Pintor, desenhista, cenógrafo e professor, ele morreu no sábado (7), aos 88 anos. Ele foi um dos mais influentes nomes da arte contemporânea. O artista plástico Nelson Leirner morreu em casa, aos 88 anos Reprodução/Assim é se lhe parece O corpo do artista plástico Nelson Leirner foi cremado nesta segunda-feira (9) na capela 7 do Memorial do Carmo, no Caju, no Rio de Janeiro. Ele morreu na noite de sábado (7), em casa, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. Segundo a enteada do artista, Patrícia Dória, Nelson foi vítima de um infarto. Pintor, desenhista, cenógrafo e professor, foi um dos nomes mais influentes da arte contemporânea no Brasil. Nelson tinha 88 anos e deixa quatro filhos e dois enteados. Artista plástico Nelson Leirner morre aos 88 anos no Rio Artista continuava trabalhando Juliana Cintra, dona de uma galeria de arte que representava Nelson, afirmou que, mesmo com alguns problemas de saúde, Leirner continuava muito ativo. Segundo ela, até o último momento, o artista pensava muito em produzir. "Ele disse para a minha mãe: 'Eu preciso fazer trabalhos novos, eu tenho muitas ideias'", contou Juliana. A amiga também ressaltou a importância de Nelson Leirner para a arte contemporânea brasileira. "Ele é um artista histórico, representou muita coisa durante a ditadura. Ele formou uma geração inteira de artistas. Estou ainda em choque." Vida e obra Filho do empresário Isaí Leirner e da escultora Felícia Leirner, Nelson nasceu em 16 de janeiro de 1932, em São Paulo. Entre os anos 1947 e 1952, morou nos Estados Unidos para cursar engenharia têxtil no Lowell Technological Institute, em Massachusetts, mas não concluiu a graduação. De volta ao Brasil, estuda pintura com o artista espanhol Joan Ponç a partir de 1956. E, 10 anos mais tarde, fundou a cooperativa de arte Grupo Rex, com Wesley Duke Lee, Geraldo de Barros, Carlos Fajardo, José Resende e Frederico Nasser. Na década de 1960, fez os primeiros trabalhos múltiplos, usando outdoor e lona, entre outros materiais. Nos anos 1970, após recusar convites para participar de duas bienais internacionais de São Paulo, passou a representar o contexto político do Brasil em suas obras. Por isso, recebeu, em 1974, um prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) para sua série “A rebelião dos animais”, crítica ao regime militar. Leirner foi também professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, por 20 anos, de 1977 a 1997. O artista plástico vivia no Rio havia 23 anos. Mudou-se para a cidade em 1997 e coordenou o curso básico da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Jardim Botânico, até o ano seguinte.