Confirmado o número, seria o maior crescimento anual para a data desde 2017, quando chegou a 3,9%. Entidade revisou para cima sua estimativa com o crescimento do e-commerce no país durante a pandemia do novo coronavírus. Movimentação de consumidores na Rua 25 de março, área de comércio popular no centro de São Paulo, nesta quarta-feira, 9 de dezembro de 2020. A busca por artigos e presentes de Natal já é grande na região TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou nesta terça-feira (15) uma nova projeção de vendas para o Natal de 2020. O aumento previsto passa de 2,2% para 3,4% em relação ao ano passado, chegando a R$ 38,1 bilhões. Confirmado o número, seria o maior crescimento anual para as vendas de Natal desde 2017, quando chegou a 3,9%. O maior otimismo da CNC leva em conta o desenvolvimento do comércio eletrônico durante a pandemia do novo coronavírus. Pelos cálculos da entidade, as vendas pelo e-commerce devem avançar 64% em relação a 2019. Além de a circulação para compra no varejo físico ainda estar limitada, a chegada de uma segunda onda de contágios deve diminuir as festas de comemoração, obrigando o envio de presentes. “O ano de 2020 tem sido um dos mais difíceis, senão o mais desafiante, para o varejo brasileiro. A pandemia provocou dificuldades muito grandes para o comércio, mas o Natal, a despeito de toda a conjuntura adversa, deve trazer alguma recuperação para o setor, o que será importante para iniciarmos com algum otimismo um novo ano que promete também apresentar um cenário difícil, de lenta recuperação”, diz o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em nota. Vendas do comércio crescem pelo 6º mês seguido em outubro Importações Em virtude da desvalorização do real frente ao dólar no trimestre de setembro a novembro, a CNC detectou uma diminuição substancial, de 16,5%, nas importações de produtos relacionados ao Natal. Foram US$ 367,2 milhões contra US$ 439,5 milhões no mesmo período de 2019. A única exceção foi a categoria de bebidas. Segundo a CNC, a evolução da inflação tornou-se obstáculo adicional ao varejo: os alimentos registram alta de 12,16% no acumulado do ano e respondem hoje por 97% da inflação da cesta de produtos de 2020. "Os preços dos produtos tipicamente natalinos refletem claramente essa tendência. A cesta composta por 214 itens mais consumidos nesta época do ano, agrupados em 30 categorias de bens e serviços, mostra que os preços medidos através do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentam avanço médio de 9,4% nos 12 meses encerrados em novembro. Mantido esse ritmo de reajuste, o Natal de 2020 apresentará a maior alta de preços desde 2015 (+11,0%)", diz nota da entidade. Dólar nas alturas já provocou o aumento de produtos típicos da ceia de Natal Vagas em queda Com a retração no comércio físico, a CNC também projeta uma retração de 20% na criação de vagas temporárias para o Natal. A estimativa é de 70,2 mil postos de trabalho contra 88 mil criados pelo setor no ano passado. Setores que estão mais aquecidos mesmo com as políticas de isolamento social para combater a disseminação do coronavírus devem oferecer mais postos de trabalho. É o caso de Hiper e supermercados (13 mil) e lojas de artigos de uso pessoal e doméstico (11,7 mil). O maior empregador ainda deve estar no ramo de vestuário (39,1 mil), mas haverá quase 20 mil menos vagas que 2019, pela menor circulação de clientes. No ano passado, foram 59,2 mil postos temporários. VÍDEOS: Últimas notícias de Economia