País está correndo para renovar sua dívida em moeda estrangeira e evitar um 'calote'. A Argentina continuará conversando com seus credores nesta semana e na próxima sobre a reestruturação de sua dívida externa de US$ 83 bilhões, disse o ministro da Economia do país, Martín Guzmán, na terça-feira (31), depois que o país sul-americano perdeu o prazo de 31 de março que havia estabelecido anteriormente. Argentina precisa de alívio 'substancial' na dívida, diz FMI A Argentina está correndo para renovar sua dívida em moeda estrangeira e evitar um default que colocaria em risco seu acesso aos mercados globais justo no momento em que o surto de coronavírus assola a região. Casa Rosada, sede da presidência argentina, em março de 2019 Reuters/Agustin Marcarian Os negociadores argentinos estão trabalhando o mais rápido possível para enviar um novo acordo a seus credores, mas a pandemia interrompeu o processo, disse Guzmán em entrevista coletiva. Ele não estabeleceu uma data nova e firme para a oferta. O governo de centro-esquerda do presidente Alberto Fernández disse que está avaliando "múltiplas combinações de variáveis" para garantir que qualquer novo acordo seja sustentável. Isso inclui atrasos no vencimento, redução "substancial" nos cupons e possíveis cortes nos valores principais, de acordo com uma declaração do ministério. A Argentina está considerando incluir instrumentos com pagamentos de cupons vinculados ao desempenho econômico em sua última oferta, disse Guzmán. O governo também levará em conta o "rendimento de saída", porque poderia determinar quanto custaria ao país explorar os mercados de crédito a taxas mais razoáveis no futuro. "Se a ideia é que o rendimento de saída seja baixo, isso diminuiria as expectativas de que a taxa convergiria rapidamente para níveis mais sustentáveis. E essa interação é importante quando projetamos uma oferta concreta", disse Guzmán. A Argentina espera aumentar as reservas do banco central para US$ 65 bilhões até 2024, acima dos US$ 43,585 bilhões atualmente, de acordo com um documento descrevendo os planos de reestruturação do país apresentado pelo ministro na noite de terça-feira. Tanto Guzmán quanto o presidente Fernández disseram repetidamente que precisam fechar um acordo com os detentores de títulos em breve para evitar novas hemorragias nas reservas. A Reuters informou na segunda-feira que a Argentina deve definir "diretrizes" sobre sua reestruturação da dívida, embora ainda não esteja pronta para apresentar uma proposta concreta.