Pesquisa inédita vai acompanhar efeitos da pandemia nos nos setores da indústria, construção, comércio e serviços. Resultados serão divulgados quinzenalmente. Para avaliar o impacto da pandemia do coronavírus nas empresas brasileiras, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai monitorar cerca de 2 mil instituições dos mais diversos setores da economia. A pesquisa experimental foi anunciada na manhã desta quinta-feira (9) e os primeiros resultados serão divulgados no dia 16 de junho. Batizada “Pesquisa Pulso-Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas”, ela é realizada por telefone com empresas da indústria, construção, comércio e serviços. Os resultados serão divulgados quinzenalmente. Essa pesquisa se soma à Pnad Covid-19, versão especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) criada com foco em avaliar os efeitos da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho brasileiro. De acordo com o coordenador da pesquisa, Flávio Magheli, o levantamento permitirá estimar, entre outras informações: O percentual de empresas que interromperam as atividades na pandemia A proporção de empresas que tiveram dificuldade ou facilidade em atender seus clientes O acesso das empresas aos seus fornecedores A capacidade das empresas em realizar os pagamentos de rotina O lançamento de novos produtos ou serviços A alteração na forma de entrega A proporção de empresas que adiaram pagamentos de impostos O acesso à linha de crédito emergencial para pagamento da folha salarial A adoção de trabalho remoto A antecipação de férias dos funcionários A adoção de medidas extras de higiene para combater o coronavírus O levantamento começou a ser feito no dia 15 de junho. A primeira divulgação trará comparações entre a primeira quinzena de junho e o período anterior ao início da pandemia, em 11 de março. As demais trarão comparações com a quinzena imediatamente anterior. De acordo com o IBGE, a pesquisa apresentará dados sobre o grau de intensidade do impacto da pandemia sobre o comportamento das vendas e as condições de fabricação ou atendimento das empresas aos clientes. Além disso, apresentará indicadores sobre o acesso das empresas aos fornecedores e a capacidade de realizar pagamentos de rotina. “O levantamento vai mostrar a percepção das empresas sobre alterações no quadro de funcionários e as principais medidas de reação adotadas por elas. Vai ainda revelar o posicionamento das empresas diante das medidas emergenciais do governo, como o adiamento de pagamento de impostos e a utilização de linha de crédito emergencial para o pagamento da folha salarial”, destacou o IBGE. Pesquisa experimental do IBGE vai avaliar o impacto da pandemia nas empresas brasileiras IBGE Recorte amostral Para a amostra da pesquisa, foram selecionadas organizações do Cadastro Central de Empresas (Cempre) do IBGE, em todos os estados do país. A seleção das empresas considerou o o porte por pessoal ocupado, que dividido em três faixas: companhias com até 49 pessoas ocupadas; com 50 a 499 pessoas ocupadas; e com 500 ou mais pessoas ocupadas. De acordo com líder de projeto, Alessandro Pinheiro, esse recorde gerou uma amostra representativa, com um percentual elevado de pequenas empresas. “A pesquisa vai mostrar um panorama da situação das empresas menores, que são as principais empregadoras do país e também as que foram mais afetadas pela pandemia, já que não possuem a mesma estrutura das grandes e as mesmas condições de acesso ao crédito”, apontou. O IBGE destacou que as empresas que recebem o telefonema dos pesquisadores do IBGE podem confirmar a identidade do entrevistador através do 0800 721 8181 ou na página na internet Respondendo ao IBGE. A empresa que solicitar também pode receber, por e-mail, um comunicado formal do Instituto a respeito da pesquisa. "Todas as informações coletadas pelo IBGE têm sua confidencialidade garantida pela lei nº 5534/1968, que trata do sigilo da informação e garante que os dados só podem ser utilizados para fins estatísticos", enfatizou o órgão. Resultados desagregados Segundo o IBGE, os resultados da pesquisa serão divulgados de forma agregada para os setores da indústria e da construção. Já o comércio e serviços terão dados desagregados por tipo de atividade. Haverá dados para Brasil e desagregados por grandes regiões. O comércio terá dados por atacado, varejo e comércio de veículos, peças e motocicletas, enquanto o setor de serviços terá informações desagregadas para serviços prestados às famílias; serviços de informação e comunicação; serviços profissionais, administrativos e complementares; serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio; e outros serviços.