Programa é considerado obsoleto. Atualização deve chegar para todos os usuários pelo Windows Update em 2021. Flash Player é responsável por reproduzir animações e vídeos em Flash, mas programa é executado dentro de navegadores e de documentos do Office, criando oportunidades para hackers. Divulgação A Microsoft disponibilizou uma atualização para o Windows 10 que remove a instalação do Flash Player inclusa no sistema e também impede o software de ser instalado novamente. Já considerado obsoleto, o Flash ainda é mantido no sistema para garantir compatibilidade com conteúdos antigos. O Windows inclui o Flash Player para ser usado como parte do Internet Explorer – que também vem sendo abandonado pela Microsoft. A empresa anunciou que as versões web do pacote Office e do Teams não devem mais funcionar no navegador ao longo de 2021. Saiba mais: Microsoft anuncia a aposentadoria do Internet Explorer Por enquanto, a atualização que remove o Flash embutido no Windows 10 (chamada de KB4577586) é opcional e só está disponível por meio do Microsoft Catalog, um site específico para fazer o download de atualizações. Essa página é mais utilizada por empresas. De acordo com um comunicado da Microsoft enviado ao site "Bleeping Computer", a atualização deve chegar para os usuários do Windows 10 por meio do Windows Update só em 2021. Outras versões do Flash (como a que faz parte do navegador Edge, também da Microsoft) não são desinstaladas nem alteradas. No entanto, apenas o Internet Explorer ainda permite a visualização de conteúdo em Flash – os demais navegadores já bloqueiam esse conteúdo. De 'queridinho' da web a vilão O Flash foi uma das tecnologias mais revolucionárias da web no final da década de 90 e início dos anos 2000, dando mais interatividade para as páginas e permitindo a criação de games dentro do navegador. O software também foi muito utilizado para a criação de infográficos e animações, como desenhos e charges. Mas a tecnologia perdeu relevância quando a Apple adotou uma postura inflexível para não incluir o Flash no iPhone. Steve Jobs, então CEO da Apple, publicou uma "carta aberta" com "reflexões sobre o Flash" em abril de 2010. Defendendo a relação que a Apple tinha com a Adobe (responsável por programas muito ligados ao ecossistema da Apple, como o Photoshop), Jobs criticou o Flash por ser uma tecnologia fechada, incompatível com telas sensíveis a toques e prejudicial à autonomia da bateria dos smartphones. Ele também defendeu que experiências mais personalizadas – por meio de apps desenvolvidos especialmente para o iPhone – seriam muito superiores a qualquer coisa que o Flash pudesse oferecer. O Flash continuou sendo usado no computador e até apareceu em alguns aparelhos com Android, mas uma série de vulnerabilidades colocou a tecnologia dos engenheiros responsáveis pela segurança de navegação na web. Este blog recomendou desativar o Flash pela primeira vez em 2015. Na época, muitos anúncios e até vídeos on-line ainda dependiam do Flash. Com o avanço de tecnologias como o HTML 5 e outros recursos que facilitaram a exibição de conteúdo em vídeo – especialmente as transmissões ao vivo –, o Flash perdeu espaço. Em julho de 2017, a Adobe, terceira dona do Flash após FutureWave e Macromedia, publicou o primeiro comunicado com um cronograma para encerrar o ciclo da tecnologia. Projeto arquiva 45 mil jogos em Flash O Flash Player costumava ser integrado como "plug-in" em navegadores. Ele se tornou icônico no final dos anos 1990 e início de 2000, quando ainda estava nas mãos da sua segunda dona, a Macromedia. Nesse período, o Flash permitiu a criação de sites mais interativos e até de jogos on-line – muito além das capacidades dos navegadores da época. Com o fim do Flash, esse conteúdo antigo pode se perder para sempre. Embora os navegadores hoje tenham tecnologias equivalentes ao Flash, eles não são compatíveis com o formato. Sendo assim, não haverá motivo para sites manterem no ar um conteúdo que nenhum navegador ou computador pode reproduzir. Isso motivou um arquivista digital, conhecido simplesmente como "BlueMaxima", a criar um projeto de preservação de jogos antigos. A coleção Flashpoint já ocupa 400 GB e tem 49 mil jogos, entre os quais 45 mil estão em Flash. Existe também uma opção para baixar apenas o conteúdo desejado. A legalidade do projeto é incerta. A Adobe informou que não vai distribuir o Flash Player após o dia 31 e não recomenda o download de fontes não oficiais. A companhia também disse que não pretende disponibilizar versões antigas do programa – é possível que versões antigas continuem funcionando após a data de corte de 31 de dezembro, o que geraria interesse por essas versões, ainda mais inseguras. Além de ter se transformado em uma plataforma para jogos, o Flash também foi muito usado por sites como YouTube e Facebook para transmitir conteúdo em vídeo, desviando das limitações que os navegadores tinham para a decodificação de streaming de alto desempenho. Aos poucos, esses e outros sites migraram para as tecnologias de reprodução de vídeo que hoje vêm embutidas nos próprios navegadores. Dúvidas sobre segurança digital? Envie um e-mail para g1seguranca@globomail.com VÍDEOS: Aprenda dicas sobre segurança digital