Chineses pediram que vendedores brasileiros atestassem que o grão chegaria sem o vírus, mas segundo Anec, pedido do país asiático inclui "coisas complicadas". Trabalhadores vestem máscaras enquanto trabalham no porto em Qingdao, na China China Daily via REUTERS Os exportadores brasileiros de soja não devem dar à China as garantias que foram solicitadas por autoridades alfandegárias do país asiático de que as cargas estejam livres do novo coronavírus, pois isso exigiria testes mais amplos, afirmou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) nesta quinta-feira (25). A resposta dos exportadores ao pedido chinês enfatizará que não há evidências de que o coronavírus possa ser transmitido por alimentos, disse Marcos Amorim, diretor do comitê de contratos da Anec, durante um webinar. Os membros da Anec incluem a maioria dos principais comerciantes de commodities agrícolas do mundo. A China é a maior importadora global de soja, com compras estimadas em 94 milhões de toneladas em 2019/20, a maior parte do Brasil e Estados Unidos. "A Anec está preparando uma carta para os associados responderem (aos chineses) de maneira igual. De preferência, a gente gostaria que a declaração… não fosse assinada (pelos exportadores brasileiros)", disse Amorim. Segundo ele, o pedido do país asiático inclui "coisas complicadas", como por exemplo "dizer que a carga está livre de Covid". "A gente não pode declarar isso sem que a carga seja testada. E também declarar que as leis chinesas estão sendo respeitadas. O exportador brasileiro não pode declarar isso porque ele não conhece (as leis chinesas). Mesmos as maiores empresas, elas não conhecem."