TCU decide monitorar impacto de determinação do Ibama sobre usina de Belo Monte
Ibama determinou maior vazão de água para o Rio Xingu, o que pode reduzir capacidade de geração de energia. Para o TCU, decisão pode 'impor ônus' ao concessionário e ao setor. O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira (3) monitorar o impacto de uma determinação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre a usina de Belo Monte.
Nesta terça (2), o Ibama determinou maior vazão de água para o Rio Xingu, o que pode reduzir a capacidade de geração de energia.
Pela decisão do Ibama, até o dia 7 de fevereiro, a liberação deve ser 10.900 metros cúbicos de água por segundo. Em janeiro do ano passado, a vazão estava em 1.100 metros cúbicos por segundo e, em janeiro de 2020, estava em 3.100 metros cúbicos por segundo.
O Ibama afirma que a quantidade de água até então que seguia para o rio gerava grande impacto para o meio ambiente, inclusive com a extinção de algumas espécies de peixe.
Decisão impõe 'ônus' ao setor
No comunicado sobre o processo de monitoramento, o ministro do TCU Benjamin Zymler afirmou ser preciso analisar o impacto da medida sobre o ponto de vista da segurança jurídica.
O ministro destacou a competência do Ibama para adotar medidas necessárias para preservar o meio ambiente, mas frisou que a decisão pode gerar "ônus" ao setor.
"Ainda que se entenda que ele tem competência para determinar o aumento da vazão do braço do rio que não passa pelas máquinas principais da Usina, uma vez que deve zelar pelo meio ambiente, cabe ter em mente que, ao atuar dessa forma, está impondo um ônus ao concessionário e aos demais agentes do setor", disse.
Zymler afirmou também que a redução da geração de energia em Belo Monte pode ameaçar a segurança do setor elétrico.
"Se essa redução se estender por um tempo maior, pode haver um impacto ainda não dimensionado sobre a segurança do sistema integrado nacional", afirmou.
Segundo o TCU, dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) apontam que a adoção dos níveis de vazão agora determinados pelo Ibama acarretará, num período de seis meses, uma perda de geração da ordem de 21.188 MWmed e de 17.492 MWmed, quando comparada com a geração que seria possibilitada pela utilização da vazão anteriormente prevista.
Aneel
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviou um oficio ao Ibama afirmando que decisão de aumentar a quantidade de água para o rio Xingu pode chegar a R$ 1,3 bilhão nos dois primeiros meses de 2021.
Esse custo refere-se ao aumento da produção de energia por usinas termelétricas para compensar a queda na geração de Belo Monte. Em geral, a geração de energia por térmicas é mais cara.
A Aneel também alertou para o impacto nos reservatórios das outras hidrelétricas do país, que já estão em níveis baixos. Os reservatórios das usinas do Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis pela maior parte da geração de energia do país, fecharam o mês de janeiro no menor nível para o mês desde.
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TikTok lança atualização com checagem de fatos para conteúdos compartilhados na plataforma
Publicações analisadas como falsas serão deletadas da rede social. Quando o sistema não chegar a uma conclusão, usuário será alertado de que a informação compartilhada não foi verificada. TikTok lança atualização para checagem de fatos dos conteúdos compartilhados por usuários. Imagens de divulgação / TikTok. O TikTok anunciou nesta quarta-feira (3) que a plataforma, em parceria com empresas que oferecem checagem de fatos, irá apurar a veracidade dos conteúdos compartilhados na rede social. Segundo a rede social, quando a checagem verificar que a informação compartilhada é falsa, a postagem será deletada da rede social. Já nos casos em que não for possível chegar a uma conclusão sobre o conteúdo ser verdadeiro ou não, o usuário que está criando a publicação será informado que ela não foi verificada. TikTok lança atualização para informar usuário quando veracidade do conteúdo compartilhado não for verificado. Imagem de Divulgação/TikTok. O usuário que for assistir conteúdos que não foram apurados, irão receber um aviso, por meio de um banner, os notificando disso. Quem, ainda assim, tentar repassar a publicação não verificada, vai ter que confirmar o compartilhamento escolhendo entre as opções "compartilhar mesmo assim" e "cancelar". Em nova atualização do TikTok, usuário que tentar compartilhar conteúdo não verificado será alertado. Imagem de Divulgação/TikTok. De acordo com o TikTok, a atualização, que deve chegar ao Brasil nas próximas semanas, tem o objetivo de combater a disseminação de notícias falsas. Mudanças na privacidade No início de janeiro, o TikTok anunciou uma atualização em suas configurações de privacidade para menores de 18 anos. Com ela, as contas de usuários com idade entre 13 e 15 anos passam a ser padronizadas como privadas. A medida, que de acordo com a empresa, visa promover uma "experiência mais segura" aos usuários, permite apenas usuários aprovados como seguidor possam assistir os vídeos das contas com donos desta faixa etária. Antes, os perfis tinham a configuração padrão como "pública", permitindo acesso livre aos conteúdos publicados. Conheça as polêmicas de Trump com o TikTok Conheça o TikTok, o app que incomoda Donald Trump Assista vídeos de Segurança Digital no G1
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Metalúrgicos de Taubaté rejeitam proposta de indenização da Ford para fechar fábrica
Rejeição foi feita durante uma assembleia nesta quarta-feira (3). Proposta da montadora norte-americana era de 1,1 salário por ano trabalhado para os funcionários horistas. Para os mensalistas, o valor seria de 0,7 salário por ano trabalhado. Metalúrgicos de Taubaté rejeitam proposta de indenização da Ford para fechar fábrica Divulgação/ Sindimetau Trabalhadores da fábrica de motores e câmbios da Ford em Taubaté (SP) rejeitaram nesta quarta-feira (3) oferta da montadora de indenização por conta da decisão de encerrar a produção no país, anunciada no mês passado. SAIBA MAIS: perguntas e respostas sobre a decisão da Ford Webstories: relembre a história da montadora no Brasil Confira o histórico da crise, até o fechamento da Ford no Brasil Ford vai demitir 830 funcionários com fim das atividades em Taubaté Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, a indenização oferecida pela montadora norte-americana era de 1,1 salário por ano trabalhado para os funcionários horistas. Para os mensalistas, o valor seria de 0,7 salário por ano trabalhado. "É como se a indenização fosse apenas a antecipação dos valores dos meses de fevereiro a dezembro. Mas o que os trabalhadores buscam neste momento não é uma indenização, mas sim a reversão da decisão da montadora", disse o representante sindical na Ford, Sidivaldo Borges, em comunicado à imprensa. Para a entidade, os valores estão abaixo do que os funcionários receberiam até o fim deste ano, entre salários e benefícios. "O cálculo leva em conta que os trabalhadores e trabalhadoras na Ford têm estabilidade no emprego até 31 de dezembro", afirmou o sindicato. A decisão na assembleia, segundo o sindicato foi unânime. Borges afirmou que os trabalhadores fizeram um pedido para revisão na decisão de fechar as fábricas no país. "Estamos aguardando um posicionamento da fábrica, para discutir com o presidente global da Ford. Porque ainda temos esperança de que possa ser revertido", disse o sindicalista. Nesta semana, a Ford anunciou o maior investimento já realizado pela empresa em quase um século na África do Sul, de mais de 1 bilhão de dólares. Os recursos incluem recursos para ampliação de capacidade instalada de 168 mil para 200 mil veículos. Em nota, a Ford informou que está em processo de negociação com o sindicato e que não tem nada a anunciar no momento. Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina
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Preço do barril do petróleo nos EUA tem máxima de 1 ano com redução em estoques
Estoques de petróleo dos EUA recuaram para 475,7 milhões de barris na semana passada. Os preços do petróleo avançaram quase 2% nesta quarta-feira (3), com a referência norte-americana registrando o maior nível de fechamento em um ano, após os estoques da commodity nos Estados Unidos recuarem para o patamar mais baixo desde março. Os contratos futuros do petróleo dos EUA (WTI) fechou em alta de 0,93 dólar, ou 1,7%, a US$ 55,69 por barril, máxima desde 22 de janeiro de 2020, depois de tocarem a marca de US$ 56,33 durante a sessão. Fábrica de refino de petróleo no Texas Mark Felix/AFP O petróleo Brent avançou US$ 1, ou 1,7%, para US$ 58,46 o barril, maior patamar desde 21 de fevereiro de 2020. Ambas as referências também estão no "backwardation" mais acentuado em um ano. Isso ocorre quando os contratos para entrega no curto prazo são mais caros que os mais distantes, um sinal de demanda no momento e de expectativas de oferta mais apertada adiante. O atual contrato do WTI é negociado US$ 2,30 acima do contrato que expira seis meses mais tarde. Os estoques de petróleo dos EUA recuaram para 475,7 milhões de barris na semana passada, disse a Administração de Informação sobre Energia (AIE), o que representa o menor nível desde março. A taxa de utilização das refinarias avançou em 0,6 ponto percentual. "As refinarias estão de volta ao jogo, o que é positivo para o petróleo", disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group em Chicago. Vídeos: Últimas notícias de economia
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Bradesco tem lucro de R$ 16,5 bilhões em 2020, queda de 26,7%
No quarto trimestre, o banco registrou lucro líquido de R$ 5,464 bilhões, o que representa um crescimento de 11,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Placa com logomarca do banco Bradesco na avenida Berrini, zona sul de São Paulo Marcelo Brandt/G1 O banco Bradesco informou nesta quarta-feira (3) que registrou lucro líquido contábil de R$ 16,546 bilhões em 2020, uma queda de 26,7% na comparação com 2019 (R$ 22,582 bilhões). No quarto trimestre, o banco registrou lucro líquido de R$ 5,464 bilhões, o que representa um crescimento de 11,9% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 4,883 bilhões). O segundo maior banco privado do país teve lucro líquido recorrente (que desconsidera efeitos extraordinários) de R$ 19,458 bilhões em 2020 e R$ 6,801 bilhões no quatro trimestre – 24,8% menor em relação a 2019 e 2,3% maior em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O número do quarto trimestre veio bem acima da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de lucro de R$ 5,546 bilhões para o período. "Estamos bastante satisfeitos com o resultado do quarto trimestre do ano e, claro, de todo o exercício de 2020", disse o presidente executivo do Bradesco, Octavio de Lazari, em nota enviada para a imprensa. As despesas operacionais caíram 5,3% em relação a 2019 (de R$ 49 bilhões para R$ 46,42 bilhões) e 9,3% em relação ao 4º trimestre de 2019 (de R$ 12,66 bilhões para R$ 11,48 bilhões). As despesas com provisões para perdas com inadimplência (PDD) somaram R$ 25,754 bilhões no ano passado, um crescimento de 78,7% em relação a 2019. Já no quarto trimestre, o montante foi de R$ 4,568 bilhões, alta de 14,7% ante o mesmo período do ano passado. "O conservadorismo da nossa política de provisões foi essencial para nos fortalecer, de modo a preparar o Bradesco aos novos desafios pela frente", disse Lazari. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido foi de 14,8% em 2020, uma queda de 5,8 pontos percentuais em relação ao observado em 2019 (20,6%). Carteira de crédito e inadimplência O banco apresentou crescimento de 10,3% na carteira de crédito expandida em 2020, de R$ 604,9 bilhões para R$ 687 bilhões. A expansão veio do segmento de pessoas físicas, que subiu 11,7% em um ano, somando R$ 260 bilhões. A taxa de inadimplência acima de 90 dias encerrou o quarto trimestre em 2,2%, abaixo dos 3,3% registados no mesmo período de 2019 e pouco inferior aos 2,3% apurados nos três meses anteriores. Outros bancos Nesta quarta-feira (3), o Santander divulgou ter registrado lucro líquido de R$ 13,469 bilhões, queda de 5% na comparação com 2019 (R$ 14,181 bilhões). Na segunda-feira (1º), o Itaú informou que encerrou 2020 com lucro líquido de R$ 18,9 bilhões, queda de 28,9% na comparação com o ano anterior (R$ 26,583 bilhões). Vídeos: Últimas notícias de economia
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IPO da Mosaico, dona do Zoom, Buscapé e Bondfaro, movimenta R$ 1,2 bilhão
As ações da plataforma digital de conteúdo e originação de vendas estreiam no Novo Mercado da B3 na sexta-feira (5). Bovespa – Painel da bolsa de valores de São Paulo, B3 Cris Faga/Estadão Conteúdo A plataforma digital Mosaico, dona dos sites Zoom, Buscapé e Bondfaro, precificou oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inflês) a R$ 19,80 por papel nesta quarta-feira (3), movimentando R$ 1,2 bilhão, de acordo com dados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A operação da companhia baseada no Rio de Janeiro consistiu na distribuição primária de 29.220.780 papéis, somando R$ 578,6 milhões; e distribuição secundária de 32.142.862 ações, no total de R$ 636,4 milhões, incluindo a colocação dos lotes adicional e suplementar. A Reuters noticiou mais cedo a precificação do IPO, que ficou no topo da faixa indicativa entre R$ 15,40 e R$ 19,80. A Mosaico afirmou que usará os recursos da oferta primária para a quitação de financiamento com o BTG Pactual, bem como ampliação da participação no mercado de comércio eletrônico. As units do BTG Pactual dispararam 7,7% nesta sessão, para a máxima de fechamento de R$ 106,47. BTG Pactual, Itaú BBA, Goldman Sachs, XP Investimentos e JPMorgan foram os coordenadores da operação. As ações da Mosaico, que se apresenta como a maior plataforma digital de conteúdo e originação de vendas para o comércio eletrônico no Brasil, estreiam no Novo Mercado da B3 na sexta-feira (5), com o código "MOSI3". Nos nove meses até o final de setembro de 2020, a companhia teve receita líquida de R$ 160,7 milhões, com Ebitda de R$ 56,7 milhões e margem de 32,28%. O lucro líquido no período somou R$ 33,9 milhões, com margem de 21,06%. Vídeos: Últimas notícias de Economia
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Com fechamento díspar, bolsa de Nova York interrompe escalada
Altas representativas tiveram pausa por resultados sólidos de grandes empresas de tecnologia e da esperança de um acordo para um plano de ajuda econômica nos Estados Unidos. Wall Street Lucas Jackson/Reuters Os principais índices da bolsa de Nova York fizeram uma pausa nesta quarta-feira (3), após dois dias com altas marcantes, diante de resultados sólidos de grandes empresas de tecnologia e da esperança de um acordo para um plano de ajuda econômica nos Estados Unidos. No fechamento, o industrial Dow Jones subiu 0,11%, a 30.722,61 pontos. O índice S&P 500 teve alta de 0,10% a 3.830,08 pontos. O tecnológico Nasdaq recuou 0,02%, a 13.610,54 pontos. Vídeos: Últimas notícias de Economia
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American Airlines alerta para 13 mil demissões se não houver ajuda governamental
Grupo começará a enviar notificações de desligamentos na próxima sexta-feira (5). Boeing 737 Max da American Airlines volta a voar AP A American Airlines, afetada pela queda do tráfego aéreo em tempos de pandemia, alertou nesta quarta-feira (3) que pode demitir até 13 mil funcionários se a situação não melhorar e se a ajuda governamental vigente até 1º de abril não for prorrogada. "Trabalharemos com os dirigentes sindicais para fazer todo o possível para mitigar o máximo o impacto nos empregos", disseram executivos da empresa em uma carta aos funcionários consultados pela AFP. Mas a situação está difícil para a indústria aérea. "A vacina não está sendo distribuída tão rapidamente como se pensava e novas restrições às viagens internacionais que exigem que os clientes testem negativo para Covid-19 reduziram a demanda", escreveu o diretor-executivo Doug Parker na carta. "Com base na atual perspectiva de demanda, não vamos operar todas as nossas aeronaves conforme planejado neste verão (boreal)". Com isso, o grupo começará a enviar notificações de demissão para 13 mil funcionários na próxima sexta-feira (5). Na mesma linha, a United Airlines enviou notificações para 14 mil empregados na última sexta-feira (29). O anúncio da American Airlines não se traduz necessariamente em tantas dispensas. A United Airlines avisou 36 mil trabalhadores em julho que eles poderiam ser dispensados, mas acabou dispensando 13 mil deles em outubro, quando a ajuda do governo expirou. A empresa se ofereceu para recontratá-los em dezembro, quando novas medidas foram adotadas para apoiar o emprego no setor aéreo. Elas expiram em 1º de abril. Em sua carta aos funcionários, os executivos da American Airlines insistem que estão pressionando os legisladores dos Estados Unidos, juntamente com os sindicatos, por uma extensão dessa ajuda. O novo presidente Joe Biden está propondo um resgate de 1,9 trilhão de dólares para a economia dos EUA, que atualmente está sendo debatido no Congresso. Ao mesmo tempo, a American Airlines abrirá novos planos para demissões voluntárias e licenças não remuneradas nos Estados Unidos para funcionários que não sejam pilotos. Duramente atingida pela queda nas vendas de passagens aéreas desde o início da pandemia, a empresa viu seu faturamento cair 62% em 2020. A companhia perdeu US$ 8,9 bilhões neste período. Vídeos: Últimas notícias de Economia
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O Assunto #383: Vazamento de dados – você foi exposto
Endereço, nome dos familiares, salário, status na Receita Federal, número de celular… Tem de tudo atrelado aos CPFs de mais de 220 milhões de brasileiros que foram vazados, entre eles alguns que já morreram. Você pode ouvir O Assunto no G1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, no Deezer, na Amazon Music, no Hello You ou no aplicativo de sua preferência. Assine ou siga O Assunto, para ser avisado sempre que tiver novo episódio. Nas palavras de Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, é “o vazamento do fim do mundo”. Endereço, nome dos familiares, salário, status na Receita Federal, número de celular… Tem de tudo atrelado aos CPFs de mais de 220 milhões de brasileiros, entre eles alguns que já morreram. Na avaliação de Lemos, um dos entrevistados neste episódio, pouca coisa sobrou sob o devido sigilo. “Está todo mundo exposto" -inclusive o presidente da República e ministros do Supremo. E exposto a todo tipo de golpe. Ainda não se sabe de onde veio o material, nem quem vazou, e a Polícia Federal abriu inquérito para apurar o caso. Lemos explica que o excesso de concentração de informações numa mesma base de dados aumenta o risco de eventos como este. Ele usa a imagem dos modernos navios petroleiros para defender outro modelo: “A gente tem que ter dados em compartimentos estanques, específicos e interoperáveis", diz. Renata Lo Prete entrevista também Nina da Hora, cientista da computação pela PUCRio e colunista do Gizmodo. Ela orienta sobre o que fazer e, principalmente, o que não fazer agora. "A primeira coisa é não confiar em soluções imediatistas, como site que diz que vai verificar se o seu CPF foi vazado ou não". Nina ensina como criar senhas muito seguras e formas de se proteger, como a dupla autenticação. E fala da importância de ajudar familiares mais idosos para reduzir danos. O que você precisa saber: VÍDEO: O que se sabe sobre o megavazamento de dados Saiba como fraudadores sacam o FGTS e o que fazer para evitar o golpe O que se sabe o que falta saber sobre o megavazamento de dados Blog do Altieres Rohr: Megavazamentos de dados expõem informações de 223 milhões de números de CPF Blog do Altieres Rohr: Sem agência de proteção de dados, 'megavazamentos' evidenciam custo de atraso da lei no Brasil O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Isabel Seta, Glauco Araújo, Luiz Felipe Silva, Thiago Kaczuroski e Giovanni Reginato. Apresentação: Renata Lo Prete Comunicação/Globo O que são podcasts? Um podcast é como se fosse um programa de rádio, mas não é: em vez de ter uma hora certa para ir ao ar, pode ser ouvido quando e onde a gente quiser. E em vez de sintonizar numa estação de rádio, a gente acha na internet. De graça. Dá para escutar num site, numa plataforma de música ou num aplicativo só de podcast no celular, para ir ouvindo quando a gente preferir: no trânsito, lavando louça, na praia, na academia… Os podcasts podem ser temáticos, contar uma história única, trazer debates ou simplesmente conversas sobre os mais diversos assuntos. É possível ouvir episódios avulsos ou assinar um podcast – de graça – e, assim, ser avisado sempre que um novo episódio for publicado.
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Governo ignorou R$ 37 milhões em emendas parlamentares para combater Covid-19 em 2020
Valores foram cedidos por deputados para combate à pandemia, mas Saúde não indicou destinação e nem 'devolveu' recursos ao parlamento. Ministério não comentou. O governo federal deixou de utilizar, repassar ou devolver mais de R$ 37 milhões em emendas parlamentares que haviam sido remanejadas para reforçar o combate à Covid-19. Ignorados pelo Ministério da Saúde, os recursos acabaram bloqueados e não poderão mais ser gastos.
O dinheiro seria utilizado, por exemplo, para a compra de equipamentos hospitalares e para ajudar estados e municípios a custear ações ligadas à pandemia. Segundo os deputados, os recursos ficaram parados por desorganização do governo federal. Questionado, o Ministério da Saúde não se manifestou (leia ao final desta reportagem).
Em dezembro, o ministério informou em rede social que cada leito de UTI destinado à Covid-19 custa R$ 1,6 mil por dia – o dobro de uma UTI tradicional. Com o valor ignorado em 2020, seria possível custear 23.144 diárias de UTIs especializadas.
Seis a cada dez brasileiros com Covid que precisaram ir para UTI morreram, diz estudo
No Amazonas, mais de 90% dos leitos para Covid estão ocupados e 541 pacientes estão na fila
O emprego efetivo desses recursos em 2020 poderia, inclusive, abrir uma folga no orçamento da Saúde para despesas que surgiram em 2021 – como o aumento na compra de oxigênio hospitalar e a compra de novos lotes de vacina.
Em julho do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro editou uma medida provisória que remanejou recursos de emendas orçamentárias dos deputados para reforçar o combate à Covid-19.
Na exposição de motivos enviada ao Congresso, o governo dizia que a MP era necessária devido ao "quadro apresentado de rápida propagação da doença, e a velocidade de resposta do poder público é condição necessária para garantir a proteção e recuperação da saúde da população brasileira, restringindo ao máximo a circulação do vírus e o número de doentes e de óbitos".
Os parlamentares, então, autorizaram que recursos que seriam destinados a obras de quadras esportivas e parques em seus redutos eleitorais, por exemplo, fossem redirecionados para medidas destinadas a combater a Covid-19.
Em novembro, no entanto, o prazo da medida provisória expirou sem que o texto fosse aprovado em definitivo pelo Congresso Nacional. Com isso, os créditos gerados pela MP e ainda não autorizados pelo Ministério da Saúde foram bloqueados pelo governo. Ou seja: nem foram usados no combate à Covid, nem devolvidos à destinação inicial.
'Desorganização'
Levantamento feito por técnicos do Congresso a pedido da TV Globo aponta que 43 parlamentares foram atingidos pelo bloqueio. Os valores perdidos somam R$ 37.031.528,86.
Em 11 desses casos, a diferença entre o valor destinado e o valor efetivamente liberado superou R$ 1 milhão. Nem o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), escapou: o governo bloqueou R$ 500 mil em emendas do deputado.
Para 18 deputados, a abdicação das emendas foi completamente em vão e nem um único real foi investido.
O deputado Felipe Carreras (PSB-PE), por exemplo, autorizou o remanejamento de R$ 5,43 milhões das emendas a que teria direito.
Os recursos, antes previstos para quadras, parques e castração de animais, deveriam ser entregues à prefeitura do Recife e ao governo de Pernambuco para ações contra a pandemia. Ao fim de 2020, nenhum centavo saiu dos cofres da União.
Em novembro, alta da Covid em Pernambuco levou governo estadual a reativar 107 leitos de UTI
"O maior penalizado foi o estado de Pernambuco. Eu alertei, mandei ofício para o ministro [da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo] Ramos, estive no Palácio do Planalto. Porque me disseram que foi um erro, que iriam corrigir, mas não foi dada uma solução. Errar todo mundo erra, mas tem que ser corrigido", disse o deputado.
A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) também foi atingida pelo bloqueio. Ela autorizou o redirecionamento de R$ 8,57 milhões das suas emendas, mas R$ 3,7 milhões não foram usados nem devolvidos.
Os recursos deveriam ter sido usados para a compra de equipamentos como aparelhos de raio-x e camas para hospitais municipais da periferia de São Paulo. O dinheiro não foi movimentado.
"Enviamos um ofício ao ministro [da Saúde, Eduardo Pazuello] cobrando uma solução, mas não tivemos reposta. Quando essa janela das emendas se abriu, a informação que tivemos foi de que o processo seria muito mais célere, mas não foi o que aconteceu. Esse dinheiro foi perdido e é um recurso que faz muita falta", diz a deputada.
SP tem, atualmente, uma confirmação de Covid-19 a cada nove segundos
Tabata Amaral e outros deputados prejudicados apresentaram um projeto no fim do ano para tentar sanar o problema, mas o texto não foi votado. Agora, a parlamentar diz esperar que o governo dê uma solução – e não descarta recorrer à Justiça.
"O governo se desorganizou, mas tampouco tentou procurar uma solução. Você imagina o tanto de vidas que poderiam ter sido melhor atendidas, salvas, se isso tivesse sido tratado com a seriedade", conclui.
O que diz o governo
Procurados pela TV Globo, o Ministério da Economia e a Secretaria de Governo da Presidência informaram que o assunto era responsabilidade do Ministério da Saúde.
O G1 questionou a pasta do ministro Eduardo Pazuello sobre o que teria impedido o uso dos recursos, sobre o impacto do não investimento e sobre eventuais saídas em estudo pelo governo. O Ministério da Saúde não deu resposta.
A existência do bloqueio foi confirmada pela própria Saúde, em janeiro, em resposta a um requerimento de informação feito pelo Congresso. Segundo o documento, as emendas "estão impedidas legalmente de serem utilizadas e o Ministério da Saúde, portanto, não poderá promover medida compensatória para tanto".
A Secretaria de Governo da Presidência da República também foi procurada, mas não se manifestou.
VÍDEOS: notícias de política
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