Sem lançar álbum desde Campos neutrais (2017), primoroso trabalho orquestral apresentado há três anos, Vitor Ramil já arquiteta Avenida Angélica, 12º álbum da discografia do cantor, compositor e músico de Pelotas (RS). Ainda não gravado, mas já com o repertório em processo de criação, Avenida Angélica é disco idealizado por Ramil com músicas compostas sobre versos da poeta gaúcha Angélica Freitas, também nascida em Pelotas (RS). Obra ainda em progresso, Avenida Angélica é álbum já vislumbrado em show estreado por Ramil em Porto Alegre (RS) em meados de 2019. A mulher de rollers, Família vende tudo, Ringues polifônicos (poema que inclui o verso-título Avenida Angélica) e Vida aérea são músicas já prontas – com diversidade rítmica que vai do blues ao samba – e candidatas a um registro no disco. Para compor e selecionar o repertório do álbum, Ramil vem musicando poemas lançados por Angélica nos livros Rilke shake (2007) e Um útero é do tamanho de um punho (2013). Uma das primeiras composições surgidas dessa simbiose entre a música de Ramil e a poesia urbana de Angélica Freitas, Stradivarius foi gravada pelo cantor no último álbum, o já mencionado Campos neutrais. A urbanidade concreta da poética da artista resulta do fato de, embora nascida em Pelotas, Angélica Freitas já residir há anos na cidade de São Paulo (SP).