Rafael Memória, do 'BBB8', Rogério Padovan, do 'BBB5', e Wesley Schunk, do 'BBB11', falam sobre ficar isolado. Tolerância, higiene e 'cair na real' estão entre dicas. Participantes do "BBB20" Globo/Paulo Belote O Ministério da Saúde recomenda o período de quarentena ou de isolamento domiciliar ou hospitalar para pessoas com sintomas de coronavírus por até 14 dias. O G1 já fez um guia do isolamento, de como preparar a casa para conviver com suspeitos de infecção, e uma lista com dicas de entretenimento que podem ajudar neste período. Mas outro ponto merece atenção: dependendo do número de moradores da casa e dos hábitos de cada um, o convívio 24 horas por dia ao longo das semanas pode causar problemas. Por isso, o G1 convocou especialistas no assunto – ex-BBBs que também são médicos – para transformar as estratégias de confinamento em dicas para quem está em isolado. Rafael ao lado de Rafinha no BBB Divulgação/TV Globo Assim como quem apresentou os sintomas ou aguarda o fim do período de quarentena, os participantes do reality show não podem sair de casa. Eles precisavam se ocupar somente com atividades internas e tinham que manter uma relação diária com o grupo, tendo afinidade ou não. "A dica número um é: caia na real. Coronavírus é real. É sério. Negá-lo não faz com que ele suma; tomar consciência do seu papel, isolar-se e assumir as medidas de segurança, sim", diz Rafael Memória, do "BBB8". Ele é oftalmologista especialista em retina e trabalha em Ribeirão Preto (SP). Rafael permaneceu no "BBB" por 14 dias, exatamente o período do isolamento domiciliar indicado pelo Ministério da Saúde para os casos suspeitos e de coronavírus. "Seja tolerante e tolerável. Se nunca conseguiu chegar a um acordo com alguém em casa sobre política ou qualquer outro assunto espinhoso, não tente agora. Não vai funcionar. Nem a discussão nem o confinamento." "Caso não resista, aproveite pra escutar pontos de vista diferentes dos seus. Não é sempre que temos todo o tempo do mundo." Rafael aconselha: "Não queira estar sempre certo". "Nada é mais chato que alguém que quer sempre estar certo. Em tempos de coronavírus, calar é um ato de sabedoria ainda maior. Principalmente se você for do tipo que acha que uma 'verdade' gritada torna-se uma mais verdadeira. Ou se fala cuspindo. E, em especial, se faz as duas coisas. Estar em confinamento torna as coisas mais difíceis se as pessoas precisam de uma trégua de você. Mesmo porque elas não a terão." Além de reforçar a importância da higiene pessoal e da etiqueta respiratória ("nada de tossir ou espirrar sem cobrir boca e nariz com o braço ao invés da mão"), o ex-brother indica: "Seja sua melhor versão". "Aproveite que está sem pressa. Esforce-se em ser educado, respeitador, gentil, organizado." Ponto positivo Participante do "BBB11", o médico Wesley Schunk afirma que experiência no confinamento do reality foi válida. Ele explica: "Tenho uma personalidade mais tranquila. Mas realmente conviver com pessoas que você nunca viu, com personalidades e opiniões diferentes, não é uma tarefa fácil". Wesley Schunk, no 'BBB11' Divulgação/TV Globo Para o médico, há coisas em comum para se estar confinado com a família ou no "BBB": "A dica é a mesma: respeitar o outro, tentar ser mais colaborativo, ajudar nos afazeres de casa para não sobrecarregar apenas uma pessoa”. "Os Idosos devem sempre permanecer em casa e se tiver que sair para comprar algo, que seja alguém mais disposto e jovem, devendo quando voltar da rua, trocar a roupa, não encostar em nada e ir direto para o banho e lavar-se sem chegar perto das outras pessoas da casa." Ele reforça a importância da higiene pessoal para que não haja disseminação do vírus: "Nos banheiros, ideal não usar a mesma toalha de rosto por exemplo. Use e abuse do álcool, mas lembrando se água e sabão são até mais eficientes nessa hora." Dr. Rogério Padovan, participante do “BBB5” Reprodução/Instagram O médico Rogério Padovan, do “BBB5”, também dá dicas para quem está em isolamento. "Como lá [no BBB] não tem surto, não sei se a preocupação é muito grande, porque eles estão isolados. Então pessoas que estão lá dentro não têm essa preocupação." "Mas é importante lavar as mãos toda hora, lavar bem os dedos, tomar banho duas, três vezes por dia. É importante a higiene pessoal." E o isolamento solitário? É preciso ter atenção também para o caso do isolamento solitário, que pode afetar a saúde física e mental de quem estiver em "recesso social". Em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", Julianne Holt-Lunstad, professora de psicologia e neurociência da Universidade Brigham Young, diz que "pessoas que estão mais conectadas socialmente apresentam menos processos inflamatórios, enquanto que pessoas mais isoladas e solitárias mostram crescimento de inflamações crônicas". Ela estuda os efeitos nas pessoas que vivem socialmente isoladas ou moram sozinhas. "A solidão aumenta a morte precoce em 26%, o isolamento social em 29% e, morar sozinho, em 32%." Holt-Lunstad destaca que relacionamentos interpessoais podem ajudar a lidar melhor com o estresse. Initial plugin text