Plásticos e outros produtos petroquímicos devem guiar o crescimento da demanda global de petróleo até 2050, compensando o menor consumo de combustíveis. Logo da BP é visto em estação de petróleo em Kloten, na Suíça. Reuters A BP fechou acordo para vender seu negócio global de petroquímicos à Ineos, do bilionário Jim Ratcliffe, por US$ 5 bilhões, saindo de um setor amplamente visto como importante gerador de crescimento na demanda por petróleo nos próximos anos. O surpreendente movimento fará a BP cumprir sua meta de US$ 15 bilhões em vendas de ativos um ano antes do previsto. O CEO, Bernard Looney, prepara companhia para uma transição rumo à energia de baixo carbono. As ações da empresa, listada na bolsa de Londres, avançaram após a notícia, com alta de 2,3%. Looney reconheceu que a venda da unidade, que emprega 1,7 mil de pessoas e produziu 8,7 milhões de toneladas de petroquímicos no ano passado, "virá como uma surpresa". "Estrategicamente, a sobreposição com o restante da BP é limitada e seria necessário um capital considerável para que nós expandíssemos esses negócios (petroquímicos)", disse Looney em comunicado. "O acordo de hoje é mais um passo deliberado na construção de uma BP que possa competir e ter sucesso durante a transição energética." O negócio inclui participações em fábricas nos Estados Unidos, Trinidad e Tobago, Grã-Bretanha, Bélgica, China, Malásia e Indonésia. Uma planta petroquímica ligada às refinarias de petróleo da BP em Gelsenkirchen e Mulheim, na Alemanha, não foi incluída. Plásticos e outros produtos petroquímicos devem guiar o crescimento da demanda global de petróleo até 2050, compensando o menor consumo de combustíveis, disse a Agência Internacional de Energia (AIE) em um relatório de 2018. A BP vendeu a maior parte de seus negócios petroquímicos em 2005 para a Ineos, que possui uma rede de mais de 180 unidades em 26 países e cerca de 22.000 funcionários. Isso deixou o negócio de petroquímicos da BP focado em aromáticos, que são usados em polímeros para garrafas e embalagens de plástico, e acetils, que são usados em tintas, solventes e produtos farmacêuticos. O analista do Santander Jason Kenney disse que a decisão de vender os ativos agora é uma "mudança positiva" para a BP, devido à sobreposição limitada deles com suas operações. A transação também fortalece expectativas de que a BP não reduzirá seus dividendos, acrescentou ele. Pelo acordo, a Ineos fará um pagamento de US$ 400 milhões e quitará outros US$ 3,6 bilhões na conclusão do negócio, que é esperada para até o final do ano. Mais US$ 1 bilhão restantes serão pagos em parcelas em 2021.