Com investimento inferior a 0,5% do PIB, país fica atrás de economias como México, Argentina, Colômbia e Chile. Brasil tem um dos menores investimentos públicos da América em infraestrutura
Entre 21 países, o Brasil foi o que menos teve investimentos públicos em infraestrutura em 2019, e investiu menos de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), atrás de economias como México, Argentina, Colômbia e Chile.
A conclusão faz parte do relatório de recomendações para países da América Latina e Caribe, que foi divulgado nesta quinta-feira (30) pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) obtido em primeira mão no Brasil, pela GloboNews.
O documento diz que melhorias na infraestrutura reduzirão a desigualdade e ajudarão as populações vulneráveis atingidas de maneira especialmente dura pela pandemia de Covid-19. Com o aumento na eficiência dos serviços e a queda dos preços, a renda das pessoas mais pobres cresceria, em média, 28% mais do que a renda dos mais ricos em dez anos.
Apesar do baixo investimento público, cerca de 25% do investimento privado em infraestrutura na região está no Brasil. O país também está acima da média quando assunto é acesso à internet. O percentual de brasileiros que não têm plano de internet no celular é inferior a 10% – menor percentual da América Latina, que tem média de 30% próximo do nível recomendado pela OCDE.
Apesar do bom desempenho na serviço de internet móvel, 10% dos brasileiros que moram em cidades não têm água encanada, e 33% da população urbana vivem em casa sem acesso a tratamento de esgoto.
Entre 11 cidades selecionadas pelo BID com pacote de infraestrutura (água, luz e transporte) mais caros da região há duas capitais brasileiras. São Paulo está em 3° lugar entre as mais caras, e Brasília em 5° lugar.
América Latina
O documento também alerta para as falhas no planejamento nas obras de infraestrutura na região. Se não fossem os dias de atraso nas obras, os países da região poderiam economizar 10% da quantidade investida e economizariam 25%, se não fossem os gastos imprevistos. Em outras palavras, os ganhos em eficiência representariam 0,65% ao PIB.
Dentre as recomendações, o BID aponta que, com menos atrasos e gastos imprevistos, a infraestrutura custaria 35% menos na América Latina e Caribe. Além disso, se houvesse maior eficiência nas obras e infraestrutura, o PIB da América Latina e Caribe cresceria 0,65%
Na região, 50% mais pobres na América Latina da gastam 14% do salário em água, energia e transporte, o percentual é 30% maior do que em outras regiões em desenvolvimento.