No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,84%, a R$ 5,3044. Notas de dólar Reuters/Dado Ruvic O dólar opera em alta nesta quinta-feira (7), em meio à perspectiva de mais estímulos nos EUA depois que os democratas ganharam o controle do Senado e do aceno do governo federal em começar a vacinação da população do Brasil antes do próximo dia 25. Às 12h, a moeda norte-americana subia 0,94%, vendida a R$ 5,3541. Veja mais cotações. Na máxima, chegou a R$ 5,3699. Já o Ibovespa opera em alta. No dia anterior, o dólar subiu 0,84%, cotado a R$ 5,3044, numa sessão volátil, com a pressão levando o Banco Central a fazer oferta extraordinária de liquidez para amenizar a volatilidade. Na parcial da semana, a moeda norte-americana acumula alta de 2,26%. O Banco Central fará neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em maio e setembro de 2021. Cenário global e local O Congresso americano confirmou na madrugada desta quinta-feira (7) a vitória de Joe Biden na eleição, e o presidente eleito tomará posse em 20 de janeiro. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que "haverá uma transição ordeira em 20 de janeiro". A declaração foi feita após apoiadores do presidente invadirem o Capitólio, sede do Congresso americano. Quatro pessoas morreram durante a invasão, segundo a polícia. O tumulto visto em Washington na véspera era citado por alguns analistas como fator que colaborava para a busca pela moeda norte-americana neste pregão, embora outros apontassem apenas movimentos de ajuste diante da fraqueza recente do dólar. "O gravíssimo problema nada fez na realidade para mudar as expectativas em torno das políticas econômicas no curto prazo. Com isso, o mercado observa a chegada de novas e pesadas rodadas de estímulos nos EUA", avaliou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. Enquanto isso, o Brasil falhava em fornecer motivos de alívio para sua moeda, com o avanço da Covid-19 preocupando os investidores em meio ao atraso na inoculação da população. No cenário local, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse em reunião ministerial na quarta-feira (6) que o governo começará a vacinar a população contra a Covid-19 antes do próximo dia 25 — data estabelecida pelo governador João Doria (PSDB), adversário político de Jair Bolsonaro, para o início da vacinação em São Paulo. Já o governo de São Paulo divulgou, nesta quinta, que a CoronaVac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, tem 78% de eficácia em testes feitos no Brasil. O atraso na vacinação ocorre num cenário de persistente desconforto fiscal no Brasil, enquanto os mercados seguem insatisfeitos com o ritmo da agenda de reformas do governo. "O cenário global enseja perspectivas gradualmente otimistas, há um esforço alinhado neste sentido, mas o Brasil transparece ter ficado fora do ponto da curva da retomada e acaba sendo punido pelos seus próprios descasos com as tratativas acerca da pandemia e das reformas estruturais", escreveu Sidnei Moura Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora. A moeda brasileira continua sentindo também os efeitos do juro baixo, que tira do câmbio o amortecedor para eventos de maior estresse externo ou interno. Com a queda da Selic a 2% ao ano e a inflação acima de 3%, o juro real no Brasil está negativo, o que desestimula a compra de reais por investidores em busca de lucros em operações de "carry trade" -nas quais no passado o real era destaque. A FGV anunciou que a inflação das classes de baixa renda em dezembro subiu para 1,35%, fechando o ano com inflação de 6,30%. Já a Fipe também mostrou a inflação em São Paulo medida pelo IPC ficou em 2020 de 5,62%. Variação do dólar Economia G1 VÍDEOS: Últimas notícias de Economia