Editora Planeta, responsável pela publicação da obra, afirmou que Záfon morreu nesta sexta-feira (19) vítima de um câncer. O escritor espanhol Carlos Ruiz Zafon durante lançamento do livro ‘O labirinto dos espíritos’, em Barcelona, em novembro de 2016 PAU BARRENA / AFP O escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón, que conquistou fama internacional com o livro "A Sombra do Vento", faleceu aos 55 anos. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (19) pela editora Planeta, que publicou sua obra. "O escritor Carlos Ruiz Zafón faleceu hoje, 19 de junho de 2020, aos 55 anos, em sua residência de Los Angeles, Estados Unidos, vítima de câncer", informa o grupo editorial em um comunicado. "Nos deixou um dos melhores romancistas contemporâneos, mas seguirá muito vivo entre todos nós por meio de seus livros", completou a Planeta em sua nota oficial. O texto inclui uma frase do criador do personagem Daniel Sempere, o protagonista de seu livro mais conhecido e um dos romances espanhóis de maior sucesso das últimas décadas. "Cada livro, cada tomo que você vê, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que leram, viveram e sonharam com ele", afirmou o personagem ao conversar com o filho sobre o Cemitério dos Livros Esquecidos. Esta é a gênese de uma história de suspense ambientada na Barcelona posterior à guerra civil espanhola (1936-1939), na qual Daniel Sempere tenta desvendar o mistério que cerca o autor de um livro, Julián Carax. Publicada em 2001, a obra foi uma sensação literária, com traduções para quase 50 idiomas e milhões de cópias vendidas em todo mundo. O sucesso levou Ruiz Zafón, antes dedicado à literatura juvenil com obras como "Marina", ao estrelato. "A Sombra do Vento" foi o início da tetralogia "O Cemitério dos Livros Esquecidos", a labiríntica e mágica biblioteca secreta, sobre a qual gira a saga que terminou em 2016, dois anos antes de o escritor ser diagnosticado com câncer. Na apresentação em Barcelona do quarto volume, "O Labirinto dos Espíritos", o autor afirmou que estava "em paz", porque a tetralogia era "exatamente o que tinha que ser". Na ocasião, ele também explicou por quê nunca se deixou seduzir pelas muitas ofertas para adaptar a saga ao cinema. "Para mim, estes livros são uma homenagem à literatura, à palavra escrita. Portanto, transformá-los para o cinema, ou televisão, seria uma traição", afirmou. Nascido em Barcelona em 1964, Ruiz Zafón estudou em um colégio religioso e se formou em Ciências da Informação. Apesar de sua paixão pela literatura desde a infância, Zafón publicou o primeiro livro somente aos 30 anos e depois de abandonar a carreira que tinha na publicidade. O escritor espanhol Carlos Ruiz Zafon durante lançamento do livro ‘O labirinto dos espíritos’, em Barcelona, em novembro de 2016 PAU BARRENA / AFP