Comércio e os serviços são os setores que mostram maior preocupação com desaquecimento da demanda com o fim do período mais intenso dos programas emergenciais. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 0,4 ponto em outubro, para 97,1 pontos, após 5 altas mensais consecutivas, informou nesta terça-feira (3) a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O indicador consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas sondagens empresariais produzidas pelo Ibre/FGV: indústria, serviços, comércio e construção.
”O recuo discreto da confiança empresarial pode ser entendido como um movimento de acomodação após uma sequência de altas que levaram o índice ao nível do período anterior à chegada da pandemia de Covid-19 no país", afirmou Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas da FGV IBRE.
O ICE de 97,1 pontos em outubro ficou muito próximo ao de janeiro deste ano (96,6 pontos), ambos em nível inferior àquele considerado como sendo de neutralidade (100 pontos).
"A indústria continua se destacando, com níveis de confiança que não eram vistos desde 2011, seguida pela construção. Em ambos os setores, a confiança continuou avançando em outubro. No sentido oposto, o comércio e os serviços registram quedas puxadas por revisões de expectativas, que podem refletir tanto a preocupação com os rumos da crise sanitária quanto com a perspectiva de algum desaquecimento da demanda com o fim do período mais intenso dos programas emergenciais".
Em outubro, a confiança empresarial avançou em 69% dos 49 segmentos integrantes do ICE, uma diminuição da disseminação frente aos 80% do mês passado. A piora ocorreu em todos os setores, com exceção à construção, em que a alta da confiança ocorreu em todos os segmentos. No comércio, todos os segmentos registraram piora em outubro.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu pela sexta vez consecutiva, agora em 3,6 pontos, para 96,6 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-E) recuou 3,1 pontos, para 97,9 pontos. A diferença entre ambos os indicadores em outubro é de 1,3 ponto, menor valor desde maio de 2020.
Pelo lado das expectativas, os empresários manifestaram certa neutralidade (nem otimismo nem pessimismo) em relação à evolução dos negócios pelo lado da demanda nos próximos três meses, mas revisaram suas expectativas em relação à evolução dos negócios nos próximos seis meses. O componente de Demanda (3 meses) subiu 0,7 ponto enquanto a Tendência dos Negócios (6 meses) recuou 0,7 ponto. O componente de Emprego Previsto (três meses) recuou 0,3 ponto.
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