Álbum de Jorge Ben em 1971, ‘Negro é lindo’ se afina com ‘black power’ de 2021 ao fazer 50 anos
♪ MEMÓRIA – Oitavo álbum de estúdio de Jorge Ben Jor, lançado em novembro de 1971 pela gravadora Philips, Negro é lindo é fruto dos movimentos sociais que institucionalizaram o black power nos Estados Unidos ao longo dos anos 1960 e, por isso mesmo, o disco completa 50 anos em 2021 conectado e afinado com o grito pela reafirmação da importância de vidas negras que ecoa forte no mundo em tempos atuais. Nos Estados Unidos, os movimentos sociais dos anos 1960 tiveram como trilha sonora sobretudo o soul e o funk que reverberaram no Brasil a partir do fim dos anos 1960, projetando artistas como Tim Maia (1942 – 1998) e Tony Tornado no início da década seguinte. Ben, que já vinha pavimentando obra autoral desde 1962 com orgulho negro e boa dose de soul no toque do violão (mas sem se prender ao gênero norte-americano), explicitou o brado do movimento racial, em bom português, no titulo desde disco lançado no mesmo ano em que Elis Regina (1945 – 1982) popularizou o soul Black is beautiful (1971), marco da adesão dos irmãos compositores Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle ao movimento pela valorização do povo negro. “Negro é lindo / Negro é amor / Negro é amigo”, reforçou Ben Jor em versos da letra da pacifista música-título Negro é lindo (Jorge Ben Jor, 1971), formatada no estúdio com cordas orquestradas pelo maestro Arthur Verocai – cordas também proeminentes também na faixa Porque é proibido pisar na grama (Jorge Ben Jor, 1971) e na regravação de Que maravilha (1969), parceria de Jorge Ben com Toquinho apresentada há então dois anos e revivida por Jorge no disco de 1971 em registro também pontuado pela leveza do toque de um piano. Em que pesem as cordas, o motor do álbum Negro é lindo é o violão de Ben Jor. Com toque alquimista que sintetiza ritmos negros do Brasil e dos Estados Unidos, criados a partir de matrizes africanas, o violão do músico carioca é a veloz máquina de ritmo que eletriza Cassius Marcelo Clay (1971). Outra parceria de Jorge com Toquinho, Cassius Marcelo Clay é tributo dos compositores ao engajado pugilista norte-americano Cassius Marcellus Clay Jr. (1942 – 2016), rebatizado como Muhammad Ali desde que se converteu ao islamismo com o incentivo de Malcom X (1925 – 1965), líder norte-americano do movimento negro nacionalista que mobilizou os Estados Unidos nos anos 1960. A homenagem de Ben Jor a Cassius Clay mostra como o álbum Negro é lindo está impregnado do poder negro importado dos EUA, mas adaptado, inclusive musicalmente, à realidade brasileira. Tanto que o disco é o terceiro de trilogia fonográfica em que Ben Jor é acompanhado pelo balanço singular e brasileiríssimo do Trio Mocotó, grupo de samba-rock formado em 1968 por Fritz Escovão (cuíca), João Parahyba (bateria) e Nereu Gargalo (pandeiro). É no balanço do Trio Mocotó que Ben Jor cai no suingue de Rita Jeep (Jorge Ben Jor, 1971), samba-rock que abre o disco com homenagem a Rita Lee (“Sujeita, você é um barato / Terrivelmente feminina / Com você, eu faço um trato / Um trato de comunhão de bem”), com quem Ben convivia nos estúdios paulistanos em que gravou o álbum, muitas vezes voltando para casa de carona no carro da cantora. Com capa que expõe Jorge Ben em foto de Wilney, enquadrada na arte de Aldo Luiz, o álbum Negro é lindo foi produzido em estúdio sob direção do compositor e violonista Paulinho Tapajós (1945 – 2013), hábil ao organizar e harmonizar os elementos de disco composto e gravado com fidelidade ao universo de Jorge Ben. Como o título já explicita, Negro é lindo é disco político, mas Jorge faz política com a sintaxe peculiar de cancioneiro pautado mais pelo ritmo do que pela letras, escritas a serviço desse ritmo. Celebrar o baterista do Trio Mocotó João Parahyba em Comanche (Jorge Ben Jor, 1971) e exaltar a beleza negra em Zula (Jorge Ben Jor, 1971) são armas usadas por Ben para entrar na luta e ostentar orgulho negro sem fazer letras explicitamente engajadas. Coerente com a própria ideologia, o compositor celebra musas em Maria Domingas (Jorge Ben Jor, 1971) e Cigana (Jorge Ben Jor, 1971) – outra faixa em que foram destacadas as cordas orquestradas por Arthur Verocai. No fecho do disco, Palomaris (Jorge Ben Jor, 1971) esboça certa sofrência indicada pelo tom melancólico dos versos, mas logo diluída pelo ritmo, motor da obra do artista. Negro é lindo está longe de ser o álbum comercialmente mais bem-sucedido de Jorge Ben Jor. O disco tampouco rendeu um grande sucesso para o repertório do cantor e compositor. Contudo, Negro é lindo conserva frescor musical e, por estar embebido em orgulho negro, faz 50 anos em 2021 com forte conexão com o atual e oportuno movimento que propaga a importância das vidas negras.
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Barões da Pisadinha anunciam o álbum ao vivo ‘Da roça pra cidade’
♪ Da roça pra cidade é o título do quarto álbum da dupla Os Barões da Pisadinha. Dispostos a manter em 2021 o sucesso massivo conquistado no ano passado no universo do forró, o tecladista Felipe Barão e o vocalista Rodrigo Barão anunciam que o álbum ao vivo tem lançamento programado para 22 de janeiro. Gravado em dezembro, Da roça pra cidade segue a linha do anterior registro audiovisual do duo, Conquistas (2020), gravado em fevereiro do ano passado. No show captado para gerar álbum ao vivo e conteúdo audiovisual, Os Barões da Pisadinha cantam músicas inéditas e recebem convidados como o cantor Wesley Safadão e as duplas Jorge & Mateus e Maiara & Maraisa.
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‘Mulher-Maravilha 1984’ segue na liderança da bilheteria nacional e arrecada R$ 1,9 milhão
Filme com Gal Gadot lidera pela 5ª semana consecutiva e acumula R$ 27,9 milhões. 'Legado Explosivo' e 'O Mensageiro do Último Dia' completam o top 3 do ranking semanal. Mulher-Maravilha 1984 Divulgação O filme "Mulher-Maravilha 1984" continua, pela quinta semana seguida, como líder de bilheterias no Brasil. O longa da heroína arrecadou R$ 1,99 milhão e foi assistido por mais de 108,1 mil pessoas entre os dias 14 e 17 de janeiro, de acordo com os dados da ComScore. G1 JÁ VIU: 'Mulher-Maravilha 1984' brinca com nostalgia e é divertido e piegas como um bom gibi 'Mulher-Maravilha 1984': Gal Gadot e diretora falam sobre novo filme e parceria 'telepática' "Legado Explosivo" ficou com a segunda colocação (R$ 646 mil), seguido de "O Mensageiro do Último Dia" (R$ 421,9 mil). Confira ranking completo abaixo. No total, os dez filmes mais assistidos somaram R$ 3,8 milhões em arrecadação. O valor é menor do que o último final de semana, que teve renda de R$ 5,1 milhões. A soma do público chegou a 211 mil pessoas, contra 279 mil pessoas da semana anterior. O levantamento da ComScore não informa quantas salas de cinema estão abertas no país. 'Mulher-Maravilha 1984': Entrevista com Gal Gadot e Patty Jenkins Veja o ranking de bilheteria entre os dias 14 e 17 de janeiro de 2021: "Mulher-Maravilha 1984" – R$ 1,9 milhão "Legado Explosivo" – R$ 646 mil "O Mensageiro do Último Dia" – R$ 421,9 mil "Trolls 2" – R$ 294,8 mil "Um tio quase perfeito 2" – R$ 212,5 mil "Sapatinho Vermelho e os Sete Anões" – R$ 92,9 mil "Destruição final: O último refúgio" – R$ 50,3 mil "Convenção das bruxas" – R$ 45,9 mil "Amizade maldita"- R$ 30,7 mil "Scooby – O filme" – R$ 28,2 mil
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Duda Reis diz à polícia que Nego do Borel a estuprou e ameaçou a família dela de morte; ele nega
Em depoimento na delegacia da mulher, atriz também relatou agressões físicas, violência psicológica, além de conversas telefônicas do cantor com presidiários. Nas redes sociais, o artista negou qualquer violência contra a ex-noiva e registrou boletim de ocorrência contra ela por injúria, calúnia e difamação. Duda Reis diz à polícia que Nego do Borel a estuprou sob efeito de medicamentos e ameaçou a família dela de morte Arquivo pessoal A atriz Duda Reis, de 19 anos, registrou um boletim de ocorrência contra o cantor Nego do Borel na manhã desta quinta-feira (14) na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), em São Paulo. No depoimento, a jovem relata ter sido vítima de violência e ameaças feitas pelo ex-noivo, que na véspera havia prestado queixa contra ela na polícia do Rio (leia mais abaixo). Duda Reis chora ao relatar traições de Nego do Borel Nego do Borel confirma traição e diz: 'Vivendo um dos piores dias da minha vida' Duda contou aos policiais que, em agosto de 2018, durante uma viagem a Portugal que durou 20 dias, foi estuprada por Nego nos momentos em que ela estava sob efeito de remédios. A atriz relatou que, incentivada pelo então namorado, tomava doses maiores que as prescritas de um medicamento controlado. Ela também disse à polícia que, na mesma viagem, depois de ter se recusado a acompanhar o cantor em uma das apresentações dele, foi agredida e teve lesões nas costas e pernas, mas não recebeu atendimento médico em nenhuma dessas ocasiões. Na delegacia, afirmou ainda ter sido ameaçada com uma faca (veja mais no vídeo abaixo). Duda Reis relata agressões e ameaças de Nego do Borel Relembre a relação do casal: Duda Reis e Nego do Borel começaram a namorar no final de 2018. O casal se separou um ano depois, entre boatos de traições. Em abril de 2020, o casal tentou dar uma nova chance ao relacionamento. Na época, o pai da atriz foi contra e fez vários relatos contra Nego nas redes sociais. Em junho, o casal anunciou o noivado. Em dezembro de 2020, aconteceu um novo término. Na época, Nego fez um longo texto para a atriz e escreveu: "A menina do sorriso largo, abraço apertado, olhos azuis encantadores, guerreira, decidida e cheia de sonhos, será sempre lembrada com muito carinho. Ela faz parte de um amor que foi eterno enquanto durou, e hoje se transformou numa grande amizade, que quero que dure para sempre". Ambos já deletaram as fotos do casal nas redes sociais, mas Nego mantem o depoimento sobre a separação. Atriz Duda Reis registrou um boletim de ocorrência contra o cantor Nego do Borel na manhã desta quinta-feira (14) na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), em São Paulo Arquivo Pessoal Cantor confirmou traição Nas redes sociais, o Nego do Borel assumiu que traiu a ex-noiva, mas nega que tenha cometido qualquer violência contra ela. "Sim, eu traí e assumo. Essa foi a contribuição para o fim do nosso relacionamento. Eu nunca agredi ela, nunca pratiquei nenhum tipo de violência contra ela. Ela está dizendo que saiu daqui de casa com medo e não tinha a intenção de voltar, agora vou mostrar um 'print' para vocês em que ela fala que iria retornar pra casa na sexta-feira ao invés do sábado", afirmou o cantor nas redes sociais (veja vídeo abaixo). Nego do Borel nega que tenha cometido violência contra atriz Duda Reis "Até agora não entendi por que ela está fazendo isso, mas estou tomando todas as medidas legais para provar que eu não sou esse cara que ela está falando. Não quero ficar aqui nas redes sociais denegrindo a imagem dela, mas se é para me defender, para mostrar quem eu sou, eu vou até o final, eu vou brigar por isso", avisou. Nesta quarta, ele prestou queixa contra Duda por injúria, calúnia e difamação em uma delegacia do Rio (leia mais abaixo). Início das agressões Duda Reis foi à Delegacia da Mulher no Centro de São Paulo nesta terça acompanhada da advogada Izabella Borges. Ela afirma que teve um relacionamento com o cantor durante três anos e uma união estável com ele nos últimos nove meses, em um relacionamento "cercado de episódios de violência". No relato à polícia, a atriz disse que as agressões de Nego começaram em fevereiro de 2018, durante o carnaval, quando o cantor supostamente teria ameaçado a ex-noiva porque a jovem teria ido ao sambódromo do Rio sem a anuência dele. Ela contou que, a partir daquela data o cantor iniciou uma rotina de "humilhações e xingamentos" e que foi agredida fisicamente na frente de outras pessoas. No boletim de ocorrência, Duda narrou que, na Páscoa de 2018, o cantor a empurrou durante a distribuição de ovos de chocolate na favela do Borel, no Rio, e que a queda provocou lesões nas costas. Um trecho do BO diz o seguinte: "Que, após esse episódio, o autor tentava se redimir das agressões causadas, dizendo que a vítima 'trazia o pior dele' e que a culpa era da vítima". A jovem também afirmou aos policiais que, após as agressões, passou a sofrer de transtornos psíquicos e emocionais, diagnosticados por psicólogos e psiquiatras. Ela disse que desenvolveu anorexia nervosa, bulimia, depressão e síndrome do pânico. A atriz alega que ter passado a usar medicamentos em altas dosagens e, depois , em quantidades muito maiores que as receitadas pelos psiquiatras, para "conseguir suportar a violência" do relacionamento. No depoimento, a atriz relatou que Borel a incentivava a ingerir os medicamentos para "ficar calma" e, assim, "não saber a hora que ele voltava dos shows e das saídas noturnas". Nesses momentos, segundo ela, o cantor a traía com outras mulheres. Faca e violência psicológica Duda também narrou constantes episódios de '"terror psicológico". Em outubro de 2019, na casa de Nego Borel, o cantor teria tido uma crise de ciúmes e então a agredido com chutes na perna. Também teria quebrado objetos da casa. No mês seguinte, ela teria sido ameaçada pelo artista com uma faca depois de um churrasco na casa dele. Nessa ocasião, disse Duda, o ex-noivo estava sob efeito de álcool e drogas. Em 2020, Nego teria feito tortura psicológica dizendo à atriz que "a culpa disso tudo é sua e sinto ódio absurdo quando olho pra sua cara". Ele também a teria chamado de "louca" e "piranha". Duda relatou aos policiais que sente medo das ameaças de cantor e que ele teria ameaçado publicar nas redes sociais fotos do casal fazendo sexo. Ela também falou que presenciou várias ligações do artista para presidiários. A atriz disse que, durante a pandemia de Covid-19, fazia sessões de terapia on-line e que o cangtor acompanhava tudo e a impedia de falar sobre ele nas sessões. A jovem alegou que o cantor a obrigou a cortar relacionamento com a família e passou a dizer que "mataria" os parentes dela. Duda disse que foi traída várias vezes e que contraiu HPV por conta disso. Afirmou que "descobriu na residência de Borel uma arma fuzil e um cofre com R$ 2 milhões em dinheiro", segundo o BO. Nego do Borel dá beijo em Duda Reis no Rock in Rio 2019 Marcos Serra Lima/G1 Cantor prestou queixa por injúria, calúnia e difamação Nego do Borel prestou queixa na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) contra a ex-noiva nesta quarta. Segundo informações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o cantor e a atriz devem ser ouvidos na delegacia sobre as acusações de injúria, calúnia e difamação feitas pelo cantor. Ainda segundo a polícia, diligências também serão realizadas para esclarecer o caso. O registro foi feito depois de Duda usar as redes sociais para fazer um longo desabafo sobre os três anos de relação entre os dois. O vídeo foi publicação após vazar um áudio sobre uma traição do artista carioca. Aos prantos, ela afirmou ter medo do cantor e disse que vai "tomar todas as medidas protetivas necessárias" (veja o vídeo abaixo). "Porque eu preciso, eu temo pela minha vida, temo pela minha segurança, sim, porque eu sei como a pessoa é. Eu não sou louca, não sou mentirosa, sei o que vivi, sei o medo que dá", explicou Duda. Duda Reis chora ao fazer desabafo sobre Nego do Borel após descobrir traições do cantor Depois, também em uma rede social, Nego do Borel confirmou a traição. "Estou vivendo, com certeza, um dos piores dias da minha vida. Tenho sido bombardeado de coisas e precisei de um tempo para ler e absorver tudo antes de vir me pronunciar em respeito ao meu público", afirmou o cantor em uma publicação no stories de seu Instagram. "Sim, houve traição, que foi um erro do qual não me orgulho, me arrependo muito e não trouxe em público antes para não expor terceiros. (…) Mas além disso, tem saído muitas mentiras a meu respeito. Coisas que tem me deixado triste, mas não vou ficar aqui discutindo e, sim, provar a minha inocência." "Quando ao posicionamento da minha ex, é de fato algo que me surpreende. Tenho também o meu lado da história e também vi e descobri muitas coisas, que ao contrário do que vem sendo feito, não gostaria de expor para não comprometer a integridade dela como mulher. Por questão de princípios, é algo que eu não faria com ela, assim como não faria com nenhuma outra mulher, a não ser que seja extremamente necessário." Nego do Borel se manifesta após acusações de Duda Reis Reprodução/Instagram 00:00 / 25:13 VÍDEOS: tudo sobre São Paulo e região metropolitana
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Luiz Gabriel Lopes faz ‘Costura’ com Vitor Ramil no EP autoral ‘Sóis’
Artista mineiro lança 'Vênus', primeiro single do disco programado para março com cinco músicas inéditas. ♪ Em março, quando Luiz Gabriel Lopes lançar o EP Sóis, o artista mineiro já estará de volta a Portugal, país onde tem ficado regularmente desde 2019 e onde permaneceu em isolamento social ao longo de 2020. Na última vinda ao Brasil, o cantor, compositor e músico gravou no estúdio Ilha do Corvo, na cidade de Belo Horizonte (MG), as cinco músicas inéditas que compõem o repertório autoral do EP Sóis. Uma dessas cinco músicas, Vênus, será apresentada na sexta-feira, 15 de janeiro, em single que dá a primeira amostra do EP gravado com produção musical dividida entre Leonardo Marques e o próprio Luiz Gabriel Lopes, ex-integrante da banda mineira Graveola e o Lixo Polifônico e desde 2018 no grupo (também mineiro) Rosa Neon. Em Vênus, Luiz Gabriel Lopes toca piano em gravação de dois minutos, também formatada com o toque da bateria de Gabriel Bruce e com synth bass e programações feitas por Baka. O EP Sóis sucede outro EP, Presente (2020), na discografia do artista e chega ao mercado fonográfico através dos selos Pequeno Imprevisto (de São Paulo) e DaLata Music Label (da Inglaterra). Em Sóis, Luiz Gabriel Lopes faz conexões com o artista gaúcho Vitor Ramil – convidado da gravação da música Costura – e com Lola Membrillo. A cantora da banda argentina Perotá Chingó figura na faixa Criança boa. Sonhar feito planta e Prólogo são as outras músicas inéditas do EP Sóis, todas assinadas solitariamente por Luiz Gabriel Lopes, sem parceiros.
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Ronaldinho lança nesta sexta clipe de rap ‘Rolê aleatório’ com grupo paulista Recayd Mob
Projeto 'Tropa do Bruxo' foi criado por jogador para divulgar artistas de trap. Ele participa do vídeo, que sai ao meio-dia. 'Tô conhecendo todo dia um artista novo', Ronaldinho diz ao G1; leia entrevista e veja fotos. Ronaldinho com membros do Recayd Mob e figurantes do clipe 'Rolê aleatório' Divulgação / Rudd "Rolê aleatório", música do grupo de rap paulista Recayd Mob, que faz parte de uma série de rap criada pelo jogador Ronaldinho, foi lançada em streaming nesta sexta-feira (15). O vídeo, que tem participação de Ronaldinho, sai ao meio-dia desta sexta (veja fotos da gravação acima e abaixo). O jogador não canta, mas está presente no vídeo que será lançado no canal do seu projeto "Tropa do bruxo", voltado ao trap, subgênero do rap surgido no sul dos EUA. O G1 conversou por e-mail sobre o lançamento com Ronaldinho e com o rapper Jé Santiago, do Recayd Mob. Leia abaixo: G1 – Sabemos que você tem parcerias musicais há muito tempo, mas a novidade aqui é o foco no trap. Por que você resolveu investir no estilo? E por que chamar a Recayd? Ronaldinho – A galera me vê muito com o samba, o pagode, que estão mais próximos do universo do futebol. Mas eu sou um grande fã de hip hop, rap, e sempre acompanhei os movimentos do gênero. Lá atrás estive com Snoop Dogg, Nicki Jam e o que eu gosto mesmo é de música. Ronaldinho com membros do Recayd Mob Divulgação / Rudd Com a Tropa do Bruxo quis fazer algo diferente e poder investir no trap foi uma chance de dar visibilidade pra essa galera. Junto com o Wusta Studio decidi que todas as faixas teriam uma participação especial, e a Recayd conheci por amigos em comum, ouvi e curti muito, os meninos são irreverentes, energia boa. Leia mais: Ronaldinho celebra hit com Safadão e quer continuar a atacar de cantor G1 – Como você começou a escutar trap? Alguém te apresentou? O que acha que esse estilo tem de especial e quem são seus MCs de trap preferidos? Ronaldinho – Não me lembro bem como começou, mas percebi que era um movimento que a galera já estava ouvindo nos encontros, porque tem um beat diferente, também dá pra dançar, e aí fui entendendo que é uma vertente do hip hop, do rap. Acho que preferido não é a palavra, eu tô escutando de tudo, principalmente para escolher os nomes que vão estar no projeto. Antes dessa música com a Recayd estive com Djonga, MC Rick e Sidoka, uma galera gente boa que fez acontecer. Tô conhecendo todo dia um artista novo. Ronaldinho na gravação do clipe 'Rolê aletório' Divulgação / Rudd G1 – Você já chegou a arriscar alguns versos em outras ocasiões, mas até agora nesse projeto você só aparece nos vídeos. Qual é seu envolvimento nas produções além disso? Há um investimento e retorno financeiro? Ronaldinho – Acho que estar ali curtindo o momento faz com que a música seja o mais importante, eu participando ou não dela diretamente. E as composições são demais também. E a gente tem um objetivo com a Tropa, que é dar visibilidade e alcance para esses artistas. Música é minha paixão e estar nesse ambiente é o que importa pra mim. E ainda temos 8 lançamentos do projeto, estamos cuidando de tudo com muito carinho. Ronaldinho na gravação do clipe de 'Rolê aleatório' Divlugação / Rudd JÉ SANTIAGO G1 – Como chegou essa proposta do Ronaldinho para vocês? De onde veio a mensagem e o quão aleatória ela foi? Jé Santiago – Para nós pareceu do nada, mas descobrimos que temos amigos em comum. E também fiquei sabendo que ele sempre está acompanhando e pesquisando sobre o que tá rolando na música. G1 – O que conversaram com ele durante a produção? Houve algum direcionamento artístico do projeto? Chegaram a tentar que ele cantasse alguns versos? Jé Santiago – A gente não teve muito contato por causa da pandemia, estávamos em lugares diferentes. A maior parte desse contato foi pelo celular, WhatsApp e foi o que aumentou a expectativa para conhecer ele logo, estava contando os dias [risos]. Foi só no dia do clipe que o encontramos, em São Paulo, e foi sensacional, ele chegou lá e ficou no meio do pessoal trocando ideia, tomando um drinque, conversando sobre música, futebol, sobre tudo. Ele é um mano 'mesma fita' que a gente. G1- E como foi a conversa lá além disso? Ele manja de trap? Do que ele gosta e sobre o que falaram? Jé Santiago – Ele é um cara que manja de rap e não é de hoje. O Ronaldinho foi um dos primeiros caras dos super astros do futebol a dar uma atenção ao hip hop, ele é um cara que tinha a fachinha da Jordan, jogava no Barcelona, sempre curtiu esse movimento preto. Mesmo ele sendo do Sul, tem muita representatividade do preto. Se não tivesse no nome dele "Gaúcho", nunca ia achar que ele é de lá, parece muito com um mano de São Paulo ou do Rio. Ele manja demais de música e trocamos várias ideias. Clipe de 'Rolê aleatório' Divulgação / Rudd Segundo a assessoria da Recayd Mob, no dia da gravação do videoclipe todos os envolvidos – artistas, equipe de filmagem, produção, figurantes – fizeram teste para Covid-19 e não houve resultados positivos para o vírus. Além disso, a produção utilizou equipamentos de proteção individual. Ronaldinho na gravação do clipe de 'Rolê aleatório' Divulgação / Rudd Ronaldinho na gravação de 'Rolê aleatório' Divulgação / Rudd Ronaldinho na gravação do clipe 'Rolê aleatório' Divulgação
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‘WandaVision’ rompe com padrão dos filmes e é começo ousado para séries da Marvel; G1 já viu
Primeira série estrelada por heróis do universo cinematográfico da editora estreia nesta sexta-feira (15) no Disney+. Depois de mais de 20 filmes nos últimos 13 anos, o universo cinematográfico da Marvel é um sucesso inegável. A primeira série estrelada pelos heróis dos filmes, "WandaVision", mostra que o estúdio não tem medo de quebrar o padrão responsável por bilhões de dólares em bilheterias. Estrelada pelo casal Wanda Maximoff e Visão, interpretado mais uma vez por Elizabeth Olsen e Paul Bettany, a produção estreia seus dois primeiros episódios nesta sexta-feira (15) na plataforma de vídeos Disney+. O resto da temporada de nove capítulos no total sairá semanalmente. Sem grandes sequências de ação, pelo menos nos três episódios disponibilizados ao G1, "WandaVision" é a maior ruptura da forma de contar histórias do estúdio até o momento – e um começo promissor que pode levar as adaptações dos quadrinhos a novos públicos. 'WandaVision' ganha trailer; ASSISTA Super-herói só no papel A série até pode ser estrelada por super-heróis dos quadrinhos e cinema, mas está longe de parecer pertencer ao gênero. Ignorando o fim trágico do sintozóide (humano sintético) em "Vingadores: Guerra Infinita" (2018), a história começa com a mudança do casal para um típico subúrbio americano, tirado direto de uma comédia da TV dos anos 1950 ou 1960. Casa grande, gramado com arbustos bem cuidados e até fotografia em preto e branco. Tudo lembra uma produção da época. Do figurino ao humor físico com direito a risadas nas gravações, "WandaVision" seria apenas uma ótima homenagem a programas no estilo "I love Lucy" – não fosse pela constante sensação de que há algo de errado entre tanta perfeição. Visão além do alcance Olsen apareceu pela primeira vez como a Feiticeira Escarlate dos quadrinhos em "Capitão América 2: O Soldado Invernal" (2014). Paul Bettany e Elizabeth Olsen em cena de 'WandaVision' Divulgação Já Bettany começou a dublar Jarvis, o sistema operacional da armadura de Tony Stark que depois viraria o Visão, ainda no primeiro "Homem de Ferro" (2008). A química entre os dois, pouco explorada nos curtos momentos do casal em "Guerra Infinita", faz com que sua escalação para os papéis pareça quase planejada. Juntos, eles conseguem transmitir credibilidade a um casal de ficção científica em um ambiente de sitcom em duas cores. As Feiticeiras Entre trapalhadas e confusões como um jantar surpresa com o chefe conservador de Visão, com direito a pratos voadores pela cozinha à lá "A Feiticeira" (série dos anos 1960 cujo título fica ainda mais cheio de referência em português), "WandaVision" dá pistas de que as coisas não são o que parecem. Kathryn Hahn em cena de 'WandaVision' Divulgação Mesmo que os indícios sejam jogados aos poucos, a história não perde o ritmo e sustenta – em grande parte graças ao talento de seus protagonistas e do ótimo elenco de apoio, que conta ainda com Kathryn Hahn ("Transparent") e Debra Jo Rupp ("That '70s show"). O que no início ecoa como o clima da série "Vision" nos quadrinhos, na qual o herói tentava viver uma vida normal com uma família sintética no subúrbio, aos poucos ganha força própria, ainda mais quando a produção ganha cores e evolui para uma narrativa mais parecida com o dos anos 1970. Estreia promissora Com três episódios assistidos, ainda é difícil dizer que a série seja o sucesso retumbante que a Marvel precisa em sua primeira empreitada fora dos cinemas. Paul Bettany e Elizabeth Olsen em cena de 'WandaVision' Divulgação Tentativas anteriores com variados graus de êxito – "Agents of Shield", da extinta Marvel Television, ou "Demolidor", da Netflix, por exemplo – não foram realizadas pelo estúdio. E a editora da Disney ainda tem o desafio de atrair novos assinantes ao serviço de vídeos sob demanda com futuros lançamentos, como "Falcão e o Soldado Invernal" e "Loki". Por melhor que seja, "WandaVision" ainda exige muito conhecimento prévio de seu extenso catálogo de filmes. Mas se a empresa continuar a investir em novas ideias, e sobretudo em qualidade, tem tudo para manter os fãs satisfeitos por um bom tempo. Paul Bettany e Elizabeth Olsen em cena de 'WandaVision' Divulgação
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Sylvain Sylvain, guitarrista do New York Dolls, morre aos 69 anos
Músico anunciou que foi diagnosticado com câncer em 2019. Sylvain Sylvain, guitarrista da banda New York Doll, durante show em 2018 Reprodução/Facebook/Ian Bourn Sylvain Sylvain, guitarrista da banda New York Dolls, morreu nesta quarta-feira (13), aos 69 anos, dois anos após anunciar que foi diagnosticado com câncer. "Como muitos de vocês sabem, Sylvain enfrentou uma batalha contra o câncer nos últimos dois anos e meio. Apesar de ter lutado bravamente, ele morreu da doença. Enquanto sofremos por sua partida, sabemos que ele finalmente está em paz e sem dor", escreveu a mulher do músico, Wanda O’Kelley Mizrahi, em um comunicado. "Por favor, aumente o som com suas músicas, acendam uma vela e façam uma oração." Além de atuar como guitarrista, o músico, que também tem contribuições como compositor e pianista nos primeiros álbuns da banda. O cantor David Johansen, vocalista da banda, prestou uma homenagem ao amigo em suas redes sociais. "Meu melhor amigo por tantos anos, vou sentir muito sua falta." Initial plugin text Sylvain nasceu em Cairo, no Egito e morou na França durante sua infância, se mudando em seguida para Nova York com toda sua família. Depois de formar diversas bandas na adolescência, fundou a New York Dolls em 1971. O grupo, um dos que ajudou a popularizar o punk rock, lançou seu álbum de estreia em 1973. Recentemente, a revista Rolling Stone colocou o disco, que leva o nome da banda, na lista dos 500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos. Diversos artistas do rock, como membros do Sex Pistols e do Guns N' Roses, citam a banda como influência para seus trabalhos. Em paralelo com os projetos da banda, Sylvain também participou de turnês de outras bandas e liderou alguns projetos solo. VÍDEOS: Saiba tudo sobre entretenimento com o Semana Pop
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Tarcísio do Acordeon: conheça o cantor do hit ‘Meia noite’, que está renovando o forró de vaquejada
Cearense de 27 anos faz sucesso com forró que une sanfona tradicional à batida eletrônica da pisadinha. Adepto da sofrência, ele fica feliz em ser chamado de 'Marília Mendonça do forró'. Uma voz sofrida, a antiga sanfona do forró de vaquejada e a batida renovada da pisadinha. Essa é a base do sucesso do cearense Tarcísio do Acordeon, que se espalhou rápido pelo Brasil no final de 2020 e segue forte em 2021. Na vida e na música, as histórias de Tarcísio são de romance, tristeza, persistência e vaquejada. Ouça acima o podcast G1 Ouviu sobre Tarcísio do Acordeon para saber como seu acordeon e sua sofrência estão virando um fenômeno pop. O principal hit é "Meia noite (você tem meu WhatsApp)", do álbum "Diferente dos iguais", lançado em dezembro de 2020. Mas ele já tinha outras faixas em alta rotação pelo país, do álbum "A nova cara das vaquejadas", de julho, como "Nega", "Roxinho" e "Não sou perfeito". Na entrevista, ele ri ao contar que está sendo chamado de "Marília Mendonça do forró", e diz que planeja um dueto com a sertaneja. Também lembra as "humilhações" pelas quais passou nos anos em que era sanfoneiro acompanhante de bandas de forró. Nesta semana, o G1 também mostra outras apostas musicais para 2021. No podcast acima, ouça músicas e comentários sobre novos artistas. Calejado aos 27 Tarcísio nasceu em Campos Sales, cidade de 27 mil habitantes no sul do Ceará, entre o sertão do Cariri e o limite com o Piauí. O músico de 27 anos é calejado: toca desde os nove. "Comecei muito cedo na música pelo meu pai ser músico. Ele sempre incentivou", conta. "Minha história com a música é complicada de contar porque foi muito sofrida. Já trabalhei em muitas bandas e fui muito humilhado. Nesse meio artístico há muitos empresários que gostam de pisar nos músicos. Não pagavam salário em dia, a gente ficava no meio da estrada passando precisão", lembra. Tarcísio foi pai cedo, aos 16 anos. "O tempo que eu passei mais dificuldade foi quando o meu filho nasceu. Eu precisava manter minha casa e o dono da banda atrasando meu salário, às vezes não pagava. E você sabia que estava entrando dinheiro. Porque a gente tocava quase todos os dias." Para pagar as contas, ele chegou a ajudar o pai, que trabalhava em bancas de legumes e verduras no Ceagesp, em São Paulo. Às vezes, também ia para lá tocar forró e passar o chapéu entre os trabalhadores. Durante alguns períodos, ele voltava para o Ceará. "Minha cidade é muito humilde. Os empregos eram só na roça ou na prefeitura. Então meu pai sempre ficou assim: Vamos para São Paulo…. Vamos embora pro Norte… Sempre vivemos assim, como ciganos. Não tinha tempo certo. " Pé de serra, banda, pisadinha… Tarcísio do Acordeon Divulgação A sorte começou a virar quando ele resolveu cruar seu projeto de forró, para fugir de humilhações em outras bandas. Ele começou com duas tentativas: um trio e uma banda. As duas falharam. "Montei meu projeto com meus dois irmãos. A gente tinha um trio pé de serra, com zabumba, sanfona e triângulo. Mas o forró pé de serra era muito pequeno. Era mais para um aniversário, um churrasco de um amigo. Eu pensei: 'poxa, preciso tentar ser grande'", lembra. "Aí montei uma banda. Coloquei bateria, baixo, guitarra. Mas quando a gente ia tocar, o cachê só dava para pagar os caras (risos). Às vezes sobrava 20, 30 reais pra mim, só para não chegar em casa liso", conta Tarcísio. "Aí eu parei, pensei, fiquei matutando. Conversei com meu pai, falei: 'Tá difícil a coisa. Acho que vou montar um esquema de teclado para mim…' A gente que é músico sempre tem um preconceito com teclado." O vaqueiro e o tecladista Tarcísio confirma o preconceito que havia no mercado do forró contra o formato simples da pisadinha – estilo eletrônico, que foi subestimado, mas ficou cada vez mais popular e hoje é fenômeno nacional (saiba mais). O esquema era simples: um amigo no teclado e ele na sanfona e na voz. "Porém, peguei os elementos de todas as bandas que eu montei e trouxe para o teclado", descreve. "Foi a única forma que achei de trabalhar para sobrar um dinheirinho para ajudar a família", justifica. Mas, para Tarcísio, o que define seu estilo são as melodias, a voz e a sanfona. Ele defende com fervor a bandeira do forró de vaquejada. Este subgênero exalta o universo tradicional do sertão e do vaqueiro, e é muito popular no Nordeste. Vários ídolos do forró atual também usam elementos da vaquejada, em especial o alagoano Mano Walter, que também é vaqueiro. "Eu me defino como artista de forró de vaquejada, com o maior orgulho. Levanto a bandeira do vaqueiro, sou fã desde menino de vaquejada e de tudo que envolve: cavalo, boi, tudo isso. Gosto da forma de cantar, as melodias, sempre falando de um sofrimento de um vaqueiro", descreve. "Quando vou compor, não faço a letra antes. Primeiro faço a melodia da música todinha", ele diz. "O segredo de uma boa composição é a melodia, cara. Escutei isso uma vez num documentário de Djavan e trouxe para mim. E é verdade. A melodia é o que marca na música", explica. O ídolo trágico de Tarcísio Apesar de citar Djavan, sua grande referência é o cantor alagoano de forró de vaquejada Kara Veia. Ele virou um mito no estilo após interpretar clássicos tristes como "Filho sem sorte", mas se matou em 2004, em sua casa em Maceió. "Lembro que meu pai foi numa feira na cidade comprou um CD. Naquele tempo era fita. Eu sempre ouvia Minha linha de composição é exatamente a dele. Tem uma música, 'Mulher Ingrata e Fingida', muito melódica, conta de um cara que tá sofrendo pra caramba. Sempre componho nessa linha." Edvaldo José de Lima, o Kara Veia, fez sucesso no começo dos anos 2000 e virou o 'rei da vaquejada', mas se matou em 2004 em sua casa em Maceió Reprodução "Acho que se Kara Veia tivesse vivo hoje, seria um dos maiores ícones da música brasileira. E ele teria levado o forró e a vaquejada para outro nível. Acho que o Brasil todo ia ver. Mas eu acho que tudo é no tempo de Deus. E infelizmente aconteceu essa tragédia", lamenta. Outra referência é a própria voz de locutores de vaquejadas. "Procuro seguir essa linha da locução, acho muito massa". Tarcísio já participou de vaquejadas, mas diz que "levou uma queda e quase morreu", e que pretende emagrecer para voltar a montar em um boi. A vaquejada, em que cavaleiros competem para derrubar e laçar um boi, chegou a ser barrada pelo STF em 2016. Em 2019, o Congresso liberou a atividade, estabelecendo um regulamento. A prática é controversa, mas amada por adeptos, como Tarcísio. "Tudo que envolve o vaqueiro tem música no meio. Até para chamar o gado, quando você vai de manhã numa porteira, você tem que dar o aboio. E aquilo ali não é o cara cantando para enfeitar. É o gado, é a forma de conversar com o gado mesmo. O gado conhece", ele reflete. 'Marília Mendonça do forró' Mesmo deixando as letras para o final da composição, seus versos românticos são marcantes e ajudam na curva exponencial de sucesso. Seu repertório mistura obras de outros músicos, como "Meia noite" e "Roxinho", e várias próprias, como "Nega" e "Lembrei de você". "É uma realidade que muitas pessoas estão vivendo. Eu recebo vários 'directs', pessoas falando: 'Sua música fala tudo que tá acontecendo comigo.' É isso que toca o coração das pessoas. Essa parte da sofrência. Estão me chamando até de Marília Mendonça do forró agora, (risos)." Tarcísio é casado com a mãe de seu filho há mais de dez anos, fato curioso para quem conhece suas canções cheias de desencontros amorosos, que ele atribui a histórias ouvidas de amigos. "Minha relação com minha esposa é muito boa, eu graças a Deus não ando sofrendo. Mas são sempre relatos de amigos. 'Amar sem ser amado' eu fiz para um amigo que levou uma 'gaia' da mulher. Ele perdoou e ela até hoje bota gaia nele. Aí peguei e fiz a música", conta. "Se disser: você já sofreu por alguma mulher? Eu não sofri não. E se sofri foi escondido", diz aos risos. Mas ele também fala sério: "Sempre fui muito apaixonado por minha esposa. Ela sofreu muito comigo. A gente passou muita precisão. Você mora numa casa, e quando chega o aluguel não tem dinheiro. A gente sem saber o que fazer, com medo de deixar meu filho na rua. Isso aproximou mais a gente." Henrique & Juliano & Tarcísio Tarcísio do Acordeon toca com Henrique & Juliano Reprodução / YouTube Os problemas com o aluguel parecem ser coisa do passado. No começo de 2020, ele tinha menos de 300 views por semana no YouTube, somando todas as músicas. Hoje ele já tem várias músicas com mais de 40 milhões de views. Estrelas do forró e do sertanejo estão atrás de Tarcísio para novos projetos e parcerias. "O sertanejo também está abraçando muito o meu trabalho. E o Wesley Safadão, o Xand Avião, que me receberam na casa deles lá em Fortaleza. Henrique & Juliano, são meus amigos de verdade, hoje a gente quase todo de dia se fala. O Sorocaba também." "E temos um projeto aí para o ano que vem quem sabe, gravar com a Marília Mendonça", ele solta. "A gente está com 90% certo. Eu não quero falar mais para ser uma surpresa: eu e ela botarmos o povo pra chorar (risos)".
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Dustin Diamond, astro da série ‘Saved by the Bell’, é hospitalizado após ser diagnosticado com câncer
Segundo a imprensa internacional, um representante do ator afirmou que ele se sentiu mal esta semana. O tipo de câncer não foi informado. Dustin Diamond Reprodução/Instagram Dustin Diamond, astro da série "Saved by the Bell", está hospitalizado após ser diagnosticado com câncer em estágio 4. O tipo de câncer não foi divulgado. Segundo a imprensa internacional, um representante do ator de 44 anos afirmou que ele deu entrada no hospital esta semana após passar mal. "Ele está fazendo quimioterapia, então ficará no hospital ao menos até a próxima semana e, então, teremos uma ideia de quando ele terá alta", afirmou o representante ao Entertainment Weekly. O representante ainda explicou que o ator está se sentindo melhor em relação a quando chegou ao hospital, quando se "sentia sonolento e cansado, além de apresentar muitas dores". VÍDEOS: Saiba tudo sobre entretenimento com o Semana Pop
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