Gol volta a receber aviões da Boeing 737 Max 8
Primeira aeronave chegou a Confins (MG) na quarta-feira (28) e deve começar a voar em fevereiro. Gol retoma voos com o 737 MAX no Brasil Reprodução/Gol A Gol Linhas Aéreas voltou a receber neste mês novos aviões do modelo Boeing 737 Max 8. A primeira aeronave chegou à Gol Aerotech, em Confins (MG), na quarta-feira (28). A expectativa da companhia é começar a voar com o novo avião em fevereiro. Trata-se do oitavo avião do modelo na frota da Gol. A empresa já possuía sete aeronaves do tipo. A frota total da Gol é de 128 aviões. Boeing 737 Max faz 1° voo comercial nos EUA em quase dois anos Boeing é acusada de fraude e pagará US$ 2,5 bilhões por acidentes com o 737 Max Os 737 Max ficaram parados durante 20 meses, após a proibição de voos com esses aviões em todo o mundo devido a dois acidentes com vítimas fatais no exterior, em 2018 e 2019. A Gol voltou a operar com o modelo em 9 de dezembro de 2020, após o retorno dos voos com os 737 Max ter sido aprovado por órgãos de regulação do setor aéreo. A companhia tem encomenda de 95 aeronaves desse modelo com a Boeing, para entrega no prazo de dez anos. Um total de 20 aviões estão financiados com empresas de arrendamento. A expectativa é ter até o fim do ano 14% da sua frota com esse modelo de aeronave. De acordo com a Gol, o Boeing 737 Max 8 aumenta a produtividade em 24% e reduz o consumo de combustível em aproximadamente 15% em comparação com os aviões 737NG, de geração anterior. Além disso, o 737 Max tem um alcance de cerca de 1.000 quilômetros a mais (chegando a 6,5 mil) quando comparado com as aeronaves atuais. Com a retomada em dezembro dos voos com o modelo 737 Max 8, e com as sete aeronaves disponíveis, até este momento a Gol completou mais de 1.000 voos comerciais, com mais de 160 mil passageiros embarcados. As ações da Gol operam em alta de 6,77%, cotadas a R$ 24,60 na B3. O Ibovespa sobe 1,72%, para 117.870 pontos. Vídeos: Últimas notícias de Economia
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Secretaria do Consumidor questiona empresas sobre produção de oxigênio hospitalar
Órgão do Ministério da Justiça notificou cinco empresas do setor. Escassez de oxigênio levou pacientes de Covid-19 à morte em hospitais de Manaus. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça notificou nesta quinta-feira (28) cinco empresas do mercado de gases industriais para que prestem esclarecimentos sobre a produção, distribuição e comercialização de oxigênio hospitalar.
Nas últimas semanas, o sistema de saúde de Manaus entrou em colapso devido à disparada dos casos de Covid-19. Hospitais ficaram sem oxigênio e pacientes estão sendo enviados para outros estados. Mais de 30 pessoas morreram por falta de oxigênio nos últimos dias 14 e 15, quando a capital do Amazonas atingiu o ápice da falta do insumo. Parentes de pacientes internados tiveram que comprar cilindros de oxigênio por conta própria.
Nesta quinta, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, disse em reunião virtual da Câmara dos Deputados sobre a crise sanitária em Manaus que o estado necessitará de mais oxigênio devido ao agravamento da pandemia de coronavírus no interior.
Segundo a Secretaria Nacional do Consumidor, foram notificadas Indústria Brasileira de Gases Ltda; White Martins Gases Industriais Ltda; Messer Gases Ltda; Air Products Brasil Ltda; e Air Liquide Brasil Ltda.
As empresas terão prazo de dez dias para responder aos questionamentos. O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor pretende analisar a atuação do mercado para atuar na prevenção de situações como as de problemas no fornecimento de oxigênio hospitalar.
Juliana Domingues, secretária Nacional do Consumidor, afirmou que foram recebidos “relatos preocupantes dos estados do Amazonas e do Pará”.
“Estamos buscando as causas das falhas do fornecimento desse insumo imprescindível aos hospitais neste momento de pandemia de Covid-19. Vamos mapear as questões regionais que estão dificultando o acesso ao oxigênio e os eventuais riscos de desabastecimento em outras regiões”, afirmou.
As perguntas encaminhadas às empresas buscam levantar dados sobre o aumento da demanda por oxigênio hospitalar e sobre a capacidade produtiva e logística das empresas na continuidade da oferta do produto em todas as regiões do país.
Os fornecedores foram questionados sobre as estruturas usadas na distribuição do produto, os principais clientes atendidos, se há regiões mais vulneráveis com relação ao fornecimento do produto e quais medidas preventivas poderiam ser adotadas.
O departamento também quer saber se as empresas encaminham algum tipo de comunicado alertando os seus clientes em relação às dificuldades no atendimento da demanda do produto.
Amazonas enfrenta desafio logístico para receber oxigênio
VÍDEOS: falta de oxigênio em Manaus
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‘Caso GameStop’ inspira movimento especulativo no Brasil e afeta preços de ações
Investidores da resseguradora IRB Brasil organizaram uma compra em massa das ações para trazer de volta o dinheiro de investidores institucionais; o mesmo aconteceu nos EUA com valorização de 1.800% da empresa GameStop; analistas duvidam que valorização se repita. O ataque especulativo que acontece nesta semana em Wall Street acendeu o alerta de investidores brasileiros. A pergunta principal é se algo parecido poderia acontecer por aqui. Para analistas consultados pelo G1, não só é possível como está ocorrendo – guardadas as devidas proporções. Desde esta quarta-feira (28), um grupo de investidores pessoas físicas têm se organizado em uma tentativa de influenciar o preço das ações da resseguradora IRB Brasil. Juntos, eles compram ações da empresa para pressionar fundos de investimento a reverter apostas na queda dos papéis na bolsa de valores. (Entenda como funciona abaixo) GameStop: loja do Tysons Corner Center, na Virgínia, teve aglomeração de compradores na Black Friday. REUTERS/Hannah McKay Por volta das 16h30 desta quinta-feira, as ações da empresa subiam mais de 14% no pregão, com acionistas replicando (ainda que em patamares muito menores) o fenômeno que aconteceu nos Estados Unidos. Por lá, um movimento orquestrado de compra em massa fez as ações da empresa GameStop dispararem de US$ 19,26 no final de dezembro para impressionantes US$ 380 na máxima registrada na quarta na Bolsa de Nova York (Nyse) – uma alta de mais de 1.800%. SAIBA MAIS: GameStop: entenda como um grupo de pequenos investidores combinou em um fórum a disparada das ações da empresa Lá e cá, tudo foi combinado pelas redes sociais. Os ataques especulativos são ilegais, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A entidade afirma ao G1 que acompanha cada caso individualmente e pode aplicar sanções aos investidores com base na legislação vigente. A B3 não respondeu. Mas, como nos EUA, está claro que não há uma resposta imediata para a especulação organizada. Juliana Rosa: ‘Ações da Eletrobras caem em NY após renúncia do presidente’ O que aconteceu nos EUA? A pressão nas ações da varejista de games GameStop é resultado de um efeito chamado "short squeeze". A empresa acumulava prejuízos, por conta de um modelo de negócio calcado em lojas físicas. Assim, grandes investidores institucionais passaram a apostar na queda do preço dessas ações. No jargão do mercado, isso se chama "operar vendido". Para ficar vendido, o fundo "pega emprestadas" essas ações e as vende pelo preço atual, esperando que ele estará mais baixo quando tiver que recomprá-las para devolver as ações ao dono original. Quando a ação cai, o investidor embolsa a diferença (imagine que ele vendeu a 10 dinheiros, mas paga 7 para recomprar a ação quando tiver que devolvê-la. Neste caso, o investidor teria um ganho de 3 dinheiros). No caso da GameStop, todas as ações disponíveis estavam alugadas, uma aposta robusta de grandes investidores em um derretimento da empresa. Com esse dado em mãos, pessoas físicas passaram a comprar as ações – fazendo o preço subir – e obrigaram os fundos a desfazer a operação para evitar perdas ainda maiores. Bolsa termina o ano em alta de 3%; veja o balanço do mercado em 2020 Os fundos em questão são os chamados "hedge funds", fundos que tem a proteção do patrimônio como característica. As perdas, portanto, não são bem recebidas. Os gestores acabam obrigados a gastar mais dinheiro para cobrir a diferença e cria-se, aí, uma bola de neve de valorização. "O que é importante para o investidor pessoa física é entender que, a partir do momento que uma ação descola dos fundamentos da empresa, pode-se perder bastante dinheiro com o potencial de queda do papel, porque o valor não está mais atrelado ao desempenho da empresa", afirma Betina Roxo, estrategista-chefe da corretora Rico. É exatamente o que aconteceu nesta quinta-feira. A solução dada até o momento nos EUA foi limitar o acesso de investidores de algumas das plataformas, como a Robinhood, aos papéis da GameStop. Só essa mudança fez as ações da GameStop sofrerem queda expressiva de 50%. Juliana Rosa: Ritmo da vacinação preocupa agentes econômicos Qual o perigo para o Brasil? O caso da GameStop é emblemático porque mostra o poder de organização dos investidores, tanto de inflar o preço das ações como de surpreender as autoridades. As práticas são ilegais e coibidas por agências reguladoras, mas a aplicação de sanções são truncadas lá e aqui. A GameStop anunciou recentemente uma mudança em sua diretoria executiva, que pode indicar que o investidor acredita que a empresa está passando por mudanças para se adaptar à nova realidade do mercado. É uma desculpa perfeita para se desviar de uma acusação de manipulação de mercado. No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) diz que "acompanha e analisa" as movimentações de companhias de capital aberto e toma medidas cabíveis "sempre que necessário", por meio de processos administrativos que poderão "gerar as punições previstas no art. 11 da Lei 6385/76". A lei em questão permite a suspensão de operações no mercado e multa proporcional ao poder aquisitivo do autor. Mas cada caso detectado passa por um julgamento específico, sem um mecanismo de coerção automática a operações suspeitas. Alberto Amparo, analista de internacional da Suno Research, alerta que IRB tem apenas 8% das ações em aluguéis, incomparável com o volume que se via em GameStop, que passava dos 100%. Ainda que seja possível manipular o mercado e criar o efeito de "short squeeze" com ações que tenham pouca liquidez, as proporções não devem repetir o caso americano. "O caso da GameStop é mais gritante e as empresas como Robinhood ajudam demais o investidor comum a fazer operações vendidas, o que não acontece no Brasil", afirma Amparo. Fora isso, os EUA têm uma fatia muito maior de investidores dentro do mercado de ações. O Brasil tem, ao todo, 3 milhões de investidores cadastrados na B3, enquanto 55% dos americanos em idade adulta têm investimentos em bolsa. "Ainda que tenha acontecido uma valorização, a tendência é retornar ao valor justo. Pode ter certeza que boa parte de quem entrou agora não sabe analisar o mercado de resseguros. E para sair comprando uma ação, é preciso entender os fundamentos", diz o analista. Crise da IRB Brasil Em março de 2020, as ações do IRB Brasil desabaram após a Berkshire Hathaway, empresa de investimentos do bilionário Warren Buffet, ter afirmado que não é acionista da resseguradora brasileira e nem pretende ser. Circulava um boato, que embasou uma alta dos papéis, de que a holding de Buffet não só era acionista da empresa como pretendia aumentar sua participação. Segundo analistas do mercado, a história foi referendada por executivos em teleconferência da empresa antes de ser desmentida. De cerca de R$ 44, as ações foram para a casa dos R$ 7. O ataque especulativo visa a trazer o número de volta para a casa dos R$ 40, caso os investidores institucionais revisem as posições vendidas. Às 16h30, a ação da resseguradora estava cotada em R$ 7,45, alta de 14,3%. O volume financeiro das operações subiu 245% entre terça e quinta-feira. O IRB Brasil RE teve prejuízo líquido de R$ 229,8 milhões no terceiro trimestre de 2020, bem acima do resultado negativo de um ano antes (R$ 19,7 milhões). O retorno sobre o patrimônio líquido médio ficou negativo em 20%. As perdas, porém, vieram abaixo dos R$ 685,1 milhões no segundo trimestre, com retorno de -83,3% naquele período. VÍDEOS: Últimas notícias de Economia o
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GameStop, short squeeze, venda a descoberto: glossário ajuda a entender disparada de ações de loja de games
Conheça os termos mais utilizados para descrever o movimento que levou a uma forte valorização das ações da GameStop no mercado acionário dos Estados Unidos. Fachada da GameStop em Westminster, Colorado Reuters Neste semana, o mercado acionário dos Estados Unidos se deparou com um movimento inédito. Integrantes de um fórum de discussão do Reddit se organizaram para comprar em massa ações da GameStop e fizeram a ação da companhia disparar. GameStop: entenda como um grupo de pequenos investidores combinou em um fórum a disparada das ações da empresa 'Efeito Gamestop' se espalha por mercados e pedidos de investigação se intensificam Confira no glossário do G1, os termos mais comuns usados para explicar o caso da GameStop. GameStop: É uma tradicional rede de lojas de videogames dos Estados Unidos, fundada em 1996. As ações da companhia dispararam nos últimos dias por causa de movimento orquestrado num fórum de discussão. Reddit: Funciona como um grande fórum on-line, que é dividido entre diversas comunidades (chamadas de subreddits). A plataforma é o 7º site mais visualizado dos Estados Unidos, no ranking da empresa de dados Alexa, da Amazon. Short squeeze: No jargão financeiro, short indica quando o investidor opera vendido num papel, e squeeze se refere a esmagado. O movimento de short squeeze ocorre quando os investidores que apostaram na queda do preço das ações são obrigados a recomprar a ação a um preço maior para mitigar as perdas. Valor de mercado: Soma do preço de toda as ações de uma determinada companhia. Venda a descoberto: Ocorre quando operadores 'alugam' ações da empresa e vendem para outros investidores, acreditando que o preço vai cair e que terão lucro ao final desse processo. Wall Street: Denominação utilizada para se referir ao mercado acionário-norte americano Wallstreetbets: É a comunidade do Reddit, centrada no mercado financeiro. Vídeos: Últimas notícias de economia
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Brasil tem recorde na abertura de novos MEIs e ultrapassa 11 milhões, diz Sebrae
Foram 2,6 milhões de novos registros como Microempreendedor Individual criados em 2020, segundo a instituição. Microempreendedores Individuais crescem no Brasil Reprodução PEGN O Brasil registrou 2,6 milhões de novos Microempreendedores Individuais (MEIs) em 2020, a maior adesão dos últimos cinco anos, segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com dados da Receita Federal. VÍDEOS: dicas para ter sucesso nos negócios Atualmente, o país tem mais de 11,3 milhões de MEIs ativos. “Uma a análise da evolução das taxas de empreendedorismo no país nos últimos 20 anos mostra que, em tempos de recessão econômica é comum que os brasileiros recorram ao empreendedorismo por necessidade, como alternativa de ocupação e renda. Isso já ocorreu em períodos anteriores, a exemplo do que foi verificado entre os anos de 2014 e 2016”, afirma o analista de gestão estratégica do Sebrae, Tomaz Carrijo. Veja dicas para se tornar um microempreendedor individual (MEI) Seguindo a tendência de 2019, os setores que lideraram o ranking de atividades com o maior número de MEIs criados foram: Comércio varejista de vestuário e acessórios (180 mil); Promoção de vendas (140 mil); Cabeleireiros, manicures e pedicures (131 mil); Fornecimento de alimentos para consumo domiciliar (106 mil); Obras de alvenaria (105 mil). Já analisando o maior crescimento do número de novos MEIs em 2020, em comparação com o ano anterior, as áreas que mais se destacaram foram: Transportes (86%); Restaurantes e similares (59%); Fornecimento de alimentos para consumo domiciliar (48%); Comércio varejista de bebidas (41%). “Estamos vivendo um momento de crise sem precedentes e sabemos como isso tem exigido um esforço ainda maior dos brasileiros que já são donos de pequenos negócios ou que buscam a formalização como uma saída para enfrentar os problemas. O aumento no número de MEIs mostra o quanto essa figura jurídica tem se tornado peça fundamental para a economia brasileira ao longo dos últimos 10 anos”, afirma o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Veja dicas para montar uma empresa
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Megavazamento de dados de 223 milhões de brasileiros: o que se sabe e o que falta saber
Número é maior do que a população do país, estimada em 212 milhões, porque inclui dados de falecidos. Informações expostas incluem CPF, nome, sexo e data de nascimento, além de uma tabela com dados de veículos e uma lista com CNPJs. Origem dos dados ainda é desconhecida. Saiba mais sobre o megavazamento de dados de 223 milhões de brasileiros
Veja o que se sabe e o que ainda não foi esclarecido sobre o megavazamento de dados de 223 milhões de brasileiros (incluindo dados de falecidos) revelado recentemente:
Quais dados vazaram?
Como saber se um dado meu foi vazado?
De onde são esses dados?
Quem vazou?
Como se deu o vazamento?
Por que o número de CPFs vazados é maior do que a quantidade de pessoas no país?
Que prejuízos podem acontecer para quem tiver um dado vazado?
O vazamento está sendo investigado? A quem cabe isso?
Existe proteção de dados no Brasil? Que punições podem acontecer por causa deste vazamento?
Como proteger meus dados de vazamentos?
Quais dados vazaram?
Foram dois vazamentos:
Um deles tinha 223 milhões de números de CPF, acompanhado de informações como nome, sexo e data de nascimento, além de uma tabela com dados de veículos e uma lista com CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas). Essas informações circulam na internet de forma gratuita.
O outro incluía, além dos 223 milhões de CPFs, informações sobre escolaridade, benefícios do INSS e programas sociais (como o Bolsa Família), renda, entre outras informações. Esse está sendo vendido por criminosos.
Juntos, os dois vazamentos continham:
Dados básicos relativos ao CPF (nome, data de nascimento e endereço).
Endereços.
Fotos de rosto.
Score de crédito (que diz se é bom pagador), renda, cheques sem fundo e outras informações financeiras.
Imposto de renda de pessoa física.
Dados cadastrais de serviços de telefonia.
Escolaridade.
Benefícios do INSS.
Dados relativos a servidores públicos.
Informações do LinkedIn.
Como saber se um dado meu foi vazado?
O número de CPFs vazados (223 milhões) supera a população brasileira (estimada em 212 milhões). Então é provável que pelo menos dados básicos de cada cidadão estejam disponíveis.
Não é possível afirmar que todas as informações sejam verdadeiras, mas muitas delas estão corretas, segundo Altieres Rohr, especialista em segurança digital que mantém um blog no G1, e que teve acesso aos arquivos que foram disponibilizados publicamente.
As pessoas não têm como saber se alguma informação específica a seu respeito consta em um dos vazamentos.
De onde são esses dados?
Ainda não se sabe de onde esses dados foram roubados. É possível que o pacote tenha sido consolidado a partir de diversas fontes, incluindo outros vazamentos anteriores.
Algumas das informações que constam no vazamento fazem referência a empresas ou serviços, mas não é possível afirmar se esses dados realmente foram retirados das companhias mencionadas.
Ao longo dos anos, diversas informações pessoais de brasileiros vazaram, partindo inclusive de órgão do governo.
Nova falha do Ministério da Saúde expõe dados de 243 milhões de brasileiros na internet, diz jornal
Detran-RN investiga se falha no sistema liberou acesso a dados de motoristas de todo o país
Órgãos de defesa do consumidor, como o Procon-SP e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), notificaram a empresa Serasa Experian com pedidos de explicações sobre origem dos dados. A Serasa nega que seja a fonte dos dados.
Quem vazou?
Os dados foram publicados por um criminoso em um fórum on-line dedicado a comercialização de bases de dados. O mesmo indivíduo ofertou a lista de CPFs gratuitamente é o que vende as outras informações.
Como se deu o vazamento?
Como ainda não se sabe a origem exata dos dados, não há informações de como esse vazamento aconteceu.
É possível que o pacote tenha sido consolidado a partir de diversas fontes: o criminoso reuniu dados de vários vazamentos para vendê-los numa lista única.
Por que o número de CPFs vazados é maior do que a quantidade de pessoas no país?
Foram vazados dados de 223 milhões de CPFs, enquanto a população estimada do país é de 212 milhões. Isso ocorreu porque informações de pessoas que já morreram também foram expostas.
Que prejuízos podem acontecer para quem tiver um dado vazado?
Criminosos podem usar dados pessoais para aplicar golpes dos mais variados tipos.
Munidos de uma série de dados pessoais, criminosos podem tentar se passar por alguém em interações com empresas ou praticar golpes como o saque indevido do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Uma tática comum é enviar e-mails ou mensagens falsas para vítimas, em nome de empresas como bancos e tentar obter vantagens financeiras.
É possível, por exemplo, que criminosos enviem faturas falsificadas (como telefone, internet, IPVA, IPTU, entre outras) por e-mail. A vítima, identificando uma série de dados pessoais corretos, acredita que aquele débito é real e faz o pagamento.
O megavazamento está sendo investigado? A quem cabe isso?
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em 2019, definiu um órgão responsável pela investigação em caso de vazamentos: Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
A autoridade, porém, ainda não está funcionando de fato. O órgão está constituído, mas ainda não publicou nenhuma das regulamentações previstas em lei.
O G1 procurou a ANPD e perguntou quais medidas estão sendo tomadas, mas até a última atualização dessa reportagem não obteve respostas.
ANÁLISE: Sem agência de proteção de dados, 'megavazamentos' evidenciam custo de atraso da lei no Brasil
Órgãos de defesa do consumidor, como o Procon-SP e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), notificaram a empresa Serasa Experian e pediram explicações sobre origem dos dados. A Serasa nega que seja a fonte dos dados.
Existe proteção de dados no Brasil? Que punições podem acontecer por causa deste vazamento?
Existe a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em 2019, e tem como objetivo garantir mais segurança e transparência às informações pessoais coletadas por empresas públicas e privadas.
A lei prevê punições que vão desde advertência até uma multa de 2% do faturamento anual da empresa, limitada a R$ 50 milhões.
LGPD: o que muda para os cidadãos?
Esse dinheiro é destinado ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), que financia projetos que tenham como objetivo reparação de danos ao consumidor, meio ambiente, patrimônio e outros.
De qualquer forma, a agência não poderia aplicar multas antes de agosto de 2021, por decisão do Congresso.
Como proteger meus dados de vazamentos?
Neste caso específico, não havia nada que um cidadão pudesse fazer para proteger os seus dados.
A falta de qualquer regra ou limite para a guarda de dados no Brasil, aliada ao excesso de burocracia, sempre incentivou que empresas e órgãos do governo mantivessem todos os dados possíveis – inclusive os que não eram necessários.
Para realizar cadastros em muitos sites, serviços e até programas governamentais, é necessário fornecer informações que nos identifiquem.
A dica geral, no entanto, é ter cautela e cuidado ao incluir dados pessoais em páginas da internet que não são confiáveis – não é recomendável, por exemplo, fornecer seu CPF em uma página que divulga um suposto sorteio.
Entenda o vazamento de dados que expôs 200 milhões de brasileiros
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Com pandemia, banda larga recebe 31,6% mais reclamações e se torna líder em queixas, diz Anatel
Foram 764 mil chamados com queixas sobre o serviço em 2020. Agência informa que recebeu 2,96 milhões de reclamações para todas as áreas. O serviço de banda larga foi o que teve mais reclamações proporcionalmente ao número de acessos em 2020. Com a pandemia, as queixas dos usuários cresceram 31,6% em comparação a 2019 – foram 764 mil chamados, informou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Com o resultado, o Índice de Reclamações (IR) médio referente a banda larga ficou em 1,87, dando pela primeira vez a liderança para este segmento. Esse índice mede a quantidade de reclamações registradas a cada mês para um grupo de mil acessos em serviço.
Especialistas apontam problemas mais comuns na banda larga
O setor de telecomunicações como um todo em 2020 atingiu IR de 0,80 contra 0,79 em 2019. Mesmo assim, informa a Anatel, ainda está abaixo do pico de 2016, quando chegou a 0,96.
A agência informou que recebeu 2,96 milhões de reclamações em 2020. Esse número é 0,5% menor que o de 2019. O nível se mantém estável desde 2018, quando foram registradas 2,94 milhões de demandas. O pico de reclamações foi em 2015, quando foram registradas 4,09 milhões de queixas.
Principal reclamação na banda larga
Segundo a Anatel, o item chamado de "Qualidade e Funcionamento" foi o responsável pelo desempenho negativo da banda larga fixa no período.
"Especialmente após o início das medidas de isolamento social associadas à pandemia de Covid-19, entre março e abril do ano passado. A partir de maio, as reclamações sobre qualidade e funcionamento passaram a cair, mas encerraram 2020 ainda em patamares superiores ao do ano de 2019", disse a agência, em comunicado.
O maior impacto, segundo a Anatel, ocorreu na Claro e nas prestadoras de pequeno porte (PPPs).
Dicas de Segurança Digital no G1
5 dicas de segurança para sua vida digital
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Bolsas dos EUA se recuperam com balanços e alívio em temores sobre posições vendidas
Na quarta-feira (27), os três principais índices norte-americanos sofrerem sua maior queda percentual diária em três meses. Os mercados em Wall Street fecharam em alta nesta quinta-feira (28), recuperando-se de perdas acentuadas na sessão anterior, graças a um amplo rali na esteira de um forte começo para a temporada de balanços e de alívio em temores de novas vendas por fundos hedge para cobrir prejuízos em outras apostas. O índice Dow Jones subiu 0,99%, a 30.603 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,976066%, a 3.787 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,5%, a 13.337 pontos. Wall Street Lucas Jackson/Reuters Pesos pesados, incluindo Microsoft Corp, Amazon.com e Alphabet Inc, estiveram entre os maiores impulsos ao S&P 500, um dia depois de os três principais índices dos EUA sofrerem sua maior queda percentual diária em três meses. Apple relatou vendas e lucro do trimestre natalino acima das expectativas de Wall Street. No entanto, as ações da fabricante do iPhone caíram 3,50%, após subirem 7,89% no acumulado do ano até terça-feira. Com a temporada de resultados trimestrais em pleno andamento, participantes do mercado analisaram se as empresas poderiam justificar altas avaliações, com a relação preço/lucro a termo do S&P 500 perto de máximas em 20 anos, em quase 22,7. "No geral, as surpresas têm sido positivas, ainda mais do que o normal e, no geral, as grandes empresas estão mostrando uma alavancagem operacional positiva, na qual são capazes de aumentar os lucros um pouco mais rápido do que são capazes de aumentar a receita", disse Ellen Hazen, gestor de portfólio da FLPutnam Investment Management, em Wellesley, Massachusetts. "Ainda é o início e estamos com apenas um terço do S&P (balanços divulgados), mas as surpresas parecem mais positivas do que o normal e isso é um bom presságio para as perspectivas para a economia e para os mercados." As ações de GameStop Corp e AMC Entertainment Holdings Inc caíram mais de 40%, depois de uma alta meteórica em sessões recentes, em um frenesi de negociações impulsionado pelas mídias sociais e que abalou os mercados de ações. Plataformas de negociação, incluindo Robinhood e Interactive Brokers, restringiram a negociação de várias ações que dispararam nesta semana, aliviando preocupações sobre um efeito cascata no mercado geral. Vídeos: Últimas notícias de economia
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Indústria de petróleo dos EUA busca aliança com agronegócio para combater pauta de veículos elétricos de Biden
Por outro lado, empresas de biocombustíveis e milho relutam em unir forças, não apenas pela longa rivalidade com as refinarias, mas também porque não querem se opor publicamente às políticas para energia do novo presidente dos EUA. O presidente dos EUA, Joe Biden, anuncia série de ações ambientais de seu governo, na quarta-feira (27) AP Photo/Evan Vucci A indústria de petróleo dos Estados Unidos está tentando construir uma aliança com os produtores de milho e biocombustíveis do país para trabalhar contra o esforço do governo Biden por veículos elétricos, mas até o momento enfrenta uma recepção fria das partes, indicaram fontes familiarizadas com as discussões. Especialistas dizem como o novo governo Biden pode impactar o agronegócio brasileiro O movimento marca uma tentativa incomum da indústria do petróleo de se aproximar de seus rivais de longa data, refletindo o tamanho da preocupação do setor com as medidas abrangentes do presidente Joe Biden para combater as mudanças climáticas e conter o consumo de combustíveis fósseis. Embora a indústria petrolífera e os produtores de biocombustíveis sejam concorrentes naturais por espaço nos tanques de combustível do país, ambos compartilham o desejo de garantir um futuro para os motores a combustão. O esforço também reflete a rápida mudança no panorama político em Washington: a outrora poderosa influência da indústria do petróleo diminuiu desde que Biden substituiu Donald Trump na presidência, mas o cinturão agrícola ainda constituiu um eleitorado vital e poderoso. O American Fuel and Petrochemical Manufacturers (AFPM), grupo comercial de refino de petróleo, confirmou que esteve em contato com representantes estaduais e nacionais das indústrias de milho e biocombustíveis nas últimas semanas, visando angariar apoio a uma política que reduziria a intensidade de carbono de combustíveis para transporte e bloquearia os esforços para concessão de subsídios federais aos veículos elétricos. Essa proposta seria uma alternativa à declarada meta de Biden de eletrificar a frota de veículos do país, garantindo um mercado contínuo para combustíveis líquidos, como gasolina e etanol de milho. De onde vem: cana-de-açúcar é matéria-prima que gera energia elétrica para 12 milhões de residências do país O AFPM se reuniu em meados de janeiro com alguns lobistas das indústrias de milho e biocombustíveis, e algumas refinarias que fazem parte do grupo esperam sediar uma nova reunião em fevereiro, para discutir o futuro dos combustíveis líquidos. "Toda essa ideia levaria muito tempo para ser consolidada, mas fizemos alguns progressos", disse Derrick Morgan, vice-presidente sênior do AFPM. Geoff Cooper, chefe da Associação de Combustíveis Renováveis (RFA, na sigla em inglês), um importante grupo comercial da indústria de biocombustíveis, confirmou que os representantes da RFA foram convidados a participar da reunião de fevereiro, mas disse que sua organização ainda não decidiu se marcará presença. "Não nascemos ontem e não vamos deixar a indústria do petróleo nos enganar", disse ele. "Eles têm uma longa história de empurrar uma aproximação nos microfones para fazer o trabalho sujo, e não estamos interessados nisso." A Associação Nacional dos Produtores de Milho (NCGA, na sigla em inglês) também está avaliando se deve enviar uma equipe para a reunião de fevereiro, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto. Mas o CEO da NCGA, Jon Doggett, disse à Reuters que nenhum encontro do gênero foi marcado, distanciando seu grupo da ideia de uma aliança entre petróleo e milho. "Não tenho nada a ver com os grupos de refino. Nós não conversamos", afirmou. Fontes disseram que as indústrias de biocombustíveis e milho estão relutantes em unir forças ao setor petrolífero no assunto –não apenas por causa de sua longa rivalidade com as refinarias, mas também porque não desejam se opor publicamente às políticas para energia do novo presidente. VÍDEOS: veja mais notícias de agronegócios
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Com poder de esfriar a Terra, baleias ganham a atenção de ecologistas e economistas
Esses mamíferos são excepcionalmente eficientes em tirar o dióxido de carbono da atmosfera. Por isso, sua caça causa muita preocupação em pesquisadores de ecossistemas marinhos, ao mesmo tempo em que surgem ideias para usá-los em programas de compensação de emissões. As baleias ajudam a enviar carbono para as profundezas do mar ao longo de suas vidas — e também quando morrem Alamy via BBC Ver uma baleia encalhada na praia costuma despertar fortes reações. Pode deixar as pessoas curiosas — baleias encalhadas podem fazer coisas estranhas, como explodir. Também pode ser triste testemunhar uma criatura tão magnífica na água reduzida a uma massa de gordura sem vida em terra. O que raramente se registra, no entanto, é a oportunidade perdida de sequestro de carbono. As baleias, especialmente as baleias-de-barbatana e cachalotes, estão entre as maiores criaturas da Terra. Seus corpos são enormes reservas de carbono, e sua presença no oceano influencia os ecossistemas ao seu redor. Das profundezas do oceano, essas criaturas também estão ajudando a determinar a temperatura do planeta — algo a que só começamos a dar valor recentemente. "Em terra, os humanos influenciam diretamente o carbono armazenado nos ecossistemas terrestres por meio da extração de madeira e queimadas nas florestas e pastagens", diz um artigo científico de 2010. "Em mar aberto, o ciclo do carbono é considerado livre de influências humanas diretas." Mas essa suposição ignora o impacto surpreendente da caça às baleias. Os seres humanos matam esses mamíferos há séculos, uma vez que seus corpos fornecem de tudo, desde carne a óleo. O primeiro registro de caça comercial a baleias data de 1000 d.C. Desde então, milhões foram mortas, e especialistas acreditam que isso pode ter reduzido as populações de baleias entre 66% e 90% em todas as partes do mundo. VEJA MAIS: Nova espécie de baleia foi descoberta no Pacífico Quando as baleias morrem, elas afundam até as profundezas do oceano — e todo o carbono armazenado em seus enormes corpos é transferido da superfície da água para o fundo do mar, onde permanece por séculos ou mais. No estudo de 2010, os cientistas descobriram que antes da caça industrial, as populações de baleias (excluindo cachalotes) teriam depositado entre 190 mil a 1,9 milhão de toneladas de carbono por ano no fundo do oceano — o que equivale a tirar entre 40 mil e 410 mil carros das estradas anualmente. Mas quando a carcaça é impedida de afundar — e a baleia é caçada para ser processada —, esse carbono é liberado na atmosfera. Andrew Pershing, cientista marinho da Universidade do Maine, nos EUA, e autor desse estudo, estima que, ao longo do século 20, a caça às baleias tenha adicionado cerca de 70 milhões de toneladas de dióxido de carbono à atmosfera. "É muito, mas 15 milhões de carros fazem isso em um único ano. Os EUA têm atualmente 236 milhões de carros", afirma. Os corpos das baleias são enormes reservas de carbono Alamy via BBC Mas as baleias não têm valor apenas quando morrem. As marés de excrementos que esses mamíferos produzem também é surpreendentemente relevante para o clima. As baleias se alimentam nas profundezas do oceano e depois voltam à superfície para respirar e evacuar. Suas fezes ricas em ferro propiciam as condições de crescimento perfeitas para o fitoplâncton. Essas criaturas podem ser microscópicas, mas, em conjunto, os fitoplânctons têm enorme influência na atmosfera do planeta, capturando cerca de 40% de todo o CO2 produzido — quatro vezes a quantidade capturada pela Floresta Amazônica. "Precisamos pensar na caça às baleias como uma tragédia que tira uma enorme bomba de sucção orgânica de carbono do oceano, que teria um efeito multiplicador muito maior na produtividade do fitoplâncton e na capacidade do oceano de absorver carbono", afirma Vicki James, gerente de políticas na Whale and Dolphin Conservation (WDC). A falta de baleias no oceano também tem alguns impactos inesperados. Por exemplo, com o declínio das populações de baleias, as orcas que eram seus predadores se voltaram para mamíferos marinhos menores, como as lontras. As fezes de baleia são um poderoso fertilizante para os fitoplânctons, que têm um grande potencial para capturar carbono Alamy via BBC As populações de lontras consequentemente diminuíram, levando à proliferação dos ouriços-do-mar, que destroem florestas de algas ao redor do Atlântico Norte — com um efeito em cascata no sequestro de carbono marinho. Isso significa que restabelecer as populações de baleias aos números anteriores à caça comercial pode ser uma ferramenta importante no combate às mudanças climáticas, sequestrando carbono direta e indiretamente, e ajudando, assim, a diminuir o enorme volume de CO2 emitido por combustíveis fósseis a cada ano. Várias outras propostas foram feitas para alcançar essa redução, incluindo o plantio de árvores na Terra e o estímulo à proliferação de fitoplâncton por meio da adição de ferro ao oceano, uma forma de geoengenharia conhecida como fertilização oceânica. O plantio de árvores requer um recurso escasso: terra, que pode já estar em uso como outro habitat valioso ou área agrícola. A beleza de restaurar as populações de baleias é que há muito espaço no oceano — outrora repleto desses mamíferos. As plumas resultantes das fezes das baleias também superariam de longe o potencial da fertilização oceânica. Seriam necessárias 200 florações bem-sucedidas por ano para corresponder ao potencial de uma população de baleias totalmente restaurada, de acordo com o estudo de Pershing. E, diferentemente das técnicas de geoengenharia arriscadas, os benefícios não seriam apenas para o clima, mas para todo o ecossistema. "As carcaças de baleia fornecem um habitat único para espécies de águas profundas, muitas das quais só são encontradas nessas carcaças afundadas. A pesquisa mostra que um único esqueleto pode fornecer alimento e habitat para até 200 espécies durante os estágios finais de decomposição," diz James, do WDC. Em 2019, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um relatório analisando os benefícios de se colocarem as baleias de volta no oceano. E fez isso de uma forma que os políticos entenderiam: colocando um valor em dólares. O fitoplâncton marinho captura dióxido de carbono por meio da fotossíntese, atuando como sumidouro de carbono Alamy via BBC Esse estudo mostrou que, quando você soma o valor do carbono sequestrado por uma baleia durante sua vida, junto a outros benefícios para a atividade pesqueira e ecoturismo, uma baleia grande vale em média mais de US$ 2 milhões — e sua população global corresponde a mais de US$ 1 trilhão. Os economistas responsáveis pelo estudo agora estão trabalhando em um projeto para transformar a teoria da "precificação" em realidade, por meio de um mecanismo conhecido como compensação de carbono. A ideia é convencer os emissores de carbono a pagar determinada quantia para proteger as populações de baleias, ao invés de investir na redução de suas próprias emissões, ajudando-os a obter uma pegada de carbono neutra. "O que você está fazendo é valorizar o serviço prestado pelas baleias, porque elas estão sequestrando dióxido de carbono", diz Thomas Cosimano, um dos economistas que é coautor do artigo do FMI. "Isso não significa que as baleias não estejam fazendo outras coisas. Esta é apenas uma referência que podemos usar para estabelecer uma base de qual seria o valor da baleia." É um modelo complicado, mas não está além das possibilidades: a equipe está trabalhando em uma abordagem semelhante baseada no mercado de carbono para proteger elefantes de caçadores ilegais nas florestas tropicais centrais da África, que deve ser colocada em prática até o fim do ano. Ao quantificar o potencial de captura de carbono das baleias, economistas estão elaborando um esquema de compensação de carbono focado nesses mamíferos Alamy via BBC Uma instituição beneficente chilena chamada Fundación MERI já está desenvolvendo os alicerces para um mercado de carbono baseado em baleias, instalando boias acústicas de alerta que vão monitorar a localização desses mamíferos e gerar rotas alternativas para os navios. Acredita-se que seja o primeiro projeto do mundo para proteger as baleias em decorrência do armazenamento de carbono que elas fornecem. O estudo do FMI conclui que a proteção às baleias precisa se tornar uma prioridade no esforço global para combater as mudanças climáticas. "Visto que o papel das baleias é insubstituível na mitigação e construção de resiliência às mudanças climáticas, sua sobrevivência deve ser integrada aos objetivos dos 190 países que em 2015 assinaram o Acordo de Paris para o combate aos riscos climáticos", escreveram os autores. Ainda neste ano, será realizada a conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) na Escócia, país cuja costa abriga regularmente espécies como as baleias-minke (ou baleia-anã) e jubarte. Com o mercado de carbono para baleias se tornando uma possibilidade real, talvez seja hora de colocar essas criaturas na ordem do dia. VÍDEOS: Natureza e meio ambiente
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