Segundo a imprensa argentina, a adesão poderia superar os 90%. A Argentina anuncia, nesta segunda-feira (31), o resultado da troca de títulos (swap) sob legislação estrangeira por cerca de US$ 66 bilhões, um processo de quatro meses que terminou na sexta-feira com sucesso e que o governo considera um passo necessário para focar na recuperação econômica do país.
"Já estamos demonstrando como saímos do labirinto da dívida. Agora vamos sair do labirinto da economia debilitada que nos deixaram", disse no sábado o presidente Alberto Fernández em entrevista ao canal de notícias C5N.
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O resultado será anunciado pelo presidente e pelo ministro da Economia, Martín Guzmán, em um evento às 16h locais no Museu Bicentenário, com a participação dos governadores.
Após o encerramento da operação na última sexta-feira, as autoridades se mostraram otimistas. "Temos expectativas muito altas em relação ao número de credores que entrem no swap", adiantou Sergio Chodos, representante argentino no Fundo Monetário Internacional.
Segundo a imprensa argentina, a adesão poderia superar os 90%.
Este swap, que retirará a Argentina da situação de default, inclui os títulos emitidos nas reestruturações de 2005 e 2010, que requerem uma adesão de 85%, e outros títulos estabelecidos a partir de 2016, que precisam de 66% de aprovação.
Cinco títulos sujeitos à troca se encontram em default. A Argentina não cumpriu o cancelamento de juros de US$ 500 milhões em maio e outros US$ 600 milhões no início de agosto.
Nesta semana ocorre também o primeiro encerramento da troca de títulos sob legislação local, por cerca de US$ 41,7 bilhões, nas mesmas condições da troca sob legislação estrangeira.
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FMI na mira
Na quinta-feira, a Argentina lançou outra negociação crucial de sua dívida, um acordo de um novo programa de créditos com o Fundo Monetário Internacional, substituindo o assinado em 2018 por US$ 57 bilhões, dos quais US$ 44 bilhões foram desembolsados.
Os vencimentos dos empréstimos do FMI começam em setembro de 2021. As reservas internacionais estão atualmente em US$ 43 bilhões.
Terceira maior economia da América Latina e membro do G20, a Argentina havia cancelado em 2006 sua dívida com o FMI por US$ 9,8 bilhões, evitando assim as visitas de revisão de suas contas por mais de uma década.
A dívida pública argentina totaliza US$ 324 bilhões, cerca de 90% do PIB.
O presidente peronista de centro-esquerda pretende apresentar um pacote de 60 medidas, incluindo estímulos ao consumo, incentivos à produção de energia e às exportações, com o objetivo de reativar a economia em recessão desde 2018 e afetada pela pandemia da covid-19.