Guitarrista desde a adolescência, o artista investe na carreira musical, retomada em 2018 com a banda Hurricanes. ♪ Musicar alguns dos 154 sonetos do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare (1564 – 1616) e gravar esses sonetos na batida do rock é proeza que, em 2020, soa natural para quem conhece a trajetória pré-fama do ator e músico paulistano Gabriel Braga Nunes. Na adolescência, o artista queria ser guitarrista. Gabriel chegou a integrar quatro efêmeras bandas na cidade natal de São Paulo (SP) antes de se decidir pelo estudo de artes dramáticas e, na sequência, iniciar bem-sucedida carreira de ator no teatro e na televisão. Embora quase nunca tenha sido vivenciada em público, a paixão pela música – e pelo rock, em especial – permaneceu latente e levou Gabriel a entrar em 2018 em uma banda de rock criada em 2016, Hurricanes, com a qual percorreu o circuito paulista de shows ao longo de 2019. Mesmo sendo guitarrista, o artista tocava baixo nesse quarteto ao lado do vocalista Rodrigo Cezimbra, do guitarrista Leo Mayer e do baterista Guilherme Moraes. Não por acaso, Leo Mayer segue com Gabriel Braga Nunes nesse projeto de unir o dramático universo poético de Shakespeare ao mundo do rock. O projeto foi apresentado ao público em agosto com a edição de All in war, single que apresentou o Soneto 15 de Shakespeare com a música de Gabriel. Capa do single 'Antique song', de Gabriel Braga Nunes Divulgação Na sexta-feira, 4 de setembro, o artista lançou o segundo single do projeto, Antique song, rock criado a partir do Soneto 17, gravado por Gabriel em inglês com a participação da filha Maria, de seis anos. “Tanta graça divina jamais existiu em um ser / Podem os papéis amarelados em que escrevo / Serem desprezados como velhos falastrões / E tuas verdades poriam fim à ira deste poeta / E prolongariam o som de uma antiga canção / Mas, se um filho teu vivesse, então / Viverias duas vezes – nele e em meu canto”, vislumbra um Shakeaspare apaixonado neste Soneto 17, na tradução para o português feita por Thereza Christina Roque da Mota. Esses versos exemplificam a intensidade dramática dos sonetos de Shakespeare, transportados para o universo do rock pelos arranjos feitos por Gabriel Braga Nunes com o guitarrista Leo Mayer e com Luíza Lapa, atriz com quem o artista contracenou em montagem do musical A noviça rebelde (1959) encenada em 2018. A intenção do trio ao musicar os sonetos do bardo inglês é evocar o universo dos cancioneiros de compositores como Leonard Cohen (1934 – 2016) e Lou Reed (1942 – 2013).