Resultado foi divulgado nesta segunda pelo Ministério da Economia. No acumulado do ano, saldo comercial positivo somou US$ 16,34 bilhões, resultado 19,5% pior que 2019. A balança comercial registrou superávit de US$ 4,548 bilhões em maio, informou o Ministério da Economia nesta segunda-feira (1º).
O superávit é registrado quando as exportações superam as importações. Quando ocorre o contrário, é registrado déficit comercial.
Em relação a maio do ano passado, houve queda de 19,1% no saldo comercial, mesmo com a cifra ainda positiva. Esse também foi o pior resultado para o mês de maio em cinco anos.
A queda do superávit comercial aconteceu em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem diminuído o fluxo de comércio entre os países. O efeito não tinha sido registrado em abril, quando o saldo positivo foi o melhor para esse mês em três anos.
De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, os preços dos produtos exportados caíram mais no mês de maio (-15,6%) do que em abril (-5,5%) – na comparação com os mesmos meses de 2019 – por conta do recuo da demanda mundial decorrente da recessão econômica global, o que impactou o saldo da balança.
"O saldo do mês também foi impactado pela operação de nacionalização de duas plataformas de petróleo, no valor total de US$ 2,7 bilhões. Excluindo-se as aquisições de plataformas no valor total importado, observa-se que o saldo comercial cresceria 42,4% em maio, medido pela média diária, e somaria US$ 7,3 bilhões", acrescentou o secretário.
Exportações e importações
Em maio deste ano, de acordo com o Ministério da Economia, houve queda de 4,2% nas exportações, para US$ 17,940 bilhões.
"A queda do valor exportado foi resultado direto do forte recuo dos preços internacionais – em função do enfraquecimento da demanda global –, reduzindo em 15,6% os preços dos bens exportados pelo Brasil em relação ao mesmo mês do ano anterior", informou o governo.
Por outro lado, as exportações apresentaram alta de 5,6% tendo por base somente o volume exportado. Na avaliação do governo, o resultado configura um "bom desempenho das exportações brasileiras diante da queda generalizada dos embarques internacionais".
O governo informou que houve recorde histórico, considerando todos os meses, nos embarques de:
petróleo em bruto (8,4 milhões de toneladas),
açúcares e melaço (2,7 milhões de toneladas),
farelo de soja (2 milhões de toneladas),
carne bovina (155 mil toneladas)
Considerando apenas os meses de maio, houve recorde na venda externa de: soja (15,5 milhões de toneladas); óleos combustíveis (1,6 milhão de toneladas), alumina (789 mil toneladas), carne de aves (373 mil toneladas) e café (216 mil toneladas).
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Do lado das importações, o valor somou US$ 13,392 bilhões no mês de maio, com queda de 1,6% pela média diária. Caíram as importações de combustíveis e lubrificantes (-61,6%), bens de consumo (-24,3%), e bens intermediários (-11%), enquanto cresceram as compras de bens de capital (+144,4%).
Parcial do ano
No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, o governo federal informou que o saldo da balança ficou positivo em US$ 16,349 bilhões.
O superávit comercial, com isso, teve queda de 19,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o resultado foi de US$ 20,303 bilhões.
Esse também foi o pior resultado, para esse período, em cinco anos, ou seja, desde 2015 – quando foi registrado um déficit de US$ 2,343 bilhões.
No acumulado deste ano, de acordo com o Ministério da Economia, as exportações somaram US$ 85,301 bilhões, com média diária de US$ 836 milhões (queda de 4,5% na comparação com o mesmo período do ano passado).
As importações totalizaram US$ 68,952 bilhões, com média diária de US$ 676 milhões (queda de 0,6% em relação ao mesmo período de 2019).
Mercados compradores
De acordo com o governo, os principais compradores de produtos brasileiros no acumulado deste ano foram:
China, Hong Kong e Macau: US$ 28,837 bilhões;
Estados Unidos: US$ 8,571 bilhões;
Países Baixos: US$ 3,591 bilhões;
Argentina: US$ 3,091 bilhões;
Cingapura: US$ 2,146 bilhões.
Projeções
No ano passado, a balança comercial registrou superávit comercial de US$ 48 bilhões (valor revisado). Com isso, o saldo positivo, assegurado principalmente pela exportação de produtos básicos, ficou 19,6% abaixo do de 2018.
A expectativa do mercado financeiro para este ano é de nova queda do saldo comercial. Segundo pesquisa realizada pelo Banco Central na semana passada, a previsão para 2020 é de um saldo positivo de US$ 45,5 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.
O Banco Central, por sua vez, prevê um superávit da balança comercial de US$ 33,5 bilhões neste ano – com exportações em US$ 191 bilhões e importações no valor de US$ 157,5 bilhões.
O Ministério da Economia manteve nesta segunda-feira sua previsão para o saldo comercial de todo ano de 2020 em US$ 46,6 bilhões.