Em março de 2019, valor foi de R$ 218 bilhões, segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos. Entidade disse ainda que não há 'empoçamento de liquidez'. A concessão, renegociação e suspensão de crédito por empresas, pessoas físicas e setor rural somaram R$ 265,6 bilhões após o início da pandemia do novo coronavírus, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febrabran).
O valor é referente ao período entre 16 de março – data em que a Febrabran anunciou a possibilidade de prorrogação de parcelas de dívidas – e 17 de abril, e diz respeito às cinco maiores instituições financeiras do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander).
De acordo com a federação, o montante é 22% superior quando comparado ao mês de março de 2019. No período, a concessão e a renegociação de crédito dos cinco maiores bancos, nos setores citados acima, somaram R$ 218 bilhões.
De acordo com o presidente da Febraban, Isaac Sidney, não está havendo "empoçamento de liquidez" (termo usado para designar que os recursos estão disponíveis, mas não chegam ao tomador de crédito).
"As medidas de liquidez do Banco Central e as iniciativas dos bancos revelam que não há represamento de crédito ou empoçamento de liquidez. Ao contrário, os bancos estão dando vazão às demandas, tanto dos consumidores quanto das empresas, apesar do aumento do risco (de inadimplência)", afirmou o presidente da Febraban, Isaac Sidney.
Pedidos de renegociação aos bancos chegam a R$ 200 bilhões, diz Febraban
A demanda por crédito disparou em meio à paralisia da atividade econômica, e parte do empresariado tem reclamado da dificuldade em conseguir empréstimos. Pesquisa divulgada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostrou que 60% dos pequenos negócios que buscaram crédito desde o início da crise tiveram o pedido negado.
As grandes companhias também relatam entraves: "As empresas continuam com extrema dificuldade nesse sentido", afirmou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em nota.
"O governo e o Banco Central tentaram aumentar a oferta de crédito público. No entanto, há um empoçamento da liquidez nos agentes financeiros e os recursos não estão chegando às empresas. O Tesouro e o BNDES poderiam assumir o risco devido à complexidade do momento que vivemos hoje”, disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, em nota divulgada na última quinta-feira (23).
Contratos com parcelas prorrogadas
Do total de R$ 265,6 bilhões, 176,9 bilhões são referentes a novas contratações, segundo a Febraban. A maior parte delas (57%) foi realizada por grandes empresas – porcentual que fica em linha com o patamar visto em março do ano passado.
Outros R$ 66,5 bilhões são renovações, como por exemplo de linhas de capital de giro, que tiveram o vencimento adiado. E R$ 22,2 bilhões dizem respeito às parcelas que foram prorrogadas.
De acordo com a federação, 3,8 milhões de contratos de pessoas físicas, empresas e do setor rural tiveram as parcelas suspensas por um período entre 60 e 180 dias. A maior parte das suspensões – 87% ou 3,3 milhões de contratos – foi realizada por pessoas físicas, nas modalidades de crédito consignado, imobiliário, pessoal e aquisição de veículos. No total, os bancos prorrogaram parcelas no valor de R$ 13,7 bilhões para os consumidores.
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