Com o veto, desoneração para empresas de 17 setores da economia termina no fim do ano. Deputados e senadores podem rever a decisão do presidente. Representantes de sindicatos protestaram em Brasília pela derrubada do veto à desoneração da folha de pagamentos de empresas Sofia Corrêa/TV Globo Representantes de sindicatos de diversas atividades econômicas fizeram um protesto nesta quinta-feira (24) em Brasília pela derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro à desoneração da folha de pagamento de empresas. Em junho, o Congresso aprovou prorrogar a desoneração, que atinge 17 setores da economia e terminaria no fim do ano. Bolsonaro decidiu vetar esse trecho. O veto deve ser analisado no Congresso na semana que vem. Deputados e senadores têm o poder de derrubar a decisão do presidente. Os 17 setores estão entre os que mais empregam no país. O fim da desoneração geraria cortes em postos de trabalho num momento em que o desemprego, afetado pela pandemia de Covid-19, subiu 27,6% entre maio e agosto e atinge 12,9 milhões de pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O protesto dos sindicatos começou na porta do Ministério da Economia e seguiu a pé até o Congresso Nacional. Um dos participantes, Marcos Milanez, diretor do sindicato de telecomunicações de São Paulo, disse que a prorrogação da desoneração é fundamental para a manutenção de empregos. "Uma vez que eu vou manter os empregos, eu também vou ter mais renda, vou movimentar mais dinheiro na alimentação, na saúde, na nossa vida social, então tudo isso vai retomar o crescimento do país em termos de impostos", afirmou. Ana Flor: Governo passará a apoiar a desoneração, mas quer em troca novo imposto Ministro da Economia Nesta quarta-feira (23), após uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o país tem que desonerar a folha de pagamento das empresas e, para isso, precisa buscar "tributos alternativos". Segundo Guedes, isso ajudaria na criação de empregos. “Descobrimos 38 milhões de brasileiros, que eram os invisíveis. Temos que ajudar essa turma a ser reincorporada ao mercado de trabalho. Então, temos que desonerar a folha. Por isso que a gente precisa de tributos alternativos para desonerar a folha e ajudar a criar empregos”, disse o ministro na ocasião.