Maior risco de uma segunda onda de Covid-19, perspectiva de fim dos benefícios emergenciais e dificuldades do mercado de trabalho afetam otimismo e expectativas, segundo pesquisa. Movimentação de consumidores na Rua 25 de março, área de comércio popular no centro de São Paulo, no dia 9 de dezembro de 2020. A busca por artigos e presentes de Natal já é grande na região TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO A prévia das sondagens da Fundação Getulio Vargas sinaliza recuo pelo terceiro mês consecutivo da confiança empresarial e dos consumidores em dezembro. Em relação ao número final de novembro, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuaria 1,7 ponto, para 93,9 pontos, enquanto o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) cairia 4,1 pontos, para 77,6 pontos, menor valor desde junho de 2020, informou nesta segunda-feira (14) a FGV. “A mudança de humor é influenciada pela piora de expectativas diante do maior risco de uma segunda onda de contaminação, o iminente fim dos benefícios emergenciais e as dificuldades do mercado de trabalho. Entre consumidores de renda mais baixa, há ainda preocupação com a aceleração da inflação", afirma, em relatório, Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens da FGV IBRE. "As notícias promissoras no campo da imunização são ainda insuficientes para garantir uma data certa para o fim da crise, o que faz com que empresários e consumidores se mantenham receosos em relação ao que os espera no início de 2021”, acrescentou. Houve piora da percepção sobre o momento atual e, principalmente, das perspectivas em relação aos próximos meses, tanto para empresas quanto para consumidores. O Índice de Situação Atual dos Empresários (ISA-E) recuaria 0,9 ponto, para 97,1 pontos, após sete meses consecutivos de alta e o Índice de Expectativas Empresarial (IE-E) cairia pelo terceiro mês consecutivo, agora em 2,1 pontos, para 92,5 pontos. Para os consumidores, o índice que mede a percepção atual (ISA-C) recuaria 2,5 pontos, para 69,3 pontos e, o índice que capta as perspectivas para os próximos meses (IE-C) cairia 5,1 pontos, para 84,2 pontos. Segundo a FGV, a Indústria de Transformação continua se destacando positivamente entre os demais setores. A alta de 1,9 ponto na confiança seria a oitava consecutiva, o que levaria o índice a 115,0 pontos, maior valor desde maio de 2010 (116,1 pontos). A confiança do Comércio e do setor de Serviços recuariam pelo terceiro mês seguido, agora em 2,9 pontos, para 90,6 pontos e 1,3 ponto, para 84,1 pontos, respectivamente. Ambos os setores recuperariam 76,2% das perdas de março a abril. A confiança da Construção, por sua vez, recuaria pela segunda vez consecutiva, agora em 1,7 ponto, para 91,6 pontos. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção. Vídeos: veja últimas notícias de economia