Estudo da União Africana espera queda de até 1,1% para a economia do continente caso a pandemia siga com tração até agosto. Sem-teto observam agente de segurança da África do Sul que fazem patrulha nas ruas de Joanesburgo na sexta-feira (27), primeiro dia de um bloqueio nacional de 21 dias para tentar conter o surto de Covid-19 Siphiwe Sibeko/ Reuters A epidemia do novo coronavírus ameaça o continente africano com a perda de milhões de empregos, aumento da dívida e queda nas remessas. A informação é da União Africana, presente em um relatório divulgado nesta segunda-feira (6). "Cerca de 20 milhões de empregos, tanto no setor formal quanto no informal estão ameaçados de destruição no continente se a situação continuar", diz o estudo. O relatório afirma que os países que dependem do petróleo e do turismo podem ser os mais atingidos. 35% dos países da África têm mortes por Covid-19; especialistas alertam para possível 'hecatombe' O estudo de 35 páginas esboça dois cenários de acordo com a trajetória da pandemia: um "realista", em que a pandemia duraria até julho, e a África "não se veria muito afetada"; e outro "pessimista", com a epidemia se estendendo até agosto — o que geraria consequências mais graves para o continente. O cenário "realista" causaria uma queda na economia africana de 0,8% e o "pessimista" um retrocesso de 1,1%. Ambos os casos passam longe do crescimento de 3,4% previsto pelo Banco de Desenvolvimento africano antes do surgimento da Covid-19. Até esta segunda-feira, foram registrados 9.198 casos de Covid-19 nos 51 países africanos, segundo o Centro africano de controle e prevenção de doenças. Brasileiro que está na África do Sul fala sobre como país enfrenta a pandemia Embora o continente africano até agora tenha sido menos afetado do que a China, o sul da Europa e os Estados Unidos, sofre as consequências econômicas devido às relações comerciais que mantém com as regiões mais afetadas do mundo. Seu comércio pode cair em 35%. Além disso, a queda do preço do petróleo vai afetar intensamente Nigéria e Angola. Por sua vez, as restrições de viagem podem custar ao setor do turismo africano "pelo menos US$ 50 bilhões", de acordo com o estudo. O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, pediu no mês passado aos líderes do G20 que ajudem a África a superar as consequências da pandemia, aliviando ou cancelando as dívidas, além de fornecer um fundo de emergência de US$ 150 bilhões. A dívida externa africana totaliza US$ 236 bilhões. Initial plugin text