No topo das dicas dos economistas e planejadores financeiros estão a busca pela renegociação de dívidas e por guardar dinheiro. Não é hora de gastar com supérfluos. Guardar dinheiro é uma das principais promessas que se deve fazer para 2021 Arquivo/Agência Brasil O ano de 2020 pegou muita gente desprevenida. Não bastasse a crise econômica enfrentada pelo país, a pandemia da Covid-19 deixou prejuízos financeiros e sociais sem precedentes. Mesmo neste cenário de incertezas, no entanto, virada do ano é tempo mudanças. Que tal incluir, entre as promessas de ano novo, algumas para fazer ao seu bolso ? O G1 ouviu especialistas em planejamento financeiro para saber como, mesmo com tantas dificuldades geradas pelo ano que passou, é possível tentar se planejar para o próximo. Entre os principais pontos levantados pelos economistas e planejadores financeiros estão a renegociação de dívidas e o investimento mesmo que de pequenos valores. Veja abaixo 7 promessas para fazer ao seu bolso para 2021: 1. Negociar as dívidas que tenham juros mais altos — e pelo telefone A orientadora financeira Nathália Rodrigues, a Nath Finanças, aconselha dar prioridade à negociação de dívidas com juros mais altos. As com taxas menores podem ficar para um segundo momento. Outra dica valiosa é a de realizar as negociações pelo telefone. Além de reduzir riscos de exposição ao coronavírus, é um bom artifício para evitar constrangimentos. "Por telefone é mais fácil de você não aceitar a proposta, não constrange", disse Nath. Além de evitar a contaminação pelo coronavírus. É importante colocar metas realizáveis sobre a quitação das dívidas e buscar ter uma motivação para isso. A planejadora financeira e professora de finanças da FGV, Myrian Lund, sugere que o endividado reúna todas as suas dívidas e procure por uma cooperativa de crédito, para tentar a portabilidade para taxas menores. Ela lembra que, até o dia 31/12, não há IOF. 2. Guardar dinheiro, mesmo que pareça pouco Guardar dinheiro talvez seja a promessa mais ouvida a cada virada de ano. Para os especialistas ouvidos pelo G1, o importante é tentar poupar, nem que seja pouco, e colocar metas alcançáveis. Para a orientadora financeira Nath, deve-se "quebrar o mito de achar que só rico pode guardar dinheiro", guardando nem que seja R$ 10 por mês. "Não pense que guardar dinheiro tem que ser muito", completou. Gabriela Chaves, economista da NoFront Empoderamento Financeiro, aconselha a se comprometer a investir ao menos 1% do que se ganha no mês. "A gente sabe que, dependendo da renda da pessoa, muito fica para a sobrevivência, como comer", ponderou Gabriela. A economista também deu a pandemia do coronavírus como exemplo. "A pandemia ensinou que precisamos ter uma reserva", disse. Myrian Lund dá mais uma dica: "no dia que você recebe o salário tenha já agendado um débito automático (CDB, poupança, RDC, Tesouro Selic) — o segredo é ter esse débito automático, como uma conta a pagar". 3. Fazer empréstimos só em emergência – e com cuidados "Pense dez vezes antes de pedir um empréstimo", alerta Nath. Caso não tenha alternativa e o motivo seja de extrema urgência, a orientadora diz que o ideal é buscar inicialmente com amigos e parentes, mas com um compromisso de pagamento. Se não conseguir o dinheiro com pessoas próximas, busque empréstimos pessoais, com juros menores, e fuja do cheque especial. 4. Encontrar a melhor forma de anotar os gastos Controlar os gastos não precisa ser uma tarefa chata. O importante é buscar a melhor forma de fazer as anotações: pode ser em um caderno, um planner, uma planilha no computador, no celular, ou até em um grupo de WhatsApp que tenha apenas você mesmo, desde que seja o mais prático. Caso não consiga anotar diariamente, estabeleça ao menos um dia na semana para contabilizar os gastos do período. "Tem que ser um hábito, como se fosse escovar os dentes, beber água", disse a orientadora financeira, que garantiu estar "tudo bem" não ser como as outras pessoas na organização financeira Nath Finanças. Nath também aponta para a importância de anotar as compras feitas em cartões de crédito e débito. Além do controle dos gastos, isso ajuda a identificar a instituição — nem sempre o nome é o mesmo que sai em faturas e extratos. 5. Reduzir cartão de crédito para supérfluos É real o meme que brinca com a soma exorbitante para pequenos gastos diários com aplicativos de transporte e comida. Por isso, a economista Gabriela Chaves alerta para a redução do uso do cartão de crédito para esse tipo de serviço. Mesmo gastando "inocentes" R$ 20, R$ 30 no dia, a fatura no final do mês pode chegar com um valor fora do orçamento. 6. Ficar de olho na aposentadoria Assim como na reserva, Myrian Lund sugere criar um fundo de previdência com débito automático da conta para garantir melhores condições na aposentadoria. A planejadora financeira diz que os melhores fundos costumam ser os oferecidos pela empresa onde a pessoa trabalha, pelas cooperativas de crédito, por corretoras e casas de investimento e, por último, por bancos. 7. Buscar sair do superendividamento A planejadora financeira Myrian Lund lembra que independe da renda pessoal buscar por ajuda para sair do superendividamento. Basta procurar pelo núcleo de defesa do consumidor do município. O Procon do seu estado vai ajudar a renegociar as dívidas com os credores e a estabelecer um plano de pagamento que você possa cumprir. VÍDEOS: veja as últimas notícias de economia