Serão produzidos 35,6 bilhões de litros, alta de 7,5% em comparação com a última safra. Apesar do bom resultado, setor pede ajuda ao governo para evitar prejuízos durante a crise do coronavírus. Etanol que deixa as usinas de São Paulo está 26% mais barato em abril de 2020 Reprodução/EPTV O Brasil alcançou a maior produção de etanol da história, com um total de 35,6 bilhões de litros provenientes da cana-de-açúcar e do milho, de acordo com levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (23). Isso representa um acréscimo de 7,5% em comparação a safra 2018/19. Com relação ao açúcar, a produção foi de 29,8 milhões de toneladas, crescimento de 2,6% em relação ao produzido na safra 2018/19. O etanol anidro da cana-de-açúcar, que é utilizado na mistura com a gasolina, teve aumento de 8,5%, alcançando 10,1 bilhões de litros. O anidro extraído do milho alcançou 390,7 milhões de litros, 66,8% superior à temporada passada. Setor pede ajuda ao governo O resultado recorde deveria ser motivo de comemoração no setor, mas a queda no uso de combustíveis por causa do isolamento social provocado pelo coronavírus e a queda do petróleo no mercado internacional deixou o setor exposto financeiramente. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, definiu a situação como uma “tempestade mais do que perfeita” para o setor, que agora busca ajuda do governo para sobreviver. Entre as propostas estão a isenção de PIS/Cofins para o setor por 3 meses, aumento da Cide sobre a gasolina, o que deixaria o etanol mais competitivo e linhas de crédito para que produtores e usinas possam investir em estocagem. De acordo com a ministra, as medidas deverão ser anunciadas nos próximos dias. Safra de cana contou com bom clima As condições climáticas verificadas nas principais regiões produtoras favoreceram a produção de cana-de-açúcar, que apresentou incremento no seu rendimento médio, diz a Conab. Com o término da safra 2019/20, houve a confirmação do crescimento na produção da cana-de-açúcar em comparação à temporada passada. Foram mais de 642,7 milhões de toneladas colhidas, representando aumento de 3,6% em relação a 2018/19. O Sudeste manteve a liderança na produção, com mais de 415 milhões de toneladas colhidas, indicando acréscimo de 3,7% em comparação a 2018/19. No Nordeste, as condições climáticas foram mais favoráveis à cultura. Com isso, a região colheu cerca de 49,1 milhões de toneladas, representando acréscimo de 10,6%.