Recursos se somarão aos R$ 25 milhões já anunciados para a inclusão racial e o combate ao racismo. Empresa também anunciou um conjunto de novos compromissos, incluindo cláusula de combate ao racismo em todos os contratos com fornecedores. Manifestação em frente ao Carrefour, na Avenida Barão Homem de Melo, em BH, na quarta-feira (25) Flávia Cristini/TV Globo O Carrefour Brasil comunicou que todo o resultado de vendas desta quinta-feira (26) e da sexta-feira (27) será revertido para ações orientadas pelo recém-formado Comitê Externo de Livre Expressão sobre Diversidade e Inclusão. A criação do comitê é uma das medidas adotadas pelo grupo após João Alberto Silveira Freitas ser espancado até a morte no último dia 19 por seguranças que atuavam em uma loja da rede em Porto Alegre (RS). Segundo a empresa, os recursos se somam aos R$ 25 milhões aportados em fundo para promover a inclusão racial e o combate ao racismo e ao resultado de vendas do dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. A rede também afirmou que pretende retornar em 15 dias com um plano detalhado de orientação e embasamento das ações. Caso João Beto: veja perguntas e respostas Funcionária que viu e filmou espancamento diz que não ouviu gritos de socorro de João Alberto Reprodução/TV Globo De acordo com o comunicado divulgado no final da quarta-feira (25), em respeito à morte de Freitas, todas as lojas do Carrefour no país deverão estar fechadas até as 14h desta quinta-feira, sendo reabertas com um minuto de silêncio. "Durante esse período, todos os colaboradores passarão por mais uma ação em reforço à conscientização no combate à discriminação racial", afirmou a companhia. A unidade do Carrefour no bairro Passos D'Areia em Porto Alegre, onde ocorreu o assassinato, ficará fechada nesta quinta-feira (26) durante todo o dia. O que já sabemos sobre o caso João Alberto Medidas e compromissos O Carrefour também anunciou uma série de novos compromissos, incluindo cláusula de combate ao racismo, serão inseridas em todos os contratos com fornecedores e, se comprovado o fato, seu descumprimento implicará em rompimento do contrato. A companhia também prometeu revisão do modelo de validação das empresas de segurança terceirizadas e dos procedimentos junto com as associações de segurança privada e de transporte. Também afirmou que haverá metas anuais para a formação e ascensão em carreiras dentro do Carrefour, em diferentes áreas, de pessoas negras. Haverá metas específicas para ocupação de cargos de liderança por pessoas negras. Veja a seguir a lista de medidas e compromissos anunciados: Adotar uma política de tolerância zero ao racismo e à discriminação por razões de raça e etnia, origem, condição social, identidade de gênero, orientação sexual, idade, deficiência e religião no Carrefour e em toda sua cadeia de valor; uma cláusula de combate ao racismo será inserida em todos os contratos com fornecedores e, se comprovado o fato, o seu descumprimento implicará em rompimento do contrato; Iniciar imediatamente a transformação radical do modelo de segurança, estabelecendo regras rigorosas de recrutamento e treinamento, com orientação e apoio e em parceria com organizações reconhecidas do movimento negro no combate a todo tipo de discriminação e de violência aos direitos humanos e fundamentalmente ao racismo estrutural; revisão do modelo de validação das empresas de segurança terceirizadas e dos procedimentos junto com as associações de segurança privada e de transporte; Divulgar de forma clara, ostensiva e permanente uma Política de Tolerância Zero a todo tipo de discriminação, com treinamento de todos os colaboradores em todas as unidades do Carrefour; Oferecer qualificação diferenciada para 100 negros e negras por ano para aceleração na carreira, permitindo que cheguem mais rapidamente a cargos de liderança; haverá metas anuais para a formação e ascensão em carreiras dentro do Carrefour e metas específicas para ocupação de cargos de liderança por pessoas negras; Apoio a instituições de ensino distribuídas pelo país para formação profissional de jovens negros e negras, com investimento nas áreas de educação, mercado de trabalho e empreendedorismo; Contratação aproximada de 20 mil novos colaboradores por ano respeitando a representatividade racial da população de cada estado do país, mas com percentual mínimo de 50% de negros entre os novos contratados; Implementação de serviço para denúncias domésticas, raciais e de violência contra a mulher no site e aplicativos do Carrefour, garantindo anonimato; Criação de uma aceleradora voltada ao desenvolvimento do empreendedorismo negro nas comunidades no entorno das lojas de Porto Alegre. Vídeos: veja as últimas notícias de economia