Segundo associação de trabalhadores do setor, mais de 5 mil funcionários foram infectados, fazendo com que unidades fossem paralisadas no país. Unidade da JBS USA em Greeley, Colorado (EUA), que chegou a ser paralisada por conta da Covid-19 REUTERS/Jim Urquhart O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou na terça-feira (28) que plantas de processamento de carne no país sigam abertas para assegurar o suprimento de alimentos, apesar de preocupações com surtos de coronavírus, em medida criticada por sindicatos, que defendem que os trabalhadores do setor precisam de mais proteção. Por temores em relação à escassez de alimentos e interrupções na cadeia de suprimentos, Trump emitiu uma ordem executiva com base no Ato de Defesa da Produção, criado para garantir o abastecimento no país durante a guerra da Coreia em 1950, para que as fábricas continuem a operar. As maiores companhias de carnes do mundo, incluindo Smithfield Foods Inc, Cargill, JBS USA e Tyson, reduziram operações pela metade em cerca de 20 frigoríficos e plantas de processamento na América do Norte à medida que trabalhadores adoeceram, o que gerou preocupação com o suprimento. A ordem assinada por Trump tem como objetivo, em parte, dar às empresas cobertura legal e proteção contra ações de responsabilização caso empregados peguem o vírus por terem que trabalhar. No Brasil, desde o início da pandemia, o governo já havia definido o setor de alimentação como atividade essencial e, por isso, não tiveram os serviços paralisados por conta do coronavírus. As empresas do setor afirmam que têm tomado todos os cuidados para evitar o contágio da doença. Porém, uma unidade da JBS no Rio Grande do Sul foi fechada no último dia 24 por conta da Covid-19 ter se espalhado entre os trabalhadores. Evitar falta de carne Voltando aos EUA, o presidente do conselho da Tyson Foods, John H. Tyson, disse no domingo que a cadeia de suprimento de alimentos estava "quebrando" e alertou sobre potencial escassez de carne. Antes de assinar a ordem executiva, Trump disse a jornalistas no Salão Oval que a medida "resolverá quaisquer problemas" sobre a responsabilização das empresas e acrescentou que haverá "ampla oferta". A medida, divulgada na noite de terça-feira, disse que o fechamento de apenas uma grande planta de processamento de carne poderia resultar na perda de 10 milhões de porções individuais de carnes para refeições por dia. ""Esses fechamentos ameaçam a continuidade do funcionamento da cadeia nacional de suprimentos de carne e aves, minando infraestrutura crítica durante uma emergência nacional", afirmou a ordem. Mais de 5 mil trabalhadores infectados Mais de 5 mil trabalhadores de indústrias de carnes e alimentos dos Estados Unidos foram infectados ou expostos ao novo coronavírus, sendo que 13 deles morreram, disse o Sindicato Internacional de Funcionários Comerciais e da Indústria de Alimentos no último dia 23. A processadora de carne que se tornou foco da Covid-19 nos EUA Grandes processadoras de carnes bovina e suína dos EUA fecharam unidades por período indefinido, à medida que o vírus se espalha entre funcionários que costumam trabalhar lado a lado, o que limita a produção norte-americana de carnes em um momento em que a demanda cresce nos mercados. Vídeo: entenda a 'lei de guerra' utilizada por Trump: Trump aciona lei de guerra para garantir que a produção de máscaras fique no país Initial plugin text