Na quinta-feira, moeda norte-americana fechou em queda de 1,39%, a R$ 5,8186. Homem conta notas de dólar em casa de câmbio. Reuters O dólar opera sem tendência definida nesta sexta-feira (15), sendo negociado ao redor de R$ 5,80, com o mercado atento ao Banco Central após intervenção mais intensa da autarquia na última sessão e ainda de olho no cenário político. O pedido de demissão de Nelson Teich do cargo de ministro da Saúde, menos de um mês após assumir o cargo no lugar de Luiz Henrique Mandetta, adicionou volatilidade ao mercado. Às 13h35, a moeda norte-americana caia 0,15%, a R$ 5,8098. Na mínima até o momento chegou a R$ 5,7593 e, na máxima, foi a R$ 5,8707. Veja mais cotações. Na quinta-feira, o dólar chegou a bater R$ 5,9712, mas fechou em queda de 1,39%, a R$ 5,8186. No ano, a moeda acumulou alta de 45,11%. No mês, o avanço é de 6,97%. Já o dólar turismo encerrou cotado a R$ 6,0556, sem considerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na quarta-feira (13), o dólar encerrou o dia em alta de 0,54%, a R$ 5,9007, marcando novo recorde nominal de fechamento (sem considerar a inflação). Se aproximando de R$ 6, até onde vai o dólar? Brasileiros correm para vender dólar após disparada da moeda o Cena local e externa Na quinta-feira, após o fechamento dos mercados brasileiros, o presidente norte-americano, Donald Trump, sinalizou uma deterioração adicional do seu relacionamento com a China, dizendo que não tem interesse em falar no momento com o presidente Xi Jinping e chegando a sugerir que poderia cortar os laços com a segunda maior economia do mundo. A analistas citavam essa escalada como um fator de pressão descendente sobre ativos globais arriscados. As tensões crescentes entre as duas potências ocorrem num momento de devastação econômica como resultado da pandemia de coronavírus. Nesta sexta-feira, dados mostraram que as vendas no varejo dos Estados Unidos sofreram um segundo mês consecutivo de queda recorde em abril. Enquanto isso, no Brasil, os impactos das restrições devido às medidas de contenção do coronavírus pesaram com força sobre a economia, e o índice de atividade do Banco Central sofreu em março a maior contração da série histórica, indicando recuo de 1,95% no primeiro trimestre. O governo prevê uma retração de 4,7% para este ano – considerando que as medidas de distanciamento social terminarão em maio. Miriam Leitão: ‘PIB de 4,7% é a maior recessão da história brasileira em 120 anos' "Com os dados de atividade econômica piores do que o esperado em março e abril, ficou mais claro que o choque negativo na atividade econômica brasileira ao longo do primeiro semestre será considerável", disse em nota a XP Investimentos. Enquanto isso, o clima tenso na política brasileira permanece em meio a expectativas sobre a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em que o presidente Jair Bolsonaro teria pressionado por mudanças na Polícia Federal por motivos pessoais, e após a demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich, após discordâncias com o presidente sobre medidas contra a pandemia de coronavírus. As tensões em Brasília têm sido apontadas frequentemente por analistas como fator agravante para a disparada do dólar. O real já acumula depreciação de mais de 30% neste ano, pior desempenho entre seus principais rivais, enquanto outros ativos brasileiros também sofrem diante do aumento da desconfiança de investidores estrangeiros com a situação econômica, política, fiscal e de saúde do país, destaca a Reuters. Segundo os últimos dados disponibilizados pelo Banco Central, a saída de investimentos em carteira alcançou 22,068 bilhões de dólares em março, um recorde — somando ações e renda fixa negociadas no mercado doméstico. Variação do dólar em 2020 Economia/G1