diretor da Scot, Alcides Torres. Segundo ele, a dúvida sobre até quanto o consumidor conseguirá pagar pela carne é o que se contrapõe ao cenário de preços em alta do boi, apertando as margens dos frigoríficos. "Para a economia voltar à atividade precisaríamos ter resolvido o problema da pandemia, ter a vacina (para todos), e estamos patinando nessa questão… o desemprego ainda atrapalha mais", ressaltou. Quanto à oferta de gado, ele disse que janeiro normalmente é um mês em que poucos pecuaristas estão vendendo boiadas "nas praças pecuárias", então "precisamos ver como será fevereiro". Um fator que ajuda a encarecer o valor cobrado pelos pecuaristas é o aumento de custos com animais de reposição. Os pesquisadores do Cepea destacaram em nota que os animais de reposição (bezerro nelore, de 8 a 12 meses), também foram negociados em patamares recordes em janeiro. "Neste caso, o impulso vem do maior aumento do abate de fêmeas entre 2018 e 2019 e da forte demanda por reposição, devido à aquecida procura externa pela carne brasileira ao longo de 2020", disse o instituto. O indicador do bezerro calculado pelo Cepea chegou a tocar 2.811,77 reais por cabeça na última semana. Exportação As exportações brasileiras de carne bovina fecharam 2020 com recorde e superaram pela primeira vez 2 milhões de toneladas, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), impulsionadas por uma firme demanda da China, país que ainda sente déficit de proteína animal em função de um surto de peste suína africana desde 2018. Para este ano, a expectativa é de que o recorde seja renovado, com 2,14 milhões de toneladas, prevê a associação. O diretor da Scot Consultoria disse que, apesar do forte movimento de renovação do plantel suíno na China, as exportações de carne bovina do Brasil só para os chineses podem crescer entre 3% e 5% em 2021. VÍDEOS: veja mais notícias sobre o agronegócio
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Para punir adversários, Lira quer dissolver comissão mista da reforma tributária
O novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), planeja dissolver a comissão mista criada para analisar as propostas de reforma tributária e pode deixar para o Senado encaminhar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) considerada prioritária para a equipe econômica e setores da economia.
Lira já deixou claro em entrevistas que quer dar prioridade à reforma administrativa.
Com o movimento, Lira esvazia dois adversários políticos. Retira da relatoria da reforma tributária Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que apesar de correligionário é aliado do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e, ao deixar o Senado encaminhar o tema, engaveta a PEC 45, proposta pelo adversário na corrida pelo comando da Casa, Baleia Rossi (MDB-SP).
Arthur Lira é o presidente da Câmara pelos próximos 2 anos
O Senado tem uma proposta de reforma tributária, a PEC 110, que era originalmente relatada pelo senador Roberto Rocha. O senador afirmou ao blog nesta terça que seu relatório já está na CCJ do Senado, aguardando votação. O relatório de Aguinaldo não chegou a ser apresentado.
A Comissão Mista foi criada por um ato conjunto dos ex-presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). No acordo, Roberto Rocha havia ficado com a presidência da comissão mista da Reforma Tributária e Aguinaldo Ribeiro ficaria com a relatoria, considerada mais decisiva para os rumos do texto.
Ontem, logo após ser eleito presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) falou em retomar a discussão da reforma e citou a proposta de Rocha.
O tema será discutido nos próximos dias entre Lira e Pacheco. Fontes ouvidas pelo blog, entretanto, dizem que Lira já ofereceu a relatoria da reforma tributária a deputados do PSD, partido aliado. Além das duas PECs, ainda segue na Câmara, sem relator, o projeto enviado pela equipe econômica de criação da CBS, novo tributo que unifica impostos federais.
Criada há quase um ano, em fevereiro de 2020, a comissão já foi renovada e, se não tiver nova prorrogação, acaba em 31 de março.
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Consumo de combustíveis no Brasil em 2020 caiu ao menor nível em 8 anos, aponta ANP
Comportamento do mercado brasileiro no início de 2021, contudo, dá alguns sinais de recuperação. Em meio à crise econômica desencadeada pela pandemia de covid-19, o consumo de combustíveis no Brasil caiu 6% em 2020 ante o ano anterior.
Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as vendas totalizaram 131,7 bilhões de litros no ano passado, o menor patamar anual desde 2012. O comportamento do mercado brasileiro no início de 2021, contudo, dá alguns sinais de recuperação.
Entenda o que influencia o preço dos combustíveis
Apesar da retração geral, o principal derivado comercializado no país terminou 2020 relativamente estável, com alta de 0,3% no ano. O consumo de diesel no Brasil totalizou 57,4 bilhões de litros – impactado positivamente, em parte, pelas safras recordes de grãos.
Os números da ANP sugerem que as vendas do combustível têm se mantido em alta. No segundo semestre, o crescimento do volume de diesel comercializado no país foi de 2,95%. Em dezembro, a alta foi de 9,2%, na comparação com igual mês de 2019.
De acordo com o boletim de monitoramento do mercado durante a pandemia, divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), os dados preliminares de vendas do combustível acumulavam em janeiro, até o dia 26, uma alta de 1,8% frente a igual período de 2020.
Enquanto o diesel conseguiu se manter firme em 2020, por outro lado, as medidas de isolamento social impactaram negativamente as vendas de gasolina e etanol hidratado, combustíveis mais associados ao consumo das famílias, nos veículos leves. A comercialização de gasolina, por exemplo, recuou 6,1%, para 35,8 bilhões de litros. Já o consumo do biocombustível caiu 14,6%, para 19,25 bilhões de litros.
Com isso, o mercado do Ciclo Otto (veículos que rodam a gasolina/etanol) fechou 2020 com uma queda de 8,6%, em 49,3 bilhões de litros de gasolina equivalente. Os dados, porém, vêm melhorando. No quarto trimestre, a retração desse mercado foi de 1,7%, na comparação com igual período de 2019. Já em dezembro, as vendas no Ciclo Otto fecharam com alta de 0,25%.
Em 2021, o ano começou em trajetórias dissonantes para os dois combustíveis. De acordo com o boletim do MME, a gasolina começou 2021 com alta de 3%, enquanto o etanol com uma queda de 5,1%.
O derivado mais impactado pela crise da covid-19, no entanto, foi o querosene de aviação, que registrou um declínio de 49,2% em 2020, para 3,5 bilhões de litros. Em janeiro, os números preliminares indicam uma retração de 33% em janeiro.
Na contramão da retração do mercado, além do diesel, outro combustível que cresceu em 2020 foi o gás liquefeito de petróleo (GLP). As vendas do derivado subiram 3% no ano passado, para 13,6 bilhões de litros, muito influenciadas pelas medidas de isolamento social, já que o principal uso do GLP é na cozinha, nas residências.
A comercialização do óleo combustível também terminou o ano em alta. As vendas do derivado, muito associadas à indústria e à geração termelétrica, cresceram 6,8%, para 2,019 bilhões de litros.
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Preço do combustível ‘não é caro nem barato, é o preço de mercado’, diz presidente da Petrobras
Roberto Castello Branco deu declarações em evento virtual promovido por um banco. Segundo ele, estatal pratica preços internacionais e, apesar de pressões, 'não será mais vilã'. O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, defendeu nesta quinta-feira (28) a política de preços da estatal e afirmou que o preço dos combustíveis no Brasil "não é caro nem barato, é preço de mercado”.
Em evento virtual do banco Credit Suisse, Castelo Branco disse que a companhia não será a “vilã dos preços” e que monopólio significa "desestímulo à eficiência", o que implica risco.
“Constantemente, grupos de pressão recorrem aos políticos para intervir para que o governo faça uma interferência nos preços de combustíveis vendidos pela Petrobras. Todo mundo sabe onde bater: 'Vamos bater à porta da Petrobras, o grande vilão é a Petrobras'. A Petrobras não será mais vilã”, afirmou.
Segundo o executivo, a Petrobras pratica hoje preços internacionais. “É extremamente importante para retirar os riscos e para atração de investimentos para o Brasil”, declarou.
Para ele, a discussão sobre o preço de combustíveis é como a de futebol.
“Tem uns que acham que a Petrobras cobra preços muito elevados e tem outros que acham que a Petrobras cobra preços predatórios. Isso é que nem discussão de futebol”, disse.
“Nós adotamos como política ser pacientes e cautelosos. Nós não vamos jogar o preço para cima ou para baixo diante de um núcleo de volatilidade. Precisamos acompanhar o mercado ”, completou.
Roberto Castello Branco e os desafios da Petrobras em 2020
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Bolsas da Europa fecham em alta, acompanhando melhora do humor em Nova York
Somente o FTSE 100, de Londres, não acompanhou seus pares e encerrou o pregão desta quinta-feira (28) em queda de 0,63%. As bolsas europeias fecharam mistas, mas com viés positivo, acompanhando a melhora no humor vista em Nova York e revertendo as perdas de mais cedo, nesta quinta-feira (28). O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 fechou em alta de 0,10%, a 403,39 pontos. O DAX, de Frankfurt, subiu 0,33%, a 13.665,93 pontos, e o CAC 40, de Paris, avançou 0,93%, a 5.510,52 pontos. Em Milão, o FTSE MIB subiu 1,17%, a 21.916,50 pontos, e o Ibex 35, de Madri, avançou 1,02%, a 7.932,50 pontos. Somente o FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres, não acompanhou seus pares e recuou 0,63%, a 6.526,15 pontos. A Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, cujo índice acionário DAX é o mais importante da Europa continental Reuters Os índices europeus operaram em queda durante a manhã desta quinta, com os investidores demonstrando receio com relação à disparada de algumas ações com pesadas posições "short" (que apostam contra a valorização da ação) em Nova York ontem. A ação da GameStop, que está no centro destes temores, fechou a sessão de quarta (27) em alta de 135%, acumulando ganhos de mais de 1.800% no ano. Este grupo de ações, que inclui as da AMC Entertainment e da BlackBerry, estão no centro de uma pequena batalha entre investidores individuais e fundos de hedge com apostas pesadas contra estas ações. A forte valorização destes papéis desencadeou perdas acentuadas entre os fundos, que estão tendo que se desfazer de ações para cobrir as perdas nas posições vendidas. Mais cedo, os contratos futuros dos índices americanos indicavam mais uma abertura negativa em Wall Street, após o tombo sofrido ontem. Mas os futuros devolveram as perdas após a divulgação de um dado positivo do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que ajudou a dar suporte à confiança dos investidores. De acordo com o relatório divulgado mais cedo pelo Departamento do Trabalho dos EUA, os pedidos de seguro-desemprego caíram para 847 mil na semana passada, número menor do que a expectativa de consenso, de 875 mil. Já os dados do PIB americano vieram um pouco abaixo das expectativas, indicando um crescimento de 4% no último trimestre de 2020 ante o trimestre anterior, em taxa anualizada. O resultado veio ligeiramente abaixo da estimativa de consenso, de expansão de 4,3% no período. Os ganhos hoje foram amplos, com quase todos os setores do Stoxx 600 fechando a sessão com valorização. As ações dos bancos, que são o setor de maior peso no índice pan-europeu, fecharam em alta de 0,89%. Vídeos: Últimas notícias de economia
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Secretaria do Consumidor questiona empresas sobre produção de oxigênio hospitalar
Órgão do Ministério da Justiça notificou cinco empresas do setor. Escassez de oxigênio levou pacientes de Covid-19 à morte em hospitais de Manaus. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça notificou nesta quinta-feira (28) cinco empresas do mercado de gases industriais para que prestem esclarecimentos sobre a produção, distribuição e comercialização de oxigênio hospitalar.
Nas últimas semanas, o sistema de saúde de Manaus entrou em colapso devido à disparada dos casos de Covid-19. Hospitais ficaram sem oxigênio e pacientes estão sendo enviados para outros estados. Mais de 30 pessoas morreram por falta de oxigênio nos últimos dias 14 e 15, quando a capital do Amazonas atingiu o ápice da falta do insumo. Parentes de pacientes internados tiveram que comprar cilindros de oxigênio por conta própria.
Nesta quinta, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, disse em reunião virtual da Câmara dos Deputados sobre a crise sanitária em Manaus que o estado necessitará de mais oxigênio devido ao agravamento da pandemia de coronavírus no interior.
Segundo a Secretaria Nacional do Consumidor, foram notificadas Indústria Brasileira de Gases Ltda; White Martins Gases Industriais Ltda; Messer Gases Ltda; Air Products Brasil Ltda; e Air Liquide Brasil Ltda.
As empresas terão prazo de dez dias para responder aos questionamentos. O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor pretende analisar a atuação do mercado para atuar na prevenção de situações como as de problemas no fornecimento de oxigênio hospitalar.
Juliana Domingues, secretária Nacional do Consumidor, afirmou que foram recebidos “relatos preocupantes dos estados do Amazonas e do Pará”.
“Estamos buscando as causas das falhas do fornecimento desse insumo imprescindível aos hospitais neste momento de pandemia de Covid-19. Vamos mapear as questões regionais que estão dificultando o acesso ao oxigênio e os eventuais riscos de desabastecimento em outras regiões”, afirmou.
As perguntas encaminhadas às empresas buscam levantar dados sobre o aumento da demanda por oxigênio hospitalar e sobre a capacidade produtiva e logística das empresas na continuidade da oferta do produto em todas as regiões do país.
Os fornecedores foram questionados sobre as estruturas usadas na distribuição do produto, os principais clientes atendidos, se há regiões mais vulneráveis com relação ao fornecimento do produto e quais medidas preventivas poderiam ser adotadas.
O departamento também quer saber se as empresas encaminham algum tipo de comunicado alertando os seus clientes em relação às dificuldades no atendimento da demanda do produto.
Amazonas enfrenta desafio logístico para receber oxigênio
VÍDEOS: falta de oxigênio em Manaus
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Gol volta a receber aviões da Boeing 737 Max 8
Primeira aeronave chegou a Confins (MG) na quarta-feira (28) e deve começar a voar em fevereiro. Gol retoma voos com o 737 MAX no Brasil Reprodução/Gol A Gol Linhas Aéreas voltou a receber neste mês novos aviões do modelo Boeing 737 Max 8. A primeira aeronave chegou à Gol Aerotech, em Confins (MG), na quarta-feira (28). A expectativa da companhia é começar a voar com o novo avião em fevereiro. Trata-se do oitavo avião do modelo na frota da Gol. A empresa já possuía sete aeronaves do tipo. A frota total da Gol é de 128 aviões. Boeing 737 Max faz 1° voo comercial nos EUA em quase dois anos Boeing é acusada de fraude e pagará US$ 2,5 bilhões por acidentes com o 737 Max Os 737 Max ficaram parados durante 20 meses, após a proibição de voos com esses aviões em todo o mundo devido a dois acidentes com vítimas fatais no exterior, em 2018 e 2019. A Gol voltou a operar com o modelo em 9 de dezembro de 2020, após o retorno dos voos com os 737 Max ter sido aprovado por órgãos de regulação do setor aéreo. A companhia tem encomenda de 95 aeronaves desse modelo com a Boeing, para entrega no prazo de dez anos. Um total de 20 aviões estão financiados com empresas de arrendamento. A expectativa é ter até o fim do ano 14% da sua frota com esse modelo de aeronave. De acordo com a Gol, o Boeing 737 Max 8 aumenta a produtividade em 24% e reduz o consumo de combustível em aproximadamente 15% em comparação com os aviões 737NG, de geração anterior. Além disso, o 737 Max tem um alcance de cerca de 1.000 quilômetros a mais (chegando a 6,5 mil) quando comparado com as aeronaves atuais. Com a retomada em dezembro dos voos com o modelo 737 Max 8, e com as sete aeronaves disponíveis, até este momento a Gol completou mais de 1.000 voos comerciais, com mais de 160 mil passageiros embarcados. As ações da Gol operam em alta de 6,77%, cotadas a R$ 24,60 na B3. O Ibovespa sobe 1,72%, para 117.870 pontos. Vídeos: Últimas notícias de Economia
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‘Caso GameStop’ inspira movimento especulativo no Brasil e afeta preços de ações
Investidores da resseguradora IRB Brasil organizaram uma compra em massa das ações para trazer de volta o dinheiro de investidores institucionais; o mesmo aconteceu nos EUA com valorização de 1.800% da empresa GameStop; analistas duvidam que valorização se repita. O ataque especulativo que acontece nesta semana em Wall Street acendeu o alerta de investidores brasileiros. A pergunta principal é se algo parecido poderia acontecer por aqui. Para analistas consultados pelo G1, não só é possível como está ocorrendo – guardadas as devidas proporções. Desde esta quarta-feira (28), um grupo de investidores pessoas físicas têm se organizado em uma tentativa de influenciar o preço das ações da resseguradora IRB Brasil. Juntos, eles compram ações da empresa para pressionar fundos de investimento a reverter apostas na queda dos papéis na bolsa de valores. (Entenda como funciona abaixo) GameStop: loja do Tysons Corner Center, na Virgínia, teve aglomeração de compradores na Black Friday. REUTERS/Hannah McKay Por volta das 16h30 desta quinta-feira, as ações da empresa subiam mais de 14% no pregão, com acionistas replicando (ainda que em patamares muito menores) o fenômeno que aconteceu nos Estados Unidos. Por lá, um movimento orquestrado de compra em massa fez as ações da empresa GameStop dispararem de US$ 19,26 no final de dezembro para impressionantes US$ 380 na máxima registrada na quarta na Bolsa de Nova York (Nyse) – uma alta de mais de 1.800%. SAIBA MAIS: GameStop: entenda como um grupo de pequenos investidores combinou em um fórum a disparada das ações da empresa Lá e cá, tudo foi combinado pelas redes sociais. Os ataques especulativos são ilegais, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A entidade afirma ao G1 que acompanha cada caso individualmente e pode aplicar sanções aos investidores com base na legislação vigente. A B3 não respondeu. Mas, como nos EUA, está claro que não há uma resposta imediata para a especulação organizada. Juliana Rosa: ‘Ações da Eletrobras caem em NY após renúncia do presidente’ O que aconteceu nos EUA? A pressão nas ações da varejista de games GameStop é resultado de um efeito chamado "short squeeze". A empresa acumulava prejuízos, por conta de um modelo de negócio calcado em lojas físicas. Assim, grandes investidores institucionais passaram a apostar na queda do preço dessas ações. No jargão do mercado, isso se chama "operar vendido". Para ficar vendido, o fundo "pega emprestadas" essas ações e as vende pelo preço atual, esperando que ele estará mais baixo quando tiver que recomprá-las para devolver as ações ao dono original. Quando a ação cai, o investidor embolsa a diferença (imagine que ele vendeu a 10 dinheiros, mas paga 7 para recomprar a ação quando tiver que devolvê-la. Neste caso, o investidor teria um ganho de 3 dinheiros). No caso da GameStop, todas as ações disponíveis estavam alugadas, uma aposta robusta de grandes investidores em um derretimento da empresa. Com esse dado em mãos, pessoas físicas passaram a comprar as ações – fazendo o preço subir – e obrigaram os fundos a desfazer a operação para evitar perdas ainda maiores. Bolsa termina o ano em alta de 3%; veja o balanço do mercado em 2020 Os fundos em questão são os chamados "hedge funds", fundos que tem a proteção do patrimônio como característica. As perdas, portanto, não são bem recebidas. Os gestores acabam obrigados a gastar mais dinheiro para cobrir a diferença e cria-se, aí, uma bola de neve de valorização. "O que é importante para o investidor pessoa física é entender que, a partir do momento que uma ação descola dos fundamentos da empresa, pode-se perder bastante dinheiro com o potencial de queda do papel, porque o valor não está mais atrelado ao desempenho da empresa", afirma Betina Roxo, estrategista-chefe da corretora Rico. É exatamente o que aconteceu nesta quinta-feira. A solução dada até o momento nos EUA foi limitar o acesso de investidores de algumas das plataformas, como a Robinhood, aos papéis da GameStop. Só essa mudança fez as ações da GameStop sofrerem queda expressiva de 50%. Juliana Rosa: Ritmo da vacinação preocupa agentes econômicos Qual o perigo para o Brasil? O caso da GameStop é emblemático porque mostra o poder de organização dos investidores, tanto de inflar o preço das ações como de surpreender as autoridades. As práticas são ilegais e coibidas por agências reguladoras, mas a aplicação de sanções são truncadas lá e aqui. A GameStop anunciou recentemente uma mudança em sua diretoria executiva, que pode indicar que o investidor acredita que a empresa está passando por mudanças para se adaptar à nova realidade do mercado. É uma desculpa perfeita para se desviar de uma acusação de manipulação de mercado. No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) diz que "acompanha e analisa" as movimentações de companhias de capital aberto e toma medidas cabíveis "sempre que necessário", por meio de processos administrativos que poderão "gerar as punições previstas no art. 11 da Lei 6385/76". A lei em questão permite a suspensão de operações no mercado e multa proporcional ao poder aquisitivo do autor. Mas cada caso detectado passa por um julgamento específico, sem um mecanismo de coerção automática a operações suspeitas. Alberto Amparo, analista de internacional da Suno Research, alerta que IRB tem apenas 8% das ações em aluguéis, incomparável com o volume que se via em GameStop, que passava dos 100%. Ainda que seja possível manipular o mercado e criar o efeito de "short squeeze" com ações que tenham pouca liquidez, as proporções não devem repetir o caso americano. "O caso da GameStop é mais gritante e as empresas como Robinhood ajudam demais o investidor comum a fazer operações vendidas, o que não acontece no Brasil", afirma Amparo. Fora isso, os EUA têm uma fatia muito maior de investidores dentro do mercado de ações. O Brasil tem, ao todo, 3 milhões de investidores cadastrados na B3, enquanto 55% dos americanos em idade adulta têm investimentos em bolsa. "Ainda que tenha acontecido uma valorização, a tendência é retornar ao valor justo. Pode ter certeza que boa parte de quem entrou agora não sabe analisar o mercado de resseguros. E para sair comprando uma ação, é preciso entender os fundamentos", diz o analista. Crise da IRB Brasil Em março de 2020, as ações do IRB Brasil desabaram após a Berkshire Hathaway, empresa de investimentos do bilionário Warren Buffet, ter afirmado que não é acionista da resseguradora brasileira e nem pretende ser. Circulava um boato, que embasou uma alta dos papéis, de que a holding de Buffet não só era acionista da empresa como pretendia aumentar sua participação. Segundo analistas do mercado, a história foi referendada por executivos em teleconferência da empresa antes de ser desmentida. De cerca de R$ 44, as ações foram para a casa dos R$ 7. O ataque especulativo visa a trazer o número de volta para a casa dos R$ 40, caso os investidores institucionais revisem as posições vendidas. Às 16h30, a ação da resseguradora estava cotada em R$ 7,45, alta de 14,3%. O volume financeiro das operações subiu 245% entre terça e quinta-feira. O IRB Brasil RE teve prejuízo líquido de R$ 229,8 milhões no terceiro trimestre de 2020, bem acima do resultado negativo de um ano antes (R$ 19,7 milhões). O retorno sobre o patrimônio líquido médio ficou negativo em 20%. As perdas, porém, vieram abaixo dos R$ 685,1 milhões no segundo trimestre, com retorno de -83,3% naquele período. VÍDEOS: Últimas notícias de Economia o
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GameStop, short squeeze, venda a descoberto: glossário ajuda a entender disparada de ações de loja de games
Conheça os termos mais utilizados para descrever o movimento que levou a uma forte valorização das ações da GameStop no mercado acionário dos Estados Unidos. Fachada da GameStop em Westminster, Colorado Reuters Neste semana, o mercado acionário dos Estados Unidos se deparou com um movimento inédito. Integrantes de um fórum de discussão do Reddit se organizaram para comprar em massa ações da GameStop e fizeram a ação da companhia disparar. GameStop: entenda como um grupo de pequenos investidores combinou em um fórum a disparada das ações da empresa 'Efeito Gamestop' se espalha por mercados e pedidos de investigação se intensificam Confira no glossário do G1, os termos mais comuns usados para explicar o caso da GameStop. GameStop: É uma tradicional rede de lojas de videogames dos Estados Unidos, fundada em 1996. As ações da companhia dispararam nos últimos dias por causa de movimento orquestrado num fórum de discussão. Reddit: Funciona como um grande fórum on-line, que é dividido entre diversas comunidades (chamadas de subreddits). A plataforma é o 7º site mais visualizado dos Estados Unidos, no ranking da empresa de dados Alexa, da Amazon. Short squeeze: No jargão financeiro, short indica quando o investidor opera vendido num papel, e squeeze se refere a esmagado. O movimento de short squeeze ocorre quando os investidores que apostaram na queda do preço das ações são obrigados a recomprar a ação a um preço maior para mitigar as perdas. Valor de mercado: Soma do preço de toda as ações de uma determinada companhia. Venda a descoberto: Ocorre quando operadores 'alugam' ações da empresa e vendem para outros investidores, acreditando que o preço vai cair e que terão lucro ao final desse processo. Wall Street: Denominação utilizada para se referir ao mercado acionário-norte americano Wallstreetbets: É a comunidade do Reddit, centrada no mercado financeiro. Vídeos: Últimas notícias de economia
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Brasil tem recorde na abertura de novos MEIs e ultrapassa 11 milhões, diz Sebrae
Foram 2,6 milhões de novos registros como Microempreendedor Individual criados em 2020, segundo a instituição. Microempreendedores Individuais crescem no Brasil Reprodução PEGN O Brasil registrou 2,6 milhões de novos Microempreendedores Individuais (MEIs) em 2020, a maior adesão dos últimos cinco anos, segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com dados da Receita Federal. VÍDEOS: dicas para ter sucesso nos negócios Atualmente, o país tem mais de 11,3 milhões de MEIs ativos. “Uma a análise da evolução das taxas de empreendedorismo no país nos últimos 20 anos mostra que, em tempos de recessão econômica é comum que os brasileiros recorram ao empreendedorismo por necessidade, como alternativa de ocupação e renda. Isso já ocorreu em períodos anteriores, a exemplo do que foi verificado entre os anos de 2014 e 2016”, afirma o analista de gestão estratégica do Sebrae, Tomaz Carrijo. Veja dicas para se tornar um microempreendedor individual (MEI) Seguindo a tendência de 2019, os setores que lideraram o ranking de atividades com o maior número de MEIs criados foram: Comércio varejista de vestuário e acessórios (180 mil); Promoção de vendas (140 mil); Cabeleireiros, manicures e pedicures (131 mil); Fornecimento de alimentos para consumo domiciliar (106 mil); Obras de alvenaria (105 mil). Já analisando o maior crescimento do número de novos MEIs em 2020, em comparação com o ano anterior, as áreas que mais se destacaram foram: Transportes (86%); Restaurantes e similares (59%); Fornecimento de alimentos para consumo domiciliar (48%); Comércio varejista de bebidas (41%). “Estamos vivendo um momento de crise sem precedentes e sabemos como isso tem exigido um esforço ainda maior dos brasileiros que já são donos de pequenos negócios ou que buscam a formalização como uma saída para enfrentar os problemas. O aumento no número de MEIs mostra o quanto essa figura jurídica tem se tornado peça fundamental para a economia brasileira ao longo dos últimos 10 anos”, afirma o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Veja dicas para montar uma empresa
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