Adaptação do romance 'Tieta do Agreste', de Jorge Amado, novela trouxe protagonista independente e marcante. Elenco tem Betty Faria, Joana Fomm, Cássio Gabus Mendes e Reginaldo Faria. Cássio Gabus Mendes e Betty Faria em 'Tieta' Bazilio Calazans/Globo "Tieta" foi um grito de liberdade dentro e fora de cena: na trama, com uma protagonista que lutou sozinha por sua independência; e fora dela, como a primeira novela escrita após o fim da censura imposta pela ditadura militar no Brasil (1964 -1985). Nesta segunda (8), a novela chegou ao GloboPlay e o G1 publica curiosidades sobre ela, com dados do Memória Globo. Com texto de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzohn e Ricardo Linhares, "Tieta" adaptava o romance do escritor Jorge Amado, "Tieta do Agreste". Sua protagonista, interpretada na primeira fase por Claudia Ohana, é expulsa da fictícia Santana do Agreste, aos 18 anos, pelo pai, que não aceitava seu comportamento liberal. Tieta, então, refaz sua vida em São Paulo e volta à cidade 25 anos depois, rica e decidida a se vingar de quem a maltratou. Quem vive a personagem a partir daí é Betty Faria, que faz de Tieta uma das grandes personagens de sua carreira. "Tieta foi um grande sucesso. Porque eu botei muita alegria nela. Era uma pessoa com muita esperança, com muita força. E gente com esperança, com força, é bem-sucedida. E gente bem-sucedida tem felicidade”, contou a atriz em depoimento ao Memória Globo. Tieta: O retorno a Santana do Agreste Além da reviravolta causada pelo retorno de Tieta, que atrai a atenção de todos da cidade e se envolve com o sobrinho seminarista (Cássio Gabus Mendes), a trama também trata da instalação de uma fábrica de dióxido de titânio e da modernização da cidadezinha. O elenco era composto por Betty Faria, Joana Fomm, Cássio Gabus Mendes, Sebastião Vasconcellos, Yoná Magalhães, Paulo Betti, Reginaldo Faria, Arlete Salles, José Mayer, Tássia Camargo e Lídia Brondi, entre outros. Veja curiosidades sobre a novela em pesquisa do Memória Globo: Foi a própria Betty Faria quem negociou a compra dos direitos de adaptação diretamente com Jorge Amado e se lembra de um jantar ocorrido nos anos 1970 com o casal Zélia Gattai e Jorge Amado: “Zélia disse que Jorge estava escrevendo um livro e que a história era feita sob medida para mim. Era a história de Tieta”. Aguinaldo Silva fez referências à censura em "Tieta": "No dia em que ela é expulsa da cidadezinha de Santana do Agreste, o pai dela entra em casa depois da expulsão. Ele vai no calendário, olha para a folhinha e diz: ‘Faz de conta que esse dia nunca aconteceu’. Ele arranca a folhinha, e a data é 13 de dezembro de 1968 – o dia em que foi promulgado o AI-5”, contou o autor. "Tieta" foi o primeiro trabalho de Ricardo Linhares como coautor. Ela conta que os três coautores se reuniam toda segunda-feira no apartamento de Aguinaldo para decidir a trama da próxima semana. E, depois de definida, cada um escrevia dois dos seis capítulos que iam ao ar de segunda a sábado. A atriz ainda estava no ar na novela "O Salvador da Pátria" (1989), quando foi convidada pra estrelar a substituta "Tieta". Por isso, só entrou na trama no capítulo 20. "Quando eu estava acabando 'O Salvador da Pátria', a direção da Globo me chamou: ‘Esse papel você não vai recusar’. Porque eu já tinha recusado 'Dancin’ Days' e a famosa viúva Porcina. Eu disse: ‘Não. Esse eu não vou recusar, porque esse é meu! Fui eu que trouxe para cá. Esse é meu mesmo", contou Faria em entrevista ao Memória Globo. "Tieta" foi transmitida em alguns países da América e Europa: México, Chile, Guatemala, Peru, Portugal, República Dominicana e Uruguai, entre outros. A vilã Perpétua foi um sucesso. Cheia de veneno, a irmã invejosa vivida por Joana Fomm se tornou um símbolo da novela e teve grande repercussão nas ruas: “As crianças chegavam perto de mim, pediam para eu fazer a Perpétua. Eu falava alguma coisa e saía correndo atrás. Elas morriam de rir, de gritar, com medo. As crianças adoravam, ficavam perguntando: ‘Como vai o capitão, seus filhos’, e eu dava muita trela. Gosto de dar gás ao imaginário, para a criança criar mesmo”, lembra Joana Fomm em entrevista ao Memória Globo. Tieta: Ela arranca a peruca de Perpétua Arlete Salles, Betty Faria, Cássio Gabus Mendes e Paulo Nigri em 'Tieta', 1989 Bazilio Calazans/Globo Luciana Braga, Ary Fontoura, Cristina Galvão e meninas em 'Tieta', 1989 Bazilio Calazans/Globo Joana Fomm como Perpétua, em 'Tieta' Acervo Globo Betty Faria e José Mayer em 'Tieta' Bazilio Calazans/Globo Roberto Bonfim, Reginaldo Faria, José Mayer e Paulo Betti em 'Tieta', 1989 Bazilio Calazans/Globo Betty Faria em 'Tieta' Bazilio Calazans/Globo Pepeu Gomes e Moraes Moreira nas gravações da novela 'Tieta' (1989), da TV Globo Acervo TV Globo Yoná Magalhães em 'Tieta', novela de 1989 Bazilio Calazans/TV Globo/Arquivo