Segundo Adolfo Sachsida (Política Econômica), ministro Paulo Guedes tem feito cobranças sobre acesso. Programa de crédito está em vigor, mas empresários não têm conseguido recursos. O secretário de Política Econômica do governo, Adolfo Sachsida Alan Teixeira/Macro Day BTG Pactual/Divulgação O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta segunda-feira (8) que o governo articula um "plano B" e um "plano C" para fazer com que o crédito chegue às micro e pequenas empresas. Sachsida deu a declaração ao participar, por meio virtual, de um evento organizado pela Câmara Internacional de Comércio. Em meio à crise na economia, provocada pela pandemia do novo coronavírus, o governo editou uma medida provisória para garantir crédito às empresas, o chamado Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). A MP foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas o G1 e o Jornal têm mostrado que os empresários não estão conseguindo acessar os recursos. "Existem outras medidas que certamente vão sair. Vou deixar claro, essa é uma cobrança do ministro Paulo Guedes, o crédito tem que chegar nas micro e pequenas empresas. Estamos muito atentos a isso. Estamos trabalhando inclusive em em um plano B e em um plano C", declarou Sachsida nesta segunda-feira. Segundo ele, integram o "plano A" o Pronampe, o Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) e o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese). Segundo Sachsida, as medidas adotadas pelo governo para "irrigar o mercado de crédito" têm tido "sucesso", mas a demanda aumentou "muito". Valdo: Paulo Guedes quer ajustar medidas de crédito para empresas Caminho mais simples Sachsida defendeu ainda que o crédito chegue de forma mais simples aos empresários e que, no caso de microempresas, que o Tesouro Nacional garanta 100% da operação. "O desenho para mim é simples: é aparecer uma mensagem na maquininha de qualquer vendedor. Vem uma mensagem: 'O senhor quer um mês de faturamento da sua empresa de crédito agora?' Aperte 1 para 'sim' e 2 para 'não'. Apertou 1, pimba, o dinheiro está na conta do cara. É assim, para mim, que se faz o crédito chegar na ponta", afirmou. O secretário ponderou, no entanto, que, na prática, as operações são mais complexas. “No caso de microempresas eu acho que [a garantia] devia ser 100% do Tesouro. No momento atual, qualquer risco para o banco levará a taxa de juros mais alta”, disse. Governo publica MP para destravar crédito que não está chegando até empresas Situação 'mais dramática' Ao discursar no mesmo evento, o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Ribeiro Damaso, afirmou que a situação de micro, pequenas e médias empresas é "mais dramática" porque, segundo ele, a procura por crédito aumentou entre 200% e 300% nesses segmentos. Damaso destacou, em seguida, que o aumento causa a "sensação" de que falta crédito. "Quando a gente olha para micro, pequenas e médias empresas a situação é mais dramática. A demanda de crédito cresceu 200%, 300%, segundo uma pesquisa do Sebrae, e mesmo o sistema financeiro concedendo 10%, 20%, 30% a mais de crédito para esse segmento nesse período, visto o crescimento da demanda de 300% fica a sensação que fica é que está faltando crédito para esse segmento", afirmou. Participação do Tesouro Ao comentar a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos financiamentos, Adolfo Sachsida defendeu que o Tesouro Nacional participe mais para evitar a falência de empresas. Segundo ele, é preciso manter a base produtiva de grandes e pequenas empresas. "Eu, honestamente, assino embaixo de que o Tesouro tinha que assumir parte expressiva dessas garantias. Honestamente, no ambiente que estamos hoje, você vai ter que perder dinheiro para manter a base produtiva. É mais seguro perder um pouco agora e manter a base do que segurar o dinheiro agora e ter uma quebradeira geral daqui dois, três meses", afirmou. Sachsida afirmou ainda que as demissões não estão maiores porque o governo lançou o programa de suspensão e redução do contrato, com compensação paga pelo Tesouro. Initial plugin text