Comércio paulista acumula perda de R$ 71 bilhões desde o início da pandemia, devido às medidas de restrição para combater a Covid-19. Calçadão de São José dos Campos fica movimentado em dia de reabertura de comércio Reprodução/ TV Vanguarda A reabertura das atividades econômicas terá custo elevado para as empresas. As exigências de testagem dos empregados para Covid-19, a limitação da capacidade de atendimento a 20%, e a restrição de quatro horas de funcionamento acarretarão mais despesas, segundo Ivo Dall’Acqua Junior, vice-presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP). “Conversamos diariamente com as autoridades para encontrar melhores alternativas para a retomada econômica”, afirmou Dall’Acqua. O comércio paulista acumula perda aproximada de R$ 71 bilhões entre 24 março e 2 de junho devido à suspensão do atendimento dos consumidores nas lojas. 38 shoppings reabrem no interior de SP e Brasil tem 218 abertos em 14 estados, diz associação Atividade do comércio tem maior queda em 20 anos, mostra Serasa Na avaliação da FecomercioSP, que representa 1,8 milhão de empresas com cerca de 10 milhões de funcionários, os custos para a reabertura são relevantes aos pequenos e médios que amargam queda no faturamento há meses. Na cidade de São Paulo, as empresas devem submeter à prefeitura protocolos sanitários para serem aprovados pelas autoridades. “O dono de negócio no Jardim Ângela [extremo sul da capital] não tem condições de comprar testes como determina o decreto. O valor do teste é mais de 10% do salário médio do trabalhador do comércio”, observou o vice-presidente da federação. Outras preocupações são a lotação no transporte público e o respeito da população à quarentena. Para respeitar o distanciamento social de 1,5 metro, as lojas atenderão número reduzido de clientes porque a lotação máxima inclui o número de funcionários. Logo, uma pessoa precisará controlar o fluxo na entrada e disponibilizará álcool em gel, assim como estão fazendo os supermercados, atacados e drogarias. SP tem movimento no comércio, mas quarentena não foi flexibilizada Transporte público Nos terminais urbanos são transportados 225 mil passageiros no horário de pico, entre 6h45 e 8h15, mas o ideal seria cair para 160 mil pessoas. Para Dall’Acqua, a aglomeração nos ônibus, trens e metrôs é um risco para os funcionários e consumidores e que diminui a eficácia do protocolo com fluxo nos pontos de venda e testagem para a reabertura. “O ideal seria cada empresa modular sua própria escala de funcionamento, mas vamos nos adequar a este cenário”, disse o executivo. “O importante é que o diálogo com o governo do Estado acontece duas vezes por semana e na prefeitura a interlocução é diária.” Por enquanto, a prefeitura da capital não deu prazo para conceder as autorizações de reabertura das lojas. A quarentena no município está prevista para terminar em 15 de junho. Até lá, comércio e serviços vão retomar as atividades gradualmente se a prefeitura aprovar um protocolo apresentado pelos empresários com base nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Lojas de rua, shopping centers, escritórios, concessionárias de veículos e imobiliárias precisarão seguir as regras. De acordo com o vice-presidente da FecomercioSP, a entidade também faz reuniões virtuais com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para auxiliar as empresas no envio dos documentos às autoridades.