Na terça-feira, moeda norte-americana recuou 1,73%, a R$ 5,3543. O dólar passou a recuar nesta quarta-feira (3), refletindo o clima mais tranquilo nos mercados internacionais, com os investidores domésticos ainda em busca de sinais sobre como será o ritmo da agenda de reformas do governo sob as novas presidências da Câmara e do Senado e de olho nas perspectivas para as contas públicas do Brasil. Às 10h51, a moeda norte-americana era vendida a R$ 5,33, em queda de 0,52%. Veja mais cotações. Na terça-feira, o dólar fechou em queda de 1,73%, a R$ 5,3543, ampliando as perdas registradas no dia anterior aliados do presidente Jair Bolsonaro venceram as eleições para comandar a Câmara o Senado. Na parcial da semana, a moeda norte-americana tem queda de 2,12%. No ano, no entanto, acumula alta de 3,22% no ano. O Banco Central anunciou para este pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em junho e outubro de 2021. Cenário Segundo Mauro Morelli, estrategista da Davos Investimentos, o comportamento é reflexo do pregão da véspera. "A volatilidade da semana passada deixou o mercado avesso a risco", explicou, referindo-se a um frenesi do trading de varejo que recentemente impulsionou ativos extremamente vendidos, como as ações da GameStop e a prata, mas já perdeu força. Agora, com as compras frenéticas para trás, "o mercado se acalmou e foi para um cenário mais 'risk-on'", embora o dólar pudesse apresentar ajustes contra o real depois da forte queda da véspera. Enquanto isso, os desdobramentos políticos em Brasília colaboraram para a forte valorização do real na terça-feira depois que Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) venceram as eleições para as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente, elevando as perspectivas de retomada da agenda de reformas do governo de Jair Bolsonaro. "Tivemos uma eleição totalmente alinhada com o governo, e o mercado teve uma leitura de que isso pode facilitar aprovações" de propostas do Executivo, explicou Morelli, citando esperanças de que haja soluções mais fáceis para problemas que há tempos incomodam os mercados, como os níveis recordes da dívida pública e os temores de desrespeito à meta de gastos em 2021. Mas, apesar do alívio momentâneo com as perspectivas de melhor ritmo no Congresso, o cenário doméstico continua apresentando riscos e incertezas. "O fato é que a pandemia continua sendo uma incógnita para a dinâmica da retomada da atividade econômica no país, e a vacinação se desenvolve em ritmo aquém das expectativas, e este problema suga 'energias' do país", escreveu Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora, segundo a Reuters. "Isto compromete as expectativas, e a renovação nas presidências do Congresso enseja expectativas muito imediatas a respeito, que (…), se não se confirmarem, podem causar desalento." Política à parte, outros fatores eram apontados como relevantes para a dinâmica cambial no curto prazo, com a expectativa de alta da taxa Selic pelo Banco Central ainda no primeiro semestre deste ano devendo ajudar na valorização da moeda brasileira. "Abrir o diferencial de juros em relação aos Estados Unidos sempre é favorável à moeda local", explicou Mauro Morelli, que completou dizendo que é necessário acompanhar se a tendência de desvalorização mundial do dólar vai continuar nos próximos meses ou não. Na Europa, o dia é positivo à medida que a volatilidade diminui após o frenesi de compras de ações por investidores de varejo, com o avanço da tramitação do plano de estímulos dos EUA e com a possível indicação do ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Mario Draghi como novo primeiro-ministro da Itália. Por aqui, o Santander divulgou mais cedo seu lucro referente ao 4º trimestre, um ganho de R$ 3,86 bilhões – que levou o resultado anual a R$ 13,47 bilhões, uma queda de 5% sobre 2019. Variação do dólar em 2021 Economia G1 VÍDEOS: Últimas notícias de Economia a