Ministro da Economia participou de videoconferência com investidores estrangeiros. Ele disse que o Brasil está na frente na corrida para entrar na OCDE e que não houve um único caso de corrupção no governo Bolsonaro. VÍDEO: Paulo Guedes diz que governo vai propor redução de subsídios até o fim do ano
O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender nesta quarta-feira (9) o teto de gastos e informou que o governo pode anunciar, ainda neste ano, uma redução de subsídios. Porém, ele não especificou em que setores haveria esse corte.
De acordo com o ministro, o governo vai "mandar um sinal forte de reduzir subsídios de uma forma geral no Brasil".
"Acho que isso vai acontecer antes do fim do ano. Dois dias atrás, demos outro sinal, de que vamos acabar com o auxílio emergencial no fim desse ano. Estamos dando sinais que estamos removendo gastos extraordinários com a pandemia e, ao mesmo tempo, reduzindo subsídios", afirmou.
As declarações foram dadas em videoconferência voltada a investidores estrangeiros, no evento "Asia Summit", promovida pelo Milken Institute.
Guedes afirmou que, após a reforma da Previdência no primeiro ano de governo e da guerra contra a pandemia em 2020, a grande pergunta dos economistas é o que vem daqui pra frente.
"Vão respeitar o teto de gastos, ou vão manter esses gastos transitórios adicionais, e superar o teto? E a resposta é: de jeito nenhum [o teto será desrespeitado]. Vamos voltar às reformas", afirmou.
O teto de gastos é um mecanismo criado em 2016 e impede que a maior parte dos gastos públicos suba mais do que a inflação do ano anterior. A regra é um dos principais dispositivos atuais de controle das despesas do governo.
A declaração de Guedes foi dada após reação do mercado financeiro à divulgação nesta segunda-feira (7) de um suposto "relatório preliminar" da PEC Emergencial que excluiria da regra do teto despesas financiadas com verba desvinculada de fundos públicos.
Entrada na OCDE
Segundo Paulo Guedes, o Brasil está na frente de outros países na corrida para entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – grupo de nações desenvolvidas. "Estamos à frente de todos candidatos em termos de satisfazer os requerimentos de modernização", afirmou.
A Casa Civil da Presidência da República informou que o Brasil é o país não-membro com o maior número de adesões a instrumentos da Organização. Dos 245 instrumentos, segundo o governo, o Brasil já aderiu a 94 e aguarda autorização da OCDE para adesão a outros 49.
"Chegar lá [na OCDE], para nós, não é só um reconhecimento de que estamos nos modernizando, mas mais do que isso: é um desafio e um estímulo para continuar nos integrando mais e mais. Se refere a tudo, leis, investimentos, marco regulatório, acordos de taxação", acrescentou Guedes.
Corrupção e meio ambiente
Sobre os riscos para investidores estrangeiros no Brasil, o ministro afirmou que o primeiro deles é o político, seguido da volatilidade na taxa de câmbio e do risco legal.
Questionado sobre a corrupção no pais, ele afirmou que isso é "coisa do passado" no que se refere ao governo federal. "No último ano e meio, em nosso governo, não houve um caso de corrupção", declarou.
"O Brasil está evoluindo em uma sociedade mais sofisticada, estamos privatizando. Nos unimos ao acordo global [GPA], um padrão para combater a corrupção. Acreditamos que uma economia guiada pelo mercado é muito menos corrupta do que uma economia estatizada", disse.
Guedes avaliou que a próxima fronteira de investimentos, no Brasil, será em energia eólica e solar, e em tecnologia – citando o 5G. "O governo entende que o o futuro é verde e digital", afirmou.
De acordo com o ministro, o Brasil tem a matriz energética mais limpa do mundo, e o governo busca preservar o meio ambiente. "Há muita mineração e queimadas ilegais no brasil, e vamos combater isso de forma muito dura", acrescentou.
Na visão de Guedes, "há muito mal-entendido sobre o que está acontecendo no Brasil, nas florestas, na Amazônia".
"O fato é que o Brasil preservou seu meio ambiente com sucesso por décadas. Certamente, há como melhorar e certamente precisamos de ajuda do exterior", concluiu.