Nova tabela provocará uma redução média de 0,64% no valor de novos benefícios, segundo estimativa de consultoria. Mudança afeta apenas quem já tinha direito a se aposentar ou estava a menos de dois anos da aposentadoria antes da reforma da Previdência. O aumento da expectativa de vida do brasileiro, divulgado nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve impactar uma parcela pequena das novas aposentadorias do INSS.
Isso porque as projeções do IBGE entram no cálculo do fator previdenciário, que define o valor de aposentadorias sob as regras antigas da Previdência, alteradas com a reforma do ano passado.
Assim, essa nova projeção deverá afetar apenas as aposentadorias solicitadas por quem já tinha direito a se aposentar pelas regras antigas em 13 de novembro de 2019 (data em que a nova lei entrou em vigor). Também afetam os trabalhadores que se encaixarem em uma das regras de transição da reforma, específica para quem estava a até dois anos da aposentadoria em novembro do ano passado.
De acordo com cálculos do consultor atuarial Newton Conde, as novas aposentadorias afetadas pela nova tabela terão uma redução média de 0,64% em relação ao valor que teriam se fossem pedidas pela tabela anterior – podendo chegar a 0,94%.
A queda do valor das novas aposentadorias ocorre porque, além da expectativa de vida ao nascer, o IBGE recalcula, também, a expectativa de sobrevida (quantos anos mais espera-se que a pessoa viva) para cada faixa etária.
O trabalhador, no entanto, poderá ter o mesmo benefício – mas, para isso, terá que trabalhar um pouco mais.
"Se o segurado aguardar e solicitar em fevereiro de 2021, por exemplo, mais um ou dois meses de contribuição, dependendo do caso, o segurado conseguirá voltar ao nível de benefício que teria agora em novembro de 2020", aponta Conde.
A expectativa de vida ao nascer no Brasil subiu para 76,6 anos em 2019, um aumento de cerca de 3,6 meses em relação ao ano anterior, segundo o IBGE. Em 2010, era de 73,9 anos.
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