As donas da livraria lutam para recuperar o faturamento de antes da pandemia. Livraria de bairro investe em ações digitais para se reaproximar do consumidor
A crise do coronavírus atingiu duramente pequenas livrarias. Uma delas, em São Paulo, perdeu 90% do faturamento. Mesmo assim, as empresárias continuam se reinventando e acreditam que essa história ainda terá um final feliz.
As irmãs Marcela e Andrea Aranha são a segunda geração à frente do negócio, que existe há 30 anos e é focado no público infanto-juvenil. A livraria parece uma casa encantada, com árvore de papel machê, cabana de tule, livros com figuras que crescem entre as páginas, recados por todas as paredes.
As irmãs lembram com saudade da casa cheia de crianças. Tudo parou com a pandemia. “É muito triste. A primeira vez que a gente recebeu uma pessoa, eu chorei no caixa”, conta Marcela.
O negócio reabriu em junho, mas o cliente, ainda com medo, não apareceu. A única saída foi entrar no mundo digital. Mas como levar a experiência de um espaço com mais de 200 m² pra tela do celular? Um desafio e tanto que as empresárias estão resolvendo fazendo brincadeiras com as crianças pelas redes sociais.
Todos os dias elas postam atividades para aproximar pais e filhos. Também fazem lives com apresentações musicais. Quem compra um livro, ganha uma história, contada em vídeo. Mesmo a distância, o atendimento é personalizado.
“Se o pai fala que não está entendendo direito uma história, a gente monta um vídeo sobre essa história e manda pra esse pai pra que ele entenda e se apaixone por aquele pedacinho que a gente conta”, explica Andrea.
O mercado editorial brasileiro vive da esperança. De abril para maio, o faturamento do setor subiu 31%. Com as ações digitais, a livraria acompanhou esse ritmo.
“De abril pra maio, a gente cresceu 25%. É um crescimento expressivo, acredito que no meio de uma pandemia. Mas o faturamento não chega no que a gente tinha”, conta Andrea.
O dinheiro que entra ainda não cobre as contas da livraria, que não demitiu nenhum dos nove funcionários. Para pagar a equipe, elas fizeram um empréstimo de R$ 38 mil no banco, enquanto esperam ver as estantes cheias de leitores novamente.
“A gente tem que enfrentar esse medo e colocar a cara pra viver, porque a gente está aqui pra isso, senão não tem motivo. Eu espero conseguir sobreviver a tudo isso, de verdade, todo dia lutando e pensando positivo. Um dia de cada vez”, diz Andrea. “Eu espero um final feliz, espero que a gente consiga”, completa Marcela.
Livraria Casa de Livros
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