A gestora é a maior acionista da geradora que também tem como sócio o grupo norte-americano AES. Complexo Parnaíba, localizado em Santo Antônio dos Lopes (MA), é um dos ativos da Eneva de geração de energia termelétrica Divulgação A elétrica Eneva informou nesta quinta-feira (23) que fará nova proposta em torno de R$ 7,5 bilhões para incorporar a AES Tietê, em uma operação envolvendo ações e dinheiro, desde que tenha apoio do BNDESPar. A gestora é a maior acionista da geradora que também tem como sócio o grupo norte-americano AES. A oferta ocorre após o braço de participações do BNDES, dono de 28,4% da AES Tietê, ter contratado assessor financeiro para buscar interessados na aquisição de sua fatia na geradora. Mas a Eneva quer levar a empresa toda. Dezesseis bancos participam de empréstimo bilionário para socorrer setor elétrico "Acreditamos que a nossa proposta seja a melhor. Sendo a melhor proposta que o BNDES recebe, aí colocaremos para a administração da AES", disse o diretor financeiro da Eneva, Marcelo Habibe, à Reuters. Segundo ele, o banco ficaria com 8,3% da nova companhia. "Ele vai botar um pedaço de dinheiro no bolso, e uma quantidade de ações da Eneva." A Eneva prevê pagar a transação com 130.498.292 novas ações ordinárias e uma parcela em dinheiro, no valor de 727,89 milhões de reais. BNDES lança linha de crédito de R$ 2 bilhões para empresas de saúde A nova oferta da Eneva, que tem como maiores acionistas o BTG Pactual e a Cambuhy Investimentos, representa um aumento de quase 1 bilhão de reais na comparação com a proposta anterior, rejeitada pela AES Tietê em abril. Mas a oferta prévia tinha uma parcela maior em dinheiro, de 2,75 bilhões de reais. Procurada na noite de quinta-feira, a AES Tietê disse que no momento não vai se manifestar sobre o tema. Se for aceita a proposta, os acionistas atuais da Eneva passariam a ter 70% da nova empresa, enquanto os acionistas da companhia hoje controlada pela AES passariam a ter 30%, comentou Habibe. Bancos privados ficarão com 70% do empréstimo de R$ 16,4 bilhões a elétricas, diz BNDES "A proposta da Eneva foi o evento de maior criação de valor para a AES Tietê. Se a nossa proposta sai ou não é aceita, esse valor todo deveria sumir, seria o evento de maior destruição de valor da AES Tietê", disse o executivo. Ele argumentou que, se for bem sucedida, a Eneva continuará forte na exploração de gás nas bacias do Parnaíba, Amazonas, na geração de energia térmica, mas terá também um grande apetite em renováveis, ponto forte da AES Tietê. A empresa disse ainda em fato relevante que relação de troca a ser proposta contemplaria a atribuição de um prêmio de 10% sobre o valor de mercado das duas companhias na data de 23 de julho, segundo a Eneva. BNDES prevê 3 leilões no setor de saneamento ainda em 2020, incluindo o da Cedae O papel da Eneva fechou esta quinta-feira com alta de 1,3%, a 52,17 reais, enquanto a ação da AES Tietê terminou praticamente estável, a 17,11 reais. A união das duas companhias criaria uma plataforma "com grande diferencial competitivo, viabilizaria a ampliação da geração de receita e menor volatilidade do fluxo de caixa, além de oferecer um salto de governança corporativa para os acionistas da AES Tietê", disse a Eneva em fato relevante. "A gente passaria a ser uma companhia super diversificada, passaria a ser uma companhia com térmicas a gás, energia eólica solar, hídrica, com balanço super forte, geração de caixa super forte, com projetos e expertise em todas as fontes de geração de energia do Brasil", ressaltou o executivo. Pelos termos, a oferta deverá ter relação de troca implícita correspondente a 0,06539522 nova ação ordinária de emissão da Eneva para cada ação ordinária ou preferencial de emissão da AES Tietê ou de 0,32697609 por unit.