Serão disponibilizados R$ 236 bilhões para pequenos, médios e grandes produtores. Plano Safra 2020/21 terá 6% mais recursos do que o atual
O Plano Safra 2020/21, lançado pelo governo federal na última quarta-feira (17), terá um valor recorde para financiar a safra que promete ser a maior da história: R$ 236 bilhões para pequenos, médios e grandes produtores. São R$ 13 bilhões a mais do que ano passado.
Desse montante, R$ 170 bilhões irão para os grandes produtores e cooperativas. E R$ 33 bilhões, para os médios. A maior parte dos recursos (R$ 179 bilhões) será destinada a custeio e comercialização. O restante, a investimentos em infraestrutura.
Os recursos estarão disponíveis a partir de 1º de julho. Todas as linhas de crédito tiveram redução nas taxas de juros. Para os grandes, caiu de 8% para 6% ao ano. E, para os médios, de 6% para 5%.
Repercussão
Para a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o volume deve ajudar a manter o setor produtivo em tempos de pandemia.
Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a CNA, o plano é satisfatório. "Neste momento, em que ele está tendo uma dificuldade de tomar crédito generalizada, você aumentar os recursos públicos, você disponibilizar mais recursos públicos, você ajuda principalmente o pequeno e o médio produtor que tem mais dificuldade de acesso a crédito no mercado financeiro", disse Bruno Lucchi, superintendente técnico da entidade.
Por sua vez, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que representa o pequeno produtor, alega que o setor enfrenta prejuízos nesta pandemia, com perda de produção e dificuldade na comercialização. Por isso, esperava juros mais baixos, já que a Selic – taxa básica da economia brasileira – caiu para 2,25% – menor patamar da história.
O valor destinado à agricultura familiar será de R$ 33 bilhões, sendo R$ 2 bilhões a mais do que na safra passada. A taxa de juros vai variar de 2,75% a 4% ao ano, o que desagradou o setor.
Pandemia e aversão ao risco dificultaram queda de juros do Plano Safra, diz ministra
"O governo passa uma mensagem para a agricultura familiar e para a sociedade de que não vai subsidiar, de que não vai apoiar a agricultura familiar, porque nós vamos pagar uma taxa de juros mais alta do que a Selic. Ou seja, não vai haver incentivo, não vai haver subsidio do estado brasileiro pra a agricultura familiar", criticou Aristides Santos, presidente da Contag.