"A internet e os serviços de entrega são uma solução criativa, mas ainda insuficientes para reverter prejuízos, pois não funcionam para qualquer tipo de negócio", diz entidade. 1º de junho – Comércio fechado na Rua José Paulino, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo Rogério Galasse/Futura Press/Estadão Conteúdo As restrições de mobilidade e o isolamento social impuseram ao varejo o pior resultado em duas décadas. Dados do Indicador de Atividade do Comércio apurado pela Serasa Experian mostram que as vendas no varejo apresentaram um recuo expressivo de 31,8% em abril, na comparação com igual período de 2019. Trata-se da queda mais intensa desde janeiro de 2001, início da série histórica. A última vez que o comércio havia sentido um tombo tão expressivo foi em janeiro de 2002, quando houve baixa de 16,5%. Governo edita MP e institui novo programa emergencial de crédito para empresas 38 shoppings reabrem no interior de SP e Brasil tem 218 abertos em 14 estados, diz associação A comparação mensal do indicador também mostra uma piora no volume de vendas, com queda de 19,4% entre março e abril. A retração se sucede a uma outra queda que fora observada na passagem de fevereiro para março (-16,2%), o que demonstra uma intensificação do cenário desfavorável para o comércio. Em 2020, o indicador já acumula resultado negativo de 10,1% frente os quatro primeiros meses do ano anterior. SP tem movimento no comércio, mas quarentena não foi flexibilizada Inovação insuficiente Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, os resultados refletem as medidas de distanciamento social adotadas para combater a crise sanitária. “Com estabelecimentos comerciais de portas fechadas, lojistas viram seus estoques aumentarem e a demanda por produtos diminuir”, explica Rabi. “Esse é um momento em que comerciantes precisam inovar para manter uma operação mais enxuta e ao mesmo tempo funcional.” “A internet e os serviços de entrega são uma solução criativa, mas ainda insuficientes para reverter prejuízos, pois não funcionam para qualquer tipo de negócio”, diz. Rabi ainda completa que há uma crise de confiança que mantém as pessoas distantes do consumo. “Neste momento de instabilidade em que muitos ficam inseguros em seus empregos, o brasileiro se retrai para o consumo não essencial. Até mesmo quem tem um poder de compra mais elevado acaba direcionando seus recursos para uma reserva de emergência”, afirma o economista. De acordo com o indicador, segmentos mais dependentes do consumo via crédito sofreram os resultados mais negativos em abril. O destaque ficou com o setor de móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e informática, que puxaram a queda do indicador com um recuo expressivo de -39,9% na comparação com o ano passado. Estabelecimentos que comercializam tecidos, vestuário, calçados e acessórios aparecem em seguida com uma queda de -39,6%. O ramo de veículos, motos e peças (-33,1%) e o de material de construção (-32,1%), completam o ranking. Os setores que apresentaram quedas menos intensas são ligados a produtos de primeira necessidade, como supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-24,3%) e combustíveis e lubrificantes (-19,3%). O Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio é construído, exclusivamente, pelo volume de consultas mensais realizadas por cerca de 6 mil estabelecimentos comerciais à base de dados da Serasa Experian. Initial plugin text