Foi a primeira queda depois de dois meses consecutivos de alta. Em São Paulo, vendas do comércio desabaram 65,5% na primeira quinzena de abril, segundo Associação Comercial. Comércio de portas fechadas durante pandemia do novo coronavirus em Vitória Reprodução/TV Gazeta O indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou o patamar de 95,6 pontos em abril deste ano, o menor nível desde novembro de 2019 (95,2 pontos). Com isso, o índice permaneceu abaixo do nível de satisfação, 100 pontos. Após o ajuste sazonal, a série apresentou uma queda mensal de 2,5%, depois de dois meses consecutivos de alta. Em relação a abril de 2019, houve retração de 0,6%, a primeira redução nessa base comparativa desde a queda de 2,1%, em fevereiro de 2017. O resultado deste mês foi pior do que o registrado em abril de 2019 (96,2 pontos); contudo, foi melhor do que abril de 2018 (86,9 pontos). Outra pesquisa divulgada nesta sexta pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mostrou que, na primeira quinzena de abril, as vendas do comércio paulistano registraram queda média de 65,5% ante igual período de março. Pelo levantamento, o movimento de vendas a prazo caiu 54,5% no período. Já as vendas à vista recuaram 76,4%. Consumo de energia caiu 4.6% no país em março Intenção de consumo por renda e região Na avaliação por faixa de renda, as famílias com renda acima de 10 salários mínimos continuaram mostrando-se satisfeitas com seu nível de intenção de compras, com 110,1 pontos, mesmo com queda mensal de 4,6% e anual de 1,1%. Para as famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos, o indicador atingiu 92,7 pontos e representa insatisfação dessa parcela dos consumidores, já que o índice se encontra abaixo dos 100 pontos. No mês, houve um recuo de 1,9%, enquanto na comparação anual reduziu 0,4%, taxas menos intensas do que na parcela mais rica. Pelo critério regional, o Norte registrou o maior crescimento mensal (0,9%), e o maior recuo foi na região Sul (-5,0%). Na comparação anual, somente o Sudeste mostrou taxa positiva (0,2%), ao passo que o Centro-Oeste foi a região mais negativa (- 2,0%). As famílias do Sul foram as mais confiantes (101,6 pontos), já as do Centro-Oeste (92,7 pontos) foram as mais insatisfeitas. Menor segurança sobre emprego A questão referente ao Emprego Atual mostrou que 37,2% dos entrevistados (37,2%) se sente mais segura em relação ao seu emprego, uma proporção menor do que no mês anterior (39,6%) e maior do que em abril de 2019 (36,1%). Também foi seu menor percentual desde outubro de 2019 (36,9%). Em abril de 2020, houve queda mensal de 2,9%, revertendo o aumento visto nos dois meses anteriores; já a variação anual foi de retração de 1,3%, após alta no mês anterior. O patamar atingido foi de 117,3 pontos, o menor desde outubro de 2019 (116,2 pontos), revelando continuação da satisfação das famílias nesse item, além de ser o maior índice da pesquisa no mês. As avaliações positivas em relação à Renda Atual atingiram 35,8% das famílias ante 37,5% no mês anterior e 34,2% em abril de 2019, uma redução no mês e aumento no ano. Entretanto, a maioria das percepções considerou a renda similar à do ano passado. O item recuou 2,1% em abril, após duas altas consecutivas, enquanto na comparação anual houve incremento de 0,3%, fazendo com que esse subindicador alcançasse 112,0 pontos em abril de 2020, o menor nível desde novembro de 2019 (111,8 pontos). Acesso ao Crédito Em relação ao Acesso ao Crédito, a proporção das famílias que acreditam que comprar a prazo está mais difícil aumentou para 36,2% ante 36,0% no mês anterior e reduziu-se contra os 38,3% em abril de 2019. Em abril de 2020, houve aumento pelo quarto mês seguido, nesse item, de 0,7%, e, com isso, o indicador atingiu 97,0 pontos. Essa foi a única taxa positiva do mês. Na comparação anual, houve crescimento de 8,2%, confirmando o resultado positivo mensal e a melhora anual da percepção das famílias em relação ao mercado de crédito. As famílias em sua maioria consideraram que em abril de 2020 o nível de Consumo Atual foi menor do que no ano passado (46,9%), ante 45,0% no mês anterior e 45,1% em abril de 2019. Também foi seu maior percentual desde dezembro de 2019 (47,4%). Houve retração mensal de 2,4% nesse item, após três meses de alta e alcançando o nível de 72,4 pontos, o menor desde agosto de 2019 (71,9 pontos). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a retração foi de 2,6%, o segundo resultado negativo consecutivo, corroborando um comportamento de consumo mais cauteloso das famílias em relação ao ano passado. No Momento para Duráveis, a parcela de consumidores que acreditam ser um momento negativo de compras desse tipo de produto atingiu 60,7%, acima dos 56,5%, observados no mês anterior; contudo, abaixo dos 60,3% em abril de 2019. Também foi seu maior percentual desde novembro de 2019 (61,3%). Além dessa piora no curto prazo, o indicador correspondeu à maior queda mensal dentre os índices do mês, de 5,9%, após aumento no mês anterior. Na comparação anual, houve incremento de 2,0% e, com isso, o indicador atingiu o nível de 70,6 pontos, seu menor patamar desde novembro de 2019 (69,0 pontos). Também representou o menor subíndice dentre a pesquisa no mês. A maior parcela das famílias (48,8%) demonstrou uma Perspectiva Profissional positiva, enquanto no mês anterior esse percentual foi de 49,8% e de 49,9%, em abril de 2019. O item não obteve variação em abril de 2020, mostrando estabilidade após duas altas seguidas. A comparação com o mesmo mês do ano anterior foi negativa pelo quinto mês consecutivo (queda de 4,2%), taxa mais intensa do que havia sido em março. Esses fatores mostram incerteza das famílias em relação ao futuro profissional, no entanto o indicador representou satisfação dos consumidores para os próximos seis meses, atingindo 106,3 pontos. Maioria das famílias acredita que vai consumir menos Referente à Perspectiva de Consumo, a maioria das famílias acredita que vai consumir menos nos próximos três meses, 39,5%. Esse percentual foi acima dos 35,0% do mês anterior e dos 35,7% observados em abril de 2019. Também foi seu maior percentual desde outubro de 2019 (39,6%). O subíndice registrou queda mensal de 5,5%, após dois aumentos seguidos. Na comparação anual, esse item recuou 4,9%, o quarto resultado negativo consecutivo. O indicador atingiu 94,0 pontos, o menor nível desde setembro de 2019 (93,4 pontos) e retornando a um patamar abaixo de 100 pontos. Essa insatisfação na expectativa de consumir em abril está ancorada na incerteza do impacto do momento atual nos indicadores econômicos deste ano, diz a CNC.