País também solicita um período de carência de três anos, para não fazer nenhum desembolso até 2023. A Argentina apresentará nesta sexta-feira (17) sua oferta de reestruturação de dívida a credores privados, com uma proposta de dedução de 62% nos juros dos títulos e 5,4% no valor do capital devido, anunciou nesta quinta-feira (16) o ministro da Economia, Martín Guzmán. "Tentamos entender as preferências dos credores, (por isso) a proposta implica uma redução maior nos juros do que no capital", disse Guzmán em um discurso. A oferta implica que em juros haverá uma redução de US$ 37,9 bilhões e em capital de US$ 3,6 bilhões, informou o ministro. Em Buenos Aires, manifestante segura cartaz contra o novo pedido de ajuda da Argentina ao FMI Martin Acosta/Reuters O país também solicita um período de carência de três anos, para não fazer nenhum desembolso até 2023. A Argentina procura renegociar US$ 68,84 bilhões de sua dívida contraída com credores privados sob jurisdição internacional nesta operação. Argentina adia pagamento de dívida local por coronavírus Em relação ao Fundo Monetário Internacional (FMI), uma organização à qual a Argentina deve US$ 44 bilhões, Guzmán destacou que o governo está trabalhando em um novo programa com essa instituição financeira. "Continuaremos a trabalhar construtivamente com o FMI, como tem acontecido, para um novo programa que implica que a Argentina não precisará desembolsar pagamentos de capital ao FMI nos próximos três anos", afirmou. O presidente Alberto Fernández, ao seu lado, explicou que a Argentina está disposta a pagar sua dívida, mas insistiu que isso fosse feito "sem adiar as necessidades que o país tinha em dezembro e que aumentaram desde o desastre causado pela pandemia" do COVID-19. "Estamos em uma espécie de default virtual", disse Fernández. A Argentina está em recessão há dois anos e a projeção mais recente do FMI é de aprofundamento, com queda de 5,7% do PIB este ano, em comparação com 2,2% em 2019 e 2,6% em 2018.