A presidente Christine Lagarde diz que empréstimos diretamente a governos serão ilegais e que distribuir dinheiro a cidadãos é difícil. Christine Lagarde, presidente do BC europeu Francois Lenoir/Reuters A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, estabeleceu nesta quarta-feira (22) um limite para a generosidade do BCE na ajuda a países da zona do euro afetados pelo coronavírus, afirmando que empréstimos diretamente a governos serão ilegais e que distribuir dinheiro a cidadãos é difícil. O BCE está a caminho de comprar 1,1 trilhão de euros em títulos principalmente soberanos este ano a fim de manter o crédito barato para governos, famílias e empresas que lutam contra a pandemia. Ele prometeu fazer ainda mais, se necessário. Remessas globais de dinheiro devem cair cerca de 20% este ano e afetar famílias mais pobres, diz Banco Mundial Com o Banco da Inglaterra já emprestando a seu próprio governo, os investidores especulam quais outros bancos centrais seguirão o exemplo enquanto o mundo enfrenta sua pior recessão em quase um século. Mas Lagarde definiu o limite de ajuda nas compras de dívidas diretamente de governos da zona do euro e jogou água fria na noção de que "dinheiro de helicóptero" cai para as famílias. "Os Tratados foram entendidos como significando que a compra no mercado primário de dívida pública, ou seja, o financiamento direto dos governos, minará a capacidade desse objetivo de incentivar a política orçamentária disciplinada", afirmou ela em carta a um membro do Parlamento da UE, publicada nesta quarta-feira. Índices acionários dos EUA fecham em forte queda com derrocada do petróleo piorando crise do coronavírus Isso sugere que o BCE continuará acumulando títulos somente no mercado secundário, mesmo se chegar perto de possuir um terço da dívida de países como Alemanha e Portugal. Escrevendo para outro membro do Parlamento, Lagarde acrescentou que o fornecimento de "dinheiro de helicóptero" nunca foi discutido pelas autoridades de política monetária do BCE e as propostas apresentadas até agora no debate público careciam de peso. "Em muitos casos, essas propostas não abordam completamente as complexidades operacionais, contábeis e jurídicas associadas, nem fornecem uma análise abrangente de custo-benefício de todo o impacto econômico e monetário", afirmou Lagarde. O BCE tem sido a principal fonte de estímulo para a economia da zona do euro desde o início da crise do novo coronavírus. Os Estados da UE estão próximos de concordar em usar seu Orçamento conjunto de longo prazo para retomar o crescimento, mas a cúpula do bloco na quinta-feira adiará qualquer decisão final sobre detalhes controversos.