Viúva do compositor avaliza o álbum anunciado com o single 'Altos e baixos' nesta sexta-feira, 17 de julho. ♪ Pela força das letras imagéticas, crônicas poéticas de modas e costumes de um Brasil corroído por injustiças sociais, a obra musical de Aldir Blanc (2 de setembro de 1946 – 4 de maio de 2020) volta e meia seduz intérpretes a gravar discos com o cancioneiro do compositor e escritor carioca, falecido há dois meses. Em 2016, a cantora carioca Dorina lançou o álbum Dorina canta sambas de Aldir & ouvir ao vivo – Composições de Aldir Blanc. Em 2017, a cantora portuguesa Maria João deu voz às letras do cronista musical no álbum A poesia de Aldir Blanc. Dois anos depois, outra cantora – a carioca Mariana Baltar – elevou a obra do compositor às alturas em álbum, Os Arcos – Paixão e morte (2018), gravado com o toque do grupo Água de Moringa. Neste ano de 2020, o cantor Augusto Martins se junta a esse time de intérpretes – que inclui Leila Pinheiro, cantora que abordou a obra de Guinga e Aldir no álbum Catavento e girassol (1996) – em álbum gravado com o pianista Paulo Malaguti Pauleira. Paulo Malaguti Pauleira e Augusto Martins abordam no disco parcerias menos badaladas de Aldir Blanc com Edu Lobo e Sombra Felipe Varanda / Divulgação Ainda em fase de gestação, o álbum repetirá o formato de voz & piano do songbook com músicas de Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994) lançado pela dupla em 2017. O embrião do disco em tributo a Aldir foi a gravação de Altos e baixos (Sueli Costa e Aldir Blanc, 1979), feita há cerca de 15 anos por Augusto com Malaguti. Encontrada recentemente pelo cantor, essa gravação foi enviada a Mari Blanc, viúva de Aldir, avalista da ideia do álbum, anunciado oficialmente nesta sexta-feira, 17 de julho, com a edição do single Altos e baixos, justamente o fonograma que desencadeou a ideia do projeto. A ideia do cantor e do pianista é abordar repertório que abarcará algumas músicas menos conhecidas do cancioneiro do compositor poeta, caso sobretudo de Vale a pena ouvir de novo, parceria de Aldir com Sombra, lançada em disco em 2003 pelo cantor Jorge Aragão e desde então nunca mais gravada por nenhum outro intérprete. Caça à raposa (João Bosco e Aldir Blanc, 1975) e Ave rara (Edu Lobo e Aldir Blanc, 1993) são músicas já confirmadas no repertório do álbum em progresso de Augusto Martins e Paulo Malaguti Pauleira.