Recuo da dívida pública foi de 1,28% no mês passado, para R$ 4,16 trilhões. Números foram divulgados nesta quarta-feira pela Secretaria do Tesouro Nacional. A dívida pública federal em títulos – que inclui os débitos do governo no Brasil e no exterior – registrou queda de 1,28% em abril e atingiu R$ R$ 4,160 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta terça-feira (28). Em março, a dívida somava R$ 4,214 trilhões.
A queda da dívida pública, em abril, aconteceu em cenário de emissões de títulos públicos ainda baixas por conta da pandemia do novo coronavírus, e, também, por conta de um elevado volume de resgates de papéis.
As emissões de títulos da dívida pública totalizaram R$ 39 bilhões no mês passado. Em 2019, entre abril e dezembro, a média de emissões de títulos públicos foi de R$ 62,7 bilhões.
Ao mesmo tempo, os vencimentos de títulos públicos foram altos no mês passado, totalizando R$ 121,69 bilhões.
As despesas com juros da dívida pública somaram R$ 28,68 bilhões em abril, o que impediu uma queda maior do endividamento brasileiro.
Segundo o coordenador-Geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Luis Felipe Vital Nunes Pereira, os efeitos da pandemia do novo coronavírus provocaram nos investidores, nos meses de março e abril, uma "preferência grande por liquidez" (recursos em espécie), o que se refletiu na demanda por títulos públicos.
"Ao longo do mês de maio, o cenário globalmente ficou melhor e os volumes emitidos pelo Tesouro neste mês, até o momento, têm sido significativamente maiores", acrescentou ele.
'Melhora gradual'
O Tesouro Nacional avaliou que, em meio à prevalência de restrição de liquidez e de elevada incerteza, as condições financeiras gerais dos mercados "começaram a apresentar melhora gradual no mês de abril" com a "continuidade de adoção de medidas de estímulos econômicos ao redor do mundo".
Além disso, acrescentou que a "queda histórica dos preços do petróleo ajudaram a mitigar os impactos restritivos observados da pandemia do Covid-19 sobre a economia global".
"Também contribuíram para melhora a estabilização da curva de contágio do coronavírus na Europa e as sinalizações de reabertura das atividades econômicas em diferentes países", avaliou a instituição.
Em maio, de acordo com o Tesouro Nacional, apesar das "condições ainda bastante restritivas de liquidez", os volumes emitidos de títulos públicos "mostram que as condições financeiras estão, gradativamente, caminhando em direção à normalidade".
A instituição informou que visa manter o chamado "colchão de liquidez" (reserva de recursos para pagar os vencimentos da dívida pública) em níveis confortáveis, e acrescentou que há a possibilidade de utilização da reserva de liquidez advinda do resultado do Banco Central do Brasil e da viabilização de outras linhas de financiamento.
Dívidas interna e externa
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Ou seja, para pagar despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e tributos.
Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), a dívida é classificada como externa.
Dívida interna: teve queda de 1,57% em abril e chegou a R$ 3,943 trilhões.
Dívida externa: resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou um aumento de 4,23% em abril para R$ 217,11 bilhões, por conta da alta do dólar.
O governo espera crescimento da dívida pública neste ano. Segundo programação do Tesouro Nacional divulgada no começo deste, ao fim de 2020 a dívida pode chegar a até R$ 4,75 trilhões. Em todo ano passado, a dívida pública teve aumento de 9,5%.