Escritora de 'Harry Potter' publicou longo texto sobre sua postura. Ela foi criticada pela comunidade LGBT+ e por atores como Daniel Radcliffe e Eddie Redmayne. Escritora britânica J. K. Rowling, autora de 'Harry Potter' Martyn Hicks, One Young World J. K. Rowling publicou nesta quarta-feira (10) um longo texto em seu site em defesa de seus comentários e sua postura sobre identidade de gênero. No domingo (7), ela provocou raiva de fãs e membros da comunidade LGBT+ após uma série de tuítes considerados transfóbicos. Ela também foi criticada por atores que interpretaram protagonistas em adaptações de suas obras, como Daniel Radcliffe e Eddie Redmayne. Na publicação desta quarta, a autora da série de livros "Harry Potter" afirma que se interessa pelo assunto por ser "sobrevivente de abuso doméstico e de ataque sexual". "Estou sob olhares públicos por 20 anos e nunca falei publicamente sobre ser uma sobrevivente de abuso doméstico e de ataque sexual. Isso não é porque tenho vergonha das coisas que aconteceram comigo, mas porque elas são traumáticas de revisitar e lembrar", escreveu Rowling. "Também sinto que devo proteger minha filha de meu primeiro casamento. Não queria reivindicar propriedade exclusiva sobre uma história que também pertence a ela. No entanto, há pouco tempo, perguntei a ela como ela se sentiria se eu fosse publicamente honesta sobre essa parte da minha vida, e ela me encorajou a seguir em frente", diz ela no texto. "Menciono essas coisas agora não em uma tentativa de conseguir simpatia, mas em solidariedade ao número gigantesco de mulheres que têm histórias como as minhas, que foram difamadas como intolerantes por terem preocupações com lugares para um só sexo." Ela afirma ter outros quatro fatores que motivam sua "preocupação com o novo ativismo trans": o impacto que o "o novo ativismo trans" terá em causas que ela apoia, como projetos para prisioneiras mulheres ou sobreviventes de abuso; seu passado como professora e seu papel atual como fundadora de uma instituição de caridades para crianças; um interesse pela liberdade de expressão, por ser uma autora que já foi banida diversas vezes; e um preocupação com o "a enorme explosão de jovens mulheres que desejam fazer a transição e também o crescente número daquelas que parecem estar revertendo o processo". "Pessoas trans precisam de e merecem proteção. Como mulheres, elas têm mais chances de serem mortas por parceiros sexuais. Mulheres trans que trabalham na indústria sexual, particularmente mulheres trans de cor, estão particularmente em risco. Como toda outra sobrevivente de abuso doméstico e abuso sexual que conheço, eu sinto nada além de empatia e solidariedade por mulheres trans que são abusadas por homens." Em seguida, no entanto, ela defende que alguns lugares mantenham separações baseadas no nascimento. "Ao mesmo tempo, eu não quero que quem nasceu como garotas e mulheres fiquem menos seguras. Quando você abre as portas de banheiros e vestiários a qualquer homem que acredita ser uma mulher – e, como eu disse, certificados de confirmação de gênero podem agora ser dados sem necessidade de cirurgia ou hormônios – então você abre a porta para qualquer e todo homem que deseje entrar. Essa é a simples verdade."