Ana Flor analisa ajuda a estados e municípios do governo
A decisão que o presidente Jair Bolsonaro tomar a respeito do pacote de ajuda a estados e municípios será decisiva para chancelar a equipe de Paulo Guedes ou desacreditar seu time econômico.
O presidente prometeu vetar o trecho do texto que libera o reajuste salarial para algumas categorias de servidores mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus. Para o funcionalismo excluído dessa liberação, o reajuste fica suspenso por 18 meses como contrapartida ao auxílio emergencial de R$ 60 bilhões para enfrentar as consequências econômicas da crise.
Apesar de ser crucial para governadores e prefeitos, a batalha para que haja uma contrapartida é a nova cruzada do ministro da Economia. Guedes tem apelado até aos servidores, afirmando ser a contribuição a ser dada por eles no combate ao coronavírus.
Se vetar, Bolsonaro confirma o que vem falando sobre Paulo Guedes ser quem dá a palavra final quando se trata de economia. “Eu sigo a cartilha de Paulo Guedes na economia”, disse o presidente no sábado (9).
Guedes afirmou publicamente que o veto significa a retomada do ajuste das contas públicas e da responsabilidade fiscal. Terá que enfrentar o risco de derrubada de veto pelo Congresso, mas há bons argumentos para convencer parlamentares a manter a medida.
Caso Bolsonaro não vete, seguindo o conselho de lideranças políticas, como o do líder do governo na Câmara Major Vitor Hugo (PSL-GO), Bolsonaro enfraquece ainda mais seu time econômico e mostra que sua defesa pela retomada econômica pesa menos do que o apelo das pressões corporativistas.